O que significa justificação na filosofia

O que significa justificação na filosofia
                                                                                            
 Muitos epistemólogos têm-se interessado pela justificação devido a sua relação íntima com o conhecimento. E é de se esperar, pois a justificação é um dos critérios indispensáveis para que haja conhecimento. Mas, grosso modo, "justificar uma cognição é muito mais forte que explicá-la, muito mais forte que descrevê-la". Diante disto é necessário esclarecimento de questões como: i) O que é justificação? ii) Quais as diferenças entre justificar, explicar e descrever uma cognição? iii) Como estas se associam?


Neste cenário apresentam-se as propostas do fundacionismo, bem como, outras formas mais "fracas" de justificação (falibilismo), que por vezes, acabam sendo propostas apenas descritíveis e/ou explicativas.  O ceticismo pirrônico que é falibilista e o naturalismo de Quine que é e descritivista entram também como formas de justificação.


Deste modo, algumas abordagens procuram claramente a justificação, essas estão ligadas diretamente ao fundacionismo. Já outras formas que se afastam do fundacionismo e/ou de formas mais justificacionistas, chegamos mais perto de posições falibilistas, ou seja, perspectivas mais voltadas para explicação e a descrição do conhecimento humano, em vez de justificação.


Podemos dizer que o trabalho filosófico na busca da justificação através de estruturas argumentativas acaba se tornando um dos redutos onde a própria atividade filosófica encontra a possibilidade de existir de modo ainda bastante autônomo em relação aos avanços técnicos científicos nas mais diversas áreas do saber. Podemos perceber este critério facilmente ao analisarmos as principais propostas da própria Filosofia da Mente em relação às ditas descobertas advindas das diversas correntes psicológicas e da neurociência.


Boas discussões a todos

Prof. Nivaldo Machado


Bruna Gutjahr e Julia Pereira


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O que significa justificação na filosofia
A teoria do conhecimento ou epistemologia é a disciplina filosófica que estuda a natureza, limites e possibilidade do conhecimento. Num certo sentido, toda a filosofia se divide entre metafísica, que estuda os aspectos mais gerais da realidade, e a epistemologia, que estuda os aspectos mais gerais do conhecimento. Afinal, é argumentável que nada há além da realidade e do nosso conhecimento da realidade.Entre outras coisas, em epistemologia (não confundir com filosofia da ciência) estuda-se a noção de justificação e a sua relação com a verdade e o conhecimento. Mas o que é a justificação?Intuitivamente e popularmente as pessoas tendem a ter uma concepção metafísica de justificação. Contudo, não é essa a concepção mais comum em epistemologia, nem sequer é claro que tal concepção não seja uma confusão entre verdade e justificação.A questão torna-se mais clara se pensarmos deste modo: será possível ter justificação para aceitar uma crença falsa? Segundo a concepção metafísica da justificação, não é possível. Mas isto acontece apenas porque se entende justificação como uma garantia de verdade. Neste sentido, ter uma crença justificada implica a verdade da crença. Evidentemente, não é este o sentido de “justificação” usado na análise tripartida do conhecimento como crença verdadeira justificada — pois nesse caso a análise seria redundante: a verdade estaria a mais, pois a justificação já garantiria a verdade.A concepção mais defensável, e a concepção associada à análise tripartida do conhecimento, é que um agente cognitivo está justificado em acreditar em algo quando está em jogo um qualquer processo fidedigno de formação de crenças verdadeiras. Mas um processo de formação de crenças pode ser fidedigno e no entanto dar origem a crenças falsas, em certas circunstâncias. E é nesses casos que o agente está justificado em acreditar em algo, apesar de a crença ser falsa. Por exemplo, podemos dizer que Ptolomeu tinha uma crença justificada de que a Terra estava imóvel. O tipo de indícios que ele usava eram adequados para sustentar essa crença — mas teve azar porque tais indícios são ou enganadores ou insuficientes para estabelecer a verdade de tal crença. Posto de outro modo: Ptolomeu não cometeu qualquer “pecado” epistémico, não cometeu qualquer erro epistémico. Apenas estava numa circunstância infeliz. Desde que tenha analisado cuidadosamente os dados empíricos, tenha raciocinado sem cometer erros triviais e tenha procurado activamente dados contrários à sua crença de que a Terra está imóvel, Ptolomeu tinha justificação para aceitar a sua crença, apesar de esta ser falsa.É aliás defensável que esta é a grande diferença entre os erros da ciência e os acertos da religião. As teorias erradas da ciência são crenças justificadas no contexto em que se pensa que são verdadeiras, ao passo que mesmo as crenças verdadeiras da religião são sempre injustificadas no contexto religioso porque os mecanismos de justificação de crenças usados pela religião (tradição e autoridade, visões místicas pessoais e vivenciais, insusceptíveis de testes independentes) nada justificam. Quando a ciência erra, não peca epistemicamente. Mas a religião, mesmo quando acerta na verdade por sorte, peca epistemicamente.Distingue-se também habitualmente em filosofia a noção de estar justificado da noção de ser capaz de articular uma justificação. O exemplo típico é uma criança que está justificada em acreditar que há leite no frigorífico porque abriu o frigorífico e lhe pareceu ver leite numa garrafa. Mas é claro que uma criança não é capaz de articular uma justificação, que teria de incluir conhecimentos complexos de percepção visual. Contudo, mesmo sem ser capaz de articular tal justificação, está justificada.

Também é evidente que a crença da criança pode ser falsa — afinal, a mãe pode ter colocado um qualquer líquido branco na garrafa do leite, sem a criança saber. Se não aceitarmos que a crença da criança está justificada, é porque fazemos coincidir a justificação com a verdade, o que a generalidade dos filósofos recusaria, e o que tornaria a análise clássica do conhecimento redundante por definição.

Qual o conceito de justificação?

Significado de Justificação substantivo feminino Ato de justificar, de explicar a razão ou motivo para fazer ou deixar de fazer alguma coisa; fundamentação, explicação. Aquilo que se usa para dar essa explicação; razão, motivo, justificativa.

O que é justificação segundo a Bíblia?

A Justificação é um conceito teológico presente no cristianismo que trata da condição do ser humano em relação à justiça de Deus. A “Justificação pela fé”, também conhecida como sola fide, é um dos conceitos basilares do luteranismo e de todas as denominações cristãs que advém da Reforma Protestante.

O que é uma justificação segundo a filosofia?

Em epistemologia, justificação é um tipo de autorização a crer em alguma coisa. Quando o indivíduo acredita em alguma coisa verdadeira, e está justificado a crer, sua crença é conhecimento. Assim, a justificação é um elemento fundamental do conhecimento.

Qual é a origem da palavra justificação?

Etimologia (origem da palavra justificar). Do latim justificare, “tornar justo”.

Como justificar o conhecimento?

Dois Requisitos para o Conhecimento: Crença e Verdade Primeiro, se S sabe que p (que uma proposição é verdadeira), então tem de acreditar que p. Segundo, se S sabe que p, então p tem de ser verdadeira. O conhecimento requer tanto a crença quanto a verdade. Comecemos pela segunda ideia.

Como justificar uma crença?

Nessa ótica, uma pessoa tem uma crença justificada somente se ela tem acesso reflexivo para a evidência de que a crença é verdadeira. Como exemplo disso vamos supor que alguém acredita em algo; contudo, quando é questionado sobre o motivo dessa crença, ele envolve-se em embaraços.

Quem nos justifica?

É Deus quem os justifica. … Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.

Qual seria a justificativa para a existência da filosofia?

A Filosofia deve promover no aluno a capacidade de ouvir, ler, compreender e escrever, para ter os subsídios necessários para argumentar com clareza, seja para sustentar uma posição, para questioná-la ou mesmo suspendê-la, segundo o exercício pleno e responsável da liberdade de pensamento.

O que é ser uma pessoa justificada?

1 Que se justificou; que tem ou teve justificação. 2 Que foi fundamentado com argumentos e razões válidas; desculpado, legitimado. 3 Que foi inocentado ou isento de responsabilidade. 4 Jur Que foi provado em juízo.

O que justifica a resposta?

Ao escrever o que o enunciado pede, coloque também um argumento que justifica a sua resposta. Em uma prova de Matemática, escreva como você chegou ao resultado. Se não justificar, algumas avaliações anulam a sua resposta mesmo que ela esteja correta; outras descontam uma parcela da nota.

Qual o sinônimo de justificativa?

18 sinônimos de justificativa para 1 sentido da palavra justificativa: Explicação ou fundamento: 1 argumento, apologia, alegação, autoridade, causa, defesa, desculpa, explicação, fundamento, justificação, motivação, motivo, porquê, pretexto, prova, razão, satisfação, título.

Quais são as três condições necessárias para o conhecimento?

O olhar filosófico define que, para que seja possível a existência do conhecimento, são necessários três fatores fundamentais:

  • a consciência ou existência de um sujeito conhecedor;
  • um objeto a ser conhecido;
  • a relação que se estabelece entre o sujeito e o objeto.

14 de jul. de 2021

Como se dá a justificação de uma crença científica?

Além de verdadeira, a crença necessita ser justificável, o que quer dizer que se deve não só saber, mas também saber o motivo pelo qual se sabe, ou seja, entender o porquê daquela crença verdadeira.

Como podemos justificar uma crença ou o que faz uma crença ser verdadeira?

Crença verdadeira justificada é uma definição de conhecimento que afirma que: para uma pessoa possuir conhecimento de uma coisa, essa coisa deve ser verdadeira, a pessoa deve acreditar que tal coisa é verdadeira, e a crença deve ser justificada.