Como você interpreta a pontuação e a ausência de explicação nesses versos

Buscamos na linguagem uma forma de interação social, procurando atingir por meio do “outro” nossos propósitos, nossas intenções. Dessa forma, tendo em vista um fim específico, a enunciação pode se pender para a informação, para a instrução, para o entretenimento, para a exposição de um dado importante, enfim. Nesse ínterim, um aspecto de relevante importância se faz demarcado, isto é, a forma que o emissor nos repassa aquilo que pretende, podendo ser de uma maneira mais objetiva, precisa, imparcial, mas podendo ser também de um modo mais subjetivo, mais pessoal, prevalecendo uma intenção voltada para uma multiplicidade de interpretações acerca daquilo que é dito e/ou escrito.

Apoderando-se dessa circunstância, notamos que por haver um envolvimento mais significativo entre o emissor e o receptor, emerge dessa situação um clima de nostalgia, conduzindo o destinatário à fruição, ao sentimentalismo, ao despertar de emoções diversas. Estamos nos referindo, pois, ao que denominamos de texto poético, no qual, obviamente, prevalece a função poética da linguagem. Nessa modalidade não há como negar que distintos são os recursos linguísticos ora materializados, o que traduz, em se tratando do poema, a estética desses tipos de textos.

Diante desse fato, pautemos em abordar acerca de alguns elementos a eles condizentes, demarcados pelo verso, estrofe e rima. Dessa forma, certifiquemo-nos sobre os aspectos que os constituem:

Verso – Voltando à forma como se apresenta o texto poético, uma vez se diferenciando daquele considerado como prosa (constituído de uma estrutura demarcada por parágrafos), tal elemento se define como sendo cada linha poética. Assim, representado:

O verbo no infinito

Ser criado, gerar-se, transformar  (primeiro verso)           

O amor em carne e a carne em amor; nasce (segundo verso)

   [...]

Vinícius de Moraes

Estrofe – Pode-se dizer que a estrofe é a reunião de todas essas linhas poéticas, isto é,  o conjunto de todos os versos. Para demonstrá-la, aproveitamos o exemplo anterior, um poema de Vinícius de Moraes, só que agora demarcado na íntegra:

O verbo no infinito Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir E começar a amar e então sorrir E então sorrir para poder chorar. E crescer, e saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer de tudo ao vir um novo amor E viver esse amor até morrer

E ir conjugar o verbo no infinito...

Trata-se de uma forma poética denominada de soneto, composta, portanto, de dois quartetos (quatro versos) e dois tercetos (três versos).

Rima – A depender da forma como os versos se apresentam no poema, sobretudo levando em conta a intenção do artista em obter o efeito desejado, as rimas podem se apresentar de várias formas. Assim, tendo em vista que a rima se caracteriza pela semelhança sonora que há nos versos, ela pode se demarcar no final deles, caracterizando a rima externa, como pode também se apresentar no interior, o que se define pela chamada rima interna.

Dessa forma, veja alguns exemplos de rimas quanto à disposição em que se apresentam:

Interpoladas ou opostas

De repente do riso fez-se o pranto (A)

Silencioso e branco como a bruma (B)

E das bocas unidas fez-se a espuma (B)

E das mãos espalmadas fez-se o espanto. (A)
[...]

Emparelhadas

No rio caudaloso que a solidão retalha,(A)

na funda correnteza na límpida toalha,(A)

deslizam mansamente as garças alvejantes;(B)

nos trêmulos cipós de orvalho gotejantes...(B)

[...]


 

Encadeadas

Quando no leito entre sutis cortinas

Tu te reclinas indolente aí,

Ai! Tu não sabes que sozinho e triste

Um ser existe que só pensa em ti.

[...]

Cruzadas ou alternadas

Minha desgraça não é ser poeta,

Nem na terra de amor não ter um eco...(A)

E, meu anjo de Deus, o meu planeta

Tratar-me como trata-se um boneco...(A)

[...]

Como você interpreta a pontuação e a ausência de explicação nesses versos

ATIVIDADE DE PORTUGUÊS SÉRIE: 8º ano 1- Observe o uso da vírgula que o autor faz nos trechos a seguir e assinale a alternativa correta. Naquela época, os fenômenos elétricos e magnéticos eram compreendidos como duas manifestações distintas de forças da natureza. Alguns anos depois, em 1888, o físico alemão Heinrich R. Hertz (1857-1894) detectou as ondas previstas por Maxwell. a) Em ambos trechos, o uso da vírgula foi usado para separar o vocativo do restante da oração. b) Apenas no segundo trecho há a presença de um vocativo. c) No segundo trecho os parênteses foram usados porque há um aposto enumerativo. d) Em ambos trechos, o uso da vírgula foi usado para indicar quando os fatos aconteceram. Leia, a seguir, o trecho de um texto sobre um projeto social, para responder às questões 2 e 3. Apresentação O Anima Escola leva a linguagem da animação para as escolas. Criado pela equipe do Anima Mundi, o projeto oferece cursos e oficinas a alunos, professores e multiplicadores, para que possam produzir em sala de aula os seus próprios filmes de animação. Em 16 anos de história, mais de 2.800 professores e multiplicadores e mais de 15.000 alunos já foram atendidos no Rio de Janeiro e em diversas regiões do Brasil, como Volta Redonda (RJ), Macaé (RJ), Niterói (RJ), Angra dos Reis (RJ), Campinas (SP), Suzano (SP) e outras. [...] HISTÓRICO O Festival Internacional de Animação do Brasil − Anima Mundi −, criado por quatro animadores brasileiros, se realiza todo mês de julho desde o ano de 1993. [...] 2- A que expressões os apostos destacados acrescentam informações? O sol é a mãe e o pai Dissolve a escuridão O sol se põe se vai E após se pôr O sol renasce no Japão” a) “Alunos” e “diversas regiões do Brasil”. b) “Diversas regiões do Brasil” e “animadores brasileiros”. c) “Diversas regiões do Brasil” e “Festival Internacional de Animação do Brasil”. d) “Festival Internacional de Animação do Brasil” e “Rio de Janeiro. 3- Quais sinais de pontuação separam esses apostos dos outros termos da oração? a) No primeiro, os parênteses e no segundo, a vírgula. b) No primeiro, a vírgula e no segundo, a vírgula. c) No primeiro, a vírgula e no segundo, o travessão. d) No primeiro, os parênteses e no segundo, e no segundo, o travessão. 4- Leia o texto e, depois, assinale a alternativa incorreta. Conheça o peixe-leão, a nova praga dos mares [...] Seu nome é peixe-leão vermelho, é nativo dos oceanos Pacífico e Índico e não tem predadores no Caribe. É capaz de cercar peixes e crustáceos de até metade do seu tamanho e engolir de uma vez só. [...] Ele nada muito fundo para ser pego por redes (a forma mais comum de lidar com espécies invasoras animais na água), os cientistas estão procurando descobrir o que pode servir como seu predador: tubarões, enguias e até humanos. Embora algumas pessoas garantam que o gosto do peixe não é ruim, os tubarões, em geral, se recusam a comer a espécie. a) No título, a expressão “a nova praga dos mares” explica o termo anterior. b) O termo “Seu nome é peixe-leão vermelho” sintaticamente é considerado como vocativo. c) No segundo parágrafo, o aposto isolado por parênteses poderia ser isolado por vírgulas sem alterar o sentido da frase. d) No segundo parágrafo há um aposto enumerativo. 5- Assinale a alternativa pontuada corretamente. a) Com as graças de Deus vou indo mestre Jose Amaro! b) Com as graças de Deus, vou indo mestre Jose Amaro! c) Com as graças de Deus, vou indo, mestre Jose Amaro! d) Com as graças, de Deus, vou indo mestre, Jose Amaro! 6- Análise os enunciados abaixo: O país precisa de __ prestígio na economia. Ele estudou tanto, __ a nota não foi satisfatória. Sem __ palavras para expressar minha indignação. __ confiante para as batalhas. A alternativa que preenche a lacuna corretamente é: a) Mais – mais – mais – mas. b) Mas – mas – mais – mais. c) Mais – mas – mais – mais. d) Mas – mas – mais – mais. 7- Analise o emprego das palavras “mas” e “mas” na frase abaixo e assinale a alternativa correta: Gostaria de ir mais vezes ao parque, mas as autoridades proibiram a entrada de pessoas no local. a) Ambas palavras têm o mesmo significado. b) A palavra “mas” expressa a ideia de que várias autoridades proibiram a entrada. c) A palavra “mais” intensifica a palavra “vezes” e a palavra “mas” liga duas orações opostas. d) A “mas” poderia ser substituída pela palavra “dessa forma”, sem alterar o sentido do enunciado. 8- Marque a alternativa em que as palavras “traz” e “trás” estejam corretamente empregadas. a) Todos os dias o pedreiro trás sua maleta de ferramentas e as coloca na parte de trás casa. b) Todos os dias o pedreiro traz sua maleta de ferramentas e as coloca na parte de trás casa”. c) Todos os dias o pedreiro traz sua maleta de ferramentas e as coloca na parte de traz casa”. d) Todos os dias o pedreiro trás sua maleta de ferramentas e as coloca na parte de traz casa”. 9- Assinale a alternativa em que a palavra “trás” esteja aplicada de forma incorreta. a) A parte de trás da casa não condiz com a faixada. b) Por trás de uma vitória sempre há um grande esforço. c) Na rua de trás sempre ficam uns curiosos na esquina. d) O carteiro sempre trás as cartas numa grande bolsa. 10- Analise a frase: “A poesia tem tantas palavras, mas desespero rima com erro”. Assinale a alternativa em que a palavra em destaque tenha o mesmo efeito que o “mas” da frase acima. a) As pessoas estão vivendo desconfiadas de tudo e de todos. Logo, fazer amizades está mais difícil do que nunca. b) O povo pede respeito e mais clareza na administração geral. c) Há avisos por toda a parte, caso precise, olhe para algumas das placas. d) O que eu vejo eu não sinto, entretanto sinto o que eu vejo. 11- Leia um trecho da música “Malandragem”, de Cássia Eller: “[...] Eu só peço a Deus Um pouco de malandragem Pois sou criança E não conheço a verdade Eu sou poeta e não aprendi a amar Eu sou poeta e não aprendi a amar [...] As letras musicais recebem uma “espécie” de licença poética, fazendo com que não seja obrigatório o uso de pontuações. No entanto, se fôssemos pontuar o trecho “Eu só peço a Deus”, qual seria a pontuação adequada e sua funcionalidade? 12- Assim como na música, os poemas também recebem a licença poética em relação ao uso das pontuações. Sabendo dessa informação, analise o trecho do poema abaixo: “[...] Tenho uma folha branca e limpa à minha espera: mudo convite tenho uma cama branca e limpa à minha espera: mudo convite tenho uma vida branca e limpa à minha espera: [...]” a) Os dois-pontos têm qual função nos versos iniciais de cada estrofe? Explique. b) Observe os últimos versos. O que você notou de diferente em relação aos demais em que foram usados os dois-pontos? c) Como você interpreta a pontuação e a ausência de explicação nesses versos?

Como você interpreta a pontuação e a ausência de explicação nesses versos
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