Esse texto trata de como os insetos se comunicam

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Quando falamos de comunicação entre animais, estamos nos referindo à transmissão de informações de um animal para outro, causando uma ação ou mudança no receptor da informação. Essa comunicação varia desde interações muito simples entre indivíduos até redes sociais complexas.

Como veremos, em muitos casos a experiência e o aprendizado desempenham um papel fundamental na comunicação. Isso implica que alguns animais têm grande capacidade de memorização. Quer saber mais? Neste artigo do PeritoAnimal, mostramos exemplos curiosos de diferentes tipos de comunicação entre eles.

Às vezes, surge a seguinte dúvida: os animais se comunicam entre eles? A resposta para esta pergunta, como veremos a seguir, é afirmativa. Existem diferentes tipos de comunicação entre os animais, dependendo do tipo de sinal que é transmitido. Podem ser visuais, químicos (hormonais), táteis, auditivos (sons dos animais) ou até elétricos. Vamos ver abaixo alguns dos principais tipos de comunicação dos animais:

Comunicação visual entre animais

A comunicação visual é muito comum no mundo das aves. Os machos geralmente têm uma coloração mais chamativa que as fêmeas, o que serve para chamar sua atenção durante o ritual de acasalamento. Em muitas ocasiões, esse ritual é baseado em uma dança elaborada, através da qual eles demonstram à fêmea seu bom estado de saúde e seu compromisso com as crias. Um exemplo são os machos da espécie Ceratopipra mentalis, que impressionam suas fêmeas graças a um passo de dança muito semelhante ao "Moonwalk" do Michael Jackson.

Alguns insetos, como as borboletas-monarca, têm uma cor muito chamativa. Seus padrões de desenhos e cores indicam aos predadores que elas não são um bom alimento, ou seja, são tóxicas ou têm um gosto muito ruim. O sapo-de-fogo (Bombina orientalis) também usa essa técnica. Como o nome indica, a barriga deste sapo é vermelha. Quando um predador se aproxima, ele mostra seu abdômen e avisa os predadores de que haverá represálias se eles decidirem comê-lo.

Como os animais se comunicam quimicamente

A comunicação química é uma das mais desconhecidas, mas é muito importante no reino animal. Os exemplos mais curiosos são encontrados no grupo dos insetos sociais. Por exemplo, a comunicação das abelhas se baseia em secretar diversas substâncias químicas conhecidas como feromônios. Graças a eles, conseguem informar ao resto da colmeia sobre a presença de um perigo ou sobre as flores das quais extraíram o nectar.

A rainha das abelhas também controla as operárias graças à secreção de um feromônio especial que as impede de se reproduzir. É por isso que a rainha é a única abelha capaz de botar ovos. Exatamente a mesma coisa ocorre nas formigas, que usam feromônios para indicar ao resto da colônia o caminho que devem seguir para chegar até a comida. Por isso é que sempre as observamos andando em filas.

Comunicação tátil entre animais

Quanto à comunicação tátil, ela pode ser facilmente observada em macacos como o chimpanzé. Esses animais limpam uns dos outros, removendo seus parasitas. Esse comportamento permite que eles fortaleçam seu relacionamento. Você também deve ter notado que os cachorros demonstram seu amor através das lambidas, como é possível ver neste outro artigo sobre por que os cachorros lambem?, e nos pedem com suas patinhas por demonstrações de afeto.

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Em relação aos sons dos animais, trata-se de um mundo muito complexo. Em muitos casos, foi afirmado que a linguagem não é algo característico do ser humano, e que também podemos falar sobre a existência da linguagem dos animais. No entanto, há muito debate sobre isso. Para que você possa formar sua própria opinião, vamos ver alguns exemplos.

Chamadas de alarme

Um tipo muito estudado de comunicação entre animais são as chamadas de alarme. São os sons de animais que indicam a presença de um predador. Como resultado, o grupo pode se manter seguro. Em muitas espécies, a chamada de alarme é diferente dependendo do predador. Por exemplo, o Cercopithecus aethiops é um macaco que apresenta chamadas de alarme diferentes para indicar a presença de chitas, de águias ou de cobras.

Por outro lado um dos animais mais surpreendentes, capaz de emitir diversos sons de alarme ou perigo, é o gato. Descubra neste outro artigo, os 11 sons dos gatos e seu significado.

Aviso de alimentos

Os animais que vivem em um grupo também avisam aos demais quando encontram comida. Eles identificam os sons dos animais e correm para o banquete. No entanto, alguns animais não chamam o resto do grupo até que tenham comido o suficiente. Isso acontece, por exemplo, no caso do macaco-prego (Cebus sp.).

Sons dos animais em rituais de acasalamento

Durante o ritual de acasalamento, além da dança, muitas aves cantam. Suas canções são muito elaboradas e, embora dentro da mesma espécie sejam muito semelhantes, geralmente existem diferenças entre os indivíduos. Ou seja, é comum que os pássaros aprendam novas notas e personalizem suas canções.

Um caso muito curioso é o do pássaro-lira soberba (Menura novaehollandiae) que imita o som de outras espécies de aves e até outros sons presentes na natureza, como uma serra elétrica. Além disso, durante o ritual de acasalamento, o macho atinge os galhos das plantas com a perna, e assim, marca o ritmo de sua música e a dança excêntrica com a qual impressiona as fêmeas.

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Na água, os tipos de comunicação mais frequentes entre animais são os sinais sonoros e químicos.

Como os peixes se comunicam

Os peixes se comunicam, fundamentalmente, graças aos hormônios presentes em sua urina. No entanto, alguns deles são capazes de se comunicar usando sinais elétricos. Esses peixes têm sistemas motores modificados que, em vez de gerar movimento, produzem pequenos choques elétricos. Um exemplo é a morenita (Brachyhypopomus pinnicaudatus), muito comum nos rios da América do Sul.

Também não faltam sinais visuais (cristas, padrões de cores, etc.) com os quais os peixes atraem indivíduos do sexo oposto. Outro sinal visual muito famoso é a bioluminescência, ou seja, a capacidade de de alguns animais de produzir luz. O peixe-diabo-negro (Melanocetus johnsonii) possui uma espécie de "vara de pescar" na qual vivem muitas bactérias bioluminescentes. Peixes menores são atraídos para a luz pensando que é comida. No entanto, eles é que são.

Como os golfinhos se comunicam

Os sons de animais mais complexo são encontrados, sem dúvidas, na comunicação dos golfinhos. Esses mamíferos vivem em sociedades muito complexas e emitem um enorme repertório de sons. Acredita-se que eles podem trocar informações de maneira semelhante aos seres humanos e que eles até têm seus próprios nomes. É, sem dúvida, algo semelhante a uma forma de linguagem. No entanto, ainda é uma questão muito desconhecida e controversa, e muitas pessoas argumentam que não podemos falar que existe uma linguagem dos animais.

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Bibliografia

  • Kaplan, G (2014). Animal comunication. WIREs Cogn Sci, 5 (6), pp 661–677.
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  • Macadar, O; Silva, A (2007). Comunicación eléctrica en peces sudamericanos del orden gymnotiformes. Revista Latinoamericana de Psicología, 39 (1), 2007, pp. 31-45.

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Abelhas – Exemplo de animais sociais

Os artrópodes são animais invertebrados que apresentam patas articuladas; desempenham diferentes papéis ecológicos e têm grandes variações entre si, desde pequenas pulgas até perigosos escorpiões. Mas uma característica interessante apresentada por alguns insetos chama a atenção, eles se organizam em sociedade.

A ordem Hymenoptera reúne diversas espécies de insetos que se destacam dos outros pela organização de seus indivíduos; abelhas e formigas representam essa ordem, já os cupins pertencem à ordem Isoptera, no entanto, todos vivem em sociedades altamente organizadas.

Esse tipo de organização é conhecido como eusociedade, em razão da divisão de classes e da perfeição como executam suas atribuições, mesmo que isso as leve à morte.

Na sociedade das abelhas há três classes sociais: Rainha, zangão e operária. A rainha é a única fêmea fértil da colmeia, enquanto que a operária é estéril; dessa forma, a rainha tem o papel de reprodução e é responsável por colocar todos os ovos dos quais se originarão os demais indivíduos. As operárias têm seu papel na construção e manutenção da parte física da colmeia, incluindo a produção do mel. Quanto aos zangões, são machos que têm a finalidade de fecundar a rainha.

Diferente de outros animais, nesse caso existe diferença entre a fêmea estéril, operária; e a fértil, rainha. Cientistas creditam essa diferença, entre outros fatores, ao alimento oferecido a elas na fase larval. Se a larva for alimentada com mel, se tornará operária; se alimentada com geleia real, se tornará rainha. Quanto à origem do macho, acontece de uma forma também diferenciada; dos óvulos não fecundados se originam os zangões, tendo somente informações genéticas da rainha.

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Uma jovem rainha, ao atingir sua maturidade sexual, sai de sua colmeia original, junto com um grupo de operárias, voa e se acasala com vários zangões, armazenando seus espermatozoides. Formam uma nova colmeia e a rainha inicia a postura dos ovos.

No caso das formigas, a sociedade é organizada da mesma forma das abelhas, com macho, rainha e operária. Machos e fêmeas férteis no período de reprodução apresentam asas. Aos machos férteis cabe o papel de fecundar a rainha e morrer. Então quem seriam os soldados nos formigueiros? As fêmeas estéreis podem ser operárias ou soldados!

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A saúva soldado é uma fêmea!

Outra curiosidade é que as saúvas não se alimentam diretamente das folhas que coletam. Elas mastigam os pedaços, misturando-os com saliva. Sobre essa mistura cresce um fungo, que é ingerido pela saúva. Ao se alimentar, uma formiga guarda sempre um pouco de alimento, que pode ser dividido com outras formigas, bastando que uma toque a outra com as antenas.

Existem filmes que apresentam um pouco dessa temática, entre outros destacamos o FormiguinhaZ, de Eric Darnell e Tim Johnson, uma animação da DreamWorks e da Pacific Data Imagens, que apresenta a questão das classes ou castas sociais desse animais.

Fabrício Alves Ferreira Graduado em Biologia

Equipe Mundo Educação