Como uma população de insetos pode se tornar resistente a um inseticida

Publicado em: 16/10/2020 às 15:00hs

Como uma população de insetos pode se tornar resistente a um inseticida

O principal desafio, portanto, é que os insetos se reproduzem muito rapidamente e o processo descrito acima ocorre repetidas vezes em um pequeno espaço de tempo. Em um determinado momento, a minoria de pragas resistentes se torna a maioria da população daquela área. Este é um enorme problema para o produtor. Atualmente, cerca de 800 espécies de insetos e ácaros já foram declaradas resistentes a algum composto químico. Quase todos os grupos de pesticidas (DDT, ciclodienos, organofosforados, piretróides) já apresentam alguma praga resistente em lavouras e na produção animal.

Se é um processo natural, como o produtor pode resolver essa questão? 

O desenvolvimento da resistência é intensificado pelo mal uso dos produtos químicos no controle das pragas, como número e doses exageradas de aplicações. Ou seja, quanto mais aplicações de um mesmo produto, menos indivíduos daquela praga irão morrer. O produtor acaba entrando em um ciclo de aplicações e resistência de pragas, e isso interfere no manejo da cultura e produtividade. Quanto mais aplicações são feitas, portanto, maior o número de pragas resistentes que permanecem na área e menor a mortalidade, até que todos os indivíduos sejam resistentes.       

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) já descreve a rotação de inseticidas e redução de aplicações como uma das formas de retardar o desenvolvimento de populações resistentes. Entretanto, essas medidas nem sempre são adotadas pelos produtores, o que torna a dificuldade de controle uma realidade em diversas regiões no Brasil. O problema se torna mais sério quando avaliamos o número baixo de moléculas químicas disponíveis para desenvolvimento de novos produtos, o tempo que estes produtos levam (em média 10 anos) para serem produzidos e os altos custos envolvidos.

Controle biológico

Como ferramenta efetiva no manejo de pragas, o MIP também prevê o uso do controle biológico, técnica utilizada para combater espécies nocivas, reduzindo os prejuízos causados por elas. A tecnologia consiste em controlar pragas e insetos transmissores de doenças por meio do uso de seus inimigos naturais, que podem ser outros insetos benéficos, parasitóides, predadores e microrganismos, como bactérias, fungos e vírus. 

Os bioprodutos não induzem a resistência, além de apresentarem eficiência de controle comprovada. Como o manejo biológico faz uso de organismos vivos - inimigos naturais -, que também apresentam variabilidade genética, as próprias interações que acontecem na natureza se encarregam de “atualizar” as formas de combate da praga, reduzindo drasticamente o desenvolvimento da resistência. 

No combate do carrapato, fungos têm se revelado como eficazes agentes de controle. Quando os esporos desses fungos entram em contato com o parasita, eles germinam e se desenvolvem, levando-o à morte em poucos dias. Esses microorganismos podem ser pulverizados nos animais ou na pastagem, permitindo um controle estratégico da praga.

As vantagens em relação ao uso de agentes químicos são evidentes, uma vez que o controle biológico não polui o ambiente e não causa desequilíbrios ecológicos, auxiliando para a melhoria da qualidade dos produtos, redução da poluição ambiental, preservação dos recursos naturais e sustentabilidade dos agroecossistemas. 

Além disso, a tecnologia diminui a exposição dos produtores rurais aos pesticidas, não afeta a qualidade do solo, previne contra pragas mais resistentes, promove o bem-estar animal e evita alimentos contaminados. Ao compreender esse poder da natureza, podemos utilizá-lo na medida certa e no momento adequado para um desenvolvimento mais produtivo e sustentável.

Lucas Garcia von Zuben, CEO da Decoy Smart Control, desenvolvedora de soluções biológicas para controle de pragas.

Fonte: Decoy Smart Control

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(Biologia 1, Sérgio Linhares) Utilizando os conceitos de “mutação” e “seleção natural”, explique como uma população de insetos pode se tornar resistente a um inseticida.

Resolução

A mutação é resultada de uma mudança na estrutura do DNA de um organismo, que pode ser causada por erros durante o processo de divisão celular ou pela exposição do organismo à radioatividade ou a certos produtos químicos.

Quando uma mutação é vantajosa e aumenta a chance de sobrevivência de um indivíduo, ela tende a se espalhar pela população. Mas quando a mutação é prejudicial, ela tende a desaparecer. Esse processo é chamado de seleção natural.

Vamos imaginar que em uma população de insetos, surja, por meio de mutação, insetos resistentes a um determinado tipo de inseticida. Caso a população seja submetida a tal inseticida, os insetos com a mutação irão sobreviver enquanto os insetos sensíveis ao inseticida irão morrer. Então, pela seleção natural, o número de insetos resistentes irá aumentar ao passo que o número de insetos sensíveis irá diminuir.

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Matemática, 15.08.2019 03:44, XXXTh

9. uma empresa de informática possui 10 vendedores e cada um deles trabalha com diferentescargas horárias. as cargas horárias dos vendedores são dadas abaixo: 5 4 8 8 7 6 6 8 8 1212calcule a média, a mediana, a moda e desvio padrão das cargas horárias desses vendedores.​

Total de respostas: 1

As pragas da cana estão mais resistentes, saiba como controla-las

Uma população de pragas de determinada área tem uma variabilidade genética natural. A maioria dos insetos são suscetíveis aos inseticidas e bem poucos são resistentes. Ao aplicar o defensivo, grande parte dos suscetíveis são eliminados, enquanto apenas alguns sobrevivem. Já os resistentes irão todos sobreviver. Eles, por sua vez, se acasalarão entre si, deixando uma quantidade maior de descendentes resistentes na área.

No ano seguinte, o mesmo inseticida é aplicado novamente. O processo ocorrerá da mesma forma. A maioria dos suscetíveis morre, poucos sobrevivem, mas todos os resistentes permanecem. Ocorrem novos acasalamentos e a população de resistentes crescerá mais uma vez. Perpetuado esse cenário por anos consecutivos, chegará um determinado momento em que o número de resistentes suplantará o de suscetíveis. Ao aplicar o inseticida de sempre, não haverá controle.

“Ao usarmos constantemente o mesmo produto e o mesmo modo de ação, acabamos por selecionar os indivíduos resistentes àquele produto, sendo que a frequência dos resistentes aumentará exponencialmente na população. Em consequência, o inseticida se tornamenos eficiente”, afirma a pesquisadorado Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Leila Luci Dinardo-Miranda.

FATORES QUE ACELERAM A EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA NOS INSETOS

A pesquisadora do IAC explica que os insetos têm vários mecanismos de resistência a inseticidas, como genes que induzem a produção de enzimas que degradam mais rapidamente os inseticidas ou que impulsionam maior produção de uma excreção que dificulta a entrada do defensivo pela epiderme. Todavia, existem certos fatores que aceleram a evolução da resistência:

FATORES GENÉTICOS: • Número de alelos de Resistencia• Frequência dos alelos R• Dominância dos alelos R

• Penetrância, expressividade e interação entre os alelos R