Ao longo de sua história, o homem utilizou diferentes fontes de energia: a dos próprios músculos

Mais importante do que definir o que é energia, mesmo porque ela não tem definição, é entender a sua transformação. No decorrer do tempo a energia sempre vem passando por constantes transformações sem que houvesse perda ou ganho, ou seja, ela sempre se conservou.

Para podermos entender esse conceito, um exemplo bem simples é o de uma pessoa que levanta uma pedra e depois a deixa cair no chão. Quando a pedra é erguida até certa altura, a pessoa realizou trabalho. Esse trabalho se transforma em energia potencial e, durante a queda, essa energia potencial é transformada em energia cinética.

No impacto com o solo, veremos um aumento de temperatura da pedra e do próprio solo, ou seja, a energia cinética foi transformada em energia térmica. Durante todo o processo, vemos que a energia não foi perdida, inclusive no choque com o solo, pois, como dissemos, nesse momento ela se transformou em energia térmica.O princípio da conservação da energia é enunciado da seguinte forma:

"A energia não é criada nem destruída, mas transformada, com a sua quantidade total permanecendo sempre constante."

Energia solar

No transcorrer da história humana, sempre se procuraram fontes de energia de modo que elas pudessem ser utilizadas em benefício da civilização. Áreas da engenharia se especializaram na criação de equipamentos que pudessem transformar a energia de acordo com as nossas necessidades.

De todas as fontes de energia, a mais abundante é a energia solar e dela se originam outras fontes que utilizamos frequentemente. Por exemplo, a energia que vem dos combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, são de origem solar, pois é resultado da fotossíntese, um processo biológico que ocorre graças à incidência da radiação solar.

A energia elétrica gerada pelas usinas hidrelétricas que utilizamos no nosso dia a dia é, indiretamente, de origem solar. A radiação solar evapora a água, essa por sua vez se condensa e volta para o solo em forma de chuva. A água dessa chuva vai para os rios, fazendo funcionar as turbinas das usinas hidrelétricas que irão gerar a eletricidade.

Os ventos também são utilizados como fonte de energia. Eles surgem devido ao aquecimento desigual da superfície do planeta e, por isso, também são de origem solar. A energia eólica é responsável por 1% do consumo de energia nos EUA e, na Europa, mais de 14 mil megawatts são gerados por essa forma de energia, com destaque para Alemanha e a Dinamarca. Cabe salientar que a energia eólica é utilizada de maneira suplementar à energia gerada em larga escala, pois não existem maneiras de se controlar o vento.

Energia nuclear

Outra fonte de energia utilizada em larga escala em muitos países, como a França, a Súécia, a Bélgica e a Finlândia, é a energia nuclear. Essa forma de energia é obtida através da fissão do núcleo de certos elementos atômicos, como o Urânio e o Plutônio, e ocorrem no interior dos reatores das usinas nucleares.O processo de fissão consiste no bombardeio dos elementos citados por nêutrons lentos. O núcleo atômico, ao receber esse nêutron, divide-se em outros dois núcleos de massas muito parecidas. Junto com essa divisão há a liberação de dois ou três nêutrons. Esses nêutrons liberados, por sua vez, irão colidir com outros núcleos, provocando novas fissões nucleares, ocorrendo a reação em cadeia. Nos reatores nucleares, essa reação em cadeia é feita de maneira controlada.A consequência desse processo é a liberação de grande quantidade de energia. Essa energia é utilizada no aquecimento da água para a geração de vapor, que por sua vez, irá pôr em funcionamento as turbinas dos geradores de eletricidade das usinas.

A obtenção de energia por esse processo sempre tem tido grande resistência por parte opinião pública e um dos motivos é o subproduto dessas reações, que é conhecido como lixo atômico, um material radioativo cuja vida média pode chegar a milhares de anos. O problema a ser solucionado é o que fazer com esse material de modo que ele fique confinado em segurança por esse longo período de tempo.

Energia geotérmica

Abaixo da crosta terrestre existe uma fonte de calor proveniente da rocha liquida chamada de magma. A crosta do planeta flutua sobre esse magma que por vezes a atinge a superfície por meio de vulcões. Como o magma se encontra a altas temperaturas, a água se aquece e evapora ao entrar em contato com ele.Dessa ideia inicial vem a obtenção de energia elétrica através da energia geotérmica. Sabendo-se onde existem esses reservatórios de água e vapor, abrem-se buracos até eles, com o propósito de drenar esse vapor até as centrais elétricas.

Nessas centrais, o vapor passa pelas turbinas que irão gerar a eletricidade através de um gerador. O vapor em seguida é resfriado até condensar. A água proveniente dessa condensação é mandada para os subterrâneos onde se encontra a rocha quente para o reinício do ciclo.

A energia geotérmica é uma das formas mais limpas de energia, alem de quase não causar impacto algum no meio ambiente.

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Vestibulares de Norte a Sul

Testes

1. S (UEM-PR) Sobre fontes de energia e consumo energético global assinale o que estiver correto.

01) A indústria automobilística confirmou a supremacia do uso do petróleo no século XX. A maior produção mundial do petróleo concentra-se no hemisfério sul.

02) A produção de carvão mineral encontra-se principalmente no hemisfério norte, com alguma produção na Austrália e na África do Sul.

04) O gás natural deverá ter maior participação como fonte de energia, por suas vantagens econômicas e ambientais.

08) A crise que atinge algumas fontes de energias convencionais e a preocupação ambiental abriram caminhos para fontes alternativas como a biomassa, a energia eólica, a energia solar, a energia mareomotriz e a geotérmica.

16) A maior parte da eletricidade consumida no mundo é produzida em usinas hidrelétricas.

2. SE (Fatec-SP) As fontes de energia que utilizamos são chamadas de renováveis e não renováveis. As renováveis são aquelas que podem ser obtidas por fontes naturais capazes de se recompor com facilidade em pouco tempo, dependendo do material do combustível.

As não renováveis são praticamente impossíveis de se regenerarem em relação à escala de tempo humana. Elas utilizam-se de recursos naturais existentes em quantidades fixas ou que são consumidos mais rapidamente do que a natureza pode produzi-los.

A seguir, temos algumas formas de energia e suas respectivas fontes.


Formas de energia
Fontes
Solar Sol
Eólica Ventos
Hidráulica (usina hidrelétrica) Rios e represas de água doce
Nuclear Urânio
Térmica Combustíveis fósseis e carvão mineral
Maremotriz Marés e ondas do oceano

Assinale a alternativa que apresenta somente as formas de energias renováveis.

a) solar, térmica e nuclear.

b) maremotriz, solar e térmica.

c) hidráulica, maremotriz e solar.

d) eólica, nuclear e maremotriz.

e) hidráulica, térmica e nuclear.

3. NE (UFPB) Os recursos energéticos utilizados atualmente podem ser classificados de várias formas, sendo usual a distinção baseada na possibilidade de renovação desses recursos (renováveis e não renováveis), numa escala de tempo compatível com a expectativa de vida do ser humano.

Considerando o exposto e o conhecimento sobre o tema abordado, é correto afirmar:

a) O petróleo é uma fonte de energia renovável, pois novas descobertas, a exemplo do petróleo extraído do pré-sal, comprovam que é um recurso permanente e inesgotável.

b) O carvão mineral é uma fonte de energia renovável, pois a utilização de lenha para sua produção pode ser suprida através de projetos de reflorestamento.

c) O gás natural é uma fonte de energia renovável, pois é produzido concomitantemente ao petróleo, através de processos geológicos de duração reduzida, semelhantes à escala de tempo humana.

d) A biomassa é uma fonte de energia renovável, pois é produzida a partir do refino do petróleo, que é um recurso não renovável, mas pode ser reciclado.

e) A energia eólica é uma fonte de energia renovável, pois é produzida a partir do movimento do ar, o que a torna inesgotável.

4. NE (UFPE)

"Os recursos energéticos constituem um importante subsídio à expansão do capital, integrando o capital constante circulante. Nesse sentido, constituem ingredientes centrais da geoeconomia e da geopolítica do capitalismo contemporâneo. O petróleo representa papel proeminente dentro dessa matriz energética mundial, estando sempre em questão a ampliação do consumo e a capacidade de suporte das reservas petrolíferas existentes. A localização das suas principais reservas e estruturas de escoamento em áreas de instabilidade política, bem como o fator concorrencial desafiam pesquisas e estudos acerca do descobrimento e ou desenvolvimento de outras fontes alternativas de energia".

LINS, Hoyêdo N. Geoeconomia e geopolítica dos recursos energéticos na primeira década do século XXI.

Sobre as questões tratadas no texto, é correto afirmar que:

● as principais reservas de petróleo se encontram localizadas no Oriente Médio, em especial no Golfo Pérsico. Esse fato vincula a Guerra do Golfo em 1990

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com a energia, a geoeconomia, a geopolítica e a guerra no cenário mundial.

● a atualidade registra mudanças na espacialidade da acumulação de riqueza global, especialmente com o desempenho econômico da Índia e da China; isso repercute no aumento e na intensificação de consumo de recursos energéticos.

● o petróleo brasileiro da camada "pré-sal", fonte de intensas pesquisas geológicas, foi originado de materiais orgânicos depositados no subsolo oceânico, em terrenos magmáticos, ricos em hidrocarbonetos. Essa reserva de petróleo vai tornar o país autossuficiente em petróleo e gás natural.

● a justificativa para o predomínio da matriz energética contemporânea remete ao fato de que ela não exige uma ampla e complexa infraestrutura, tampouco articulações de interesses diversos.

● a Rússia exerce historicamente grande controle sobre as rotas de exportação dos recursos energéticos produzidos na Eurásia (Região do Cáucaso e Ásia Central), uma vez que partes do seu território funcionam como corredores em relação a ex-repúblicas soviéticas, tradicionais espaços de influência russa.

5. NE (Uern) Segundo dados do Banco Mundial, 1 estadunidense consome tanta energia quanto 2 europeus, 55 indianos e 900 nepaleses. Em outubro de 2011, a população mundial chegou à casa dos 7 bilhões de habitantes. Caso a população mundial continue crescendo pode-se

a) adotar o modelo de consumo do mundo desenvolvido, porque é totalmente voltado para a sustentabilidade.

b) causar preocupação, porque a pressão sobre os recursos naturais será muito alta, principalmente por parte das nações desenvolvidas.

c) adotar uma postura consumista, já que cada vez mais preocupa-se com as questões ambientais.

d) continuar consumindo, porque os produtos são biodegradáveis, não oferecendo nenhum risco para o ambiente.

6. NE (Uespi)

"O Brasil prepara parceria com a China para fabricar biocombustíveis na África, a exemplo do que já faz com os Estados Unidos e a Europa, e a produção deve ser totalmente voltada para o mercado chinês, afirma o diretor do Departamento de Energia do Ministério de Relações Exteriores, André Lago".

Folha de S.Paulo, edição on-line de 23/8/2010.

Sobre o tema dos biocombustíveis, é correto afirmar que:

1. a produção de biocombustíveis, de certa maneira, tem contribuído para a diminuição da produção de alimentos no mundo.

2. os biocombustíveis são utilizados em veículos, como, por exemplo, carros e caminhões, integralmente ou misturados com os chamados combustíveis fósseis.

3. o emprego do biodiesel, apesar de apresentar baixos índices de poluição do ar, deixa a economia dos países, sobretudo os subdesenvolvidos, mais dependentes dos produtores de petróleo.

4. os biocombustíveis, produzidos em larga escala e com emprego de tecnologia moderna, geram um custo de produção muito mais elevado do que os derivados de petróleo.

5. a utilização de biocombustíveis apresenta a vantagem de ser uma fonte de energia renovável, ao contrário dos combustíveis fósseis, a exemplo do carvão mineral, do óleo diesel e da gasolina.

Estão corretas apenas:

a) 1 e 2.

b) 3 e 5.

c) 1, 2 e 5.

d) 1, 3 e 4.

e) 2, 3, 4 e 5.

7. NE (UFPE) Ao longo de sua história, o homem utilizou diferentes fontes de energia: a dos próprios músculos, o fogo, a tração animal e tantas outras formas. Foi a partir do século XVIII que ele passou a usar as chamadas fontes de energia modernas. Com relação a esse assunto, analise as proposições a seguir.

● O carvão mineral foi a fonte de energia que exerceu importante papel na Primeira Revolução Industrial, mantendo-se como fonte de energia básica até a primeira metade do século XX, quando foi suplantado pelo petróleo.

● Para muitos estudiosos, uma fonte alternativa de energia para o século XXI, abundante nas áreas de clima tropical e subtropical, é a hulha.

● A descoberta recente, pela Petrobras, de grandes reservas de petróleo e gás natural, no campo de Tupi, na bacia de Santos, poderá, segundo o Governo brasileiro, tornar o país um grande exportador de petróleo. Contudo, essa reserva localiza-se em uma profundidade ainda não explorada economicamente pela empresa.

● A região da Bretanha, na França, em função da pouca amplitude das marés, faz uso de uma fonte de energia renovável, representada pelos ventos.

● Além da cana-de-açúcar, outras fontes da biomassa tropical podem ser utilizadas para a produção de combustíveis para motores, a exemplo do dendê, da mamona, do babaçu, da celulose, entre outros.



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Ao longo de sua história, o homem utilizou diferentes fontes de energia: a dos próprios músculos
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3ª edição

SÃo PAULo · 2016

2

Diretoria editorial

Lidiane Vivaldini Olo

Gerência editorial

Luiz Tonolli

Editoria de Ciências Humanas

Heloisa Pimentel

Edição


Rosimar Alves do Rosário, Fabíola Nunes, Lucas Abrami, Mariana Renó Faria (estag.)

Gerência de produção editorial

Ricardo de Gan Braga

Arte


Andréa Dellamagna (coord. de criação), Erik TS (progr. visual de capa e miolo), Claudio Faustino (coord.), Yong Lee Kim (edição), Luiza Massucato (assist.) e Lima Estúdio Gráfico (diagram.)

Revisão


Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Rosângela Muricy (coord.), Ana Curci, Heloísa Schiavo, Paula Teixeira de Jesus, Patrícia Travanca, Vanessa de Paula Santos, Brenda Morais e Gabriela Miragaia (estagiárias)

Iconografia

Sílvio Kligin (superv.), Denise Durand Kremer (coord.), Carlos Luvizari e Evelyn Torrecilla (pesquisa), Cesar Wolf e Fernanda Crevin (tratamento de imagem)

Ilustrações

Allmaps, A. Robson, Cassiano Röda, Filipe Rocha, Gerson Mora, Rubens Paiva e Sattu

Cartografia

Alexandre Bueno, Eric Fuzii, Julio Dian, Loide Edelweiss Iizuka, Marcelo Seiji Hirata e Portal de Mapas

Foto da capa: Cerimônia com monges budistas em Bangcoc, Tailândia. Gavin Gough/Getty Images

Protótipos

Magali Prado

Direitos desta edição cedidos à Editora Scipione S.A.

Avenida das Nações Unidas, 7221, 1º andar, Setor D

Pinheiros - São Paulo - SP - CEP 05425-902

Tel.: 4003-3061

www.scipione.com.br /

2016

ISBN 978852629917 7 (AL)

ISBN 978852629918 4 (PR)

Cód. da obra CL 713372

CAE 566765 (AL) / 566766 (PR)

3ª edição

1ª impressão

Impressão e acabamento



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Balança comercial: resultado do comércio exterior de mercadorias. Se o valor das exportações supera o das importações, temos saldo positivo ou superavit; quando o resultado é negativo, temos deficit.

Balanço de pagamentos: soma de todas as transações econômicas realizadas por um país. Contém os resultados da balança comercial (exportações e importações), da balança de serviços (viagens, transportes, seguros, lucros e dividendos, juros, royalties, assistência técnica, etc.), dos investimentos, dos empréstimos, etc.

Fim do glossário.

LEGENDA: Na foto, rua Quinze de Novembro, centro financeiro de São Paulo (SP), em 1922.

FONTE: Acervo Iconographia/Reminiscências

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Pensando no Enem

● Os textos a seguir relacionam-se a momentos distintos da nossa história.

A integração regional é um instrumento fundamental para que um número cada vez maior de países possa melhorar a sua inserção num mundo globalizado, já que eleva o seu nível de competitividade, aumenta as trocas comerciais, permite o aumento da produtividade, cria condições para um maior crescimento econômico e favorece o aprofundamento dos processos democráticos.

A integração regional e a globalização surgem assim como processos complementares e vantajosos.

"Declaração de Porto", VIII Cimeira Ibero-Americana, Porto, Portugal, 17 e 18 de outubro de 1998.

Um considerável número de mercadorias passou a ser produzido no Brasil, substituindo o que não era possível ou era muito caro importar. Foi assim que a crise econômica mundial e o encarecimento das importações levaram o governo Vargas a criar as bases para o crescimento industrial brasileiro.

POMAR, W. Era Vargas - a modernização conservadora.

É correto afirmar que as políticas econômicas mencionadas nos textos são:

a) opostas, pois, no primeiro texto, o centro das preocupações são as exportações e, no segundo, as importações.

b) semelhantes, uma vez que ambos demonstram uma tendência protecionista.

c) diferentes, porque, para o primeiro texto, a questão central é a integração regional e, para o segundo, a política de substituição de importações.

d) semelhantes, porque consideram a integração regional necessária ao desenvolvimento econômico.

e) opostas, pois, para o primeiro texto, a globalização impede o aprofundamento democrático e, para o segundo, a globalização é geradora da crise econômica.




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24

Atividades

Compreendendo conteúdos

1. Qual foi a influência do ciclo do café no processo de industrialização brasileiro?

2. Analise resumidamente a política industrial do governo de Getúlio Vargas em seus dois períodos.

3. Sobre o Plano de Metas introduzido pelo governo de Juscelino Kubitschek:

a) Indique suas principais características.

b) Discuta as principais consequências desse plano para a economia brasileira.

4. Explique resumidamente o que foi o "milagre econômico" e a política industrial efetivada pelo regime militar.

Desenvolvendo habilidades

5. Como vimos, a industrialização promove uma série de transformações na economia e na sociedade das regiões onde as fábricas são criadas. Observe a pintura ao lado, de Tarsila do Amaral, e escreva um pequeno texto destacando as mudanças que a industrialização provoca na organização do espaço urbano.

LEGENDA: A Gare. 1925. Tarsila do Amaral. Óleo sobre tela, 84,5 cm x 65 cm. Coleção particular, São Paulo, SP.

FONTE: Reprodução/Cedida por Tarsila do Amaral Empreendimentos Culturais.

6. Observe a fotografia abaixo. Ela retrata as condições de moradia de parcela da população urbana no início do século XX. Com base nela, elabore um texto relatando as condições de vida do trabalhador urbano naquele período. Para a composição do texto:

● Utilize elementos da fotografia para exemplificar essas condições.

● Considere a situação de subemprego a que muitas pessoas estavam submetidas e o papel do poder público na realização de investimentos em moradia popular.

● Conclua, respondendo: a realidade mostrada na foto permanece até os dias de hoje ou foi solucionada?

LEGENDA: Cortiço no Rio de Janeiro no começo do século XX.

FONTE: Augusto Malta/arquivo da editora

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Rendimento médio mensal real do trabalho principal - 1993-2014
Ano
Pessoas com 15 anos ou mais de idade, com rendimento (R$)
1993 742
1995 983
1997 967
1999 886
2001 800
2003 834
2005 922
2007 1019
2009 1003
2011 1241
2012 1361
2013 1516
2014 1785

Adaptado de: IBGE. Séries estatísticas e séries históricas; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2013. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 9 mar. 2016.

Fim do complemento.

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2. Estrutura e distribuição da indústria brasileira

"Não sou especialista em Brasil, mas uma coisa estou habilitado a dizer: não creiam que mão de obra barata ainda seja uma vantagem."

Peter Drucker (1909-2005), administrador que influenciou o meio acadêmico e empresarial com suas teorias.

Em 2013, a atividade industrial era responsável por 28% do PIB brasileiro. Segundo o IBGE (Pesquisa Industrial Anual - Empresa), as atividades mais importantes nesse ano e responsáveis por quase 67% do total do valor da transformação industrial do país foram:

FONTE: Adaptado de: IBGE. Pesquisa Industrial Anual - Empresa 2013. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 10 mar. 2016.

LEGENDA: 18% fabricação de produtos alimentícios e bebidas

FONTE: Monticello/Shutterstock/Glow Images

LEGENDA: 14% derivados de petróleo e biocombustíveis

FONTE: Caroline Abou Safi/Shutterstock/Glow Images

LEGENDA: 9% fabricação de veículos automotores

FONTE: Christophe Simon/Agência France-Presse

LEGENDA: 9% produtos químicos e farmacêuticos

FONTE: Didecs/Shutterstock/Glow Images

LEGENDA: 8% metalurgia e produtos de metal

FONTE: Fotovika/Shutterstock/Glow Images

LEGENDA: 7% máquinas/equipamentos e materiais elétricos

FONTE: Caroline Abou Safi/Shutterstock/Glow Images

LEGENDA: 2% informática, eletrônicos e ópticos

FONTE: Creative Crop/Photodisc/Getty Images

Seguindo tendência mundial, o parque industrial se modernizou e ganhou impulso com a instalação de diversos parques tecnológicos (ou tecnopolos) espalhados pelo país, que estimulam a parceria entre as universidades, as instituições de pesquisa e as empresas privadas, buscando maior competitividade e desenvolvimento de produtos.

No Brasil, há parques tecnológicos em todas as regiões, somando 94 espalhados pelo país (em 2013 - 28 em operação, 28 em fase de implantação e 38 em fase de projeto). Os principais estão localizados em:

· Sudeste: São Paulo, Campinas e São José dos Campos (SP); Santa Rita do Sapucaí e Viçosa (MG) e Rio de Janeiro (RJ);

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· Nordeste: Recife (PE) - veja imagem no fim da página; Fortaleza (CE); Campina Grande (PB) e Aracaju (SE);

· Sul: Porto Alegre (RS); Florianópolis (SC) e Cascavel (PR);

· Centro-Oeste: Brasília (DF);

· Norte: Manaus (AM) e Belém (PA).

Alguns aspectos positivos da dinâmica atual da indústria brasileira que se destacam:

· grande potencial de expansão do mercado interno, com desconcentração de produção e consumo;

· o aumento na produtividade;

· a melhora da qualidade dos produtos.

Consulte a indicação do site da Anprotec. Veja orientações na seção Sugestões de leitura, filmes e sites.

A indústria ainda enfrenta, porém, vários problemas que aumentam os custos e dificultam a maior participação no mercado externo, como:

· preço elevado da energia elétrica;

· flutuação cambial: quando o dólar está alto frente ao real favorece as exportações de produtos industrializados, porque os exportadores recebem mais, em reais, por unidade vendida. Porém, encarece as importações de máquinas e equipamentos para as indústrias; quando o dólar está baixo, acontece o contrário, encarece as exportações, mas barateia as importações;

· problemas de logística, como deficiências e altos preços nos transportes;

· baixo investimento público e privado em desenvolvimento tecnológico;

· insuficiente qualificação da força de trabalho;

· elevada carga tributária;

· barreiras tarifárias e não tarifárias impostas por outros países à importação de produtos brasileiros.

Glossário:




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Desenvolvendo habilidades

5. Observe a charge e reveja os gráficos da página 29. Depois, escreva um texto argumentando a favor da ideia central desta charge ou contra ela.

FONTE: Charges Bruno. Disponível em: http://chargesbruno.blogspot.com.br/2012/10/. Acesso em: 7 jul. 2017.

CRÉDITO: © Bruno/Acervo do artista

6. Leia novamente o texto "Como a inflação concentra renda", na página 34, relacione-o ao gráfico das taxas mensais de inflação (página 32) e explique quais são as consequências da inflação sobre:

a) o poder aquisitivo da população;

b) a distribuição da renda nacional entre as classes sociais.




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CAPÍTULO 3: Produção mundial de energia

LEGENDA: Entre as torres de transmissão podemos observar o receptor de energia solar no deserto de Mojave, na Califórnia (Estados Unidos), em 2014. Ele capta a energia solar refletida por milhares de espelhos localizados ao seu redor (veja ilustração na página 67). As fontes alternativas de energia vêm ganhando espaço na matriz mundial.

FONTE: Ashley Cooper/Corbis/Latinstock

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Consulte a indicação de leitura das obras Energia alternativa: solar, eólica, hidrelétrica e de biocombustíveis e Energia e meio ambiente. Veja orientações na seção Sugestões de leitura, filmes e sites.

O início do século XXI vem sendo marcado por maiores investimentos dos países no desenvolvimento de fontes menos poluentes de energia. Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em 2015, os investimentos em energias renováveis somaram 286 bilhões de dólares, correspondendo a mais do que o dobro dos valores investidos em energias como carvão mineral e gás natural naquele ano. Desde 2004, estima-se que foram investidos 2,3 trilhões de dólares em energias alternativas.

Em 2015, as fontes renováveis geraram 134 gigawatts, equivalendo a 54% de toda a potência energética adicional produzida naquele ano. A produção de energia limpa evitou a liberação de 1,5 gigatonelada de gás carbônico na atmosfera. Apesar disso, a sociedade atual ainda se baseia nos combustíveis fósseis, energia que pode se esgotar e é altamente poluente.

Neste capítulo, vamos estudar as principais fontes de energia utilizadas atualmente para entendermos algumas questões: qual é a importância estratégica das fontes de energia para a economia, a sociedade e o ambiente? Qual foi a importância do petróleo e do carvão mineral ao longo do século XX e qual é o papel desses combustíveis no mundo atual? Por que o uso da biomassa vem crescendo? Quais são as principais formas de obtenção de eletricidade e quais suas vantagens e desvantagens? Qual é o papel das fontes alternativas e da energia nuclear no mundo atual?

Glossário:

Biomassa: matéria orgânica de origem vegetal ou animal (esterco, cana-de-açúcar, lenha, plantas ou mesmo resíduos agrícolas, como palha de milho ou bagaço da cana, etc.) que possibilita a obtenção de energia.

Fim do glossário.

LEGENDA: Barragem da usina hidrelétrica de Três Gargantas, no rio Yang-Tsé, província de Hubei (China), em 2013. Esse é o mais longo rio chinês e a usina é a maior do mundo em energia gerada.

FONTE: Wen Zhenxiao/Xinhua/Agência France-Presse



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Carvão mineral e gás natural

O gás natural e o carvão mineral ocupavam, em 2013, respectivamente, a segunda e a quarta posições no consumo mundial de energia: o gás natural supria cerca de 15% da necessidade de energia mundial, e o carvão mineral, pouco mais de 11%. Isso significa que aproximadamente um quarto da energia elétrica produzida no planeta era obtida de usinas que utilizavam carvão mineral ou gás natural como fonte primária de energia.

Entre as fontes de recursos energéticos fósseis, o carvão mineral é a mais abundante, principalmente nos países do hemisfério norte. Além disso, segundo estimativas, quando o petróleo se esgotar, as reservas de carvão ainda terão uma vida útil muito longa. Isso o torna hoje o substituto imediato do petróleo em situação de crise e aumento de preço.

Observe a tabela abaixo.



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Energia geotérmica e maremotriz

O grau geotérmico corresponde ao número de metros necessários, no interior da crosta terrestre, para que a temperatura aumente um grau centígrado (ºC). Esse gradiente depende de vários fatores, mas na camada superior da crosta terrestre a temperatura aumenta, em média, 1 ºC a cada 30 metros de profundidade.

Em alguns países, com destaque ao Japão, Nova Zelândia, Itália e Canadá, há regiões em que a água sai da Terra em estado de vapor, com temperaturas muito elevadas, possibilitando canalizá-lo para movimentar as turbinas de uma usina termelétrica e gerar eletricidade.

Também é possível gerar eletricidade aproveitando o movimento das marés, das correntes marítimas e das ondas. Embora a energia do mar seja inesgotável, renovável e não poluente, as tecnologias disponíveis para seu aproveitamento ainda não proporcionaram condições de exploração com preço competitivo.

LEGENDA: Vista aérea da usina geotérmica próxima a Nairóbi (Quênia), 2014. Esse tipo de energia é considerado menos poluente do que a queima de combustíveis fósseis.

FONTE: Noor Khamis/Reuters/Latinstock

Fim do complemento.




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1. Panorama do setor energético no Brasil

O potencial energético no Brasil é privilegiado, se comparado ao de muitos outros países. A utilização de fontes renováveis, como o aproveitamento hidrelétrico, e a obtenção de energia a partir da biomassa são expressivas. Já a produção de petróleo e gás natural, fontes não renováveis, tem aumentado gradualmente. Observe o gráfico 1.

FONTE: Adaptado de: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Balanço Energético Nacional 2015: ano-base 2014. Disponível em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2015.pdf; INTERNATIONAL ENERGY AGENCY (IEA). Key World Energy Statistics 2015. Disponível em: www.iea.org/publications/freepublications/publication/KeyWorld_Statistics_2015.pdf. Acessos em: 10 abr. 2016

Desde o início da década de 1980, a tendência é a redução da dependência externa de energia no Brasil, apesar do crescimento do consumo, principalmente depois de fins dos anos 1990. Observe o gráfico 2.

FONTE: Adaptado de: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Balanço Energético Nacional 2015: ano-base 2014. Disponível em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2015.pdf. Acesso em: 10 abr. 2016.

CRÉDITO: Gráficos: A. Robson/Arquivo da editora

Em 2014, o Brasil importou 12,7% do total da energia consumida no país. As principais importações foram de petróleo, carvão mineral e gás natural. Para que o Brasil atinja a autossuficiência energética, são necessários investimentos na produção, na transmissão e na distribuição de energia, além de modernizar a produção industrial e os sistemas de transporte - urbano e de cargas - visando à diminuição de consumo de energia nesses setores.

Como vimos, quase 40% do consumo total da energia gerada no Brasil provém de fontes renováveis: hidráulica, lenha, carvão vegetal, produtos da cana-de-açúcar, além de outras, como gás obtido em aterros sanitários, subprodutos de plantações diversas, etc. É o que se observa nos gráficos 3 e 4.

FONTE: Adaptado de: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Balanço Energético Nacional 2015: ano-base 2014. Disponível em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2015.pdf. Acesso em: 10 abr. 2016.

FONTE: Adaptado de: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Balanço Energético Nacional 2015: ano-base 2014. Disponível em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2015.pdf. Acesso em: 10 abr. 2016.

* Os dados do Brasil são de 2014 e os demais, de 2013.




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Pensando no Enem

1. O potencial brasileiro para gerar energia a partir da biomassa não se limita a uma ampliação do Proálcool. O país pode substituir o óleo diesel de petróleo por grande variedade de óleos vegetais e explorar a alta produtividade das florestas tropicais plantadas. Além da produção de celulose, a utilização da biomassa permite a geração de energia elétrica por meio de termelétricas a lenha, carvão vegetal ou gás de madeira, com elevado rendimento e baixo custo. Cerca de 30% do território brasileiro é constituído por terras impróprias para a agricultura, mas aptas à exploração florestal. A utilização de metade dessa área, ou seja, de 120 milhões de hectares, para a formação de florestas energéticas, permitiria produção sustentada do equivalente a cerca de 5 bilhões de barris de petróleo por ano, mais que o dobro do que produz a Arábia Saudita atualmente.

VIDAL, José Walter Bautista. Desafios internacionais para o século XXI. Seminário da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, ago. 2002. (Adaptado).

Para o Brasil, as vantagens da produção de energia a partir da biomassa incluem:

a) implantação de florestas energéticas em todas as regiões brasileiras com igual custo ambiental e econômico.

b) substituição integral, por biodiesel, de todos os combustíveis fósseis derivados do petróleo.

c) formação de florestas energéticas em terras impróprias para a agricultura.

d) importação de biodiesel de países tropicais, em que a produtividade das florestas seja mais alta.

e) regeneração das florestas nativas em biomas modificados pelo homem, como o Cerrado e a Mata Atlântica.



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Atividades

Compreendendo conteúdos

1. Por que foram criadas as agências reguladoras (ANP, Aneel, ANTT, Antaq)?

2. Quais foram as estratégias utilizadas pelo governo brasileiro para enfrentar as crises de petróleo de 1973 e de 1979?

3. Comente a participação da termeletricidade na matriz energética brasileira.

4. Relacione os aspectos ambientais e socioeconômicos referentes ao consumo de etanol e de biodiesel como combustível.

5. Quais as consequências da implantação do sistema rodoviário como principal meio de transporte de cargas e passageiros no Brasil?



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Dicionários

BAUD, P. et al. Dicionário de Geografia. Lisboa: Plátano, 1999.

BOBBIO, N. et al. Dicionário de Política. 7ª ed. Brasília: Ed. da UnB, 1995. 2 v.

CNPq; FINEP; ACIESP. Glossário de Ecologia. São Paulo: Aciesp, 1997.

DUROZOI, G.; ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. 2ª ed. Campinas: Papirus, 1996.

288

LACOSTE, Y. De la géopolitique aux paysages: dictionnaire de la geographie. Paris: Armand Colin, 2009.

LÉVY, J.; LUSSAULT, M. (Dir.). Dictionnaire de la Geographie. Paris: Belin, 2009.

MOTTA, M. (Org.). Dicionário da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

SANDRONI, P. Dicionário de Economia do século XXI. 4ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.

Periódicos

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (ANP). Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2015. Disponível em: www.anp.gov.br/?pg=76798&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&1460456023552.

BRITISH PETROLEUM (BP). BP Statistical Review of World Energy 2015. Disponível em: www.bp.com/content/dam/bp/pdf/energy-economics/statistical-review-2015/bp-statistical-review-of-world-energy-2015-fullreport.pdf.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Boletim estatístico: jan. 2016. Disponível em: www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Balanço Energético Nacional 2015: ano-base 2014. Disponível em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2015.pdf.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO). Statistical Pocketbook 2015. World Food and Agriculture. Disponível em: www.fao.org/3/a-i4691e.pdf.

FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (UNFPA). Situação da população mundial 2015. Abrigo da tempestade: uma agenda transformadora para mulheres e meninas em um mundo propenso a crises. Disponível em: www.unfpa.org.br/Arquivos/swop2015.pdf.

GLOBALIZATION AND WORLD CITIES (GaWC). The World According to GaWC 2012. Loughborough, jan. 2014. Disponível em: www.lboro.ac.uk/gawc/world2012t.html.

GLOBAL WINDENERGY COUNCIL. Global Wind Report 2014. Disponível em: www.gwec.net/wp-content/uploads/2015/03/GWEC_Global_Wind_2014_Report_LR.pdf.

IBGE. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, 1994 a 2012. v. 54 a 72.

_______. Censo agropecuário 2006. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/51/agro_2006.pdf.

_______. Censo demográfico 2010. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php?lang=.

_______. Indicadores de desenvolvimento sustentável 2015. Rio de Janeiro, 2015.

_______. Perfil dos municípios brasileiros 2013. Rio de Janeiro. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Perfil_Municipios/2013/munic2013.pdf.

_______. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2015. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=149.

______. Regiões de influência das cidades, 2007. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: www.ibge.gov.br.

______. Síntese de Indicadores Sociais 2015: uma análise das condições de vida da população brasileira. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=295011.

INTERNATIONAL ENERGY AGENCY (IEA). Key World Energy Statistics 2015. Disponível em: www.iea.org/publications/freepublications/publication/KeyWorld_Statistics_2015.pdf.

INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION (ILO). Global Employment Trends 2014: the Risk of a Jobless Recovery. Disponível em: www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/---publ/documents/publication/wcms_233953.pdf.

LA AGENCIA DE LA ONU PARA LOS REFUGIADOS (ACNUR). Tendencias Globales: desplazamiento forzado en 2014. Disponível em: www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/Publicaciones/2015/10072.pdf?view=1.

MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Balanço energético nacional 2015. Disponível em: www.mme.gov.br.

ORGANIZATION OF THE PETROLEUM EXPORTING COUNTRIES (OPEC). Annual Statistical Bulletin 2015. Disponível em: www.opec.org/opec_web/static_files_project/media/downloads/publications/ASB2015.pdf.

RECEITA FEDERAL. Carga tributária no Brasil 2014: análise por tributos e bases de incidência. Disponível em: http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/29-10-2015-carga-tributaria-2014.

THE MORI MEMORIAL FOUNDATION. Institute for Urbans Strategies. Global Power City Index 2013. Tokyo, oct. 2013. Disponível em: www.mori-m-foundation.or.jp/english/research/project/6/pdf/GPCI-2013Summary_E.pdf.

UNITED NATIONS (UN). Department of Economic and Social Affairs/Population Division. World Urbanization Prospects: the 2014 Revision, Highlights. New York, 2014. Disponível em: http://esa.un.org/unpd/wup/Highlights/WUP2014-Highlights.pdf.

______. Human Settlements Programme (UN-Habitat). State of the World's Cities 2012/2013. Nairobi: UN-Habitat, 2012. Disponível em: http://mirror.unhabitat.org/pmss/listItemDetails.aspx?publicationID=3387.

______. International Migration Report 2015: Highlights. Disponível em: www.un.org/en/development/desa/population/migration/data/estimates2/estimates15.shtml.

______. Office on Drugs and Crime. Global Study on Homicide 2013. Vienna: UNODC, 2013. Disponível em: www.unodc.org/documents/gsh/pdfs/2014_GLOBAL_HOMICIDE_BOOK_web.pdf.

______. World Economic Situation Prospects 2016. Disponível em: www.un.org/en/development/desa/policy/wesp/wesp_current/2016wesp_ch1_en.pdf.

______. World Population Prospects 2015. Disponível em: http://esa.un.org/unpd/wpp/publications/files/key_findings_wpp_2015.pdf.

UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME (UNDP). Human Development Report 2015. New York, 2015.

WAISELFISZ, J. J. Mapa da violência 2014: homicídios e juventude no Brasil. Brasília: Secretaria-geral da Presidência da República, 2014.

WORLD BANK. World Development Indicators 2015. Disponível em: http://data.worldbank.org/news/release-of-world-development-indicators-2015.

Acessos em: 3 maio 2016.

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Sugestões de leitura, filmes e sites

Livros

ABC do desenvolvimento urbano

Marcelo Lopes de Souza. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

Livro de divulgação científica voltado a pessoas leigas com o intuito de qualificá-las para o debate sobre a cidade e os problemas urbanos, discussão da qual todos os cidadãos devem participar e não apenas os especialistas.

África e Brasil africano

Marina de Mello e Souza. 3 ed. São Paulo: Ática, 2012.

A professora aborda o que existe de africano no Brasil, além de descrever e analisar esse continente. Obra de referência para quem busca reconhecer uma face da História do Brasil que ainda precisa ser entendida.

Agricultura sustentável

Araci Kamiyama. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente,

2011. Disponível em: www.ambiente.sp.gov.br/wp-content/uploads/publicacoes/sma/13-AgriculturaSustentavel.pdf.

A obra apresenta um breve histórico da evolução das técnicas agrícolas, da agricultura sustentável e da agroecologia, entre outros temas.

A industrialização brasileira

Sonia Mendonça. São Paulo: Moderna, 1997. (Polêmica).

Essa obra analisa o processo de industrialização brasileira desde sua proibição na era colonial até o período da ditadura militar (1964-1985), refletindo sobre o papel do Estado nesse processo.

Economia brasileira

Antonio Correia de Lacerda (Org.). 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

Analisa a evolução histórica da economia brasileira do período colonial, a expansão cafeeira, o processo de substituição de importações, desde as origens do processo de industrialização até o II Plano Nacional de Desenvolvimento.

Energia alternativa: solar, eólica, hidrelétrica e de biocombustíveis

Marek Walisiewicz. São Paulo: Publifolha, 2008. (Coleção Mais Ciência).

Livro bem ilustrado que analisa as fontes alternativas de energia, considerando seus aspectos econômicos, ambientais e políticos.

Energia e meio ambiente

Samuel Murgel Branco. São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Polêmica).

Analisa a importância da energia para a sociedade, sua disponibilidade na natureza, as fontes alternativas, os combustíveis fósseis e os problemas ambientais, entre outros temas.

História das mulheres no Brasil

Mary Del Priori (Org.). São Paulo: Contexto, 2004.

A obra apresenta como nasciam, viviam e morriam as mulheres desde o Brasil colonial. Aborda diversos extratos sociais e os mais diferentes espaços.

História dos índios no Brasil

Manuela Carneiro da Cunha (Org.). 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/Fapesp, 1998.

Coletânea de artigos sobre a história e a política indígenas. Na introdução, a organizadora faz uma interessante análise, considerando a população indígena um agente histórico, rompendo com a visão tradicional de que eles foram agentes passivos dos eventos protagonizados pelos europeus.

O futuro das cidades

Julio Moreno. São Paulo: Senac, 2002. (Ponto Futuro, n. 11).

Analisa a cidade de diversas perspectivas - na História, ao longo do século XX, a autossustentável, a digital - e a reforma urbana no Brasil. Apresenta também um pequeno glossário.



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3.

Texto I

A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas.

Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Texto II

O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária.

LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolítico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à

a) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês.

b) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo.

c) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.

d) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico.

e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.

4. Uma empresa norte-americana de bioenergia está expandindo suas operações para o Brasil para explorar o mercado de pinhão manso. Com sede na Califórnia, a empresa desenvolveu sementes híbridas de pinhão manso, oleaginosa utilizada hoje na produção de biodiesel e de querosene de aviação.

MAGOSSI, E. O Estado de São Paulo. 19 maio 2011 (adaptado).

A partir do texto, a melhoria agronômica das sementes de pinhão manso abre para o Brasil a oportunidade econômica de

a) ampliar as regiões produtoras pela adaptação do cultivo a diferentes condições climáticas.

b) beneficiar os pequenos produtores camponeses de óleo pela venda direta ao varejo.

c) abandonar a energia automotiva derivada do petróleo em favor de fontes alternativas.

d) baratear cultivos alimentares substituídos pelas culturas energéticas de valor econômico superior.

e) reduzir o impacto ambiental pela não emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera.



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Questões

13. SE (Fuvest-SP)

Pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários (2006)


Localidade
Total de pessoal ocupado
Mão de obra familiar
Empregados contratados
Brasil 16367633 12810591 (78,3%) 3557042 (21,7%)
Estado de São Paulo 828492 416111 (50,2%) 412381 (49,8%)
Estado do Rio Grande do Sul 1219511 1071709 (87,9%) 147802 (12,1%)

Adaptado de: IBGE, Censo Agropecuário - Agricultura familiar 2006.

Com base na tabela e em seus conhecimentos:

a) Analise a presença de mão de obra familiar nos Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul, relacionando-a com as atividades agropecuárias predominantes em cada um deles.

b) Tendo em vista o fato de que a mão de obra familiar é majoritária no Brasil, analise os dados de pessoal ocupado nos estabelecimentos rurais no Estado de São Paulo, considerando as transformações agrárias ocorridas, nesse estado, a partir dos anos 1950.

14. SE (Unicamp-SP)

O mundo chegou a sete bilhões de pessoas em 2011. Nossa espécie já ocupa tanto espaço, com plantações, cidades, estradas, poluição e lixo que, para alguns cientistas, entramos em um novo período geológico, o Antropoceno. As atividades humanas já seriam a força mais relevante para moldar a superfície da Terra. Alimentar e dar conforto a toda essa gente pode exaurir os recursos naturais.

Adaptado de: O planeta dos humanos. Época. São Paulo: Globo, 6 jun. 2011. p. 87. (População).

a) Aponte duas explicações para a maior disponibilidade de alimentos nas décadas recentes, situação nunca antes existente na História humana.

b) Considerando a sustentabilidade ambiental, quais seriam os principais desafios para alimentar e dar conforto a todos os seres humanos?




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A questão agrária nos Estados Unidos

[...] Nos Estados Unidos, onde as oligarquias escravocratas foram derrotadas militarmente, as elites formadas de imigrantes e descendentes tinham uma clara consciência do país como uma nação em formação. Esta consciência se expressa claramente com o "Homestead Act", de 1862, que visava garantir legalmente a abertura do Oeste para as levas de imigrantes que começavam a afluir em massa da Europa.

É extremamente revelador notar que, um pouco antes, no Brasil, as elites escravocratas procuravam, ao contrário, fechar a fronteira agrícola através da "Lei de Terras", de 1850. Esta lei estabelecia que as terras devolutas não seriam passíveis de serem apropriadas livremente, mas somente contra o pagamento de uma dada importância, suficientemente elevada para impedir o acesso à terra pelos imigrantes europeus que começavam a vir para substituir o trabalho escravo nas lavouras de café e pelos futuros ex-escravos.

Ao aportar nos Estados Unidos, o imigrante tinha a opção de tentar uma colocação no setor urbano-industrial ou "ir para o Oeste". É claro que esta possibilidade de "tentar a sorte" no Oeste não era tão simples como nos mostram muitos filmes. Era necessário ter algum dinheiro para cobrir os gastos com a viagem e a instalação, bem como a luta pela posse efetiva da terra estava além da capacidade de incontáveis famílias de pioneiros. O balanço, no entanto, foi altamente positivo. O papel dinâmico do vasto setor agrícola formado por unidades familiares no processo de desenvolvimento econômico americano é conhecido.

Um fato que merece destaque é a escassez permanente de mão de obra que esta abertura da fronteira agrícola provocava. Existem estudos nos quais este fato é apontado como um dos principais fatores explicativos do maior dinamismo tecnológico observado nas atividades produtivas em geral, e especialmente na indústria americana, comparada com a Europa. O empresário americano, confrontado com esta pressão permanente dos custos com mão de obra, procurava inovar, introduzindo novos métodos produtivos que aumentavam a produtividade do trabalho. Do lado do setor agrícola, desde o início, a escassez relativa de mão de obra e a grande abundância de terras estimulavam a introdução de todo tipo de inovação que aumentasse a capacidade de trabalho do "farmer" americano. Desse modo, a ocupação do solo se fez de forma relativamente intensiva, manifestando-se um processo precoce de mecanização agrícola.

Havia, portanto, um dinamismo tecnológico difuso em todos os setores produtivos que tinha como um de seus principais fatores estimulantes a relativa escassez de trabalho provocada pelo acesso livre à terra. Nessa situação, o êxodo rural irá se processar de modo equilibrado. Isto é, ele será fruto, principalmente, do aumento das oportunidades de emprego no setor urbano-industrial. Em outras palavras, podemos dizer que, nos Estados Unidos, os fatores de atração para as cidades preponderam sobre os fatores de expulsão do campo. O indivíduo sai do campo para a cidade não porque foi expulso pelo proprietário de terras ou porque não tem as condições de sobrevivência, mas porque esta última lhe oferece todo um leque de opções profissionais mais bem remuneradas, além dos demais atrativos concernentes ao estilo de vida citadino, como atividades culturais inexistentes no campo.

[...]

ROMEIRO, Ademar Ribeiro. Estados Unidos e Japão. In: A reforma agrária no mundo. Fundação Demócrito Rocha. (Universidade Aberta 3, Nordeste). Disponível em: www.incra.gov.br/tree/info/file/2755 . Acesso em: 8 abr. 2016.

Após a leitura do texto, com a orientação do(a) professor(a), reúnam-se em grupos, discutam e estabeleçam uma comparação entre a realidade norte-americana e a brasileira nos dias atuais. Depois, escrevam um texto expressando a opinião de vocês. Para orientar a elaboração do texto, considerem as seguintes questões:

a) A importância da democratização do acesso à terra para o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos.

b) As diferenças históricas entre os Estados Unidos e o Brasil com relação ao problema fundiário.

c) O acesso à propriedade fundiária, em diferentes momentos históricos, como suporte para consolidar o mercado interno e fortalecer a democracia.

Para finalizar, leiam o texto apresentando a opinião do seu grupo para os demais colegas.

LEGENDA: Tratores em um campo de milho recém-colhido na Califórnia (Estados Unidos), em 2014.

FONTE: Mardis Coers/Moment Mobile/Getty Images




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Rebanhos brasileiros - 2014
Número de cabeças (em milhões)
Aves 1351
Bovinos 212
Suínos 37,9
Ovinos 17,6
Caprinos 8,8
Equinos 5,4
Bubalinos 1,3

Adaptado de: IBGE. Produção da pecuária municipal 2014. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 8 abr. 2016.

O crescimento da produção das regiões Centro-Oeste e Norte do país vem sendo registrado desde o fim da década de 1980, superando áreas tradicionais de pecuária bovina, como as do Sul. Os maiores rebanhos de bovinos estão localizados nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Pará, que juntos detinham 54% do total do país, em 2014.

LEGENDA: Criação de frangos para abate em Iraceminha (SC), em 2015.

FONTE: Cesar Diniz/Pulsar Imagens



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264

Pensando no Enem

· Em uma disputa por terras, em Mato Grosso do Sul, dois depoimentos são colhidos: o do proprietário de uma fazenda e o de um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra:

Depoimento 1

A minha propriedade foi conseguida com muito sacrifício pelos meus antepassados. Não admito invasão. Essa gente não sabe de nada. Estão sendo manipulados pelos comunistas. Minha resposta será a bala. Esse povo tem que saber que a Constituição do Brasil garante a propriedade privada. Além disso, se esse governo quiser as minhas terras para a reforma agrária terá que pagar, em dinheiro, o valor que eu quero

(Proprietário de uma fazenda em Mato Grosso do Sul).

Depoimento 2

Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade porque fui despedido quando as máquinas chegaram lá na usina. Seu moço, acontece que eu sou um homem da terra. Olho pro céu, sei quando é tempo de plantar e de colher. Na cidade não fico mais. Eu quero um pedaço de terra, custe o que custar. Hoje eu sei que não estou sozinho. Aprendi que a terra tem um valor social. Ela é feita para produzir alimento. O que o homem come vem da terra. O que é duro é ver que aqueles que possuem muita terra e não dependem dela para sobreviver pouco se preocupam em produzir nela.

(Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Corumbá, MS).

1. Com base na leitura do depoimento 1, os argumentos utilizados para defender a posição do proprietário de terras são:

I. A Constituição do país garante o direito à propriedade privada; portanto, invadir terras é crime.

II. O MST é um movimento político controlado por partidos políticos.

III. As terras são fruto do árduo trabalho das famílias que as possuem.

IV. Este é um problema político e depende unicamente da decisão da justiça.

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):

a) I, apenas.

b) I e IV, apenas.

c) II e IV, apenas.

d) I, II e III, apenas.

e) I, III e IV, apenas.




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O que é propriedade familiar e módulo rural?

O inciso II, do art. 4º, do Estatuto da Terra (Lei n. 4504/64), define como "Propriedade Familiar" o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e, eventualmente, trabalhado com a ajuda de terceiros. O conceito de propriedade familiar é fundamental para se entender o significado de Módulo Rural. O conceito de módulo rural é derivado do conceito de propriedade familiar, e, sendo assim, é uma unidade de medida, expressa em hectares, que busca exprimir a interdependência entre a dimensão, a situação geográfica dos imóveis rurais e a forma e as condições do seu aproveitamento econômico.

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA (INCRA). Disponível em: www.incra.gov.br. Acesso em: 8 abr. 2016.

Fim do complemento.



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As relações de trabalho na zona rural

No Brasil, em 2014, aproximadamente 14 milhões de pessoas (14,2% da PEA) trabalhavam em atividades agrícolas. Os Censos Agropecuários do IBGE, entre 1996 e 2006, revelaram que cerca de 1,5 milhão de trabalhadores abandonaram as atividades agropecuárias, o que significou, nesse período, uma redução de 8,5% no contingente de trabalhadores agrícolas. Apesar da diversidade de atividades econômicas que se desenvolvem no espaço rural brasileiro, como o turismo e toda a cadeia de serviços a ele associadas (restaurantes, hospedagens, guias, entre outros), a agricultura familiar continua sendo a principal atividade geradora de empregos no campo. Sua importância e seu papel no crescimento econômico brasileiro vêm aumentando nos últimos anos, principalmente após o debate sobre temas como desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda, segurança alimentar e melhoria das condições de vida dos trabalhadores rurais.

258

Contudo, grande parcela das pessoas que atuam na agricultura familiar não consegue obter uma renda mínima que lhe assegure condições dignas de vida. Para criar os filhos e sobreviver, muitos agricultores trabalham fora de suas propriedades, em outros estabelecimentos (familiares ou patronais), ou atuam em atividades não agrícolas. Além disso, para muitas famílias, a aposentadoria rural de apenas um salário mínimo (para homens com mais de 60 anos e mulheres com mais de 55) é a principal fonte de renda.

Na zona rural brasileira, é possível encontrar as seguintes relações de trabalho:

· Trabalho temporário: os boias-frias (Centro-Sul) - observe foto abaixo - os corumbás (Nordeste e Centro-Oeste) ou os peões (Norte) são trabalhadores diaristas e temporários. Recebem por dia, de acordo com sua produtividade, conseguem trabalho somente em determinadas épocas do ano e não têm registro em carteira de trabalho. Embora seja uma relação de trabalho ilegal, continua existindo: os trabalhadores são contratados por intermediários, conhecidos como "gatos", que fornecem a mão de obra ao fazendeiro.

· Trabalho familiar: caracteriza-se pelo predomínio da mão de obra familiar em pequenas e médias propriedades - de subsistência ou comercial - e representa cerca de 80% da mão de obra nos estabelecimentos agrícolas. No caso de a família obter bons índices de produtividade e rentabilidade, a qualidade de vida é boa e seus membros raramente têm necessidade de complementar a renda atuando em outras atividades. No entanto, no caso de a agricultura praticada pela família ser extensiva e de subsistência, seus membros são obrigados a complementar a renda com atividades temporárias em épocas de corte, colheita ou plantio nas grandes propriedades agroindustriais.

· Trabalho assalariado: empregados em fazendas e agroindústrias representam apenas 10% da mão de obra agrícola. São trabalhadores que têm registro em carteira e que recebem, portanto, pelo menos um salário mínimo por mês. Têm, ainda, direito a férias remuneradas, 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), descanso semanal remunerado e aposentadoria.

· Parceria e arrendamento: parceiros e arrendatários alugam a terra de um proprietário para cultivar alimentos ou criar gado. Se o aluguel for pago em dinheiro, ocorre o arrendamento; se o aluguel for pago com parte da produção, combinada entre as partes, ocorre uma parceria.

LEGENDA: Em algumas regiões no Centro-Sul do país, sindicatos organizados obtiveram grandes conquistas. Os boias-frias passaram a ter direito a refeição - quente - no local de trabalho, a assistência médica e a salários maiores que os colegas de regiões onde o movimento sindical é desarticulado. As estatísticas do número de trabalhadores temporários que atuam na agricultura são precárias, pois alguns boias-frias são também pequenos proprietários. Calcula-se que, aproximadamente, 10% da mão de obra agrícola trabalhe nessas condições. Na foto, colheita manual de cana-de-açúcar em Piracicaba (SP), em 2013.

FONTE: Delfim Martins/Pulsar Imagens




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CAPÍTULO 12: A agropecuária no Brasil

LEGENDA: Gado de corte em Xexéu (PE), em 2015.

FONTE: Leo Caldas/Pulsar Imagens

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Da década de 1980 até os dias atuais, o crescimento do PIB agrícola foi maior que o apresentado nos demais setores da economia. Para entender os sistemas agrícolas existentes no Brasil, vamos estudar neste capítulo o uso da terra (veja o gráfico ao lado), o tamanho e a distribuição das propriedades rurais, as relações de trabalho, a reforma agrária e a diversidade da produção agropecuária na atualidade.

FONTE: Adaptado de: IBGE. Censo agropecuário 2006. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 8 abr. 2016.

CRÉDITO: Banco de imagens/Arquivo da editora

Esses temas ajudam a entender a dinâmica recente da agropecuária no Brasil e elucidam algumas questões: quais são as consequências, no campo e nas cidades, do processo histórico de concentração de terras no Brasil? Como se organiza a produção na agricultura familiar e empresarial? Como estão organizadas as relações de trabalho e a produção agrícola no Brasil? Qual é a importância da reforma agrária para a sociedade e a economia?

LEGENDA: Para aumentar a participação brasileira no comércio mundial de produtos agropecuários é preciso acesso à assistência técnica e aos financiamentos para a formação de cooperativas. Na foto, vista áerea de Cooperativa Agroindustrial sediada em Andirá (PR), em 2015.

FONTE: Ernesto Reghran/Pulsar Imagens

Glossário:

Cooperativa: empresa formada e dirigida por uma associação de usuários (pessoas físicas ou jurídicas) que se reúnem em igualdade de direitos com o objetivo de desenvolver uma atividade econômica ou prestar serviços comuns, eliminando os intermediários.

Fim do glossário.



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5. Biotecnologia e alimentos transgênicos

A biotecnologia compreende o desenvolvimento de técnicas voltadas à adaptação ou ao aprimoramento de características dos organismos animais e vegetais, visando ao aumento da produção e à melhoria da qualidade dos produtos.

Há várias décadas, seu desenvolvimento vem proporcionando benefícios socioeconômicos e ambientais na agropecuária de diversos países. A seleção de sementes, os enxertos realizados em plantas, o cruzamento induzido de animais de criação e a associação de culturas são algumas das técnicas agrícolas que integram a biotecnologia e são praticadas há muito tempo.

Em meados da década de 1990, porém, um ramo da biotecnologia - a pesquisa genômica - passou a lidar com um novo campo que gerou muita controvérsia: a produção de organismos geneticamente modificados (OGMs), mais conhecidos como transgênicos. Outras modificações genéticas mais antigas, como o melhoramento das sementes ou o aumento na proporção de nutrientes dos alimentos, nunca chegaram a ser criticadas da mesma maneira.

LEGENDA: A biotecnologia possibilita: cultivar plantas de clima temperado, como a soja, o trigo e a uva, em regiões de clima tropical; acelerar o ritmo de crescimento das plantas e a engorda dos animais; aumentar o teor de proteínas, vitaminas e sais minerais em algumas frutas, verduras, legumes e cereais; aumentar o intervalo de tempo entre o amadurecimento e a deterioração das frutas; entre outras inovações que beneficiam os produtores, os comerciantes e os consumidores. Na foto, plantação de trigo em Tibagi (PR), em 2014.

FONTE: Ernesto Reghran/Pulsar Imagens

Consulte a indicação dos sites da Embrapa, CNTBio, FAO/ONU e Planeta orgânico. Veja orientações na seção Sugestões de leitura, filmes e sites.

Essa nova tecnologia apresenta tanto aspectos positivos quanto negativos. Alguns dos aspectos positivos são: elevação nos índices de produtividade, redução no uso de agrotóxicos e consequente redução dos custos de produção e das agressões ambientais, além de criação de plantas resistentes a vírus, fungos e insetos. Quanto a aspectos negativos destaca-se a falta de conclusões confiáveis sobre os eventuais impactos ambientais do seu cultivo em grande escala.

O cultivo de plantas transgênicas é pesquisado e liberado caso a caso. Saber que atualmente o algodão ou o milho transgênicos não oferecem riscos ao meio ambiente nem à saúde das pessoas não significa que outros tipos de OGMs sejam igualmente seguros.

No Brasil, a regulamentação e a fiscalização do uso de alimentos transgênicos ficou a cargo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

FONTE: ElzaFiúza/Abr/Radiobrás

Observação:

A Lei de Biossegurança (Lei 1105, de 24 de março de 2005) obriga a explicitação, no rótulo da embalagem, de alimentos que contenham produtos transgênicos para informar os consumidores e eles terem opção de escolha na compra. O símbolo adotado é um triângulo amarelo, com a letra T dentro (e em preto sobre fundo branco, quando a embalagem não for colorida). Ele deverá constar no painel principal da embalagem, para assegurar a sua visibilidade pelo consumidor.

Fim da observação.



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Participação da agricultura no Produto Nacional Bruto em países selecionados - 2015
Países % do PNB
Burkina Fasso 38
Índia 16
Ucrânia 12
China 9
Brasil 6
Chile 3
Japão 1
Estados Unidos 1

Adaptado de: CIA. The World Factbook. Disponível em: www.cia.gov. Acesso em: 6 abr. 2016.

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A China é o maior produtor mundial de alimentos. Observe que o país está entre as quatro primeiras colocações em todos os gráficos.

FONTE: Adaptados de: FAOSTAT. Disponível em: www.fao.org. Acesso em: 7 abr. 2016.

CRÉDITO: Gráficos: A. Robson/Arquivo da editora

LEGENDA: Plantação de cana-de-açúcar em Itambé (PE), 2015.

FONTE: Foto: Rubens Chaves/Pulsar Imagens

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Embora seja o maior produtor mundial de alimentos, para abastecer seu enorme mercado interno, a China depende da importação de vários produtos agrícolas, e o Brasil é um de seus principais fornecedores, com destaque para a soja. Em contrapartida, a China é um dos principais fornecedores de defensivos agrícolas para o Brasil.

FONTE: Ana Araújo/Arquivo da editora

FONTE: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

LEGENDA: Plantação de soja em Rio Verde (GO), em 2015. A agricultura mecanizada apresenta alto rendimento e utiliza pouca mão de obra.

FONTE: Ricardo Teles/Pulsar Imagens

Nos países em desenvolvimento, as regiões agrícolas que abastecem o mercado externo foram principalmente as que passaram por semelhante processo de modernização das técnicas de cultivo e colheita. Em muitos países, isso acarretou êxodo rural e promoveu a concentração, na periferia das grandes cidades, de trabalhadores que perderam seus empregos na zona rural.

No mundo em desenvolvimento é impossível estabelecer generalizações, já que os contrastes verificados entre países mais pobres e alguns emergentes - a Etiópia e o Brasil, por exemplo - se repetem também no interior dos próprios países, onde convivem, lado a lado, modernas agroindústrias e pequenas propriedades nas quais se pratica a agricultura de subsistência.

As atividades agrícolas constituem a base da economia em alguns países de baixa renda e em regiões pobres de países emergentes. Uma vez que neles se pratica uma agricultura de baixa produtividade, o percentual da PEA que trabalha no setor é sempre superior a 25%, atingindo às vezes índices bem mais altos, como em Ruanda, onde 79% da PEA era agrícola em 2014. É comum vigorar uma política governamental que priorize a produção agrícola voltada ao mercado externo, mais lucrativo, em detrimento das necessidades internas de consumo, já que o poder aquisitivo da população é baixo.




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3. A população rural e o trabalhador agrícola

"O campo e a cidade são realidades históricas em transformação tanto em si próprias quanto em suas inter-relações".

Raymond Williams (1921-1988), escritor britânico.

Atualmente, nos países e nas regiões em que predominam modernas técnicas de produção, os agricultores são a minoria dos trabalhadores e até mesmo dos moradores do espaço rural. Isso porque os habitantes da zona rural, em sua maioria, trabalham em atividades não agrícolas ou em cidades próximas. Ecoturismo e turismo rural, hotéis-fazenda, campings, pousadas, sítios, casas de campo, restaurantes típicos, parques temáticos, prática de esportes variados, transportes, produção de energia, abastecimento de água, etc. são atividades rurais que ocupam um contingente de trabalhadores maior que as atividades agropecuárias. No entanto, quando consideramos as pessoas que trabalham nas diversas atividades ligadas à cadeia produtiva que envolve a agropecuária (fábricas de insumos, sementes, tratores, irrigação, comercialização, transportes e outros, que compõem os agronegócios), a participação na PEA aumenta.

Em contrapartida, onde a agropecuária é descapitalizada, com emprego de técnicas rudimentares de produção, como é predominante nos países de menor renda, a maioria dos trabalhadores rurais se dedica a atividades diretamente ligadas à agropecuária - observe a fotografia ao lado. Nessas regiões, o Estado tem papel primordial na regulamentação das relações de trabalho, no acesso à propriedade da terra e na política de produção, nos financiamentos e nos subsídios agrícolas.

No senso comum, somos levados a pensar que a maioria dos países desenvolvidos tem percentuais elevados e crescentes de população urbana, mas, na realidade, o percentual de população rural é bastante significativo em muitos desses países e, em alguns casos, maiores que o percentual de população rural encontrado em países em desenvolvimento (observe a tabela a seguir).




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