O que compõem a crosta terrestre

A crosta terrestre é a porção sólida das camadas da Terra e a mais extensa de sua estrutura física. Essa faixa é extremamente fina quando comparada com o volume total do planeta, haja vista que suas profundidades não ultrapassam os 70 km. Para se ter uma ideia, o núcleo interior encontra-se a uma distância de 6370 km da superfície.

A composição da crosta terrestre é fundamentalmente estruturada por silício e magnésio nas áreas oceânicas, onde a crosta é mais fina e varia de 5 a 15 km, e por silício e alumínio nas áreas continentais, onde a profundidade varia de 20 a 70 km. Por esse motivo, a crosta oceânica também é chamada de sima, e a crosta continental é chamada de sial.

Ao contrário do que ocorre em outros planetas, a exemplo de Marte, a crosta da Terra não é única e indivisível, mas segmentada em inúmeras partes ou “pedaços”. Cada uma dessas partes é chamada de placa tectônica, que se encontra em constante movimentação em função da pressão interna exercida pela movimentação do magma existente no manto terrestre.

Em virtude dessa movimentação, foram observadas ao longo da evolução do tempo geológico diferentes e ininterruptas formações e transformações do relevo, como o gradual surgimento de cadeias montanhosas, vulcões, fossas oceânicas, entre outros casos. As ações do tectonismo são classificadas, portanto, como atuação dos agentes internos ou endógenos de transformação do relevo.

Além disso, a porção mais externa da crosta terrestre também se modifica em razão de agentes exógenos ou externos, o que geralmente é realizado em forma de desgaste das rochas e dos solos, a exemplo da ação da água, dos ventos e dos seres vivos em processos intempéricos e erosivos.

Outra importante característica da crosta terrestre é sua constituição em rochas, que, por sua vez, são formadas por agregados de minerais. Como o relevo está sempre em transformação, as suas estruturas rochosas também estão, de modo que existem três tipos principais: as ígneas ou magmáticas, as metamórficas e as sedimentares.

Resumidamente, as rochas ígneas são aquelas formadas pela solidificação do magma; as metamórficas originam-se do metamorfismo ou transformação química de outras rochas; e as sedimentares surgem da consolidação de partículas de rochas erodidas, chamadas de sedimentos.

A compreensão dos elementos e dinâmicas da crosta terrestre é de vital importância para os seres humanos, pois é sobre essa estrutura que a sociedade realiza suas atividades diretamente. Assim, entender como se organiza a camada superficial da Terra contribui para que possamos melhor planejar nossas ações sobre o meio. 


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A crosta terrestre é a camada mais externa e mais fina da Terra. Corresponde a cerca de 1% do Planeta e estende-se a, no máximo, 80 quilômetros de profundidade. Ela é dividida em:

Crosta oceânica: formada por basalto.

Crosta continental: composta por granito.

A formação da crosta terrestre ocorreu há cerca de 4,5 bilhões de anos no Pré-Cambriano. Nesse tempo geológico ocorreu o resfriamento do magma, resultando na cristalização de minerais e a transformação molecular das rochas, classificadas como magmáticas e metamórficas.

O que compõem a crosta terrestre
Estrutura da crosta terrestre

As pesquisas detalham que as peculiaridades da crosta terrestre são recentes na comparação com o conhecimento das demais camadas do Planeta. Até por volta de 1900, os geólogos acreditavam que a crosta limitava-se à litosfera e, abaixo havia o manto envolvendo o núcleo.

Foi em 1909 que o geofísico, sismólogo e meteorologista croata Andrija Mohorovicic (1857 - 1936) chegou à conclusão da existência de diferença entre o manto e a crosta terrestre. O cientista observou que havia mudança na velocidade sísmica entre a crosta e o manto.

Esse fenômeno de transição foi denominado descontinuidade Mohorovicic ou simplesmente Moho, marcando o limite entre o manto e a crosta da Terra.

Crosta Oceânica

A crosta oceânica recobre 60% da superfície do Planeta e tem pelo menos 180 milhões de anos, sendo a mais jovem das camadas da Terra.

A sua espessura não ultrapassa 20 quilômetros em direção ao núcleo, sendo formada, principalmente por basalto.

Crosta Continental

A crosta continental é formada principalmente por granito; tem pelo menos 2 bilhões de anos e recobre 40% da superfície terrestre. Sua espessura chega a pelo menos 50 quilômetros em direção ao núcleo.

A crosta continental corresponde 0,4% da massa terrestre e permanece em expansão. Além do granito, é composta por quartzo, urânio, calcário e potássio.

As demais camadas da Terra são o manto, núcleo externo e núcleo interno. As camadas de nosso Planeta permanecem em constante interligação. Assim, a crosta terrestre e a parte superior do manto formam a litosfera, cuja profundidade varia conforme a localização: na parte continental ou oceânica.

Da mesma forma que ocorre com a profundidade, a temperatura entre as camadas também varia à medida que se aproxima do núcleo.

Placas Tectônicas

É importante destacar que crosta terrestre não é o mesmo que placas tectônicas. Existem 12 placas tectônicas na formação continental atual da Terra.

As placas flutuam sobre o magma pastoso e o seu deslocamento resulta das forças que provêm do núcleo terrestre.

Ao início desse movimento, na Era Mesozoica, havia menos placas. Foi a constante flutuação que influenciou e determinou as alterações no relevo atual da Terra ao longo de milhares de anos.

As bordas das placas tectônicas permanecem em movimentação constante, o que influencia diretamente em sua modificação.

O manto terrestre formou-se há pelo menos 3,8 bilhões de anos e é composto, principalmente, por rochas e minerais ricos em ferro e magnésio. Essa é a camada mais espessa de nosso Planeta, com espessura aproximada de 2,9 mil quilômetros.

É dividido em manto superior e manto inferior. O manto superior vem logo abaixo da crosta terrestre e permanece a temperaturas médias de 100 ºC. Já no manto inferior, a temperatura pode superar 2000 ºC.

A diferença entre as duas subcamadas está na consistência das rochas, que é medida por meio de ondas sísmicas.

Núcleo

O núcleo é a camada mais profunda da Terra. Pelo menos 80% do núcleo é composto por ferro e níquel. É dividido em duas subcamadas, o núcleo inferior e o núcleo exterior. Nesse local, a temperatura atinge até 6000 ºC.

Saiba mais, leia também:

  • Estrutura Interna da Terra
  • Camadas da Terra
  • Exercícios sobre Camadas da Terra

A crosta terrestre é a camada mais externa ou crosta do planeta Terra. É a parte superior da litosfera, com uma espessura variável de 5 a 70 km. A crosta é constituída principalmente por basalto e granito e fisicamente é menos rígida e mais fria do que o manto e o núcleo da Terra.

O que compõem a crosta terrestre

Províncias geológicas da Terra (USGS)

  Escudos

  Plataformas (escudos com cobertura sedimentar)

  Cadeias orogénicas

  Bacias tecto-sedimentares

  Grandes províncias ígneas

  Crusta adelgaçada

Crusta oceânica:

  0–20 Ma

  20–65 Ma

  >65 Ma

A crosta terrestre é subdividida em crosta oceânica ou marítima, de constituição máfica, composta por minerais ricos em ferro e magnésio, e crosta continental, de constituição félsica, rica em silício, alumínio e potássio.

A crosta oceânica, com espessura de 7 a 10 km, é constituída essencialmente por basalto, enquanto que a crosta continental, com espessura de 20 a 70 km, é constituída majoritariamente por granito. A crosta oceânica é mais densa do que a crosta continental, por conter mais ferro em sua composição.

Estudos mostraram que abaixo da crosta a velocidade das ondas P aumenta bruscamente para 8 km/s, indicando a existência de uma descontinuidade composicional a esta profundidade. Esta fronteira denomina-se descontinuidade de Mohorovičić, e separa a crosta do manto.

Este aumento brusco da velocidade das ondas sísmicas sugere que o manto é mais rígido e denso do que a crosta; o que é consistente com diversos dados petrológicos.

O mecanismo que permite que a crosta menos densa flutue sobre o manto, tal como um iceberg flutua no oceano, é descrito pelo princípio da isostasia.

De fato, o conceito de mobilidade é relativo: uma rocha pode ser considerada dura e sólida para um observador humano, mas possuir um comportamento de fluido no longo prazo (centenas a milhares de anos). No manto, logo abaixo da litosfera, há uma zona de baixa velocidade das ondas sísmicas (entre 100 e 200 km de profundidade), situada no topo da astenosfera. Nesta zona as rochas encontram-se parcialmente fundidas (menos de 1%), uma vez que o aumento da temperatura nessa zona ultrapassa a curva de fusão de alguns minerais das rochas mantálicas.

Esta fusão parcial das rochas da astenosfera superior, ainda que muito pequena, provoca uma diminuição da rigidez dessas rochas, que apresentam um comportamento fluido à escala geológica. Isto resulta no estabelecimento de correntes de convecção, que permitem o deslizar das placas litosféricas num fenômeno designado por deriva continental que está na origem da teoria da tectônica de placas.

O deslocamento das placas tectônicas provocado por deriva continental é quase insignificante à escala humana: poucos centímetros por ano.

F. W. Clarke calculou que 47% da crosta é constituída por oxigênio. A sua composição é majoritariamente de óxidos combinados, sendo os principais o silício, o alumínio, o ferro, o cálcio, magnésio, potássio e óxidos de sódio. A sílica é o principal componente da crosta, e está presente sob a forma de minerais de sílica nas rochas ígneas e metamórficas. Através do cálculo de 1672 análises feitas em diferentes rochas, F. W. Clarke elaborou a seguinte tabela em que as massas estão expressas em média percentual:

Óxidos Porcentagem
SiO2 59,71
Al2O3 15,41
CaO 4,90
MgO 4,36
Na2O 3,55
FeO 3,52
K2O 2,80
Fe2O3 2,63
H2O 1,52
TiO2 0,60
P2O5 0,22
Total 99,22
  • Onda sísmica
  • Convecção
  • Manto
  • Astenosfera
  • Litosfera

Press, Frank; et al. (2003). Understanding Earth Fourth ed. New York: W.H. Freeman and Company. pp. 486–489. ISBN 0-7167-9617-1 

  • «Fundamentos de Geofísica - Sismologia» (PDF) 
  • «Apresentação em Powerpoint: O que é Geologia» 
  • «Sismologia no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP» 

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