O que são movimentos tradicionais

O que são movimentos tradicionais

Movimentos sociais tradicionais Surgem no contexto da revolução industrial, possuem relações com demandas de trabalho e direitos trabalhistas, também podem ser ampliados para movimentos com origem econômica.

O que são os movimentos sociais clássicos?

Com o avanço histórico do capitalismo emergiram movimentos sociais clássicos formados pela luta dos trabalhadores urbanos e rurais, baseados na sua condição de classe. Os principais exemplos são as organizações de operários, como os sindicatos, que se utilizavam da greve como sua principal arma.

O que são os movimentos sociais tradicionais e novos?

Nos movimentos sociais tradicionais os protagonistas principais eram os trabalhadores pobres e assalariados. Os novos movimentos sociais incorporam tanto segmentos da classe média quanto pessoas à margem do mercado de trabalho e da sociedade.

O que são os chamados movimentos sociais tradicionais e ou clássicos quais as suas principais características?

Os movimentos sociais são ações coletivas mantidas por grupos organizados da sociedade que visam lutar por alguma causa social. ... Os primeiros movimentos sociais visavam resolver os problemas de classes sociais e políticos, como a ampliação do direito ao voto.

O que diferencia os movimentos sociais clássicos dos novos movimentos sociais?

Nos movimentos sociais tradicionais os protagonistas principais eram os trabalhadores pobres e assalariados. Os novos movimentos sociais incorporam tanto segmentos da classe média quanto pessoas à margem do mercado de trabalho e da sociedade.

Quais são os novos movimentos sociais?

  • Os novos movimentos sociais procuram mudanças nos valores das identidades para o gênero, as orientações sexuais, as identidades locais ou regionais, etc. Além disso, Medeiros (2014) destaca a importância e a capacidade de comunicação em massa das redes sociais na internet. FERREIRA, D. Manual de Sociologia – Dos Clássicos à Sociedade da Informação.

Qual a data histórica para os movimentos sociais?

  • O ano de 1968 ficou conhecido como uma data histórica para os movimentos sociais. No Brasil, o ano de 1968 foi marcado por diversas formas de manifestações políticas contra a ditadura, tais como marchas, passeatas, festivais de música e atividades de organizações clandestinas.

Qual a convergência sobre os movimentos sociais?

  • Apesar das divergências, existe uma convergência sobre os movimentos sociais: a constatação de tensões sociais e a iminente ruptura de uma mudança social. De qualquer modo, faz-se necessário perceber que há uma antiga história de tensões que representam grandes movimentos sociais do mundo moderno. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Qual a legitimidade dos movimentos sociais?

  • Independentemente da concordância ou não de suas causas por parte da opinião popular, a existência dos movimentos sociais deve ser garantida por lei dentro de um Estado verdadeiramente democrático, uma vez que este necessita também da legitimação por parte da sociedade para exercer suas funções de governo.

Os movimentos sociais são ações coletivas mantidas por grupos organizados da sociedade que visam lutar por alguma causa social. Em geral, o grito levantado pelos movimentos sociais representa a voz de pessoas excluídas do processo democrático, que buscam ocupar os espaços de direito na sociedade.

Os movimentos sociais são de extrema importância para a formação de uma sociedade democrática ao tentarem possibilitar a inserção de cada vez mais pessoas na sociedade de direitos. Os primeiros movimentos sociais visavam resolver os problemas de classes sociais e políticos, como a ampliação do direito ao voto. Hoje, os movimentos sociais baseiam-se, em grande parte, nas pautas identitárias que representam categorias como gênero, raça e orientação sexual.

Leia mais: ONG – instituições que atuam em áreas da sociedade negligenciadas pelo poder público

Características dos movimentos sociais

Ao pensar-se nos movimentos sociais à luz de pensadores da filosofia e da sociologia, é impossível apontar um consenso. O cientista político italiano Gianfranco Pasquino aponta a impossibilidade de estabelecer-se uma linha conciliatória entre os que tratam dos movimentos sociais, tendo-se em vista um horizonte de pensadores clássicos.

Nesse sentido e como exemplos, os sociólogos Marx, Weber e Durkheim veem nos movimentos sociais a sustentação de uma revolução, a institucionalização de um novo poder burocrático e até a maior coesão social, respectivamente.

O que são movimentos tradicionais
Os movimentos sociais levantam bandeiras de grupos organizados em prol de alguma causa.

Por outro lado, temos pensadores ligados ao conservadorismo, como o polímata francês Gustave Le Bon, o filósofo, sociólogo e criminologista francês Gabriel de Tarde e o filósofo e jornalista espanhol José Ortega y Gasset, que viam nos movimentos sociais um perigo iminente. Para esse grupo, os movimentos sociais, como movimentos de massa, tendem a seguir caminhos irracionais que perturbam a ordem vigente.

Apesar das divergências, existe uma convergência sobre os movimentos sociais: a constatação de tensões sociais e a iminente ruptura de uma mudança social. De qualquer modo, faz-se necessário perceber que há uma antiga história de tensões que representam grandes movimentos sociais do mundo moderno.

Talvez o mais antigo movimento de massas que nós podemos destacar como um princípio de movimento social tenha sido a Queda da Bastilha, que marcou a Revolução Francesa em 1789 e foi responsável pela queda da monarquia absolutista francesa. Outro grande movimento de massa que se tornou um movimento social organizado foi o movimento sufragista, considerado parte da primeira onda do feminismo, movimento organizado por mulheres que reivindicavam o seu direito ao voto e à participação cidadã na política.

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Símbolo de resistência das mulheres usado para identificar os movimentos feministas.

Origem dos movimentos sociais

Na passagem do século XIX para o século XX, os sindicatos institucionalizaram-se como coletivos que visavam defender os trabalhadores da exploração patronal, inspirados, principalmente, pelos ideais marxistas. Nesse sentido, surgiu em vários cantos do mundo movimentos sociais em defesa dos trabalhadores, das classes sociais mais baixas, e movimentos socialistas e anarquistas, que visavam uma completa revolução e dissolução da ordem social capitalista.

Na década de 1960, devido às sequelas deixadas pela Segunda Guerra Mundial e ao clima de polarização mundial causado pela Guerra Fria, novos coletivos, ações e movimentos surgiram por todo o mundo. As pautas dos movimentos sociais passaram a diversificar-se a partir desse momento. Nos Estados Unidos e na África do Sul, a população negra revoltou-se contra o injusto sistema de segregação racial que garantia privilégios à população branca e retirava os direitos da população negra, tratando esta camada como uma horda de cidadãos inferiores.

As mulheres também se organizaram em coletivos para lutar por seus direitos, buscando a liberdade sexual e o tratamento igualitário entre os gêneros (essa ficou conhecida como a segunda onda do movimento feminista).

A população LGBTQ+ também entrou em cena para reivindicar o direito de expressar-se livremente e de não ser julgada ou segregada por isso. Um episódio marcado por um espontâneo movimento de massa que gerou um grande movimento social foi o ocorrido no bar Stonnewall Inn, em Nova Iorque, que resultou em confronto com a polícia e deu origem à Parada do Orgulho Gay, hoje chamada de Parada do Orgulho LGBTQ+, que ocorre em várias cidades pelo mundo.

O que são movimentos tradicionais
Presa injustamente na década de 1970, a filósofa Angela Davis tornou-se símbolo da luta pelos direitos da população negra e das mulheres.

O mundo passou por severas mudanças a partir da década de 1960, período em que as minorias saíram às ruas para lutarem por seus direitos. A partir daí, vários movimentos sociais começam a eclodir pelo mundo, sempre em busca de uma organização que visasse a inclusão de pessoas excluídas e sempre se diferenciando de acordo com as especificidades de cada local.

Um exemplo de localidade da luta social ocorre no Brasil com movimentos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, conhecido como Movimento dos Sem-Terra). O Brasil é um país que, ao contrário dos países desenvolvidos, nunca produziu uma eficaz reforma agrária.

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O MST é um forte movimento que luta pela reforma agrária no Brasil.

O número de pessoas que não têm acesso à terra para o trabalho rural ou não têm o seu direito à moradia garantido é gigantesco, o que torna a pauta desses movimentos uma questão emergente por aqui. Nesse sentido, tendo em vista as demandas específicas de nosso país, criaram-se movimentos organizados para lutar-se pelas demandas que nosso povo enfrenta.

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Como os movimentos sociais funcionam

É impossível estabelecer uma fórmula única de funcionamento dos movimentos sociais, visto que eles são diversos, defendem pautas distintas e têm diferentes demandas de acordo com a sua localidade geográfica e seu tempo histórico. No entanto, algumas características podem ser elencadas como modos comuns de funcionamento deles.

  • Muitos movimentos sociais eclodem de movimentos e rebeliões de massa, como foi o caso do movimento LGBTQ+, de grupos do movimento negro, como os Panteras Negras, nos Estados Unidos, e do MST, no Brasil.

  • Eles podem ser constituídos por diversos grupos que lutam pela mesma causa, como o movimento feminista, que tem vertentes diferentes, o movimento negro, que é formado por um amplo conjunto de coletivos, e o movimento LGBTQ+. No entanto, cada grupo ou célula desses movimentos tem suas formas de organizar-se para promover a militância social.

  • Eles unem as pessoas em torno de uma causa comum.

  • Eles visam uma reestruturação social que inclua os seus interessados no poder comum e garanta-os seus direitos de cidadãos.

Exemplos de movimentos sociais

  • Movimento dos trabalhadores rurais sem terra

  • Movimentos feministas

  • Movimentos antirracistas

  • Movimentos ambientalistas (como o WWF e o Greenpeace)

  • Movimentos de união de comunidades e periferia, como o Nós do Morro — que luta contra o racismo, a desigualdade social e a exclusão dos moradores de periferias.

  • Movimentos de luta contra a homofobia e a transfobia, como o movimento LGBTQ+

Por Francisco Porfírio
Professor de Sociologia