Por que não devemos comparar as crianas

5 motivos por que você não deve comparar o seu filho com os outros 06/05/2020

Por que não devemos comparar as crianas

Quando nos tornamos mães criamos expectativas altas para nós mesmas e consequentemente para nossos filhos também. É natural querermos acertar e fazermos o melhor por nossas crianças e muitas vezes nos comparamos com outras mães, outra famílias, e o que é pior: comparamos nossos filhos com outras crianças. Mas afinal, isso é um problema?

Um pouquinho de competitividade não faz mal a ninguém, não é? Mas quando falamos de nossas crianças, a história é diferente. Veja aqui 5 motivos pela qual você não deve comparar seu filho com outras crianças (incluindo seus irmãos!)

1 - Seu filho é único! Ele tem uma combinação genética única, o que faz ele ter seus próprio temperamento, ritmo de desenvolvimento, preferências, manias e etc. Some a isso a interferência do ambiente onde ele cresce: casa, escola, se ele tem ou não irmãos, se tem uma criação rígida, flexível, equilibrada. Se passa mais ou menos tempo na escola...tudo isso faz de sua criança alguém único em todo o universo!

2 - As crianças vão acreditar naquilo que você disses e guiarão sua vida por isso. Um estudo da Brigham Union University mostrou que as crianças se tornam aquilo que os país acreditam que eles sejam, mais do que se tornar aquilo que ela se realmente são. O estudo focou na comparação entre irmãos, mas deixa claro que as comparações não devem ser feitas enquanto as crianças estiverem ouvindo.

3 - Saúde Mental: baixa estima, ansiedade, ansiedade social. O estresse de ser constantemente comparado com os outros é tóxico para as crianças. A tendência é a criança ficar ansiosa cada vez que for executar qualquer atividade, ela se sentirá incapaz antes mesmo de tentar e pode começar a evitar estar em grupo para não ser comparada.

4 - Sentimento de ódio: a criança pode começar a nutrir um sentimento de ódio e até agressividade pela criança com quem ela é constantemente comparada. Isso pode se tornar um comportamento repetitivo e moldar a personalidade da criança para a vida adulta.

5 - Seu filho vai evitar estar com seus pais. De todos, este é o mais triste. Para não frustrar seus pais, a criança vai evitar ficar com sua família, mantendo-se isolado na maior parte do tempo, e a relação de afeto com a família vai diminuindo cada vez mais.

Um artigo publicado na Scientific American mostrou que a melhor forma de "provocar" seu filho a se desempenhar melhor é comparado ele com ele mesmo no passado. Mostrar a necessidade de se esforçar, de se superar e ir além. De acordo com os estudos, diferente da comparação, o sentimento de auto-superação é muito mais positivo e ajuda a criança a criar autoestima e se esforçar.

Lembre-se que a vida da sua familia é única e por isso não faça comparações. Valorize o que seu filho tem de único, encoraje os pontos fortes dele, faça e ele se sentir valorizado pelo que ele é, e lembre-se que todas as crianças tem seu próprio ritmo!

Referências:

https://www.sciencedaily.com/releases/2015/06/150617104539.htm

https://www.family.org.sg/FOTFS/Articles/Parenting/The_Problem_with_Comparing_Our_Kids.aspx

https://www.parentherald.com/articles/24006/20160228/negative-effects-of-comparing-a-child-with-others.htm

https://www.scientificamerican.com/article/the-problem-with-telling-children-theyre-better-than-others/

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Cada criança é única: o perigo de se comparar com outras mães

Maior problema das comparações é o julgamento que pode vir associado

Por que não devemos comparar as crianas

Por Monkey Business Images/Shutterstock

Seu bebê não faz isso ainda? Você só perdeu 2 kg depois do parto? Nessa fase, eu já tinha perdido 10! Meu bebê com um mês já dormia a noite toda!

Basta nos vermos em uma roda de mães que logo mais já começam as comparações. É quase inevitável escutarmos uma dessas de vez em quando!

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E se a gente for prestar atenção, esse tipo de comparação normalmente vem da mãe mais insegura da roda. Na verdade, mães que estão com dúvidas acabam fazendo esse tipo de comparação, porque precisam validar se o que estão fazendo está certo. Elas estão testando se cuidam direito do seu bebê. Também preste atenção: essas comparações vêm normalmente relacionadas ao primeiro filho. No segundo, terceiro e quarto, por exemplo, já não temos mais essa necessidade de comparar, até mesmo, nem temos tempo mais para isso.

O mais difícil é quando a comparação vem de pessoas da nossa família, comparando primos, por exemplo, e sempre apontando qual das mães está "se saindo melhor" na criação das crianças.

Esses dias, uma amiga estava me contando que teve bebê na mesma época que a cunhada. E, em toda reunião familiar, era aquela comparação. Qual deles estava engordando mais, qual delas estava tendo mais leite, qual cocô era o mais bonito... e por aí vai. Ela me disse que chegou ao ponto de rejeitar convites de encontros familiares, porque simplesmente não aguentava mais essas comparações. Isso a fez se afastar da família. Somente na festa de aniversário de um aninho do filho é que conseguiu ficar bem e deixou de ser alvo de comparações.

Outra situação ainda mais delicada é quando alguém faz questão de comparar o nosso bebê ao pai, por exemplo, quando ele era bebê! E é claro que era um bebê mais gordo, mais bonzinho, dormia bem e dava muito menos trabalho do que o nosso bebê!

Acontece que essas comparações, além de gerar sentimento de raiva nas mães, minam a sua autoconfiança!

Não faz sentido algum comparar resultados da maternidade, até mesmo porque cada criança é única. E o importante mesmo é se conectar a melhor forma com o seu bebê, conforme explico no capítulo Alta Performance Materna do meu livro Sintonia de Mãe, publicado pela Luz da Serra Editora.

Na verdade a comparação não é de toda ruim. Nos faz sentir parte de um grupo, pertencer... O maior problema é o julgamento que normalmente vem com ela acompanhado. "Esse é o jeito certo, e esse é o jeito errado". Dessa forma, toma um viés competitivo e é isso que destrói nossa autoestima. Perdemos a confiança em nosso potencial como mães, deixamos de escutar nosso instinto maternal por temermos o julgamento. E sempre ficamos na tendência de fazer do mesmo jeito que todo mundo faz. Esse eu acho o maior perigo!

Caímos na cilada de achar que as outras famílias são perfeitas e somente a nossa que tem problemas. Que tudo é melhor lá do que aqui. A grama do vizinho é sempre mais verde do que a nossa? Ficamos querendo ser aquela mãe infalível das redes sociais, que está sempre linda, com um bolo no forno e, ainda, vai à academia! Porque, é claro, as pessoas só nos mostram o lado bom. Ninguém viu quantos leões essa mãe matou por dia. Isso nos estagna, nos paralisa.

E o pior, deixamos de dar valor ao que temos e ao que somos de verdade! Muitas vezes esquecemos de sermos gratas a tudo o que conquistamos junto com a maternidade.

Deixamos de ver valor no que realmente tem valor. O quanto crescemos como seres humanos depois que nos tornamos mães, o quanto somos mais fortes, mais sensíveis, mais belas, mesmo que com alguns quilinhos a mais e um pouco mais de olheiras.

Não é nada fácil ser mãe. Lembre-se sempre de que você não precisa ser perfeita, basta fazer o seu melhor. E certamente você é hoje uma mãe melhor do que foi ontem.

Existe um ditado que diz que na vida nem dois pingos de chuva são iguais.

Se até irmãos gêmeos possuem impressões digitais próprias que os diferenciam, porquê razão temos o hábito de nos comparar com outras pessoas?

Penso que isso seja decorrente da nossa cultura. Em nosso cotidiano, padrões pré-estabelecidos de como ser e se comportar são colocados para nós em todo lugar e a todo o momento.

Programas de TV, revistas e Internet constantemente impõem ideais: ideais do corpo perfeito, de como se vestir nessa temporada, do corte de cabelo da estação, de como isso, como aquilo… e acabamos muitas vezes por nos esquecer quem realmente nós somos, por dentro e por fora.

Esses estímulos para o público infantil e infanto-juvenil são ainda mais fortes, pois é nesse momento em que a criança está começando a se perceber enquanto ser humano biológico e social, e compreender e valorizar a noção de pertencimento a um grupo.

Até aproximadamente 06 anos, a criança está na fase que nós Pedagogos chamamos de “Egocentrismo”: nesse período, ela está focada no seu próprio eu. Por isso, ideais de “ser ou se comportar desse ou daquele jeito” ainda não fazem muito sentido para ela. Ela é ela, simples assim.

Após essa fase, a criança adquire capacidade de pensar sobre coisas abstratas: símbolos, valores morais, hipóteses, padrões.

Nesse período, ela começa a desenvolver gradualmente sua própria identidade. Gostar desse ou daquele estilo musical, dessa ou daquela forma de se vestir, se identificar com certos grupos na escola. E é nesse momento em que desperta na criança a ideia de comparação com outras pessoas.

Comparações em casa ou na escola com familiares e amigos, assim como os estímulos da mídia para despertar o desejo de consumo desse público, com mensagens implícitas de “todo mundo tem, só você vai ficar de fora?”, favorecem negativamente esse processo.

Comparações com outras crianças, muitas vezes até bem intencionadas sob forma de “orientação” dos pais ou responsáveis geram um conflito interno na criança, especialmente por ela ainda não ter sua identidade totalmente definida.

O que é ela, sentimentos e desejos dela, passa a ser confundido com o que não é, com o que vem de fora. Arrisco até dizer que daí vem a chamada “crise de identidade” que muitas pessoas têm anos mais tarde.

Por isso, é muito importante que os pais administrem bem esse período. Frases do tipo “você devia seguir o exemplo do seu irmão” ou “fulano de tal não faz isso na casa dele” não devem ser pronunciadas para a criança, por qualquer razão que seja e independentemente da idade.

Numa situação delicada com a criança, converse com ela, de forma direta, clara e tranquila. Orientar de forma adequada é promover o diálogo com a criança sobre o que é certo ou errado a partir da reflexão de suas ações e atitudes, não em meio a comparações de “ser melhor ou pior” que alguém.

Permita que ela exponha seus sentimentos e, principalmente, diga e mostre que confia nela. Tudo isso é muito importante para seu desenvolvimento emocional, de seu senso de responsabilidade, sua autoestima e entendimento de cada ser humano como único, com seus potenciais, necessidades e limites.

E o principal: ela entenderá que pessoas erram, mas podem ter uma nova chance. Lembre-se sempre: se nem dois pingos de chuva não se repetem, seu tesouro então, é único.