Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados

Fig. 1 (p. 72)

Ablestock/ID/BR

ANOTE

As orações subordinadas substantivas apositivas são separadas da oração principal por dois-pontos ou por travessões.

Para as demais orações subordinadas substantivas – exceto as apositivas, como acabamos de ver – valem as mesmas regras de pontuação de um período simples. Por exemplo, não se separam por nenhum sinal de pontuação (vírgula, ponto e vírgula ou dois-pontos) os seguintes termos:

• o sujeito de seu predicado;

• o verbo transitivo de seus complementos (objeto direto ou indireto);

• o verbo de ligação do predicativo do sujeito;

• um substantivo, um adjetivo ou um advérbio de seu complemento (complemento nominal).

2. Copie, no caderno, as frases a seguir, identifique a oração subordinada em cada uma e pontue-as, se necessário. Se sentir dificuldade, consulte o boxe Anote, acima.

a) É preferível que você não se atrase.

Or. subordinada: que você não se atrase.

b) A menina fez um único pedido que sempre pudesse sair para brincar em dias de sol.

Pontuação: A menina fez um único pedido: que sempre pudesse sair para brincar em dias de sol. / Or. subordinada: que sempre pudesse sair para brincar em dias de sol.

c) Eu prefiro que você chegue logo.

Or. subordinada: que você chegue logo.

d) Queremos entender de que o diretor está falando.

Or. subordinada: de que o diretor está falando.

e) Você não tem a impressão de que a peça será um sucesso?

Or. subordinada: de que a peça será um sucesso?

f) A verdade que todo o dinheiro do cofre havia sido roubado logo viria à tona.

Pontuação: A verdade – que todo o dinheiro do cofre havia sido roubado – logo viria à tona. / Or. subordinada: que todo o dinheiro do cofre havia sido roubado.

g) O melhor é que a plateia está cheia.

Or. subordinada: que a plateia está cheia.

Observe a semelhança entre as construções e a forma como foram pontuadas.

I. A atriz queria mais publicidade, mais holofotes, mais badalação.

II. A atriz queria que houvesse mais publicidade, que jogassem os holofotes sobre ela, que se criasse mais badalação.



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Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados
Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados
Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados
Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados
Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados
Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados
Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados
Observe a semelhanca entre os períodos e a forma como foram pontuados


Page 2

São Paulo, 4ª edição 2015

Todos os direitos reservados

Direção editorial Juliane Matsubara Barroso

Gerência editorial Roberta Lombardi Martins

Gerência de processos editoriais Marisa Iniesta Martin

Coordenação de área Andressa Munique Paiva

Edição Andréia Tenorio dos Santos, Liliane Fernanda Pedroso, Luciana Pereira da Silva, Millyane M. Moura Moreira, Talita Mochiute

Colaboração técnico-pedagógica Claudia Bergamini, Georgya Correa

Assistência administrativa editorial Alzira Aparecida Bertholim Meana, Camila Cunha, Flavia Casellato, Silvana Siqueira

Preparação e revisão Cláudia Rodrigues do Espírito Santo (Coord.), Ana Paula Ribeiro Migiyama, Berenice Baeder, Eliana Vila Nova de Souza, Eliane Santoro, Fátima Cezare Pasculli, Fernanda Oliveira Souza, Izilda de Oliveira Pereira, Nancy Helena Dias, Rosinei Aparecida Rodrigues Araújo, Sandra Regina Fernandes, Valéria Cristina Borsanelli, Vera Lúcia Rocha, Marco Aurélio Feltran (apoio de equipe)


Page 3

Estudo do texto 128
Produção de texto: Artigo de divulgação científica 130
Reflexão linguística: Orações subordinadas adverbiais concessivas, proporcionais, conformativas, finais e comparativas 132
Língua viva: A concessão 136
Questões da escrita: Pontuação nas orações subordinadas adverbiais 138

Oralidade
Podcast 142

Fig. 5 (p. 8)

Mirella Spinelli/ID/BR


Página 9

Fig. 1 (p. 9)

Glenio Campregher/Acervo do fotógrafo

5 Texto dramático e roteiro 144

Leitura 1 “O judas em sábado de aleluia”, de Martins Pena 146


Estudo do texto 149
Produção de texto: Texto dramático 152
Reflexão linguística: Concordância verbal 154
Língua viva: Concordância verbal e variação linguística 159

Leitura 2 “Meu tio matou um cara”, de Jorge Furtado 160


Estudo do texto 162
Produção de texto: Roteiro 164
Reflexão linguística: Concordância nominal 166
Língua viva: Concordância nominal e expressividade 169
Questões da escrita: Onde e aonde / se não e senão 170

Oralidade
Dramatização
174

Fig. 2 (p. 9)

James D. Morgan/REX

6 Artigo de opinião 176

Leitura 1 “Por uma longa vida útil aos produtos”, de Helio Mattar 178



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Page 4

Fig. 1 (p. 13)

Lúcia Brandão/ID/BR


Página 14

Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge – minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa – mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil – fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.

Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.

Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa.

Clarice Lispector. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 25-28.

ACERVO PNBE



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Page 5

ANOTE

Nos contos psicológicos, o foco não são as sequências de ação nem a descrição de espaços externos, e sim a investigação do mundo interior das personagens, em uma tentativa de mostrar os impulsos e anseios comuns a todos os seres humanos.

Essa valorização, na literatura, dos aspectos mentais e emocionais surgiu no início do século XX e está relacionada a fatos históricos e a movimentos intelectuais ocorridos na época, entre eles o surgimento da psicanálise, método terapêutico criado por Sigmund Freud (1856-1939).

REVOLUÇÃO LITERÁRIA

A ficção de Clarice Lispector causou grande impacto no meio literário brasileiro. Apesar de única, está em sintonia com técnicas experimentadas por outros escritores que revolucionaram a literatura na primeira metade do século XX, como o francês Marcel Proust (1871-1922), o irlandês James Joyce (1882-1941) e a inglesa Virginia Woolf (1882-1941).

Fig. 1 (p. 17)

Capa do livro Ulysses, de James Joyce. Editora Penguin Companhia.

Penguin/Acervo da Editora

Ulysses


Fig. 2 (p. 17)

Capa do livro Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf. Editora Cosac Naify.

Cosac Naify/Acervo da Editora

Mrs. Dalloway



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Page 6

Fig. 2 (p. 20)

David Young-Wolff/Stone/Getty Images

Fig. 3 (p. 20)

Ablestock/ID/BR


Página 21

Planejamento e elaboração do texto

1. Antes de elaborar o texto, copie o quadro abaixo no caderno e preencha-o, respondendo às seguintes perguntas.



Narrador-personagem
Quem é e quantos anos tem no momento em que narra o episódio relembrado?
Quantos anos completava no aniversário que será recordado?

Lembrança
O episódio recordado é predominantemente alegre ou triste? Por quê?
O que faz a personagem lembrar esse episódio?
ID/BR

2. Escreva o conto levando em consideração estas orientações.

a) Depois de apresentar as personagens, o espaço e o tempo, introduza um fato que vai desencadear a lembrança de um conflito. Este pode ser, por exemplo, um conflito entre dois desejos da personagem que são opostos, ou entre uma expectativa que ela tem e o que a realidade oferece.

b) Esse conflito deve se agravar até chegar ao clímax, quando se resolve, favoravelmente ou não.

c) Empregue palavras que revelem o modo de a personagem sentir a passagem do tempo: você pode explorar suas hesitações, sua pressa, sua ansiedade ou seu desejo de prolongar um momento especial.

d) No final, o narrador pode ou não voltar à cena vivida no presente, mas o encerramento deve contar com um parágrafo que arremate a emoção rememorada.

e) Dê no texto as informações necessárias para que seus leitores/ouvintes consigam imaginar tanto a situação externa vivida pela personagem quanto seus sentimentos e questionamentos internos.



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Page 7

Página 25

LÍNGUA VIVA

Responda sempre no caderno.

Coesão e uso exagerado do que

1. Leia.

Por que os gatos eram sagrados para os egípcios?

Simples: eles ajudaram os antigos egípcios a combater um de seus piores inimigos – os ratos que infestavam a região, destruindo as colheitas de grãos e cereais, além de espalharem doenças. Quando notaram que os gatos eram a solução para controlar a população de roedores, os egípcios começaram a tratar os bichanos como membros da família e passaram a encará-los como verdadeiras divindades. Essa adoração teve de contar com a ajuda das autoridades, porque, antes de o animal ser decretado um ente sagrado, muitos bichanos eram servidos como prato principal às margens do rio Nilo. [...]

Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 25)

Escultura de gato, egípcia, de bronze com ouro e prata, 715–332 a.C.

Museu Britânico, Londres. Fotografia: ID/ES

A substituição de uma palavra por termos equivalentes acontece mais de uma vez no texto. Copie as palavras e as expressões que substituem os termos a seguir.

a) Gatos.

Substituem gatos: eles, os bichanos, los (encará-los), o animal, muitos bichanos.

b) Egito.

Substituem Egito: a região, as margens do rio Nilo.



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Page 8

Página 30

Responda sempre no caderno.

ANOTE

O espaço físico é constituído pelo cenário por onde as personagens se movimentam, sejam eles amplos, como uma cidade, um bosque, sejam limitados, como uma casa, uma sala de aula. Os elementos presentes nesses cenários (placas de trânsito, mobília, iluminação, etc.) também fazem parte do espaço.

O espaço interior ou psicológico é o lugar onde se passam os pensamentos, as emoções e as lembranças das personagens, mas também pode ser a relação que a personagem tem com um espaço físico, de acordo com o estado de espírito que experimenta em dado momento.

6. No conto “Eu estava ali deitado” predomina o espaço físico ou o psicológico? Explique sua resposta.

Predomina o espaço psicológico: os pensamentos, as emoções e as lembranças de Carlos são o núcleo do texto.



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Page 9

Fig. 3 (p. 32)

Frank Herholdt /Taxi/Getty Images


Página 33

Planejamento e elaboração do texto

1. Antes de iniciar o conto, determine alguns elementos da realidade que se afinam ou que contrastam com o espaço interior da personagem.


ID/BR

2. O que levará a personagem a entrar em contato com seu mundo interior?

3. Que conflito enfrentado pela personagem será narrado? O que vai desencadeá-lo e como ele se resolverá?

4. Ao escrever, leve em conta as observações a seguir.

•O espaço retratado na fotografia é apenas um ponto de partida. O conflito da narrativa deve ocorrer em um espaço psicológico, que dominará, portanto, a maioria dos parágrafos.

•A pontuação pode contribuir para apresentar o espaço interior da personagem.




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Page 10

Página 37

LÍNGUA VIVA

Responda sempre no caderno.

Subordinadas reduzidas e desenvolvidas e efeitos de sentido

1. Leia esta tira.

Fig. 1 (p. 37)

Fernando Gonsales. Níquel Náusea: botando os bofes de fora. São Paulo: Devir, 2002. p. 20.

Fernando Gonsales/Acervo do artista

Q1: TROUXE UNS BICHINHOS NESTE VIDRO!


BOM

Q2: ABRA UM POUCO A TAMPA PARA O AR CIRCULAR!


LEGAL

Q3: ALIÁS, QUE BICHINHOS SÃO ESSES?


VÍRUS!

a) O menino, repetindo uma ação comum entre crianças, captura bichinhos para observá-los. No entanto, esses são bichinhos peculiares. Por quê? De que forma o humor do texto se vincula a essa peculiaridade?

1a. Porque não são inofensivos bichinhos de jardim: são vírus. O humor do texto relaciona-se, primeiro, ao fato de o menino ter capturado seres que não capturamos (até por serem invisíveis) e, segundo, ao fato de ele ter sofrido uma consequência negativa imediata por sua obediência (assim que abriu a tampa e liberou os “bichinhos”, apareceram-lhe sintomas de uma virose).

b) Releia o período que está no primeiro balão de fala do segundo quadrinho. Ele é composto por duas orações. Quais são elas?

“Abra um pouco a tampa” e “para o ar circular”.

c) A segunda oração está na forma reduzida ou desenvolvida? Explique.

Está na forma reduzida: não é introduzida por conjunção e apresenta o verbo em uma forma nominal, o infinitivo (circular).

d) Como seria o período se essa oração fosse escrita na outra forma?

Abra um pouco a tampa a fim de que/para que o ar circule.

e) A versão mais informal é a da tira ou a da resposta ao item d?

A versão mais informal é a da tira.

f) Qual é a relação entre o grau de formalidade da oração subordinada e o fato de ela fazer parte de uma tira de humor?

1f. A informalidade dessa oração reduzida é adequada ao gênero, pois as tiras de humor têm função de entretenimento e, muitas vezes, destinam-se a leitores jovens.

g) No caso do período analisado, a versão mais informal corresponde à forma reduzida ou à desenvolvida?

Corresponde à forma reduzida.

2. Leia os períodos a seguir.





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Sugestão de roteiro para a entrevista

1. Dados do entrevistado: nome, profissão, ano de nascimento e grau de parentesco.

a) Qual é seu local de nascimento?

b) Em que outros locais você viveu?

c) Qual foi o mais marcante?

d) Entre as pessoas que conheceu nesse(s) lugar(es), alguma foi mais importante, ou mais marcante para você?

e) O que você gostava de fazer em sua infância?

f) Como era a escola na época de sua infância?

g) Houve algum dia especial, do qual se lembre com carinho? O que aconteceu nesse dia?

h) Das viagens que fez, qual foi a mais marcante? Por quê?

i) Houve em sua vida alguma situação muito engraçada? Qual foi ela?

j) Quantos anos você tinha quando se apaixonou pela primeira vez? Você se declarou? Seu amor foi correspondido?

k) Qual foi a maior aventura que você já viveu?



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Page 12

Fig. 2 (p. 46)

Marcelo d’Salete/ID/BR


Página 47

– Uai, eu vim.

– A pé? Você não devia ter vindo, Maria. Estou achando que houve alguma coisa.

– Não teve nada, não. Mamãe chegou lá em casa e então eu aproveitei para dar um pulo até aqui.

– Ah – o homem sorriu. E uma onda de carinho, quase imperceptível, assomou-lhe o rosto lento e sofrido.

– Fez alguma coisa hoje, Zé?

– Fiz um – respondeu levantando-se. – Senta aqui. Você deve estar cansada.

A mulher sentou no tamborete, desajeitada.

– Você não devia ter vindo, Maria – disse o homem.

– Eu sei, mas me deu vontade. Mamãe ficou lá com os meninos.

– Mas ela não estava doente?

– Você sabe como mamãe é.

– E o Tonhinho?

– Está lá.

– O carnegão saiu?

A mulher fez sim com a cabeça e em seguida olhou para o abrigo, onde havia pequenas lojas de frutas, café, pastelaria.

– Espera um pouquinho aí – disse o homem, e caminhou na direção de uma das lojas.

A mulher permaneceu sentada no tamborete, observou por um momento o vendedor de agulhas, que continuava gritando, depois deteve a vista na foto de Getúlio Vargas sorrindo para os trabalhadores do Brasil. O homem reapareceu com um saquinho manchado de gordura.

– Esses pastéis.

– Oh, Zé, para que você fez isso?

– Vamos, come um.

– Você não devia ter comprado.

– Vamos.

A mulher retirou um pastelzinho do saco e começou a mastigá-lo com muito prazer.

– Come o outro, Zé.

– Já comi uns dois hoje. Esse outro também é seu.

– Então eu vou levar ele pros meninos.

– É pior, Maria.

O homem ficou de pé, ao lado da mulher, observando-a comer o segundo pastel. A mulher acabou de comer, limpou a boca na manga do vestido e fez a menção de levantar-se:

– Fica aqui, Zé. Pode aparecer alguém.

– Não, eu passei a manhã toda assentado.

A mulher sentada e o homem em pé conservaram-se silenciosos durante um breve e ao mesmo tempo longo momento, ora olhando um para o outro, ora cada um olhando as pessoas agora espalhadas no abrigo ou não olhando coisa nenhuma. A mulher se ergueu:

– Acho que vou andando.

– Já vai?

– Mamãe não aguenta eles, você sabe.




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Page 13

ANOTE

Nos contos sociais, é comum haver referência a fatos e personagens históricos, pois esse gênero denuncia, por meio da ficção, injustiças sociais reais.

3. A personagem do conto lido trabalha próximo a um abrigo de bondes. Se você não tivesse sido informado do ano de publicação de “Trabalhadores do Brasil” no quadro O que você vai ler, imaginaria que o conto se passa em qual época?Justifique sua resposta.

Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos justifiquem suas respostas mencionando elementos do texto, como os bondes e a citação a Getúlio Vargas.

ANOTE

Para ter uma boa compreensão do texto que lê, o leitor deve partilhar com o autor certos conhecimentos de mundo. No caso do conto social, é importante que ele conheça os fatos e as personagens históricas a que o texto se refere.

DE BONDE

Os bondes circularam em cidades brasileiras da segunda metade do século XIX ao fim da década de 1960, aproximadamente. A princípio tracionados por animais, passaram mais tarde a ser movidos a eletricidade.

Hoje em dia restam poucas linhas, em geral turísticas.

Fig. 1 (p. 52)

Bonde circulando no centro de São Paulo (SP). Fotografia de 1966.

Arquivo do jornal Folha de S. Paulo/Folhapress




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Page 14

A denúncia nos textos de ficção

1. A vida das personagens do conto é marcada pela pobreza. Para cada item a seguir, anote no caderno as informações do texto que comprovam isso.

a) Meio de transporte utilizado pela mulher.

Ela faz o percurso a pé na ida; na volta, para economizar, reluta em tomar o bonde.

b) Aparência das personagens.

O homem tem rosto lento e sofrido; a mulher é esturrada.

c) Maneira como a mulher se veste.

Ela usa um vestido muito largo e alpargatas.

d) Ocupação do homem.

Retoca retratos e faz caricaturas em uma banca armada em um abrigo de bonde.




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Fig. 1 (p. 53)

Marcelo d’Salete/ID/BR


Página 54

PRODUÇÃO DE TEXTO

Conto social

AQUecimento

Em um conto social, é importante que as personagens sejam representativas de um grupo específico. O leitor deve reconhecer nelas características comuns a todas as pessoas desse grupo.

Neste trecho do conto reproduzido a seguir, ficamos sabendo que a adolescente Fátima pertence a um grupo social de pouca escolaridade, mas desde cedo familiarizado com questões ligadas às condições de trabalho. Leia-o.

[...] Esses treze anos deram a Fátima dois olhos vivazes, uma cor de ferrugem e uma certa perplexidade diante do mundo. Ignora o que seja fração, conjuntos, a capital de Pernambuco, estado sólido, líquido e gasoso. Mas sabe, e discute, o que é hora extra, carteira de trabalho [...].

Sérgio Capparelli. Meg foguete. 10. ed. Porto Alegre: L&PM, 2005. p. 21.

• Reproduza o parágrafo no caderno substituindo os termos destacados, de forma que a oposição “conhecimento escolar versus mundo do trabalho” seja substituída pela oposição ”noções de moda versus transporte público”. Mantenha a estrutura das frases.

Resposta pessoal. Sugestão: Ignora o que seja um top, rasteirinha e jeans da moda. Mas sabe o que é vale-transporte, metrô lotado e fila interminável no ponto de ônibus.




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Page 16

A linguagem do texto

1. O diálogo entre as personagens de “Trabalhadores do Brasil” é apresentado ao leitor por meio de discurso direto. Copie um trecho que exemplifique essa afirmação.

“– Você, Maria.”; “– Como é que você arranjou para chegar até aqui?”; “– Come o outro, Zé.”.

ANOTE

O discurso direto é um dos recursos empregados nas narrativas para aproximar o leitor da realidade das personagens, sem a intervenção do ponto de vista do narrador.

2. Algumas falas das personagens parecem incompletas, porém o leitor compreende seu sentido pelo contexto. Por exemplo, a fala “Fica aqui, Zé. Pode aparecer alguém” poderia ser entendida como “Fica aqui, Zé. Pode aparecer alguém querendo uma caricatura ou um retrato colorido e vai achar que o responsável não está”.

Volte ao texto e diga que informações estão subentendidas nas falas a seguir.

a) “Esses pastéis.”

Trouxe esses pastéis para você. / Esses pastéis são uma delícia. Experimente.

b) “Vamos.”

Vamos, Maria, coma os pastéis que eu trouxe para você.

c) “É pior, Maria.”

É melhor não levar só um pastel para tantas crianças, Maria.

d) “Você vai fazer.”

Hoje você vai fazer algum dinheiro / desenho / trabalho.



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Page 17

Fig. 1 (p. 50)

Marcelo d’Salete/ID/BR

2. A pobreza das personagens também se revela nas imagens criadas em alguns trechos. Compare as frases a seguir.

O homem reapareceu com um saquinho manchado de gordura.

O homem reapareceu com um saquinho de pastéis.

a) Qual das frases contribui para criar a noção de pobreza? Por quê?

2a. A frase original. Porque menciona a mancha de gordura no saquinho, sugerindo, por exemplo, que o alimento é oleoso, pouco saudável, que as mãos provavelmente ficarão engorduradas depois da manipulação.

b) Encontre no texto pelo menos mais um trecho em que uma ação ou fala das personagens contribua para construir a ideia de pobreza.

“O carnegão saiu?”; “A mulher acabou de comer, limpou a boca na manga do vestido [...]”.

3. Verifique se as personagens são apresentadas pelo narrador de modo positivo ou negativo. Entre as características a seguir, quais poderiam ser atribuídas a Zé, a Maria, ou a ambos, de acordo com o texto?

Zé: trabalhador, atencioso, concentrado, contido; Maria: atenciosa, contida, econômica.

trabalhador(a) talentoso(a) concentrado(a) preguiçoso(a)

atencioso(a) revoltado(a) econômico(a) contido(a)



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Page 18

Fig. 1 (p. 54)

Fabiana Salomão/ID/BR

Proposta

Você vai escrever um conto que denuncie, de forma ficcional, a situação apresentada no trecho da reportagem “Gente invisível”, a seguir. Caso seja escolhido, seu conto poderá ser enviado ao um site ou blog literário. Portanto, tenha em mente que seu público leitor será formado por pessoas que apreciam literatura.

1. Leia o seguinte trecho de reportagem e conheça a maneira como algumas categorias profissionais são tratadas.

Gente invisível

Psicólogo investiga a vida das pessoas que, ao vestir um uniforme, ganham invisibilidade – são tratadas como se não existissem

Em novembro de 1994, o então estudante do 2º ano de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) Fernando Braga tornou-se invisível. “Fiquei atordoado, não conseguia sentir o gosto da comida, perdi meu centro”, lembra. Nem loucura nem ficção científica. Braga atingiu a invisibilidade ao vestir um uniforme de gari. Como parte de um estágio solicitado por uma das disciplinas que cursava, ele resolveu acompanhar, de duas a três vezes por semana, a rotina dos garis da Cidade Universitária – pegando no pesado junto com eles. Ao vestir calça, camisa e boné como seus colegas de “varreção”, esperava causar espanto, curiosidade ou até mesmo indignação em seus amigos, professores, companheiros de futebol e conhecidos da USP. No entanto, não conseguiu nem mesmo receber um bom-dia. [...] Os professores com quem havia conversado pela manhã passaram por ele e nem perceberam sua presença. Não é que tenha sido ignorado, menosprezado, rejeitado. Pior: nem foi visto. Era como não estar lá; como “não ser”. [...]

Paula Mageste. Gente invisível. Disponível em: . Acesso em: 26 mar. 2015.

Fig. 2 (p. 54)

Garis limpam a calçada. Fotografia de 2013, São Paulo (SP).

Anderson Barbosa/Fotoarena




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Page 19

Página 53

ANOTE

Na linguagem oral informal, como em uma conversa entre parentes ou amigos, é comum haver interrupções nas frases ou sentenças que, se fossem escritas, pareceriam incompletas. Isso não compromete a comunicação, porque ela é complementada por gestos, expressões, posturas, etc.

Ao reproduzir essas interrupções nos diálogos de uma narrativa, o autor os faz parecerem reais, o que contribui para aproximar o leitor da realidade das personagens.

3. Explique por que, em um conto social, é importante aproximar o leitor da realidade das personagens.

Porque, se o leitor estiver próximo da realidade das personagens, será mais fácil enxergar as dificuldades e solidarizar-se com elas, além de ser mais efetiva a apreciação do texto em si.

4. O nome escolhido para as personagens e a maneira como o narrador se refere a elas ajudam a reforçar o sentido de uma narrativa.

a) Como o narrador do conto lido se refere às personagens?

Ele as chama de “o homem” e “a mulher”.

b) De que maneira a escolha do nome das personagens, Zé e Maria, contribui para a caracterização delas?

Esses nomes são bastante comuns no Brasil e, durante muito tempo, foram associados a pessoas pertencentes a classes sociais mais baixas.

ANOTE

Nos contos sociais, é frequente que as personagens não sejam individualizadas, pois o que importa não é mostrar o drama de um indivíduo, mas a realidade vivida pelo grupo social que representam.

5. Os contos se organizam em situação inicial, conflito, clímax e desfecho.

a) Volte ao conto e faça um levantamento: que tempo verbal predomina nos três primeiros parágrafos? Dê três exemplos que confirmem sua resposta.

5a. O pretérito imperfeito do indicativo. “Como uma ilha entre as pessoas que se comprimiam [...]”; “Era especialista em colorir retrato e fazia caricatura em cinco minutos.”.

b) Considerando apenas o discurso do narrador, que tempo verbal predomina a partir do quarto parágrafo? Justifique sua resposta com três exemplos.

5b. O pretérito perfeito do indicativo. “Uma mulher esturrada, de alpargata e vestido muito largo, aproximou-se [...]”; “O homem levantou a cabeça:”; “Ela moveu o rosto com dificuldade [...]”.

c) Lembrando que o pretérito imperfeito do indicativo é empregado em situações habituais no passado, conclua: em que parágrafos se apresenta a situação inicial (ou seja, a rotina da personagem)?

Nos três primeiros parágrafos.

d) Em que parágrafo se introduz um elemento que é diferente da rotina de Zé e que dá início ao conflito?

No quarto parágrafo.




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Page 20

Página 51

4. O narrador apresenta as personagens como pessoas dignas. Parece que ele tem simpatia por elas. Explique essa afirmação.

4. No texto, há ausência de traços negativos das personagens. Pelas características positivas que o narrador lhes atribui (trabalham duro, são amorosas), pode-se concluir que são apresentadas como pessoas dignas, merecedoras de simpatia.

5. Leia estas informações sobre Getúlio Vargas, compiladas especialmente para esta edição.

Getúlio Vargas e os “trabalhadores do Brasil”

O gaúcho Getúlio Vargas governou o Brasil em dois períodos: 1930-1945 e 1951-1954. Entre 1937 e 1945, no chamado Estado Novo, manteve-se no poder como ditador.

Getúlio assegurou aos trabalhadores direitos como o salário mínimo, a carteira de trabalho, a jornada de oito horas, o descanso semanal remunerado e as férias remuneradas. Também regulamentou o trabalho dos menores de idade e da mulher e o trabalho noturno, além de ampliar a todos os trabalhadores urbanos o direito à aposentadoria. Essas medidas lhe garantiram prestígio mesmo quando, no Estado Novo, perseguiu, torturou e matou seus opositores. Populista, começava seus discursos dirigindo-se aos “trabalhadores do Brasil”. Foi chamado de “Pai dos Pobres”, e até hoje existe certo culto a sua personalidade.

Em 1954, diante de grave crise política e econômica, suicidou-se com um tiro no peito.

Fig. 1 (p. 51)

Getúlio Vargas (1882-1954) reunido com empresários. Fotografia de 1952, São Paulo (SP).

Arquivo do jornal Folha de S. Paulo/Folhapress

Explique por que o título do conto, “Trabalhadores do Brasil”, remete a uma questão política.

5. Porque o título é o vocativo empregado pelo presidente Getúlio Vargas em seus discursos dirigidos à nação. Pode-se considerar que o título guarde certa ironia: Getúlio prometia aos trabalhadores melhores condições de vida, o que, pela narrativa, não acontecia.

Professor, se julgar necessário, chame a atenção dos alunos para a cena final: depois que a mulher vai embora, expressando sua esperança de que o dia renda alguma coisa, o homem fica imóvel, olhando para o retrato. Pode-se supor que ele esteja refletindo sobre a contradição entre sua situação e as conquistas trabalhistas pelas quais Getúlio era conhecido.

6. O título do conto não é a única referência feita a Getúlio.

a) De que outra forma o ex-presidente está presente no texto?

6a. No momento em que começa a história, Zé está retocando uma foto de Getúlio. Após o encontro com Maria, ele volta a trabalhar nesse retrato.

b) Releia os três primeiros parágrafos do conto. Pela atitude de Zé ao retocar o retrato, você diria que ele admira o presidente morto? Ou, ao contrário, que é indiferente à imagem da fotografia na qual está trabalhando?

6b. O fato de a personagem retocar o retrato com tanta concentração, como se não quisesse terminar o serviço, permite pensar que ela sentia prazer em tal trabalho, possivelmente, porque admirava o presidente morto.

c) Getúlio tomou medidas a favor dos pobres. Eles parecem ter sido beneficiados por essas medidas?

6c. Sugestão: Não parecem ter sido beneficiados, pois a vida deles é sofrida, cheia de dificuldade financeira.

7. Indique no caderno qual destas conclusões seria mais adequada em relação ao conto.

7. A conclusão mais adequada é a que consta na alternativa a.

a) O conto é irônico ao mostrar o contraste entre o culto a Getúlio Vargas e a realidade dos trabalhadores do Brasil na época desse presidente.

b) O conto tenta ressaltar a importância, para os trabalhadores brasileiros, de manter uma relação afetuosa com a família, uma vez que sua vida profissional é muito difícil.



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Responda sempre no caderno.

5. As falas das personagens são curtas. Essa característica da linguagem pode ser associada a certa reserva ou secura na manifestação do afeto entre as personagens. Copie um trecho do texto em que o narrador confirma esse jeito de ser das personagens.

5. “Ela moveu o rosto com dificuldade e fez o possível para sorrir, fixando atenta e profundamente a cara do homem.”; “– Ah – o homem sorriu. E uma onda de carinho, quase imperceptível, assomou-lhe o rosto lento e sofrido”.

ANOTE

As personagens de uma narrativa podem ser caracterizadas por meio de descrições, porém essa não é a única forma. A linguagem das personagens também permite ao leitor construir uma imagem de seu jeito de ser.

6. Analise as circunstâncias em que acontece o encontro das personagens.

a) Em que horário do dia deve ter ocorrido? Em que você se baseia para concluir isso?

Provavelmente no fim da manhã, já que Zé diz que passara a manhã toda sentado.

b) Quantos trabalhos o homem tinha feito até aquele momento?

Apenas um.

c) As personagens dizem que o dia vai melhorar, ou seja, que Zé vai ter mais trabalho. Elas se baseiam em algum dado objetivo para prever isso? Explique.

Elas não se baseiam em dados objetivos; trata-se mais de um desejo de que o dia melhore do que de uma previsão realista.

7. Os silêncios, as falas curtas das personagens e a ausência de demonstrações de alegria e de afeto reforçam qual das ideias a seguir? Copie a resposta no caderno.

A alternativa b.

a) A ideia de que a vida dura que as personagens levam as fez se cansarem uma da outra e tornou-as pessoas sem sentimentos.

b) A ideia de que as personagens levam uma vida dura, enfrentando dificuldades financeiras, carente de alegria e prazeres.



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ANOTE

O pretérito imperfeito do indicativo é habitualmente empregado para apresentar a situação inicial das narrativas, por ser o tempo que indica ações que, no passado, aconteciam com frequência. Já o pretérito perfeito do indicativo costuma ser usado na narrativa das ações que compõem o conflito e o desfecho.

Trabalhadores informais

No conto de Wander Piroli, as personagens vivem dificuldades econômicas. Zé não tem emprego formal, só ganha quando algum cliente pede uma caricatura ou um retoque em retrato. Discuta com seus colegas e o professor as questões a seguir.

• Os trabalhadores que, como ele, oferecem serviços em uma banca na rua e os vendedores ambulantes não fazem parte do mercado de trabalho formal (aquele que tem direitos garantidos pela lei, como registro em carteira, férias e descanso remunerado, licença-maternidade e outros). Quais podem ser os motivos de haver tanta gente no mercado informal de trabalho? Que soluções você imagina para essa situação?




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ANOTE

Contos que tratam de temas como as dificuldades dos grupos sociais menos favorecidos ou das minorias, denunciando injustiças sociais, são chamados de contos sociais.

O MELHOR SORRISO DE GETÚLIO

Com base no conto “Trabalhadores do Brasil”, o estudante de jornalismo Fernando Schimidt lançou, em 2007, o curta-metragem O melhor sorriso de Getúlio, com Simone Spoladore e Anísio Ribeiro, em que enfatiza o aspecto político do conto.

Fig. 2 (p. 51)

Cena de O melhor sorriso de Getúlio.

Gabriel Soares/Acervo do fotógrafo
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Responda sempre no caderno.

O contexto de produção

1. O conto “Trabalhadores do Brasil” apresenta uma realidade desfavorável aos mais pobres e, para isso, faz referência a Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil de atitudes controversas. Se você não soubesse nada sobre essa personagem histórica, teria tido a mesma compreensão do conto? Explique.

1. Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos possam perceber que o contexto político-social é fundamental para a compreensão do texto.

2. O texto apresenta uma contradição entre o culto a Getúlio Vargas e o fato de a personagem Zé não ter emprego registrado em carteira. De que informação específica a respeito das medidas tomadas por Vargas você precisou para compreender essa contradição?

A informação de que Getúlio assegurou vários direitos aos trabalhadores, como o salário mínimo, a carteira profissional, etc.



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• Para definir quem começará a perguntar, deve-se tirar par ou ímpar. A dupla vencedora inicia o desafio com uma pergunta, considerando a pista fornecida pela dupla adversária.

• As únicas respostas permitidas no jogo são sim ou não. Se a resposta for sim, a dupla continua perguntando. Se for não, o direito de perguntar passa à dupla adversária.

• É contra as regras do jogo mentir ou blefar.

• Quando uma dupla se sentir segura para contar o suposto enredo, no momento da sua vez de perguntar, pode narrar a história, questionando ao final: “É esse o enredo do seu miniconto?”. É importante que o professor esteja presente neste momento, para ser o juiz do desafio, caso seja necessário.

• Se a resposta for sim, a dupla que acertou continua no desafio, agora com outra dupla. Se a resposta for não, a dupla que arriscou contar o enredo sai do jogo e a outra continua.

• Número de participantes

• Deve ser jogado em duplas.

• Componentes

• Folhas avulsas de papel.

• Canetas.

• Espaço


• Deve ser jogado em um espaço amplo, como sala de aula ou pátio, onde seja possível dispor mesas e cadeiras para as duplas ficarem uma de frente para outra.

• Modo


• Criatividade e originalidade na hora de elaborar o miniconto.

• Atenção e perspicácia no momento de elaborar uma pergunta à dupla adversária.

• Disposição para aplicar os conhecimentos apreendidos a respeito da estrutura clássica do gênero conto.

• Avaliação

• Podem ser avaliados os seguintes aspectos:

• Postura adequada ao trabalhar em dupla (trabalho colaborativo, diálogo, respeito ao outro, ajuda mútua, etc.).

• Planejamento, elaboração e revisão do miniconto.

• Habilidade em formular questões para descobrir o enredo do miniconto da dupla adversária.

• Habilidade em mobilizar os conhecimentos sobre a estrutura clássica do conto para reconstruir o enredo do miniconto da dupla adversária.

• Orientações gerais

• Leia com a turma as instruções do jogo, para que os alunos possam compreender as orientações e esclarecer dúvidas. Ressalte que o desafio propiciará o exercício da criatividade e a revisão do que aprenderam sobre as características do conto.

• Após a apresentação da proposta, reserve um momento para os alunos escolherem suas duplas. Explique que o colega será o parceiro na criação do miniconto e também durante o desafio.

• Com as duplas formadas, retome com a turma as características da estrutura clássica do conto. Se possível, relembre esses aspectos com base em um conto estudado ao longo do ano, como os dos capítulos 1 e 2 deste volume. Pode ser interessante propiciar à turma uma atividade de leitura de minicontos, fornecendo assim mais elementos para a produção textual dos alunos.

• Conduza a elaboração dos minicontos em diferentes etapas. Em uma aula, oriente o planejamento do texto. É fundamental que os alunos fiquem livres para pensar em sua narrativa, partindo de algo mais amplo para chegar à concisão característica do miniconto. Entregue aos alunos uma tabela para ser preenchida com os seguintes momentos da narrativa: situação inicial, conflito, clímax e desfecho. Acrescente ainda linhas para a descrição das personagens, do espaço e do tempo.

• Depois, reserve outro momento para as duplas elaborarem o miniconto. Observe como os alunos trabalham colaborativamente e respeitam as ideias um do outro. Se for preciso, faça intervenções. Peça aos alunos que deixem essa primeira versão na gaveta durante um tempo, para que tomem distância da própria produção.

• Após alguns dias da elaboração, agende a avaliação e reescrita do miniconto. Instigue as duplas a fazer comentários sobre o próprio texto, buscando auxiliá-los no aprimoramento do miniconto. Sinalize também às duplas suas considerações a respeito do texto. Com essas observações, os alunos devem escrever a versão final em uma folha avulsa, fazendo os ajustes necessários.

• Marque com os alunos o dia do desafio dos minicontos. Como preparação, solicite que leiam várias vezes o próprio texto e as regras do jogo, além de formular algumas perguntas para os adversários.

• Organize a sala para o desafio de modo que as mesas e carteiras, para determinada partida (Dupla A x Dupla B), fiquem distantes da outra partida (Dupla C x Dupla D, por exemplo). Como os desafios serão simultâneos, é preciso cuidado para que ne-



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nhuma dupla ouça as respostas e as perguntas da partida ao lado. Reserve ainda uma área à torcida, onde ficarão as duplas que saírem do jogo.

• No dia do desafio, nomeie cada dupla com uma letra do alfabeto e promova um sorteio para definir os adversários. Por exemplo, a dupla A enfrenta a dupla G, etc. Com os adversários definidos, retome as regras do jogo e comente sobre a importância de questões bem formuladas para adivinhar o enredo do adversário.

• Se julgar pertinente, simule o exemplo de uma partida. Leve um miniconto para sala e solicite que os alunos façam perguntas a você, com a intenção de adivinharem o enredo. Depois, comente as perguntas que poderiam ser reformuladas e aquelas que devem ser evitadas, por terem dupla resposta ou respostas abertas.

• Durante o jogo, acompanhe as partidas e atue como um juiz, se for preciso. Caso haja divergência sobre a adivinhação do enredo, compare a versão escrita com a que foi narrada pela dupla adversária e arbitre sobre o caso.

• Fique atento também à organização das duplas da rodada seguinte. Quem ganhou pode, por exemplo, enfrentar a dupla mais próxima de seu local. O rodízio pode ser feito no sentido horário ou de acordo com as letras do alfabeto. Defina previamente essa ordem com a turma, preferencialmente antes do jogo.

• Outro combinado é o do silêncio da torcida ao longo das rodadas. Ninguém pode soprar a resposta ou manifestar opinião, enquanto assiste às partidas.

• Ao final do jogo, promova a avaliação da atividade por meio de uma roda de conversa. Chame atenção para todas as etapas deste jogo desde a produção do miniconto até a última partida do desafio. Faça comentários a respeito da participação dos alunos em cada fase. Ressalte a postura deles como jogadores, a criatividade na elaboração dos enredos, o cuidado na formulação das perguntas, etc.

• Após o desafio, sugira à turma uma exposição dos minicontos no mural da escola. Dessa forma, os alunos dividem suas produções com pais, colegas de outras turmas e funcionários da escola.

• Se julgar pertinente, promova uma atividade de ampliação após o jogo. Crie junto com os alunos um blog no qual eles possam publicar os minicontos que criaram para o desafio e assim ampliar o público leitor de suas produções. Há vários tutoriais na internet que ensinam como montar um blog. Além de publicar os textos já escritos, os alunos podem criar novos minicontos para a publicação neste endereço eletrônico. Eles podem utilizar as redes sociais para convidar amigos e familiares a visitarem o site. É importante também incentivar que eles leiam os textos uns dos outros e escrevam comentários. Dessa forma, a escola contribui para o aprimoramento da escrita e também para o multiletramento dos alunos.

• Outra sugestão: aproveite o mecanismo deste jogo do desafio dos minicontos e crie adaptações. Proponha a escrita de outros gêneros narrativos.

Sugestões para o professor

Para ler

• Freire, Marcelino. Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê, 2004.


Organizado pelo escritor pernambucano Marcelino Freire, esta antologia reúne microcontos de até 50 letras. Há participação de Dalton Trevisan, Millôr Fernandes, Manoel de Barros, Modesto Carone,Adriana Falcão, Sérgio Sant’Anna, Marcelo Mirisola, entre outros. O prefácio é assinado pelo professor Italo Moriconi e organizador da antologia Os cem melhores contos brasileiros do século.

• Rojo, R.; Moura, E. (Org.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.


Leia o artigo “Minicontos multimodais: reescrevendo imagens cotidianas” que traz reflexões e proposta de trabalho que alia produção escrita e o uso de novas tecnologias.

Para acessar

• Perez, Marcelo Spalding. Os cem menores contos brasileiros do século e a reinvenção do miniconto na literatura brasileira contemporânea. Dissertação (Mestrado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. Disponível em: . Acesso em: 5 jun. 2015.

Nesta dissertação de mestrado, o autor analisa a antologia Os cem menores contos brasileiros do século (Marcelino Freire, 2004), para investigar o conto extremamente breve chamado de miniconto ou microconto. Ele faz um histórico da presença desse gênero no Brasil, na América Latina e nos Estados Unidos.

• . Acesso em: 5 jun. 2015.
É uma revista eletrônica que publica minicontos e uma discussão acerca deste tema. Há uma seção dedicada ao professor com sugestão de propostas de trabalho com minicontos na sala de aula.

• . Acesso em: 5 jun. 2015.

Este blog reúne micronarrativas de até 200 caracteres. É aberto à participação de todos os interessados em divulgar sua produção.

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