A oração que apresenta complemento nominal é brainly

Carlos Neto

Cientista Social

Complemento nominal é o termo que se relaciona com substantivos, adjetivos e advérbios, formando com esses nomes um significado. O complemento nominal cumpre a função de completar ou alterar o sentido de um nome e é sempre introduzido por uma preposição.

Vejamos este exemplo de complemento nominal:

Eu tenho medo de filme de terror.

Note como “filme de terror” completa o significado do substantivo “medo”. Assim, “filme de terror” é um complemento nominal, introduzido pela preposição “de”.

Mas o substantivo “medo” poderia vir acompanhado de outros complementos. Poderia ser “medo” de avião, de altura, de aranhas... Isso demonstra como o sentido do nome “medo” pode se alterar de acordo com o seu complemento.

Exemplos de complemento nominal

Complemento nominal do substantivo

Nestes casos, os complementos se relacionam com os substantivos “consciência”, “leitura” e “saudade”.

  1. Você não tem consciência de nada.
  2. Você fez a leitura do manual?
  3. Será que ela sente saudade de mim?

Complemento nominal do adjetivo

Nestes exemplos, os complementos se relacionam com os adjetivos “fiel”, “consciente” e “tolerante”.

  1. Meu cachorro é completamente fiel a mim.
  2. Você está consciente da atual realidade?
  3. Ela é tolerante com a diversidade.

Complemento nominal do advérbio

Neste caso, os complementos se subordinam aos advérbios “longe”, “perto” e “contrariamente”.

  1. Fique longe dela!
  2. Não chegue perto das minhas coisas!
  3. O governante age contrariamente aos nossos interesses.

Há casos em que o elemento que complementa o nome é uma oração e não uma expressão (tal como “com a diversidade” ou “aos nossos interesses”). Esse tipo de oração - que recebe o nome de oração subordinada substantiva completiva nominal - cumpre o papel de complemento nominal de um termo da oração principal.

Exemplos:

  1. O governante agiu independentemente do que seus apoiadores diziam. (A oração em negrito complementa o advérbio "independentemente").
  2. O advogado está convicto de que seu cliente é inocente. (A oração em negrito complementa o adjetivo "convicto").
  3. Ela tem certeza de que ele não é a pessoa certa.(A oração em negrito complementa o substantivo "certeza").

Complemento nominal e complemento verbal

Complementos nominal e verbal são bem parecidos. A diferença é o termo com que o complemento se relaciona. No caso do nominal, o complemento se relaciona com um nome. No verbal, ele se relaciona com um verbo.

É muito comum que o termo complementado seja um verbo, não um nome. Assim, quando dizemos “Ele gostou dela”, o pronome “dela” é complemento verbal, pois se trata de uma extensão do verbo “gostou”.

Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (quando o verbo não exige preposição) e objetos indiretos (quando há necessidade de preposição).

Exemplo de objeto direto:

Eu li o texto inteiro. (O trecho em negrito é complemento do verbo "li").

Exemplo de objeto indireto:

Ela necessita de um bom fonoaudiólogo. (O trecho em negrito é complemento do verbo "necessita". Nesse caso, o verbo exige preposição: é transitivo indireto. Para completar o sentido do verbo, há o objeto indireto).

Diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal

Ambos os termos são bem parecidos e, por isso, podem ser confundidos. O complemento nominal integra ou altera o sentido de um nome. Já o adjunto adnominal é um termo da oração que cumpre a função de caracterizar um substantivo, cumprindo função adjetiva.

Os gramáticos Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante estabelecem duas diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal:

  1. O complemento nominal pode acompanhar substantivos, adjetivos e advérbios. Já o adjunto adnominal só acompanha substantivos.
  2. O complemento nominal indica o paciente (aquele que sofre a ação). Já o adjunto adnominal indica o agente (aquele que pratica a ação).

Tomemos como exemplo a seguinte frase: “As críticas do professor ao aluno restringiram-se a questões pontuais do texto”.

  • Sujeito: As críticas do professor ao aluno
  • Núcleo do sujeito: críticas
  • Complemento nominal: ao aluno
  • Adjunto adnominal: do professor

Vejamos mais exemplos de frases com adjuntos adnominais:

  1. Os planos do engenheiro eram excelentes. (O agente, “engenheiro”, é adjunto adnominal).
  2. A redação da Marília merece nota 10. (O agente, “Marília”, é adjunto adnominal).

Compare com os complementos nominais:

  1. Os investimentos em saúde foram abaixo do esperado naquele ano. (“Em saúde”, complemento do substantivo “investimentos”, é paciente; portanto, complemento nominal).
  2. A execução do trabalho foi mais rápida do que imaginávamos. (“Do trabalho”, paciente, é complemento do substantivo “execução”).

Veja o artigo definido e indefinido.

Formado em Ciências Sociais (FFLCH-USP), Carlos é mestre em Estudos Portugueses, com especialização em Literatura Portuguesa Contemporânea. É escritor e dá aulas de Redação e Sociologia na Educação Básica desde 2007.

Teste seus conhecimentos sobre o complemento nominal, termo integrante da oração que completa o sentido de um nome.

Questão 1

Destaque o complemento nominal das orações abaixo:

a) A notícia da morte espalhou-se depressa.

b) Ela tem saudades de mim.

c) Você tem receio daquele desvairado?

d) Tenho certeza de que seremos contratados.

Questão 2

Relacione as colunas de acordo com a classe gramatical a que o núcleo do complemento verbal pertence:

a) Ela estava consciente de tudo.

b) A vitória de um foi a alegria do grupo.

c) O medo de que fosse assaltada mantinha-a em casa.

d) Eles têm admiração pelo pai.

( ) substantivo

( ) pronome

( ) numeral

( ) oração

Questão 3

(Banespa) Assinale a alternativa em que o termo grifado é complemento nominal:

a) ( ) A enchente alagou a cidade.

b) ( ) Precisamos de mais informações.

c) ( ) A resposta ao aluno não foi convincente.

d) ( ) O professor não quis responder ao aluno.

e) ( ) Muitos caminhos foram abertos pelos bandeirantes.

Questão 4

(UEPG-PR) A oração que apresenta complemento nominal é:

a) ( ) Os pobres necessitam de ajuda.

b) ( ) Sejamos úteis à sociedade.

c) ( ) Os homens aspiram à paz.

d) ( ) Os pedidos foram feitos por nós.

e) ( ) A leitura amplia nossos conhecimentos.

Resposta - Questão 1

a) A notícia da morte espalhou-se depressa.

b) Ela tem saudades de mim.

c) Você tem receio daquele desvairado?

d) Tenho certeza de que seremos contratados.

Resposta - Questão 2

Resposta - Questão 3

Resposta - Questão 4

Complemento nominal

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O complemento nominal é um termo integrante da oração, cuja função é completar o sentido de um nome (geralmente substantivos, mas também adjetivos ou até advérbios). É acompanhado de preposição e não deve ser confundido com complementos verbais nem com adjuntos adnominais.

Leia também: Como diferenciar o sujeito do vocativo? 

Resumo sobre complemento nominal

  • É um dos termos integrantes da oração.
  • Acompanha uma classe de nomes, geralmente substantivos (especialmente os substantivos abstratos), adjetivos ou advérbios.
  • Destaca-se por estar acompanhado de uma preposição, que liga o complemento nominal ao termo complementado por ele.
  • Tem a função de completar o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio.
  • Difere-se do complemento verbal, cuja função é completar o sentido de um verbo.
  • Difere-se do adjunto adnominal, cuja função é acompanhar um nome para especificá-lo. Todavia, o adjunto adnominal é um termo acessório, ou seja, não é indispensável como o complemento nominal.

Videoaula sobre complemento nominal

O que é complemento nominal?

O complemento nominal é um termo integrante da oração, ou seja, é um termo que, quando se faz presente no enunciado, é essencial para o seu entendimento, não podendo ser dispensado.

Como o próprio nome já indica, a função do complemento nominal é complementar o sentido de um nome, ou seja, de um substantivo, geralmente abstrato. O complemento nominal também pode completar o sentido de adjetivos ou de advérbios. Vejamos alguns exemplos:

  • O barulho dos vizinhos me incomoda.
  • O horário da reunião é sempre o mesmo.
  • Eu tenho orgulho de mim mesmo.
  • Você vive alheio a tudo.
  • Ela é alérgica à lactose.

Como identificar o complemento nominal na oração?

O complemento nominal costuma vir após o termo complementado por ele.

Além disso, o complemento nominal vem acompanhado de uma preposição, que faz a ponte entre o termo complementado e o próprio complemento. As preposições mais comuns que aparecem nesses casos são “de”, “a”, “em”, “com” e “por”, mas há outras possibilidades.

É bastante comum que o complemento nominal esteja completando o sentido de substantivos abstratos, embora não se limite a eles.

Observe mais alguns exemplos a seguir, e note quando algumas dessas características se repetem e quando há exceções:

  • O atraso do ônibus nos prejudicou.
  • A na conquista fez você chegar lá!
  • Moramos perto da igreja.
  • Exercitar-se regularmente faz bem à saúde.
  • Fico feliz com a sua felicidade.

Veja também: Quais são as funções sintáticas possíveis para o substantivo?

Diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal

O complemento nominal é um termo integrante da oração que se liga, por meio de preposição, a um nome para completar seu sentido, trazendo uma informação relevante e necessária para o enunciado.

O adjunto adnominal é um termo acessório da oração que acompanha um nome (não necessariamente com preposição), para especificá-lo ou modificá-lo. Em alguns casos, o adjunto adnominal não é estritamente necessário para que a oração seja entendida.

Complemento nominal:

O passeio de Rita foi demorado.

Adjunto adnominal:

O longo passeio fez muito bem.

Diferença entre complemento nominal e complemento verbal

O complemento nominal completa o sentido de nomes (substantivos, adjetivos, advérbios), estando ligado a eles por meio de uma preposição.

O complemento verbal completa o sentido de verbos. Pode ou não estar acompanhado de preposição, a depender da regência do verbo que acompanha:

  • Se não houver preposição, será chamado de objeto direto.
  • Se houver preposição, será chamado de objeto indireto.

Complemento nominal:

O passeio de Rita foi demorado.

Complemento verbal:

Rita saiu para passear.

Os termos integrantes da oração

A oração é composta de alguns termos, chamados termos integrantes, cuja função é complementar o sentido dos termos essenciais da oração (o sujeito e o predicado). São eles:

- Complemento nominal: completa o sentido de nomes.

Ex.: A limpeza de Hélio foi excelente!

- Complemento verbal: completa o sentido de verbos.

Ex.: Hélio limpou a casa.

- Agente da passiva: termo que indica quem praticou a ação, mas usando a voz passiva no enunciado.

Ex.: A casa foi limpa por Hélio.

Atenção! Alguns gramáticos consideram o agente da passiva um termo acessório da oração, e não um termo integrante.

Exercícios resolvidos sobre complemento nominal

Questão 1 - (FGV - adaptada)

O termo sublinhado que desempenha uma função diferente da dos demais, é

A) patentes de medicamentos.

B) desenvolvimento dos medicamentos.

C) lançamento comercial do produto.

D) distribuição de medicamentos.

E) tratamento do câncer.

Resolução

Alternativa A. Além de “patentes” não ser um substantivo abstrato (já que se trata de “certificados”), o termo “de medicamentos” indica posse, sendo, portanto, um adjunto adnominal. Nas demais alternativas, os termos grifados são complementos nominais, dado que completam o sentido de substantivos abstratos.

Questão 2 - (Acep – adaptada)

No sintagma “Como exemplo da necessidade de intervenção governamental”, encontram-se:

A) dois complementos nominais e um adjunto adnominal.

B) dois objetos indiretos e um adjunto adnominal.

C) um complemento nominal e dois adjuntos adnominais.

D) um objeto indireto e dois adjuntos adnominais.

E) um adjunto adnominal, um complemento nominal e um adjunto adverbial.

Resolução

Alternativa A. O termo “da necessidade” é complemento nominal do substantivo “exemplo”, e o termo “de intervenção” é complemento do substantivo “necessidade”. O adjetivo “governamental” é adjunto adnominal de “intervenção”.

Por Guilherme Viana
Professor de Gramática