De acordo com os registros em qual ano foram criadas as primeiras universidades no Brasil

Até o início do século XIX, não existiam cursos superiores no Brasil. O país era colônia portuguesa  e as graduações eram proibidas nas terras brasileiras e quem tinha oportunidade financeira ia estudar nas já tradicionais universidades de Portugal, principalmente para a Universidade de Coimbra, a mais antiga portuguesa, fundada em 1290.

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A chegada da família real portuguesa ao Brasil é um marco importante para que o país começasse a escrever sua história no Ensino Superior. A corte desembarcou no Brasil no dia 22 de janeiro de 1808. Nesse mesmo ano, surgiram as duas primeiras escolas brasileiras de Medicina.

Nem um mês após a chegada de D. João VI,  assinou o documento para a criação da Escola de Cirurgia da Bahia, em 18 de fevereiro, em Salvador. Pouco depois, em 2 de abril, outro decreto criou a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, que era abrigada no Hospital da Misericórdia.

De acordo com os registros em qual ano foram criadas as primeiras universidades no Brasil

Escola de Cirurgia da Bahia, em Salvador (Reprodução/Acervo Histórico)

As duas instituições passaram por mudanças ao longo dos anos, com diferentes denominações e formas de funcionar. Hoje, elas fazem parte das universidades federais dos dois estados: UFBA e UFRJ.

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A pintura do austríaco Thomas Ender representa o Hospital da Misericórida, onde ficava a Escola de Medicina do RJ

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Mais tarde, foi a vez das faculdades de Direito conseguirem seu espaço no Brasil. As duas primeiras foram abertas pouco antes da Independência do Brasil, em agosto de 1827, já com a atuação de D. Pedro I. Por meio de um decreto imperial, foram fundadas a Faculdade de Direito de Olinda, que virou Faculdade de Direito do Recife, hoje pertencente à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e a Faculdade de Direito de São Paulo, atual Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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Faculdade de Direito de São Paulo (Foto: Edison Pacheco Aquino/Arquivo)

Na sequência do século, a cidade de Ouro Preto virou sede de duas instituições: a Faculdade de Medicina de Ouro Preto surgiu em 1839 e a Escola de Minas de Ouro Preto, instituição de Engenharia e Arquitetura, em 1876. Hoje, as duas são ligadas à Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Após a Proclamação da República, em 1889, outras cinco instituições ainda surgiriam no país. Hoje vinculada à UFRJ, a Faculdade Nacional de Direito nasceu em 1891. No ano seguinte, a Faculdade de Direito foi criada em Belo Horizonte, posteriormente integrada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Em São Paulo, surgiram a Escola Politécnica e a Escola de Engenharia Mackenzie, em 1893 e 1896, respectivamente. Em 1898, a Faculdade de Direito de Goiás foi instituída, hoje, pertence à Universidade Federal de Goiás (UFG).

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O Instituto Presbiteriano Mackenzie é uma das mais tradicionais universidades de SP (Divulgação/Mackenzie)

Século XX e as universidades

Nos primeiros anos do século XX, foram surgindo as primeiras instituições que tiveram o título "universidade" no país. A primeira foi a Escola Universitária Livre de Manaus, criada em janeiro de 1909. Em julho de 1913, depois de ter instalado cursos de Direito, Medicina e Engenharia, passou a se chamar Universidade de Manaus. Hoje, pertence à Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Naquele mesmo ano, em março de 1913, a Universidade do Paraná (atual UFPR) iniciou suas atividades no sul do país, a primeira a ter esse título. Em 1920, começava a funcionar com o nome universidade a UFRJ.

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UFPR em 1926 (Foto: Arquivo Histórico ACS)

A primeira instituição a se basear do tripé de ensino-pesquisa-extensão foi a Universidade de São Paulo (USP), que trouxe esse conceito do exterior em 1934.

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Cronologia

  • 1808: Escola de Cirurgia da Bahia e Escola anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro;
  • 1827: Faculdade de Direito do Recife e Faculdade de Direito de São Paulo;
  • 1839: Faculdade de Medicina de Ouro Preto;
  • 1876: escola de Minas de Ouro Preto;
  • 1891: Faculdade Nacional de Direito;
  • 1892: Faculdade de Direito de Belo Horizonte;
  • 1893: Escola Politécnica de São Paulo;
  • 1896: Escola de Engenharia Mackenzie;
  • 1898: Faculdade de Direito de Goiás;
  • 1909: Escola Universitária Livre de Manaus;
  • 1913: Universidade do Paraná;
  • 1920: UFRJ começa a usar o título de universidade;
  • 1934: Universidade de São Paulo.

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O aparecimento das universidades na Europa Cristã por volta dos séculos XII e XIII está entre os principais acontecimentos da Idade Média. As universidades da Idade Média tornaram-se as mais significativas instituições educacionais e intelectuais desde a época clássica, período em que se destacaram o liceu de Atenas e outras instituições notórias. O que caracterizou as universidades na Idade Média foi a forma de organização, bem como a liberdade para o estudo de temas diversos, universais, como o próprio nome sugere.

Como criações eclesiásticas, isto é, que nasceram de iniciativa da Igreja Católica, as universidades, de certo modo, originaram-se como extensões dos colégios episcopais, nos quais os jovens estudantes aprendiam o domínio das sete artes liberais, que eram a base da educação da Idade Média. No entanto, as universidades só começaram a destacar-se como um sistema de educação e investigação mais complexo que os colégios episcopais por volta do século XIII. Inclusive, data desse século a carta encíclica Parens scientiarum, do Papa Gregório IX, que legitimou a universidade enquanto instituição eclesiástica.

Data também do século XIII o triunfo do pensamento escolástico medieval, que permeava os estudos mais avançados das universidades em todas as suas áreas de investigação, desde o direito canônico e a medicina até à teologia, astronomia, lógica e retórica. A organização das universidades estava orientada pelo corpo eclesiástico. Sendo assim, seus fundamentos intelectuais, como obras fundamentais e os eixos programáticos de estudos, bem como seus professores, integravam a própria estrutura da Igreja. Como expõe a historiadora Regine Pernoud, em sua obra “Luz sobre a Idade Média”:

“[…] Criada pelo Papado, a Universidade tem um caráter inteiramente eclesiástico: os professores pertencem todos à Igreja, e as duas grandes ordens que ilustram, no século XIII, Franciscana e Dominicana, vão lá, em breve cobrir-se de glória, com um S. Boaventura e um S. Tomás de Aquino; os alunos, mesmo aqueles que não se destinam ao sacerdócio, são chamados clérigos, e alguns deles usam a tonsura – o que não quer dizer que aí apenas se ensine a teologia, uma vez que seu programa comporta todas as grandes disciplinas científicas e filosóficas, da gramática à dialética, passando pela música e pela geometria.” (PERNOUD, Regine. Luz sobre a Idade Média. Publicações Europa-América, 1996. pp. 98)

O graduando da universidade medieval era chamado de artista, remetendo à ideia de que quem domina as artes liberais. As primeiras universidades comumente citadas são as de Paris (França), Bolonha (Itália), Oxford e Cambridge (Inglaterra). A universidade de Paris destacou-se no século XIII pelos estudos avançados em teologia e artes, enquanto Bolonha, na mesma época, desenvolveu altos estudos em direito.


A Universidade de Paris destacou-se na Idade Média por seus estudos em teologia e artes *

O método de estudo e discussão escolástico, a disputatio, era o principal método empregado nos debates de estudos avançados nas universidades medievais. A Suma Teológica, escrita por São Tomás de Aquino, está completamente ancorada nesse método. Outros campos de estudo que se destacaram foram o da filosofia natural (geralmente ancorada na metafísica e na física de Aristóteles), da música e da astrologia.

*Créditos da imagem: Shutterstock e JBDesing


Por Me. Cláudio Fernandes