Como era o rádio antigamente e como é hoje

Como era o rádio antigamente e como é hoje
 Nota: Se procura o filme de Woody Allen, veja Radio Days.

Era do Rádio (Old-time radio ou Golden Age of Radio, em língua inglesa) é o período que, nos Estados Unidos e outros países, compreendeu os anos de sucesso das emissoras de rádio. Nos EUA foram as décadas de 20 e 30, enquanto no Brasil o auge desse meio de comunicação ocorreu nos anos 40 a 50 do século XX. Até a chegada da televisão o rádio era o veículo de comunicação de massas com maior alcance e imediatismo.

Como era o rádio antigamente e como é hoje

Jovem estadunidense aprende a construir seu próprio rádio (c. 1922).

 

No estúdio da rádio Mayrink Veiga, 1932, o jovem Manuel de Nóbrega, aos 19 anos ( 2º em pé da esq. para dir.) Carmen e Aurora Miranda (sentadas) segurando a flauta Pixinguinha. A Mayrink Veiga era a estação de rádio mais importante do Rio de Janeiro nos anos 30 e 40.

A primeira transmissão de rádio realizada no Brasil ocorreu no dia 7 de setembro de 1922, durante a inauguração da Exposição do Centenário da Independência na Esplanada do Castelo. O público ouviu o pronunciamento do Presidente da República, Epitácio Pessoa, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, transmitida diretamente do Teatro Municipal. Desde 1922 as experiências com rádio-clubes vinham sendo realizadas; entretanto, foi somente em 1923 que Edgar Roquette-Pinto inaugurou a primeira emissora de rádio, a Rádio Sociedade. No ano seguinte, foi inaugurada a Rádio Clube do Brasil. Em 1926, foi inaugurada a Rádio Mayrink Veiga, seguida da Rádio Educadora, além de outras da Bahia, Pará e Pernambuco.[1]

Primeiras estações[2] Localidade Instalação Denominação
PRA-2 (SPE, SQAA, SQ1A, PRAA) Rio de Janeiro 1923 Rádio Sociedade do Rio de Janeiro
PRA-3 (SQAB, PRAB) Rio de Janeiro 1924 Rádio Clube do Brasil
PRA-7 (PRAC) Rio de Janeiro 1926 Sociedade Rádio Educadora do Brasil
PRA-9 (PRAK) Rio de Janeiro 1927 Rádio Sociedade "Mayrink Veiga"
PRC-6 (PRAX) Rio de Janeiro 1930 Sociedade Rádio Philips do Brasil
PRB-3 (SQAY, PRAJ) Juiz de Fora 1926 Rádio Sociedade de Juiz de Fora
PRC-7 (PRAQ) Belo Horizonte 1927 Rádio Sociedade Mineira
PRA-6 (SQAG, PRAE) São Paulo 1923 Sociedade Rádio Educadora Paulista
PRA-5 São Paulo 1925 Rádio Clube de São Paulo
PRB-9 São Paulo 1925 Rádio Sociedade Record
PRB-6 (SQBO) São Paulo 1927 Sociedade Rádio Cruzeiro do Sul
PRA-7 (SQAK, PRAI) Ribeirão Preto 1924 Rádio Clube de Ribeirão Preto
PRB-5 (PRAZ) Franca 1925 Rádio Club Hertz
PRB-4 (SQAI, PRAS) Santos 1926 Rádio Club de Santos
PRB-2 (SQAF, PRAN) Curitiba 1923 Rádio Clube Paranaense
RSR Porto Alegre 1924 Rádio Sociedade Rio-Grandense
PRC-2 Porto Alegre 1925 Rádio Sociedade Gaúcha
PRC-3 (PRAD) Pelotas 1925 Sociedade Rádio Pelotense
PRA-8 (PRAP) Recife 1923 Rádio Clube de Pernambuco
PRA-4 (SQAD, PRAH) Salvador 1924 Rádio Sociedade da Bahia
PRE-9 Fortaleza 1924 Ceará Rádio Clube
? São Luís 1924 Rádio Sociedade Maranhense
PRC-5 (PRAF) Belém 1928 Rádio Clube do Pará

 

 

R.J.

 

PRA-8

 

S.P.

 

PRA-7

 

PRB-5

 

PRB-2

 

PRC-2

 

PRC-3

 

PRA-4

 

PRE-9

 

PRB-3

 

PRC-7

 

PRC-5

Primeiras estações[2]

A década de 30 marcou o apogeu do rádio como veículo de comunicação de massa, refletindo as mudanças pelas quais o país passava. O crescimento da economia nacional atraía investimentos estrangeiros, que encontravam no Brasil um mercado promissor. A indústria elétrica e a indústria fonográfica proporcionaram um grande impulso à expansão radiofônica.[1] A Era do Rádio e a Era de Ouro dos Cassinos estão associados a alguns artistas famosos que tiveram suas carreiras impulsionadas pela divulgação no rádio, e como palco ou referências de grandes shows os famosos cassinos da primeira metade do século XX. O Rio de Janeiro desta época, Capital da República, era cheio de glamour, efervescência cultural e centro da política brasileira. O Cassino da Urca marcou uma época, e talvez tenha sido o mais famoso de todos. Grandes nomes do cenário artístico nacional e internacional lá se apresentaram. Entre os artistas nacionais que lá fizeram shows memoráveis estão Carmen Miranda, Emilinha Borba e Grande Otelo.[3]

 

(1938 - 1945)

Quando a Rádio Nacional foi fundada, no ano de 1936, o mundo inteiro ainda mal refeito da primeira Grande Guerra esperava pela eclosão de um novo conflito. No Brasil, Getúlio Vargas governava com aparência de alguma legalidade. Fora eleito por uma Assembléia Constituinte, por ele mesmo nomeada, em 1934. Entretanto, o golpe que viria a implantar o Estado Novo encontrava-se em gestação. O governo conseguira a pouco debelar a Intentona Comunista, liderada por Luís Carlos Prestes. Foi neste cenário, que a Rádio Nacional foi concebida.[4] A Rádio Nacional marcou a radiofonia no Brasil. Em seus quadros, brilhavam os talentos de Iberê Gomes Grosso, Luciano Perrone, Almirante, Radamés Gnattali e Dorival Caymmi. Em 1940, a Rádio Nacional foi encampada pelo governo de Getúlio Vargas, a programação ganhou novo formato, sob a direção de Gilberto de Andrade.[1]

O auge do rádio no Brasil ocorreu a partir dos anos 40, quando o país assiste o surgimento de ídolos, novelas e revistas a expor o meio artístico. Dessa época são nomes como Mário Lago, Cauby Peixoto, Emilinha Borba, Paulo Gracindo, Janete Clair e muitos outros, que eram retratados na Revista do Rádio, de Anselmo Domingos.[5]

Apesar de ter garantido por várias décadas papel de destaque na sociedade brasileira, em fins da década de 1950, com a concorrência da televisão, o rádio começou a perder prestígio, uma vez que a recente novidade reunia não apenas som, mas também imagem. Além do mais, ficava caro manter um cast de atores e atrizes.

  1. a b c :Era do Rádio Portal São Francisco.
  2. a b Mario Ferraz Sampaio (1984): História do rádio e da televisão no Brasil e no mundo, p. 110, no Google Livros; Anuário estatístico do Brasil 1936, p. 377
  3. Era dos Cassinos e do Rádio no Rio de Janeiro
  4. O NASCIMENTO DA RÁDIO NACIONAL Arquivado em 19 de abril de 2009, no Wayback Machine. A Era do Rádio.
  5. «Era do Rádio, por Ruy Castro, in: Observatório da Imprensa, apud O Estado de S. Paulo, ed. de 16 de novembro de 2002 (página acessada em janeiro de 2009)» 🔗. Arquivado do original em 20 de abril de 2009 

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