60 dias de atraso são quanto tempo de gravidez

É possível que estar com a menstruação atrasada resulte em uma associação imediata à gravidez. De fato, é necessário descartar essa causa já no primeiro momento para poder investigar outros motivos. A menstruação é um fenômeno ao mesmo tempo maravilhoso e complexo, envolvendo diversos órgãos e hormônios funcionando em sincronia.

Segundo Juliana Sperandio, médica da Clínica Alira, ginecologista, obstetra e especialista em cirurgias minimamente invasivas pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), conhecer o ciclo menstrual é entender o corpo feminino e suas potencialidades.

"As secreções hormonais do cérebro e dos ovários e a atuação dos hormônios ovarianos no útero são essenciais para que existam ciclos menstruais regulares", explica. Assim, qualquer fator que tenha impacto em uma ou várias vias deste processo pode alterar o padrão de sangramento menstrual.

Por que a menstruação atrasa? O que pode causar?

De acordo com Luciana Delamuta, ginecologista e obstetra pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), descartada a possibilidade de gravidez, é necessário investigar outras causas comuns, que podem ser:

  • Alterações hormonais, como problemas na tireoide e SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos)
  • Problemas derivados de distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia
  • Alterações importantes no peso corporal, tanto de emagrecimento quanto ganho de peso

Além disso, é importante avaliar uso e suspensão de medicações como anticoncepcionais, déficits nutricionais, excesso de exercícios físicos e situações de estresse.

O ginecologista Fábio Broner, que atua no Hospital Albert Sabin de São Paulo, também cita a insuficiência ovariana, provocada por menopausa precoce, as alterações nos receptores de hormônios folículoestimulantes (responsáveis pela produção de estrogênio), os distúrbios autoimunes, as infecções e os tratamentos de radioterapia ou quimioterapia.

Quando é normal a menstruação atrasar?

Broner explica que pode ocorrer uma variação de até três dias na chegada da menstruação. Se passar disso a recomendação é investigar as causas junto a um médico.

O ciclo menstrual feminino fisiológico pode ter intervalos entre 21 e 35 dias e durar de dois a seis dias, sem caracterizar qualquer problema específico. No entanto, qualquer padrão de sangramento que não siga essas especificações necessita de um olhar atento.

Estresse, ansiedade e depressão interferem no ciclo menstrual?

Delamuta esclarece que atrasos menstruais são comuns em momentos de alterações emocionais significativas, como durante períodos de estudos para vestibular e concursos públicos ou após a perda de alguém próximo.

"Isso acontece porque o corpo aumenta a secreção do hormônio cortisol e causa interferência na liberação dos hormônios que controlam nossos ovários, algo que pode provocar mudanças nos ciclos menstruais", relata.

No caso da depressão, Sperandio afirma que as principais interferências são resultado de tratamentos com antidepressivos ou da própria doença, que provoca a alteração de neurotransmissores —moléculas que fazem a comunicação entre neurônios— e pode modificar secreções hormonais relacionadas à regulação do ciclo menstrual.

"O estado de depressão funciona como um estresse crônico para o organismo. Além disso, alguns estudos mostram que, nas mulheres depressivas, diminui o hormônio LH, responsável pela ocorrência da ovulação. Quando não ovulamos, o ciclo menstrual não se completa e, portanto, a menstruação não acontece", completa Delamuta.

O que fazer quando a menstruação atrasar com frequência?

É imprescindível agendar uma consulta com sua ginecologista de confiança o quanto antes. Assim, será feita a investigação adequada, com história clínica, exame físico e exames complementares, incluindo Beta HCG, para descartar gestação e exames hormonais.

"O mais importante é ter um canal aberto de comunicação e se sentir confortável para conversar sobre todos os pontos que envolvem o ciclo menstrual. Com isso, vão chegar a um diagnóstico adequado e conversar sobre tratamentos possíveis, quando necessário", detalha Sperandio.

A pílula do dia seguinte pode atrasar a menstruação?

Esse medicamento contém uma dose alta do hormônio sintético levonorgestrel, que atua, predominantemente, inibindo a ovulação. Para que isso ocorra, há alteração de secreção de hormônios responsáveis também pela regulação do ciclo menstrual. Por isso, a menstruação pode atrasar em função do uso da pílula do dia seguinte, no entanto, não é uma regra.

Delamuta afirma que cerca de 60% das mulheres que utilizaram a pílula terão sua próxima menstruação dentro do período esperado. Mas, em alguns casos, pode atrasar até sete dias ou mesmo adiantar, sendo que as alterações menstruais costumam ocorrer no ciclo seguinte ao uso da pílula.

A troca da pílula anticoncepcional pode atrasar o ciclo menstrual?

Sperandio pontua que o principal mecanismo de atuação dos anticoncepcionais é a inibição da ovulação. Então, quando não há ovulação, não há queda hormonal ao final do ciclo e, portanto, não há menstruação.

"Assim, quem utiliza pílulas anticoncepcionais (de maneira correta) não ovula e não menstrua. O sangramento que pode ocorrer, principalmente durante a pausa prevista nas cartelas, não configura uma menstruação, e sim um sangramento de privação hormonal", explica.

Esse mesmo sangramento pode ocorrer durante a troca de anticoncepcionais ou quando há falha no uso regular da pílula. No entanto, é importante ressaltar que a troca de método contraceptivo é o momento mais comum para ocorrência de falha e gravidez indesejada. Por isso, se a menstruação estiver atrasada após a mudança de pílula, é importante avaliar a possibilidade de gestação.

Existem métodos para "incentivar" a menstruação a descer?

Na verdade, o que existe são tratamentos, dependendo da causa do atraso menstrual. Por exemplo, no caso de alterações de tireoide, a reposição do hormônio pode regularizar os ciclos. Além disso, são realizados testes com medicações específicas que podem fazer a paciente sangrar, para confirmar ou descartar diagnósticos suspeitos.

Por mais que não haja comprovação científica, algumas mulheres recorrem a chás com o objetivo de provocar o sangramento. Sobre isso, Delamuta explica que alguns estudos avaliam a utilização de fitoterápicos para auxiliar a regularização dos ciclos menstruais em pacientes com condições específicas, como a SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos). No entanto, as pesquisas utilizam extratos de ervas manipuladas, com concentrações específicas, e não seu consumo como chás.

"É importante lembrar que fitoterápicos podem ter interação com outros medicamentos que a paciente faz uso e, portanto, seu consumo nunca é recomendado sem orientação médica adequada", alerta.

De acordo com Sperandio, alguns chás podem auxiliar apenas no controle de alguns sintomas de TPM ou sintomas presentes durante o período menstrual, como as cólicas, mas não para fazer com que a mulher menstrue. O melhor método para que o corpo complete o ciclo de maneira saudável é cuidar do estilo de vida e manter a rotina ginecológica em dia. Isso significa:

  • Investir em uma dieta equilibrada
  • Praticar exercícios físicos de forma regular e não excessiva
  • Buscar alternativas para controlar o estresse e valorizar a qualidade do sono, principalmente porque é nesse momento que vários hormônios reguladores do ciclo menstrual são secretados

Fontes: Fabio Broner, ginecologista do Hospital Albert Sabin de São Paulo; Juliana Sperandio, médica da Clínica Alira, ginecologista, obstetra e especialista em cirurgias minimamente invasivas pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); e Luciana Delamuta, ginecologista e obstetra pela FMUSP.

Durante a gestação, acontecem muitas mudanças no corpo feminino. Estas mudanças, inclusive, são o primeiro alerta de que um bebê está a caminho. Para tirar suas dúvidas, conheça agora os principais sintomas de gravidez.

60 dias de atraso são quanto tempo de gravidez

Os sinais (que podem ser vistos) e sintomas de gravidez (que podem ser sentidos) podem surgir nas primeiras semanas após a concepção, como também, podem passar despercebidos, já que depende de cada mulher. Por isso, o Dr. Márcio Alcântara, ginecologista e diretor do Hospital Regional Unimed, elencou os 14 primeiros sinais e sintomas de gravidez, que, nesse post, também chamaremos de eventos iniciais da gravidez, separados por semanas.

Descobrindo a gravidez

De acordo com o Dr. Márcio, se tratando da gravidez, os eventos iniciais são inespecíficos e, às vezes, se apresentam em pequena intensidade, podendo até ser confundidos com outras situações clínicas, como: náuseas nas patologias infecciosas, digestivas ou de alteração do equilíbrio; atraso menstrual; sensação de inchaço; aumento de peso; e a mastalgia (dores mamárias) que se apresenta na segunda fase do ciclo.

Quando o óvulo é fertilizado e o embrião se implanta na parede uterina, a mulher pode apresentar algumas queixas inespecíficas, como cólica abdominal, mamas mais sensíveis, aumento da libido e alterações no muco vaginal. Porém, o mais comum, são os primeiros sintomas de gravidez surgirem apenas entre a 5ª e 6ª semana da gestação. Segundo o Dr. Márcio, “Neste período, muitas mulheres apresentam a sensação de mamas aumentadas, doloridas e até as temidas náuseas, alterações hormonais típicas do período”, esclarece.

Dica caseira para amenizar a cólica

No segundo mês, com mais de 60 dias de atraso da menstruação, os primeiros sintomas ainda podem persistir, acrescidos a pigmentação nos mamilos e nas genitais e a formação de uma linha mais escura na divisão central do abdômen, conhecida por linea nigra ou linha alba.

60 dias de atraso são quanto tempo de gravidez

14 sintomas de gravidez iniciais

Após a fecundação – momento em que o espermatozoide se encontra com o óvulo na trompa e quando ocorre a implantação do embrião no útero -, as mulheres passam por inúmeras alterações hormonais e transformações que podem incluir:

1. Atraso menstrual

2. Cólica abdominal

3. Mamas sensíveis e aumentadas

4. Aumento da libido

5. Alterações no corrimento vaginal

6. Náuseas, enjoos e vômitos

7. Vontade frequente de urinar

8. Aumento do sono

9. Constipação intestinal

10. Alterações do paladar e aversão a cheiros fortes

11. Cansaço frequente

12. Alterações de humor

13. Sangramento vaginal

14. Abdômen inchado

Alteração na cor do corrimento vaginal e cólica abdominal.

Mamas sensíveis, aversão a cheiros fortes, alterações de humor e cansaço mais frequente.

Pequeno sangramento vaginal (pouco comum).

Atraso da menstruação, enjoos e vômitos.

Cólica abdominal e inchaço – Aumento das mamas – Náuseas, enjoos e vômitos – Vontade frequente de urinar.

Constipação intestinal – Aumento do cansaço e sono – Alterações no paladar – Aversões a odores e cheiros.

A evidência mais forte de uma gravidez é, sem dúvidas, o atraso menstrual, associado a uma vida sexual ativa e sem contracepção.

Vale ressaltar, ainda, que os sintomas de gravidez podem variar entre as mulheres e a cada gestação. Ou seja, uma mesma mãe, por exemplo, na primeira gravidez pode sentir alguns sintomas e na seguinte apresentar outros ou nenhum sintoma, variando em intensidade, frequência, época e duração.

Por isso, o Dr. Márcio Alcântara pontua que o método mais eficaz para confirmar a gravidez é o exame de sangue Beta hCG, de preferência quantitativo, em torno do 5ª dia de atraso da menstruação. Ele explica ainda que, mesmo antes do atraso menstrual, este exame pode dar positivo, já que, após a fecundação, a implantação intrauterina (dentro do útero) já acontece com maior exatidão 10 dias após a relação sexual.

60 dias de atraso são quanto tempo de gravidez

O ginecologista faz um alerta para os casos em que o exame pode inicialmente dar positivo e, em seguida, acontecer algum sangramento vaginal. “Nesses casos, provavelmente, ocorrerá a perda do feto e a posterior negativação do exame. Por isso, o ideal é realizar o Beta hCG com 5 dias de atraso da menstruação, em torno da 5ª semana de gestação, contando-se a partir do 1º dia da última menstruação. Em alguns casos, principalmente quando acontece o sangramento vaginal, pedimos para as pacientes repetirem o beta para confirmação da gravidez“.

Outro meio bastante utilizado, entretanto com resultados menos confiáveis para confirmar a gestação, é o exame de urina, que, assim como o exame de sangue, busca a fração beta do hormônio hCG.

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A partir da 5ª semana de gestação, já é possível realizar o ultrassom transvaginal para confirmar a gravidez. Porém, segundo o Dr. Márcio, o melhor é realizar o exame contando 7 semanas do primeiro dia da última menstruação. “Nesse período já conseguimos ouvir os batimentos cardíacos do embrião, além de confirmar se a gravidez é intrauterina (dentro do útero) ou é ectópica (gestação fora do útero), além de verificar se será feto único ou gestação múltipla“, pontua.

Tirou suas dúvidas? Continue descobrindo o que muda no corpo da mulher durante a gestação ou, se preferir, conheça os benefícios e malefícios de interromper a menstruação no vídeo abaixo:

60 dias de atraso são quanto tempo de gravidez

Conteúdo desenvolvido em parceria com o médico ginecologista e obstetra da Unimed Fortaleza, Dr. Márcio Alcântara (CRM – 5861 CE)