Escrito por Camilla Assis Show Dor de cabeça, dor no corpo, febre… Com certeza você já sentiu pelo menos um desses sintomas e tomou um remédio para aliviá-los, não é mesmo? Usar medicamentos já está no consenso da sociedade para tratar sintomas e doenças diversas. Você sabe o que faria se não existisse paracetamol, dipirona, nimesulida, entre outros princípios ativos? Para começar, é preciso entender que os remédios surgiram no período pré-histórico, mas não da forma como conhecemos. Eles eram substâncias extraídas das folhas por meio da mastigação. Quem estava doente mastigava folhas de certos tipos de plantas, que tinham poder de cura. Com o passar o tempo, houve a invenção da cerâmica, que permitia a realização de chás e preparos mais elaborados, fazendo assim com quem houvesse mais facilidade na hora de guardar os líquidos medicamentosos. Com a modernização da química, houve a possibilidade da retirada do princípio ativo das substâncias presentes em plantas. Com a ciência ainda mais avançada, não era mais necessário retirar o princípio ativo de componentes da natureza, mas se criou a possibilidade de produzi-los sinteticamente. E nessa produção sintética de medicamentos, surgiram três tipos: de referência (conhecido popularmente como de “marca”), genérico e similar. Segundo uma pesquisa divulgada em 2013 pelo Instituto Datafolha, 68% das pessoas optam por comprar medicamentos genéricos. Mas você sabe a diferença entre cada um deles? Continue lendo este texto que vamos explicar todos os detalhes entre os tipos de remédio. Referência Como já dito, o medicamento de referência é conhecido como o de “marca”. O que o diferencia dos outros é basicamente a patente. Por exemplo, uma empresa passa anos produzindo um medicamento com um princípio ativo inovador no mercado, e assim gasta milhares de dólares nas pesquisas. Quando esse produto fica pronto, no Brasil, as indústrias farmacêuticas devem registrá-lo no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), para que possam produzi-lo exclusivamente por 20 anos. Após esse período, outras indústrias têm o direito de obter as informações sobre a fórmula do remédio, antes superprotegida pela empresa fabricante original. Genérico E após todo esse processo de revelação da fórmula do remédio que uma outra empresa pode fabricar o medicamento genérico. Ele é genérico porque não pode ter logomarca tem nome fantasia; é via de regra ter uma tarja amarela com a palavra “genérico” escrita. O que precisa ser desmistificado é que esse medicamento não tem absolutamente nenhuma diferença do original, a não ser coisas estéticas da embalagem. Concentração, princípio ativo, composição… todas essas partes do remédio são idênticas ao medicamento original. O produto, assim como seu concorrente, também precisa ter aprovação da Anvisa. Além disso, o preço é, pelo menos, 35% mais barato, após o órgão decretar uma resolução que obriga as indústrias a fazerem essa redução de preço. Similar O remédio similar, por sua vez, também não possui diferença alguma em relação ao de referência, em questão de princípio ativo, concentração, via de administração, posologia, forma farmacêutica, e indicação terapêutica. Entretanto, essa classe possui a menor credibilidade entre as três porque, até 2003, a Anvisa não exigia que esse grupo apresentasse pesquisas comprovando que eram cópias verdadeiras dos medicamentos de referência. Desde que foi implantada a Resolução nº 134/2003, porém, os fabricantes de similares precisam apresentar estudos que garantem a bioequivalência em relação ao de “marca”. Esse tipo de remédio, geralmente, é mais barato do que o de referência. Cuidado com as comparações Mesmo o genérico e o similar sendo cópias do medicamento de referência, é preciso tomar cuidado em relação às comparações entre os medicamentos. Os estudos são apenas relacionados aos remédios de referência, portanto não se deve comparar um genérico com um similar. Tem interesse em saber mais sobre o assunto? Conheça o curso presencial de Farmácia da UNINASSAU! O preço dos remédios é controlado pelo governo federal. Em abril desse ano, houve reajuste nos preços. Porém, agora os consumidores estão sentindo ainda mais diferença quando vão ao balcão das farmácias. Não foi novo ajuste nos preços, dessa vez é a alta do dólar que está influenciando. Para continuar com o lucro, os fabricantes diminuíram os descontos que dão às farmácias. Essas, por sua vez, diminuem o desconto dado ao cliente, portanto, o preço final aumenta. A saída para economizar pode ser escolher remédios genéricos, similares ou até mesmo da Farmácia Popular, do governo. Para entender as diferenças e qual é o melhor pra você, recebemos o médico da família Gustavo Gusso e a farmacêutica e professora da USP Silvia Storpirtis. Genérico x similar x referência Por isso, os remédios genéricos são totalmente confiáveis, são cópias de qualidade asseguradas. Por que é mais barato? Isso acontece porque esses fabricantes não inovaram na molécula terapêutica, não precisaram desenvolver testes, pesquisas e ensaios clínicos que são muito mais caros. Por isso, o preço final ao consumidor é até 30% menor. Os similares têm esse nome porque em uma época que não tinha regulamentação, os fabricantes só precisavam provar com documentos que aquele medicamente era parecido com o de referência para conseguir registro. Após a implantação dos genéricos, os similares também precisaram passar pelos mesmos testes e comprovar a equivalência com o de marca. A principal diferença entre o similar e o genérico é que o segundo não tem marca e o primeiro tem. A informação de que aquele medicamento é um similar está na bula e em uma lista que está disponível no site da ANVISA. Os farmacêuticos também devem ter essa informação nas farmácias. Ou seja, atualmente, podemos dizer que os três grupos de medicamentos são seguros e, se tiverem a mesma dosagem, forma farmacêutica e princípio ativo também terão a mesma indicação. Como escolher? Farmácia Popular São remédios para hipertensão, diabetes, asma, dislipidemia (gordura no sangue), glaucoma, doença de Parkinson, osteoporose e rinite. Além de preservativos, pílulas anticoncepcionais e fraldas geriátricas (para casos de incontinência). Para adquirir os remédios nesse sistema, é preciso ter em mãos o pedido médico dentro da validade (120 dias, com exceção do anticoncepcional que é de 1 ano) e um documento que contenha o número do CPF. O paciente tem que ir pessoalmente comprar o remédio, somente se a pessoa for comprovadamente considerada incapaz ou idosa, pode ir um representante legal. O site do Ministério da Saúde tem a lista dos medicamentos disponíveis no sistema. Algumas dicas para economizar na compra de remédios: 1.PESQUISAR OS PREÇOS 2.CADASTRO NO LABORATÓRIO 3.GENÉRICOS 4.CARTÃO FIDELIDADE 5.CONVÊNIO MÉDICO 6.COMPRAR A
MAIS 7.PROGRAMAS DO GOVERNO Porque essa diferença de valores entre o medicamento de referência e o medicamento genérico?Os medicamentos genéricos são mais baratos, pois são cópias de medicamentos já conhecidos e não precisam de investimento em pesquisas para o seu desenvolvimento. Com a quebra das patentes no Brasil, as indústrias farmacêuticas não precisam realizar as pesquisas que são realizadas nos medicamentos de referência.
Por que o medicamento genérico é mais barato que o medicamento de referência?São mais baratos por serem cópias de medicamentos já conhecidos e não precisam de investimento em pesquisa para o seu desenvolvimento.
Qual a diferença entre o medicamento de referência e um genérico?Os genéricos são medicamentos que apresentam princípio ativo idêntico a um medicamento de referência, o que é assegurado por testes apresentados à Anvisa. Portanto, os medicamentos genéricos podem substituir os de referência prescritos pelo médico. Em geral, eles têm custo mais acessível.
Porque as pessoas preferem os medicamentos de referência?Normalmente, os fármacos de referência surgem pela necessidade de uma nova forma de tratamento para uma patologia já existente ou recém-descoberta. Há casos em que medicamentos de referência são descobertos sem a intenção devida, pois acabam surgindo de estudos que buscavam outros efeitos.
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