O título do poema e Confidência do Itabirano Que elementos do gênero confissão estão presentes

O título do poema e Confidência do Itabirano Que elementos do gênero confissão estão presentes

singelo e banal (relato de um evento anónimo em linguagem do cotidiano). De onde vem, então, sua força expressiva?‖ 98 No M5, as questões sugeridas são: duas sobre ―A noite dissolve os homens‖ i) ―Termos cognatos são vocábulos que têm a mesma raiz. Destaque um verso centrado em termos cognatos e explique sua expressividade.‖; ii) ―Qual a principal diferença na postura do falante, ao compararmos os quatro primeiros versos com os quatro últimos?‖; e outra sobre ―Morte do leiteiro‖: ―O poeta faz uma oposição entre a ‗noite‘ e a ‗aurora‘. Na realidade, o que significam esses dois termos no contexto da poesia?‖. 96 ―Hino nacional‖, propõem-se duas questões: a) identificar a figura de linguagem (no caso, vários oxímoros) e explicar as oposições em jogo; b) Identificar as diferenças semânticas entre o termo ―nacional‖ no texto do hino do Brasil e no poema 99 . Como já foi referido anteriormente, a primeira ficha de leitura do M7 é idêntica à do M3 (acima descrita). No entanto, na segunda ficha deste manual sobre o poema ―Mundo grande‖, é sugerida uma questão para a identificação e justificação dos efeitos semânticos sugeridos em expressões relacionadas com o termo ―ilhas‖, no poema 100 . O M8 sugere duas questões na ficha de leitura referente ao poema ―Toada do amor‖: i) incidindo na identificação e explicação da palavra que sugira o sentido mais profundo do poema; ii) justificar a infração do poeta no uso da vírgula no segundo verso 101 . No M9, incluem-se duas perguntas em diferentes fichas de leitura, a saber: i) relativamente ao ―Poema de sete faces‖, identificar e justificar se há escapismos no poema; ii) sobre ―O enterrado vivo‖, indicar qual a relação do eu poético com os tempos verbais 102 . Observemos o gráfico abaixo acerca da ocorrência de atividades que integram a componente de língua. 99 No M6, as perguntas encontram-se em quatro fichas divididas por: i) sobre o poema ―Confidência do itabirano‖, a saber: ―a) O título do poema é ‗Confidência do itabirano‘. Que elementos do género confissão estão presentes? b) Identifique as antíteses empregadas pelo eu poético. Que sentido elas criam no poema?‖; ii) sobre o poema ―José‖, a primeira questão é: a) ―Que recurso linguístico o eu poético utiliza para incluir toda a humanidade no poema?‖ a segunda estrutura-se: b) ―O estilo de José é uma marcha a ré em relação às características românticas. Uma das marcas pode ser identificada na repetição da mesma palavra em versos seguidos. Esse recurso linguístico é chamado de anáfora. a) Que padrão linguístico ele recupera com tantas repetições? b) Explique o sentido desse recurso.‖; c) ―Quando alguém quer dizer que está em busca de solução ou num beco sem saída, usa a expressão ‗E agora José?‘. Por que o verso entra na linguagem corrente?‖; iii) Na ficha do poema ―Também já fui brasileiro‖ as duas questões são: a) ―Explique o título do poema ‗Também já fui brasileiro‘, considerando os elementos gramaticais usados: marcador de inclusão, advérbio e verbo.‖ b) ―Na última estrofe, quais são as duas vozes em confronto?‖ iv) As perguntas sobre o poema ―Hino nacional‖ são: a) ―Os versos finais apresentam uma exigência: esquecer o Brasil. Para isso, o procedimento é de aproximar temas de significados contraditórios, o que caracteriza a figura de linguagem chamada oximoro ou paradoxo. a) Identifique os oximoros dessa estrofe. b) Explique as contradições postas no poema.‖ b) ―O poema tem como título ‗hino nacional‘. Que diferença há entre o ‗nacional‘ do hino do Brasil e o ‗nacional‘ do poema?‖. 100 Na segunda ficha de leitura do M7, conferimos o seguinte enunciado: ―A propósito das duas últimas estrofes do poema, interprete: a) O eu lírico diz ter viajado por ‗ilhas sem problemas‘, em seguida afirma que ‗ilhas perdem o homem‘. O que simbolizam as ilhas, no contexto do poema? b) ‗Entretanto alguns se salvaram‘, diz o eu no verso seguinte. Seria o eu lírico um desses casos de salvação? Justifique.‖. 101 No M8 seguem as seguintes perguntas: i) ―O sentido mais profundo desse poema revela-se já de início no título e no primeiro verso. Que palavra resume esse sentido? Explique sua resposta.‖; ii) ―A gramática certamente exigiria vírgulas separando as palavras do segundo verso do poema. Por que o poeta infringiu essa regra?‖; 102 No M9, as duas questões são: i) sobre o ―Poema de sete faces‖, ―Há escapismos no poema? Justifique.‖ ii) acerca do poema ―O enterrado vivo‖, ―Qual a relação do eu lírico com o passado, o presente e o futuro?‖ 97 Gráfico I GRÁFICO PERCENTUAL DOS MANUAIS QUE ABORDAM O ASPECTO LINGUÍSTICO NAS ATIVIDADES SOBRE OS POEMAS 89% 11% MANUAIS COM ATIVIDADES SOBRE A LÍNGUA MANUAIS SEM ATIVIDADES SOBRE A LINGUA Apesar de as questões restringirem de alguma maneira o trabalho interpretativo sobre a componente língua, observa-se através da descrição dos enunciados e deste gráfico uma maior incidência de questões sobre a ―componente língua‖ do que em relação à ―componente retórica‖. Constatamos também que este percentual de 11% diz respeito ao M1, que não sugere questões no âmbito deste ―enquadrador textual interpretativo‖ relativamente aos aspectos linguísticos. Consideramos que as alterações destas perguntas são, de alguma forma, fáceis de se realizarem, pois, a título de exemplo, basta, como já vimos anteriormente, substituir os enunciados de caráter afirmativo por enunciados interrogativos, para que estes ganhem uma maior abrangência inferencial, mobilizando assim o desenvolvimento das capacidades de leitura dos alunos. Observem-se alguns exemplos dessas possíveis alterações: Na questão do M5, ―O poeta faz uma oposição entre a ‗noite‘ e a ‗aurora‘. Na realidade, o que significam esses dois termos no contexto da poesia?‖, bastaria uma reestruturação deste enunciado afirmativo num interrogativo, para que fosse ampliado o movimento interpretativo. Sugerimos que a alteração se processe do seguinte modo: Qual a oposição criada pelo poeta nos dois universos temporais? Qual o significado desses dois tempos no poema? Com esta nova estruturação, certamente o enunciado tornar-se mais produtivo no âmbito da produção de inferências e do trabalho interpretativo. Outro exemplo consiste na alteração da pergunta do M6 que solicita simplesmente a identificação da figura de linguagem (oxímoro) e explicação do seu efeito semântico (criar uma oposição). Entretanto, o trabalho dos alunos fica limitado porque este enunciado não sugere nenhuma pesquisa ou aprofundamento no estudo deste recurso na poesia. Vejamos, então, como está configurada a pergunta e qual a proposta de alteração do enunciado. Nesse sentido, para a estruturação sugerida pelo manual, ―Os versos finais apresentam uma exigência: esquecer o Brasil. Para isso, o procedimento é de aproximar temas de significados contraditórios, o que caracteriza a figura de linguagem chamada oximoro ou paradoxo. a) Identifique os oxímoros dessa estrofe. b) Explique as contradições postas no poema‖; a nossa sugestão de alteração é a 98 seguinte: i) Identifique qual a exigência proposta pelo eu lírico nos versos finais do poema; ii) Pesquise qual a figura de linguagem que aproxima temas de significados diametralmente opostos; iii) Verifique se o poeta utiliza este recurso no seu poema. Destaque-os; iv) Explique a presença ou ausência deste recurso no poema. Com estas modificações, os alunos seriam levados a pensar um pouco mais sobre o modo como os recursos de linguagem (a nível retórico- estilístico) participam da estrutura do poema, além de poderem produzir inferências pragmáticas e criativas. Em resumo, os manuais abordam esta dimensão linguística nas fichas de leitura, porém não investem em perguntas ou em enunciados que fomentem a produção de inferência pragmática, no âmbito deste enquadrador textual interpretativo.

O título do poema e Confidência do Itabirano Que elementos do gênero confissão estão presentes
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O título do poema e Confidência do Itabirano Que elementos do gênero confissão estão presentes

Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.