Rios do mato grosso

Localização

Mato Grosso tem 903.357,908 km2 de extensão. É o terceiro maior estado do país, ficando atrás somente do Amazonas e do Pará. A área urbana de Mato Grosso é de 519,7 km2, o que coloca o estado em 11º lugar nos ranking de estados com maior mancha urbana.

Localizado no Centro-Oeste brasileiro, fica no centro geodésico da América Latina. Cuiabá, a capital, está localizada exatamente no meio do caminho entre o Atlântico e o Pacifico, ou seja, em linha reta é o ponto mais central do continente. O local exato foi calculado por Marechal Rondon durante suas expedições pelo estado e é marcado com um monumento, o obelisco da Câmara dos Vereadores.

Mato Grosso é um estado com altitudes modestas, o relevo apresenta grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas sedimentares e abrange três regiões distintas: na porção centro-norte do estado, a dos chapadões sedimentares e planaltos cristalinos (com altitudes entre 400 e 800m), que integram o planalto central brasileiro. A do planalto arenito-basáltico, localizada no sul, simples parcela do planalto meridional. A parte do Pantanal Mato-Grossense, baixada da porção centro-ocidental.

Devido à grande extensão Leste-Oeste, o território brasileiro abrange quatro fusos horários situados a Oeste de Greenwich. O Estado de Mato Grosso abrange o fuso horário quatro negativo (-4). Apresenta, portanto, 4 horas a menos, tendo como referência Londres, o horário GMT (Greenwich Meridian Time).

População

Mato Grosso é um estado de povos diversos, uma mistura de índios, negros, espanhóis e portugueses que se miscigenaram nos primeiros anos do período colonial. Foi essa gente miscigenada que recebeu migrantes vindo de outras partes do país. Hoje, 41% dos moradores do estado nasceram em outras partes do país ou no exterior.

Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010, Mato Grosso possui 3.035.122 habitantes, o que representa 1,59% da população brasileira. Vivem na zona urbana 81,9% da população, contra 18,1% da zona rural. O número de homens corresponde a 51,05%, sendo ligeiramente superior ao das mulheres, que representa 48,95%.

Mato Grosso é um estado de proporções gigantescas com diversas regiões inabitadas, o que interfere diretamente na taxa de densidade demográfica, que é de 3,3 habitantes por km2. É o segundo mais populoso do Centro-Oeste, ficando atrás apenas de Goiás, que tem quase o dobro de habitantes (6.003.788) e com pouco mais que Mato Grosso do Sul (2.449.341). A taxa de crescimento demográfico de Mato Grosso é de 1,9% ao ano.

Bacias hidrográficas

Rios do mato grosso
Mato Grosso é um dos lugares com maior volume de água doce no mundo. Considerado a caixa-d'água do Brasil por conta dos seus inúmeros rios, aquíferos e nascentes. O planalto dos Parecis, que ocupa toda porção centro-norte do território, é o principal divisor de águas do estado. Ele reparte as águas das três bacias hidrográficas mais importantes do Brasil: Bacia Amazônica, Bacia Platina e Bacia do Tocantins.

Os rio de Mato Grosso estão divididos nessas três grandes bacias hidrográficas que integram o sistema nacional, no entanto, devido à enorme riqueza hídrica do estado, muito rios possuem características específicas e ligações tão estreitas com os locais que atravessam que representam, por si só, uma unidade geográfica, recebendo o nome de sub-bacias.

As principais sub-bacias do estado são: Sub-bacia do Guaporé, Sub-bacia do Aripuanã, Sub-bacia do Juruena-Arinos, Sub-bacia do Teles Pires e Sub-Bacia do Xingu.

Os rios pertencentes a Bacia Amazônica drenam 2/3 do território mato-grossense.

Biomas:

Mato Grosso é um estado privilegiado em termos de biodiversidade. É o único do Brasil a ter, sozinho, três dos principais biomas do país: Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Cerrado

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Uma vegetação riquíssima com uma biodiversidade gigante, o Cerrado é o principal bioma do Centro-Oeste brasileiro. Já foi retratado nos livros de Guimarães Rosa e outros poetas e é considerada a Savana brasileira. Em Mato Grosso, o cerrado cobre 38,29% de todo o território. Localizado principalmente nas depressões de Alto Paraguai - Guaporé, o sul e o sudeste do planalto dos Parecis e ao sul do paralelo 13º, até os limites de Mato Grosso do Sul.

A riqueza florística do cerrado só é menor do que a das florestas tropicais úmidas. A vegetação é composta por gramíneas, arbustos e árvores esparsas. As árvores têm caules retorcidos e raízes longas, que permitem a absorção da água mesmo durante a estação seca do inverno.

No ambiente do Cerrado são conhecidos, até o momento, mais de 1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamíferos, aves, peixes, repteis e anfíbios) e invertebrados (insetos, moluscos, etc). Cerca de 161 das 524 espécies de mamíferos do mundo estão no Cerrado. Apresenta 837 espécies de aves, 150 espécies de anfíbios e 120 espécies de répteis.

Pantanal

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É a maior área alegável do planeta, com uma fauna exuberante e cenários que encantam qualquer visitante. Apesar de ocupar apenas 7,2% do estado, o Pantanal é o bioma mais exaltado quando se fala em Mato Grosso. Considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.

A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há 650 espécies de aves. Apenas a título de comparação: no Brasil inteiro existem 1.800 aves catalogadas. Talvez a mais espetacular seja a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (símbolo do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, beija-flores, jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas.

No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de borboletas. Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-pintada (que atinge 1,2 m de comprimento, 85 cm de altura e pesa até 150 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, lobo-guará, macaco-prego, cervo do pantanal, bugio, porco do mato, tamanduá, anta, bicho-preguiça, ariranha, quati, tatu e outros.

A vegetação pantaneira é um mosaico de cinco regiões distintas: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio, argentino e boliviano). Durante a seca, os campos se tornam amarelados e constantemente a temperatura desce a níveis abaixo de 0 °C, com registro de geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente.

Amazônia

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Existem dois tipos de florestas em Mato Grosso: a Floresta Amazônica e a Floresta Estacional. Elas ocupam cerca de 50% do território mato-grossense. Concentrada no norte do estado, a Amazônia é o que existe de mais complexo em termos de biodiversidade no mundo.

Devido à dificuldade de entrada de luz, pela abundância e grossura das copas, a vegetação rasteira é muito escassa na Amazônia. Os animais também. A maior parte da fauna amazônica é composta de bichos que habitam as copas das árvores. Não existem animais de grande porte no bioma, como no Cerrado. Entre as aves da copa estão os papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os morcegos, roedores, macacos e marsupiais.

É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. O clima na floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido, devido à proximidade à Linha do Equador (contínua à Mata Atlântica), com a temperatura variando pouco durante o ano. As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação anuais variando de 1.500 mm a 1.700 mm. O período chuvoso dura seis meses.

O nome Amazônia deriva de "amazonas", mulheres guerreiras da Mitologia grega.

Clima

Mato Grosso é um estado de clima variado. Sua capital, Cuiabá, é uma das cidades mais quentes do Brasil, com temperatura média que gira em torno de 24°C e não raro bate os 40º. Mas há 60 quilômetros, em Chapada dos Guimarães, o clima já muda completamente. É mais ameno, com ventos diurnos e noites frias. Chapada já registrou temperaturas negativas, fato nunca ocorrido em Cuiabá.

O estado de Mato Grosso apresenta sensível variedade de climas. Prevalece o tropical super-úmido de monção, com elevada temperatura média anual, superior a 24º C e alta pluviosidade (2.000mm anuais); e o tropical, com chuvas de verão e inverno seco, caracterizado por médias de 23°C no planalto. A pluviosidade é alta também nesse clima: excede a média anual de 1.500mm.

Fonte: Embrapa e IBGE

Rios do mato grosso

03/11/2015 15h57 - Atualizado em 03/11/2015 15h59

Rios Cuiabá, Coxipó e Vermelho abastecem Cuiabá, VG e Rondonópolis.
Em Rondonópolis, o Rio Vermelho tem essa cor por causa do ferro no solo.

Os rios Cuiabá, Coxipó e Vermelho banham cidades populosas de Mato Grosso. Eles fazem parte das duas maiores bacias hidrográficas do Brasil: a Amazônica e a Platina. Uma reportagem sobre os rios foi exibida pela TV Centro América nesta terça-feira (3) no Bom Dia MT. Essa é primeira de uma série especial sobre rios de Mato Grosso, dentro do projeto “Ecorede”, que trata da sustentabilidade no estado.

Mato Grosso tem 131 rios reconhecidos pela Agência Nacional de Águas reconhecidos por abastecer a população. "O estado tem hoje o privilégio de ser um grande Estado produtor de água dentro da Amazônia Legal, nós temos as maiores nascentes de rios que fluem para a Amazônia está localizado no Estado de Mato Grosso", informa o superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente, Nédio Pereira.

Rios do mato grosso
Rio Cuiabá abastece seis das onze cidades por onde passa. (Foto: Reprodução/TVCA)

O Rio Cuiabá passa por 11 cidades de Mato Grosso abastecendo as torneiras de 258 mil casas em seis desses municípios. É o principal rio que abastece a capital e contribui para a Bacia do Alto Paraguai, formadora do Pantanal. Suas nascentes estão em Rosário Oeste, a 133 km de Cuiabá, que se juntam e formam os córregos Cuiabá do Bonito e Cuiabá do Castanho, que ficam no meio das serras Azul e do Tombador.

Os dois córregos se juntam em um ponto chamado de Cuiabá da Larga e em seguida passa a ser Cuiabazinho. Mais para frente se junta com o Rio Manso em Nobres, a 151 km de Cuiabá, e então passa a ser Rio Cuiabá.

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Na fazenda da família de Onofre Pedroso Abreu, em Rosário Oeste, estão 32 nascentes do Rio Cuiabá.

(Foto: Reprodução/TVCA)

A família de Onofre Pedroso Abreu tem uma fazenda ao pé da Serra do Tombador, onde ficam 32 nascentes que contribuem para a formação do rio. Eles cuidam do rio há quase 50 anos, desde que se mudaram para a propriedade em Rosário Oeste. “Sempre procuramos preservar as nascentes do Rio Cuiabá porque sabemos da importância dele para a população cuiabana e cidades que estão às margens do rio”, comenta Abreu.  

Em outro ponto, no entanto, a proprietária de uma fazenda, Nadir Pedroso de Barros, de 90 anos, acredita que a preservação das nascentes, que são afloramento do lençol freático, está comprometida. “Foi mudando, a chuva foi diminuindo, o povo foi abrindo lavoura em volta e tudo isso diminui a água”, diz.

O engenheiro florestal Lucas Neris Araújo comenta que em alguns locais pode-se perceber a conversão da pecuária para lavoura, que se exige um manejo do solo muito maior. “É preciso ter maquinários, é preciso trabalhar o solo pra poder fazer o plantio. E isso exige que sejam aplicadas técnicas conservacionistas, que vão contribuir pra infiltração da água pro lençol freático, que vai refletir no afloramento das nascentes”, explica.

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O Rio Coxipó nasce em Chapada dos Guimarães. (Foto: Reprodução/TVCA)

Rio Coxipó
Já o Rio Coxipó nasce em Chapada dos Guimarães, na região da Serra de Atmã, e é responsável por 48% da água que chega até as casas dos moradores da capital. Passa pela Zona Oeste de Cuiabá, encontra com as avenidas das Torres e Fernando Corrêa e deságua no Rio Cuiabá.

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Lixo atrapalha a captação de água do Rio Coxipó.
(Foto: Reprodução/TVCA)

Mas, segundo Eliana Rondon Lima, pesquisadora do Núcleo de Recursos Hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o rio atingiu o limite de abastecimento por causa da outorga para captação de água.

O coordenador de Produção de Água da CAB Cuiabá, Célio Mattos, comenta que no período chuvoso, a empresa tem dificuldades para captação de água na Estação de Tratamento do Tijucal, já que sofás, garrafas pet e lixo chegam ao local e obstruem os equipamentos. “Temos que usar muitos produtos químicos”, diz.

Rio Vermelho
Com uma população de aproximadamente 210 mil habitantes, por Rondonópolis passa o Rio Vermelho, que abastece quase metade das casas do município. Ele tem a coloração avermelhada por causa do tipo de solo, que é rico em ferro. Os primeiros moradores usaram o rio para chegar ali. 

Rios do mato grosso
A cor do Rio Vermelho, que corta Rondonópolis, se dá pela concentração de ferro no solo. (Foto: Reprodução/TVCA)

O rio nasce do encontro de outros dois rios da região, o Paraíso e o Poxoréu, e deságua no Rio São Lourenço. Como o Rio Cuiabá, também faz parte da Bacia do Alto Paraguai, formadora do Pantanal. Cerca de 54% do abastecimento de água de Rondonópolis vem de poços artesianos, que captam a água do Aquífero Guarani. O restante vem do Rio Vermelho. Na estação onde é feito o tratamento da água, são tratados até 400 litros de água por segundo.

No município, 80% do esgoto é tratado, segundo o Instituto Trata Brasil, enquanto que em Cuiabá, apenas 28% do esgoto é tratado.

Na reportagem que será exibida no segundo episódio da série, na quarta-feira (4), o assunto será a importância dos rios de Mato Grosso para a economia regional, seja para a pesca, para o transporte pelas hidrovias e para a produção de energia nas hidrelétricas.