Festas populares do nordeste do brasil

A Região Nordeste do território brasileiro é composta pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Apresenta grande pluralidade cultural, com elementos diversificados, por esse motivo serão abordados alguns elementos que integram a cultura da região.

O carnaval é o evento popular mais famoso do Nordeste, especialmente em Salvador, Olinda e Recife. Também as festas juninas de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) se destacam. Os festejos de bumba meu boi são tradicionais em todos estados nordestinos.

Bumba meu Boi é um festejo que apresenta um pequeno drama. O dono do boi, um homem branco, presencia um homem negro roubando o seu animal para alimentar a esposa grávida que estava com vontade de comer língua de boi. Matam o boi, mas depois é preciso ressuscitá-lo. A capoeira foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos, é considerada uma modalidade de luta e também de dança. Adquiriu adeptos rapidamente nos estados nordestinos, principalmente na Bahia e Pernambuco. O instrumento utilizado durante as apresentações de capoeira é o berimbau, que é constituído de arco, cabaça cortada, caxixi (cestinha com sementes), vareta e dobrão (moeda). O Reisado é uma manifestação cultural trazida pelos colonizadores portugueses. É um espetáculo popular das festas de Natal e Reis, cujo palco é a praça pública, a rua. No Nordeste, a partir do dia 24 de dezembro, saem os vários Reisados, cada bairro com o seu, cantando e dançando. Os participantes dos Reisados acreditam ser continuadores dos Reis Magos que vieram do Oriente para visitar o Menino Jesus, em Belém. O coco é um estilo de dança muito praticado nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. A dança é uma expressão do desabafo da alma popular, da gente mais sofrida do Nordeste brasileiro; além disso, foi a dança preferida dos cangaceiros; Lampião e outros cangaceiros dançavam nas horas de descanso e distração.

O frevo surgiu através da capoeira, pois o capoeirista sai dançando o frevo à frente dos cordões, das bandas de música, executando passos semelhantes ao da capoeira. É uma dança de alucinação coletiva, do carnaval pernambucano, é praticado em salões e nas ruas.

Terno de Zabumba é um conjunto musical típico do Nordeste, que alegra sempre as festas. O Terno de Zabumba exerce função profana e religiosa. Tocam as “salvas”, nas rezas e novenas. É conhecido também pelos nomes de Terno de Música, Esquenta Mulher, Cabaçal e Banda de Couro. O maracatu é originário de Recife (PE), surgiu durante as procissões em louvor a Nossa Senhora do Rosário dos Negros, que batiam o xangô (candomblé) o ano inteiro. O maracatu é um cortejo simples, inicialmente tinha um cunho altamente religioso, hoje é uma mistura de música primitiva e teatro. Marujada é um bailado popular muito antigo. Consiste na dramatização das lutas portuguesas, da tragédia que foi a conquista marítima. Quilombo é um folguedo tradicional alagoano, tema puramente brasileiro, revivendo a época do Brasil Colônia. Dramatiza a fuga dos escravos, que foram buscar um local seguro para se esconder, na serra da Barriga, formando o Quilombo dos Palmares. Candomblé consiste num culto de origem africana trazido pelos escravos negros, na época do Brasil colonial. Na Bahia esse culto é chamado de candomblé, em Pernambuco nomeia-se xangô, no Maranhão, tambor de menina. Atualmente o candomblé, em algumas regiões, está muito modificado em razão da influência dos brancos. Afoxê é o sagrado participando do profano. É uma obrigação religiosa que os membros dos candomblés (de origem jeje-nagô) devem cumprir. É uma vertente do candomblé adequado ao carnaval. Inicia-se com um despacho para Exu, para que ele não interrompa as festividades carnavalescas, dão-lhe farofa de dendê com azeite. A Festa de Iemanjá é um agradecimento à Rainha do Mar. A maior festa de Iemanjá ocorre na Bahia, no Rio Vermelho, dia 2 de fevereiro. Todas as pessoas que têm “obrigação” com a Rainha do Mar se dirigem para a praia. Nesse evento cultural há o encontro de todos os candomblés da Bahia. Levam flores e presentes, principalmente espelhos, pentes, joias e perfumes.

Lavagem do Bonfim é uma das maiores festas religiosas populares da Bahia. É realizada numa quinta feira de janeiro. Milhares de romeiros chegam ao Santuário do Senhor do Bonfim, na Bahia. Senhor do Bonfim é o Oxalá africano, existem também promessas católicas de “lavagens de igrejas”. Os fiéis lavam as escadarias da igreja com água e flores.

Literatura de Cordel é uma das manifestações culturais nordestinas, consiste na elaboração de pequenos livros contendo histórias escritas em prosa ou verso, os assuntos são os mais variados: desafios, histórias ligadas à religião, ritos ou cerimônias. Outro elemento cultural de extrema importância no Nordeste são os artesanatos. A variedade de produtos artesanais na região é imensa, entre eles podemos destacar as redes tecidas, rendas, crivo, produtos de couro, cerâmica, madeira, entre outros.

A culinária nordestina é bem diversificada e se destaca pelos temperos fortes e comidas apimentadas. Os pratos típicos são: carne de sol, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão verde, canjica, tapioca, peixes, frutos do mar, etc. Também são comuns as frutas ciriguela, umbu, buriti, cajá e macaúba.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia

Belas praias, clima agradável e povo hospitaleiro. A região nordeste é uma das mais procuradas e pode ser visitada em todas as épocas do ano. Rica em cultura e com costumes inconfundíveis, o Nordeste também se diferencia pelo calor humano de seus habitantes, sempre alegres e festeiros.

Não à toa, na região acontece o melhor carnaval do Brasil e muitas outras festas típicas imperdíveis, que um dia todos deveriam participar. Por conta disso, neste post vamos listar os principais festejos nordestinos que você não pode perder. Confira:

Carnaval

Falar das festas típicas do Nordeste, sem citar o carnaval de Salvador, na Bahia, é algo impensável, como tirar a cereja de um bolo. A maior festa popular do planeta, de acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes, conta com mais de 2,5 milhões de foliões todos os anos correndo e se divertindo atrás dos trios elétricos pelos circuitos baianos.

Conhecido internacionalmente e um dos destinos mais concorridos do Brasil nessa época do ano, inclusive por artistas e celebridades, o carnaval baiano não é o único. O carnaval de Olinda, em Recife, é outra festa nordestina bastante famosa por conta, principalmente, de seus gigantes bonecos, do frevo e do maracatu, símbolos da cultura local.

Por lá também desfila o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, que atrai mais de 2 milhões de pessoas todos os anos.

Micaretas  

As ‘micaretas’ ou carnavais fora de época, apesar de espalhadas por todo o Brasil, tiveram início na região Nordeste, onde ocorrem algumas das mais tradicionais, como o ‘Carnatal’, em Natal (RN), o ‘Fortal’, em Fortaleza (CE) e o ‘Pré-Cajú, em Aracajú (SE).

Festa Junina

Nos meses de junho e julho é a vez dos ‘arraiás’ tomarem conta do Nordeste. A região inteira entra em festa nessa época do ano. As Festas Juninas são tradições nordestinas realizadas em todos os lugares, de bairros a enormes eventos populares culturais, como em Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), que disputam o título de Maior São João do Mundo e ocorrem durante todo o mês. Quem preferir também pode conferir arraiás famosos de outras cidades, como Aracajú, Salvador, Juazeiro do Norte, Mossoró ou Teresina.

Quem participa dessas festas não pode ficar de fora dos concursos de quadrilha, abrir mão de dançar forró pé-de-serra ou deixar de experimentar as deliciosas comidas típicas dos festejos juninos, como pé de moleque, canjica, buchada de bode, entre outras iguarias. As atrações forrozeiras de todos os estilos, de bandas locais até conjuntos consagrados do gênero, espalhados por tendas, barracas e quiosques. E o melhor de tudo: de graça!

Outro fator importante das Festas de São João é sua influência na economia nordestina. Atrás apenas da temporada de verão, essa época do ano é o segundo período com maior movimento financeiro em todo a região, devido ao grande fluxo nos destinos turísticos.

Segundo a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA), mais de 500 mil pessoas deixam a capital baiana com destino às cidades do interior, isso sem contar turistas de outros estados e até de outros países.

Para se ter uma ideia, as festas de São João mobilizam a população dos 417 municípios da Bahia. Na capital baiana, um grande evento é realizado no Pelourinho, onde em dez dias de festa, mais de 200 atrações passam pelo local.

Bumba-Meu-Boi

Oriunda de Pernambuco, a Festa do Bumba-Meu-Boi, exportada para o Amazonas e conhecida como Boi-Bumbá, hoje é um dos principais símbolos folclóricos do estado do Maranhão.

A festa percorre a cidade com mais de 200 bumbas-meu-boi participando dos festejos e fazendo apresentações ao povo. O tradicional enredo ‘Catirina grávida deseja comer a língua do boi do Capitão’ gira em torno do drama de um escravo, Chico, que mata o boi do dono da fazenda a pedido de sua esposa, Catirina, que grávida deseja comer a língua do animal, um prato típico da cultura nordestina. Porém, ao realizar o desejo da esposa, Chico acaba preso, mas com a ajuda de curandeiros o boi acaba ressuscitado.

Para se ter ideia, o Bumba-Meu-Boi é registrado como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

As festas nordestinas, apesar de adaptadas em outras regiões brasileiras, são únicas, recheadas de símbolos e aspectos culturais singulares do Nordeste. Por isso, se puder, não perca a oportunidade de participar e conhecer nenhuma dessas festividades, consideradas inigualáveis.

E caso tenha alguma outra sugestão, dica ou dúvida sobre essas festas, deixe seu comentário. E não deixe de acompanhar nosso blog! Até a próxima!

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