A contação de histórias como prática educativaPor Isadora Cruz Show
Graduanda em Pedagogia da UFBA Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET Disponível em: http://www.lendo.org/guia-definitivo-contacao-historias/ A contação de histórias é uma prática muito antiga e de grande relevância para a história da humanidade. Documenta-se que, antes mesmo da escrita ser inventada, já havia o costume de utilizar o conto oral como instrumento de transmissão de conhecimento. Através dessa tradição oral muitas sociedades conseguiram preservar a sua cultura, e, consequentemente, deixaram um rico legado de saberes, crenças e tradições, pois cada geração tinha o dever de contar as histórias para as gerações seguintes (BUSSATO, 2003; PATRINI, 2005).
Pode-se dizer que a contação de histórias configura-se como um ato de resistência e de preservação identitária, pois, mesmo com o advento de novas tecnologias de informação e comunicação, é um processo que perdura até os dias atuais e que ocorre em diversos ambientes de socialização, especialmente no núcleo familiar e na escola. A família é a primeira e principal fonte de histórias. No ambiente familiar, ouvimos nossas primeiras histórias, visto que as pessoas constituintes dessa instituição social são as primeiras a intermediar o contato da criança com o texto oral. É, através desse texto, que se tem uma das mais ricas formas de apresentar outros contextos e o passo inicial para a “leitura de mundo” (FREIRE, 1989). Afinal, as crianças não precisam ouvir histórias apenas quando já adquiriram o sistema de representação da língua escrita.
No chão da escola, essa prática tem um significativo papel no processo de ensino-aprendizagem, podendo ser trabalhada de diversas formas. A contação de história apresenta as crianças ao universo da narrativa e, por isso, pode ser um poderoso instrumento para promover o gosto e hábito à leitura, a ampliação das experiências sociais, o desenvolvimento da imaginação, a capacidade de escutar e dar sequência lógica aos fatos, a ampliação do vocabulário e a potencialização da importância da linguagem oral. Com o intuito de propiciar o conhecimento e o encanto dessa arte que atravessou os tempos, o(a) professor(a) precisa planejar o momento da contação de histórias, sendo importante conhecer previamente o que será narrado para as crianças, durante o momento educativo, para que não perca o que tem de lúdico e belo da contação de histórias.
A contação de histórias deve fazer parte do acolhimento das crianças e deve ser feita sem improvisos, para ser uma experiência contagiante e de muita troca de experiências entre os participantes, permitindo que a ludicidade passe a fazer parte do cotidiano da escola.
Assim, cada conto narrado pode despertar o desejo de ensinar e aprender novos conhecimentos, através de diferentes reações e significados atribuídos por cada criança com seu jeito único de perceber o mundo, pois as mesmas vivenciam ambientes e situações diversas fora da escola e terão muitas contribuições a oferecer durante a interpretação da história narrada, através de desenhos, brincadeiras, jogos, entre outros. Por fim, a atividade de contar histórias é uma forma potente de combate à rotinização do trabalho docente. Essa prática pode trazer novos elementos para a sala de aula, colaborando, assim, para a promoção de uma educação saudável, rica em descobertas e aprendizados e marcada pela nossa sábia tradição de ouvir e contar histórias. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997. BRAGA, Clarissa Bittencourt de Pinho e & GONÇALVES, Rosselini Brasileira Rosa Muniz & SOARES, Dielma, Castro. O canto do conto como ferramenta de disseminação da diversidade étnica nas histórias infantis. Congresso luso-brasileiro de história da educação, 2014. BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos grandes segredos da narrativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989. PATRINI, Maria de Lourdes. A renovação do conto: emergência de uma pratica oral. São Paulo: Cortez, 2005. Qual a metodologia usada na contação de história?METODOLOGIA
Enquanto se conta, são feitas perguntas sobre o enredo, personagens e as características do cenário. Depois da contação, pergunta- se quem quer recontar a história para os colegas. A análise de dados é realizada através de fotografias e anotações que são feitas durante a realização da atividade.
Qual o papel do professor no processo de contação de história?O professor precisa sempre levar em consideração aspectos para o sucesso na hora da contação de histórias em sua sala de aula, como as expressões e gestos utilizados, de maneira à imitar os personagens; a escolha do espaço físico e os ambientes devem ser harmoniosos e aconchegantes, onde não aconteça distrações ...
Como uma professora de educação infantil deve contar histórias em sala de aula?Para contar histórias é necessário exercitar uma voz flutuante, teatralizada, que muda de tom durante a exposição. É preciso produzir gestos e reações capazes de expressar o que as informações lógicas não conseguem. Muitos pais e professores são dotados de grande cultura acadêmica, mas são engessados, rígidos, formais.
Qual o papel do professor no processo de contação de história para o desenvolvimento infantil?Curiosidade, imaginação e comunicação
A contação de histórias aumenta a vontade da criança de expressar e comunicar seus pensamentos e sentimentos. Para estimular isso, o professor deve encorajá-la a fazer perguntas e falar sobre como se sentem em relação às decisões dos personagens ou ao final da história.
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