Exercícios de ética e bioética Filosofia

Além da iniciativa privada, a carreira de professor de Filosofia também oferece muitas vagas por meio de concursos públicos.

As oportunidades estão disponíveis em prefeituras municipais, institutos federais de educação, universidades e secretarias de educação.

Na maioria das vezes, para participar, os interessados devem possuir graduação no curso de Filosofia, em instituição reconhecida pelo Ministério da Educação. Alguns órgãos específicos podem também exigir especialização na área. 

Se você já encontrou a chance ideal e está em busca de materiais de estudo para prova concurso professor de filosofia, veio ao lugar certo!

Aqui, no Aprova Questões você encontra desde questoes de concurso para professor de filosofia até mesmo a prova de concurso para professor com gabarito.

Assim, você pode testar seus conhecimentos e acompanhar o seu desempenho durante a jornada de estudos.

Como estudar para prova concurso professor de filosofia

Não somente para a área de Filosofia, mas para qualquer outra em que se deseja conquistar uma vaga, é preciso contar com um bom planejamento de estudos.

Para isso, você precisará de uma rotina bem adaptada, que permita conciliar os seus períodos de aprendizado com as outras atividades do seu dia a dia. Essa simples atitude ajudará, e muito, para que você possa manter um ritmo de estudos constante.

Outro ponto que deve ser levado em consideração é o ambiente destinado para suas leituras e práticas de exercícios. Procure escolher um ambiente calmo e sem interferências externas.

O que cai em concurso público para professor de Filosofia

Se você pensa em conquistar uma vaga em concurso para professor de filosofia é importante contar com uma preparação bem completa e específica, voltada exclusivamente ao edital da seleção para a qual deseja ser aprovado.

E quando falamos em preparação completa, queremos dizer que você pode, e deve, contar com o auxílio profissional. Seja por meio de um curso online ou resolvendo questões de filosofia com gabarito, o que importa é estudar da maneira certa.

Geralmente, as provas de concurso para o cargo de professor de Filosofia abordam, além dos conhecimentos básicos como Língua Portuguesa e Atualidades, a parte de conhecimentos específicos, que fazem referência direta ao conteúdo estudado durante a graduação em Filosofia.

Neste sentido, as questões de filosofia para concurso abordam os conhecimentos específicos de As origens da Filosofia; A evolução da Filosofia; As diferentes filosofias (grega, medieval, moderna e contemporânea) e suas relações com a educação e ciência; O Renascimento e a educação humanista; Concepções de homem; Conhecimento; Lógica; Ética; Moral; Ciência; Política; Estética; Verdade; Razão; Temas Transversais;

Para dominar esses assuntos, e relembrar o que já foi aprendido, sugerimos como referência bibliográfica básica:

  • ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 6. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2012.
  • ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de Estado; nota sobre os aparelhos ideológicos de Estado (AIE). 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985.
  • ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco, Livro II. In: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987. - CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14. ed., São Paulo: Ática, 2010. 113
  • COLI, Jorge. O que é arte. Nós e a arte/A frequentação. 15. ed., São Paulo: Brasiliense, 1995. Coleção Primeiros Passos.
  • DESCARTES, René. Discurso do Método: 1ª e 2ª Parte; Meditações: 1ª e 2ª. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
  • GALLO, Silvio. Metodologia do ensino de filosofia: uma didática para o ensino médio. Campinas, SP: Papirus, 2012. Cap. 3, 4, e 5.
  • HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano: Seção II e III. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
  • KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: Que é ‘Esclarecimento’? (Aufklärung). In: Textos Seletos. 3. ed., Petrópolis: Vozes, 2005.
  • LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo: Cap. V. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
  • LUNGARZO, Carlos O que é ciência. Conhecimento científico/As ciências. 4. ed., São Paulo: Brasiliense, 1992. Coleção Primeiros Passos.
  • MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe: Cap. XV a XVIII. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
  • MORTARI, Cesar A. Introdução à lógica. São Paulo: UNESP, 2004. - PLATÃO. A República. Livro VII. 7. ed., Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.
  • RODRIGO, Lidia Maria. Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio. (Introdução e Cap. I, II, e III). Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
  • ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens: 2ª Parte. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
  • SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

1. (Unesp 2019) – Então, todos os alemães dessa época são culpados?

– Esta pergunta surgiu depois da guerra e permanece até hoje. Nenhum povo é coletivamente culpado. Os alemães contrários ao nazismo foram perseguidos, presos em campos de concentração, forçados ao exílio. A Alemanha estava, como muitos outros países da Europa, impregnada de antissemitismo, ainda que os antissemitas ativos, assassinos, fossem apenas uma minoria. Estima-se hoje que cerca de 100 000 alemães participaram de forma ativa do genocídio. Mas o que dizer dos outros, os que viram seus vizinhos judeus serem presos ou os que os levaram para os trens de deportação?

(Annette Wieviorka. Auschwitz explicado à minha filha, 2000. Adaptado.)

Ao tratar da atitude dos alemães frente à perseguição nazista aos judeus, o texto defende a ideia de que

a) os alemães comportaram-se de forma diversa perante o genocídio, mas muitos mostraram-se tolerantes diante do que acontecia no país.    

b) esse tema continua presente no debate político alemão, pois inexistem fontes documentais que comprovem a ocorrência do genocídio.    

c) esse tema foi bastante discutido no período do pós-guerra, mas é inadequado abordá-lo hoje, pois acentua as divergências políticas no país.    

d) os alemães foram coletivamente responsáveis pelo genocídio judaico, pois a maioria da população teve participação direta na ação.    

e) os alemães defendem hoje a participação de seus ancestrais no genocídio, pois consideram que tal atitude foi uma estratégia de sobrevivência.    

2. (Unesp 2018) Os homens, diz antigo ditado grego, atormentam-se com a ideia que têm das coisas e não com as coisas em si. Seria grande passo, em alívio da nossa miserável condição, se se provasse que isso é uma verdade absoluta. Pois se o mal só tem acesso em nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em nosso poder não o levarmos a sério ou o colocarmos a nosso serviço. Por que atribuir à doença, à indigência, ao desprezo um gosto ácido e mau se o podemos modificar? Pois o destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos.

(Michel de Montaigne. Ensaios, 2000. Adaptado.)

De acordo com o filósofo, a diferença entre o bem e o mal

a) representa uma oposição de natureza metafísica, que não está sujeita a relativismos existenciais.   

b) relaciona-se com uma esfera sagrada cujo conhecimento é autorizado somente a sacerdotes religiosos.    

c) resulta da queda humana de um estado original de bem-aventurança e harmonia geral do Universo.    

d) depende do conhecimento do mundo como realidade em si mesma, independente dos julgamentos humanos.    

e) depende sobretudo da qualidade valorativa estabelecida por cada indivíduo diante de sua vida.    

3. (Unioeste 2018) A neuroética é uma área de pesquisa interdisciplinar que se concentra nas questões éticas levantadas pelo entendimento cada vez maior acerca do cérebro e de nossa capacidade de monitorá-lo e influenciá-lo bem como examina as questões éticas que emergem do entendimento cada vez mais aprofundado das bases biológicas das ações e das escolhas éticas.

Diante dessa definição do campo da neuroética, marque a alternativa que NÃO apresenta um problema especificamente neuroético

a) Questões referentes à privacidade, decorrentes de tecnologias capazes de decodificar o conteúdo mental.    

b) A manipulação de consumidores mediante técnicas de neuromarketing que influenciam suas tomadas de decisão.    

c) Questões referentes à utilização de seres humanos como cobaias no teste de tecnologias da indústria cosmética.    

d) A preservação de identidades pessoais diante de procedimentos de alteração neurológica de memória, humor, desejos ou impulsividade.    

e) Questões referentes à autonomia, decorrentes do desenvolvimento de drogas capazes de levar a comportamentos estereotipados.    

Exercícios de ética e bioética Filosofia

Leia o texto a seguir sobre a Moral e a Ética:

A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano.

(VAZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997, p. 12.)

O autor acima enfatiza a singularidade da definição sobre ética. No que se refere à temática, assinale a alternativa CORRETA.

a) A ética é uma reflexão sobre o comportamento moral dos homens em sociedade.   

b) A ética é a moral e diz respeito à singularidade das normas e valores.   

c) O comportamento moral supõe a reflexão e declina dos princípios e das normas que regem esse comportamento.   

d) A ciência do comportamento moral enfatiza os aspectos psicológicos, deixando à margem um conjunto de normas e prescrições.   

e) A ética é a teoria e não parte do fato da existência no âmbito da história da moral.   

5. (Enem 2017) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.

KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto

a) assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.   

b) garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.   

c) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.   

d) materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.   

e) permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.   

6. (Unesp 2017) Nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa individualidade; enquanto, na maior parte das vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas aquilo que temos ou representamos. Pois, o que alguém é para si mesmo, o que o acompanha na solidão e ninguém lhe pode dar ou retirar, é manifestamente mais essencial para ele do que tudo quanto puder possuir ou ser aos olhos dos outros. Um homem espiritualmente rico, na mais absoluta solidão, consegue se divertir primorosamente com seus próprios pensamentos e fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude continuamente de sociedades, espetáculos, passeios e festas, não consegue afugentar o tédio que o martiriza.

(Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. Adaptado.)

Com base no texto, é correto afirmar que a ética de Schopenhauer

a) corrobora os padrões hegemônicos de comportamento da sociedade de consumo atual.   

b) valoriza o aprimoramento formativo do espírito como campo mais relevante da vida humana.   

c) valoriza preferencialmente a simplicidade e a humildade, em vez do cultivo de qualidades intelectuais.   

d) prioriza a condição social e a riqueza material como as determinações mais relevantes da vida humana.   

e) realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade em detrimento da atração pelos bens materiais.   

7. (Enem 2017) A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados.

RACHELS. J. Os elementos da filosofia moral, Barueri-SP; Manole. 2006.

Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma

a) fundamentação científica de viés positivista.   

b) convenção social de orientação normativa.   

c) transgressão comportamental religiosa.   

d) racionalidade de caráter pragmático.   

e) inclinação de natureza passional.   

8. (Pucpr 2017) Hans Jonas, na obra O Princípio Responsabilidade, afirma que “sob o signo da tecnologia, a ética tem a ver com ações de um alcance causal que carece de precedentes (...); tudo isso coloca a responsabilidade no centro da ética)” (JONAS, 1995, p.16-17). A esse respeito, podemos considerar que Jonas compreende o “princípio responsabilidade” como um princípio

a) hipotético, que é válido exclusivamente para pensarmos as ações humanas.   

b) relativista, porque considera cada indivíduo responsável apenas pela sua própria conduta.   

c) que não é voltado exclusivamente para a ética humana, mas que baliza a conduta humana sobre a natureza em geral.   

d) ético, voltado exclusivamente para a conduta humana presente.   

e) responsável apenas pelas gerações atuais, desinteressado pela vida futura da humanidade e da natureza.    

Exercícios de ética e bioética Filosofia

A figura do inquilino ao qual a personagem da tirinha se refere é o(a)

a) constrangimento por olhares de reprovação.   

b) costume importo aos filhos por coação.   

c) consciência da obrigação moral.   

d) pessoa habitante da mesma casa.   

e) temor de possível castigo.   

10. (Uncisal 2012) A bioética é uma ética aplicada que trata de conflitos e controvérsias morais no âmbito das Ciências da Vida e da Saúde, envolvendo valores e práticas. Suas reflexões abordam temas que atingem a vida de forma irreversível.

Exercícios de ética e bioética Filosofia


As opções a seguir apresentam temas tratados pela Bioética, exceto:

a) políticas públicas na área de saúde e combate à mortalidade infantil.   

c) eutanásia e uso de órgão de animais em seres humanos.   

d) fertilização artificial e conservação do corpo humano após a morte.   

e) produção de transgênicos e engenharia genética humana.   

11. (Unesp 2014) Tradição de pensamento ético fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando eficiência: servirá aos propósitos morais a decisão que diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso da situação dos povos nativos brasileiros, já se destinou às reservas indígenas uma extensão de terra equivalente a 13% do território nacional, quase o dobro do espaço destinado à agricultura, de 7%. Mas a mortalidade infantil entre a população indígena é o dobro da média nacional e, em algumas etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas básicas para sobreviver. Este é um ponto em que o cômputo utilitarista de prejuízos e benefícios viria a calhar: a felicidade dos índios não é proporcional à extensão de terra que lhes é dado ocupar.

(Veja, 25.10.2013. Adaptado.)

A aplicação sugerida da ética utilitarista para a população indígena brasileira é baseada em

a) uma ética de fundamentos universalistas que deprecia fatores conjunturais e históricos.   

b) critérios pragmáticos fundamentados em uma relação entre custos e benefícios.   

c) princípios de natureza teológica que reconhecem o direito inalienável do respeito à vida humana.   

d) uma análise dialética das condições econômicas geradoras de desigualdades sociais.   

e) critérios antropológicos que enfatizam o respeito absoluto às diferenças de natureza étnica.   

12. (Unicamp 2016) Por que a ética voltou a ser um dos temas mais trabalhados do pensamento filosófico contemporâneo? Nos anos 1960 a política ocupava esse lugar e muitos cometeram o exagero de afirmar que tudo era político.

(José Arthur Gianotti, “Moralidade Pública e Moralidade Privada”, em Adauto Novaes, Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 239.)

A partir desse fragmento sobre a ética e o pensamento filosófico, é correto afirmar que:

a) O tema foi relevante na obra de Aristóteles e apenas recentemente voltou a ocupar um espaço central na produção filosófica.   

b) Os impasses morais e éticos das sociedades contemporâneas reposicionaram o tema da ética como um dos campos mais relevantes para a Filosofia.   

c) O pensamento filosófico abandonou sua postura política após o desencanto com os sistemas ideológicos que eram vigentes nos anos 1960.   

d) Na atualidade, a ética é uma pauta conservadora, pois nas sociedades atuais, não há demandas éticas rígidas.   

13. (Unesp 2016) O plano da Mattel de lançar uma boneca Hello Barbie conectada por Wi-Fi é uma grave violação da privacidade de crianças e famílias. A boneca usa um microfone embutido para captar tudo o que a criança diz a ela e tudo o que é dito por qualquer um ao alcance do microfone. Essas conversas serão transmitidas para servidores em nuvem para armazenamento e análise pela empresa. A Mattel diz que “aprenderá tudo o que as crianças gostam e não gostam” e “enviará dados” de volta às crianças, transmitidos via alto-falante embutido na boneca.

(Susan Linn. “Agente Barbie”. O Estado de S.Paulo, 22.03.2015. Adaptado.)

Sob aspectos filosóficos e éticos, o produto descrito apresenta como implicação

a) questionar estereótipos hegemônicos no campo da estética e do gênero.   

b) valorizar aspectos positivos da inteligência artificial.   

c) garantir a separação entre esfera pública e esfera privada na infância.   

d) prejudicar o desenvolvimento cognitivo e intelectual da criança.   

e) introduzir ferramentas de marketing no universo infantil.   

14. (Uel 2015) Leia o texto a seguir.

As leis morais juntamente com seus princípios não só se distinguem essencialmente, em todo o conhecimento prático, de tudo o mais onde haja um elemento empírico qualquer, mas toda a Filosofia moral repousa inteiramente sobre a sua parte pura e, aplicada ao homem, não toma emprestado o mínimo que seja ao conhecimento do mesmo (Antropologia).

KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. de Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, 2009. p.73.

Com base no texto e na questão da liberdade e autonomia em Immanuel Kant, assinale a alternativa correta.

a) A fonte das ações morais pode ser encontrada através da análise psicológica da consciência moral, na qual se pesquisa mais o que o homem é, do que o que ele deveria ser.   

b) O elemento determinante do caráter moral de uma ação está na inclinação da qual se origina, sendo as inclinações serenas moralmente mais perfeitas do que as passionais.   

c) O sentimento é o elemento determinante para a ação moral, e a razão, por sua vez, somente pode dar uma direção à presente inclinação, na medida em que fornece o meio para alcançar o que é desejado.   

d) O ponto de partida dos juízos morais encontra-se nos “propulsores” humanos naturais, os quais se direcionam ao bem próprio e ao bem do outro.   

e) O princípio supremo da moralidade deve assentar-se na razão prática pura, e as leis morais devem ser independentes de qualquer condição subjetiva da natureza humana.   

15. (Enem 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.

RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de

a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.   

b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.   

c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.   

d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.   

e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.   

16. (Enem 2014) Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da clonagem humana – transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo.”

CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).

A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioética que, entre outras questões, dedica-se a

a) refletir sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores éticos do homem.   

b) legitimar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta.   

c) relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal.   

d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal.   

e) fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos.   

17. (Unioeste 2013)  “... a função própria do homem é um certo modo de vida, e este é constituído de uma atividade ou de ações da alma que pressupõem o uso da razão, e a função própria de um homem bom é o bom e nobilitante exercício desta atividade ou a prática destas ações [...] o bem para o homem vem a ser o exercício ativo das faculdade da alma de conformidade com a excelência, e se há mais de uma excelência, em conformidade com a melhor e a mais completa entre elas. Mas devemos acrescentar que tal exercício ativo deve estender-se por toda a vida, pois uma andorinha só não faz verão (nem o faz um dia quente); da mesma forma, um dia só, ou um curto lapso de tempo, não faz um homem bem-aventurado e feliz”.

Considerando o texto citado e o pensamento ético de Aristóteles, seguem as afirmativas abaixo:

I. O bem mais elevado que o ser humano pode almejar é a eudaimonia (felicidade), havendo uma concordância geral de que o bem supremo para o homem é a felicidade, e que bem viver e bem agir equivale a ser feliz.

II. A eudaimonia (felicidade) é sempre buscada por si mesma e não em função de outra coisa, pois o ser humano escolhe o viver bem como a mais elevada finalidade e por nada além do próprio viver bem.

III. Definindo a eudaimonia (felicidade) a partir da função própria da alma racional e do exercício ativo das faculdades da alma em conformidade com a excelência (virtude) conclui-se que, aos seres humanos, só é possível levar uma vida constituída por momentos de felicidade decorrentes da satisfação dos desejos e paixões que não se subordinam à atividade racional.

IV. A eudaimonia (felicidade) é um certo modo de vida constituído de uma atividade ou de ações por via da razão e conforme a ela, sendo o bem melhor para o homem o exercício ativo das faculdades da alma em conformidade com a excelência (virtude), que deve estender-se por toda a vida.

V. A excelência (virtude) humana, como realização excelente da tarefa humana, reside no exercício ativo da racionalidade, pois a função própria de um homem bom é o bom e nobilitante exercício desta atividade ou na prática destas ações em conformidade com a virtude, sendo este o bem humano supremo e a última finalidade desiderativa humana.

Das afirmativas feitas acima

a) somente a afirmação I está incorreta.   

b) somente a afirmação III está incorreta.   

c) as afirmações III e V estão corretas.   

d) as afirmações I e III estão corretas.   

e) as afirmações II, III e IV estão corretas.   

18. (Ufsj 2013) Para David Hume, “os homens são, em grande medida, governados pelo interesse” e isso é perfeitamente visível, já que

a) “tradicionalmente o interesse tem sido visto de dentro para fora, como algo que observamos em nós mesmos, mais do que alguma coisa que outros possam exibir”.   

b) “mesmo quando estendem suas preocupações para além de si mesmos, não as levam muito longe; na vida corrente não é muito comum olhar para além dos amigos mais próximos e dos conhecidos”.   

c) “vão traduzindo a necessidade que eles têm de se relacionar a partir de um interesse particular, e isso vem somar-se à sua capacidade para a socialização para o seu próprio bem-estar”.   

d) “as suas atitudes morais traduzem as suas condutas solipsistas votadas aos mais distintos interesses materiais e espirituais”.   

Exercícios de ética e bioética Filosofia