O que quer dizer comparar a morte a um caroço

O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.

O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos.

O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.

Magnitude

O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com 684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres) (IARC, 2020).

No Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, após o câncer de pele não melanoma. As taxas são mais elevadas nas regiões mais desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte. Em 2022, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença (INCA, 2020).

O câncer de mama é também a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. A incidência e a mortalidade por câncer de mama tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos (INCA, 2019).

Acesse outros dados sobre incidência (abre em outra janela) e mortalidade (abre em outra janela) por câncer de mama no Brasil.

É muito comum que os pacientes tenham dúvidas sobre a diferença entre tumores malignos e benignos ao receberam um diagnóstico oncológico. Contudo, antes de qualquer coisa, é muito importante entender o que é um tumor.

Quando falamos sobre a observação de qualquer aumento de volume em partes do corpo, estamos nos referindo a um tumor. E, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tumor é caracterizado pelo crescimento do número de células, chamadas neoplasias, que podem ser benignas ou malignas.

As neoplasias malignas são o que conhecemos como câncer, já as neoplasias benignas apresentam um crescimento organizado e lento, além de limites nítidos. Por esse motivos, dizemos que nem todo tumor é câncer.

Esse crescimento do número de células, ou seja, as neoplasias, acontece devido a uma mutação na estrutura genética dos oncógenes ativadores, que controlam a multiplicação celular e regulam o crescimento e a morte das células.

Então, quando falamos nos tumores benignos, essa alteração é pequena, ou seja, não interfere significativamente nessa função.

Continue a leitura para entender melhor.

O que é tumor maligno?

As neoplasias, ou tumores malignos, são agressivas e, em sua maioria, de crescimento rápido. Isso acontece devido a uma multiplicação celular descontrolada e desordenada. Esse tipo de tumor também tem a capacidade de invadir outros órgãos.

Apesar disso, o tumor maligno tem cura. Se for diagnosticado precocemente, as chances de cura com o tratamento oncológico adequado são muito altas.

O que é tumor benigno?

As neoplasias, ou tumores benignos, como dito antes, possuem um crescimento de forma organizada e lenta, apresentando limites bem demarcados, já que ficam restritas a uma cápsula fibrosa.

Por esse motivo, elas não se espalham para tecidos vizinhos nem desenvolvem metástases. Outras diferenças entre esses dois tipos de tumores é a aparência e a estrutura das células atacadas. As neoplasias benignas são constituídas por células muito parecidas às originais, já as neoplasias malignas, não.

Como surgem os tumores malignos e benignos?

Não existe uma causa única e geral para o surgimento desses tumores. No entanto, devido a fatores hereditários ou adquiridos, como uma alimentação inadequada e o tabagismo, as células do organismo sofrem mutações.

Em um organismo saudável, essas células alteradas são eliminadas pelo sistema imunológico. Quando isso não acontece, elas se reproduzem e formam as neoplasias, que são os tumores malignos e benignos.

Sintomas dos tumores malignos e benignos

Os sintomas dos tumores vão depender se eles se tratam de neoplasias malignas ou benignas, assim como do local aonde se desenvolvem.

No caso de tumores no pulmão, a tosse, dor no peito e até mesmo falta de ar podem ser sinais de uma dessas neoplasias. É válido destacar que os tumores malignos e benignos, em sua forma geral, não costumam apresentar sintomas em suas fases iniciais.

Contudo, o organismo sempre dá um jeito de indicar que algo não está certo por meio de qualquer sinal. Por isso, é muito importante estar atento ao próprio corpo. Alguns dos sintomas são:

  • lesões no corpo;

  • nódulos nas mamas;

  • nódulos nas próstatas;

  • sangue nas fezes;

  • tosse com sangue;

  • perda de peso sem motivo aparente.

Esses são só alguns exemplos de sinais que podem indicar a presença de tumores benignos ou malignos. Por esse motivo, exames periódicos e avaliações médicas de rotina são sempre recomendados, ainda mais se o paciente tiver casos de tumor na família.

Tratamento e cura de tumores malignos e benignos

São muitos os tratamentos existentes para cuidar dos tumores malignos e benignos. Um tumor benigno, por exemplo, pode ser totalmente removido por meio de cirurgia, já o tumor maligno, não.

Nos casos de neoplasias benignas, o médico consegue extrair o tumor com um pedaço do órgão vizinho que não foi atingido, já que esse tumor não consegue se espalhar. Por isso, na maioria das vezes, a operação resolve a maior parte dos casos.

Em contrapartida, as neoplasias malignas não são curadas tão facilmente, já que dependem  do diagnóstico precoce e do tratamento adotado. Como já dito antes, esses tumores são mais agressivos e, por isso, haverá a necessidade de recorrer à métodos como a quimioterapia e a radioterapia para matar as células cancerosas.

Dependendo do caso, é preciso realizar um procedimento cirúrgico para retirar áreas maiores já tomadas pela doença, mas em alguns casos ainda pode ocorrer a recidiva do câncer.

Exemplos mais recorrentes de tumores malignos e benignos

São muitos os tipos de tumores malignos e benignos que podem ser encontrados. Por esse motivo, destacamos alguns exemplos mais comuns de cada caso.

Nas neoplasias benignas, os tumores mais frequentes são:

  • lesões de pele;

  • pólipos intestinais;

  • fibromas de mama;

  • órgãos ginecológicos;

  • miomas;

  • próstata;

  • pólipos.

Já os tumores malignos mais comuns manifestam-se:

Independente do tipo de tumor, é muito importante um acompanhamento médico para o tratamento ideal. Afinal, um diagnóstico precoce pode salvar vidas.

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Certas expressões populares se tornam parte de nosso vocabulário e repertório de tal forma, que é como se sempre tivessem existido. Dor de cotovelo, chorar as pitangas, dar com os burros n’água, engolir um sapo ou salvo pelo gongo, tudo é dito como se fosse a coisa mais natural do mundo. O que poucos recordam é que todos esses termos tem uma origem e árvore etimológica própria.

Muitas das expressões que usamos no dia a dia, por exemplo, provêm de um vergonhoso e longo período da história do Brasil: a escravidão. Ainda que os sentidos originais tenham se diluído em algo trivial, é importante conhecê-los e entender como eles se formaram e ainda influenciam a realidade presente.

Por esse motivo, explicamos abaixo o significado e a origem de nove expressões populares criadas durante o período escravocrata no Brasil.

O que quer dizer comparar a morte a um caroço

Fazenda Retiro, 1881, óleo sobre tela.

1. Tem caroço nesse angu

A expressão “Tem caroço nesse angu” significa que alguém está escondendo algo e se originou a partir de um truque realizado pelos escravos para se alimentarem melhor. Se muitas vezes o prato servido era composto exclusivamente de uma porção de angu de fubá, a escravizada responsável pro servi-los às vezes conseguia esconder um pedaço de carne ou alguns torresmos embaixo do angu. A expressão nasceu dos comentários de alguns escravizados a respeito de um prato que lhes parecesse suspeito.

2. A dar com pau

“Pau” é um substantivo utilizado em algumas expressões brasileiras e tem sua origem nos navios negreiros. Muitos negros capturados preferiam morrer a serem escravizados e, durante a travessia do continente africano para o Brasil, faziam greve de fome. Para resolver a situação, foi criado então o “pau de comer”, uma espécie de colher que era enfiada na boca de pessoas aprisionadas por onde se jogava comida até alimentá-las. A população acabou incorporando a expressão.

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A única foto que se tem notícia de um navio negreiro, tirada por Marc Ferrez.

3. Disputar a nega

“Disputar a nega” significa disputar mais uma partida de qualquer jogo para desempatá-lo. A expressão se originou durante o período escravocrata e ainda tem base na misoginia e no estupro. Sua história é simples e intuitiva: quase sempre, quando os senhores de engenho jogavam algum esporte ou jogo, o prêmio era uma mulher escravizada.

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Mulher escravizada trabalhando com o filho a tiracolo.

4. Nas coxas

“Nas coxas” é usada para descrever algo mal feito, realizado sem capricho. A expressão tem origem imprecisa: não há consenso sobre ela ter nascido de fato durante o período da escravidão. De todo modo, a vertente mais popular afirma que o termo viria do hábito dos escravizados moldarem as telhas nas próprias coxas que, por possuírem tamanhos e formatos diferentes, acabavam irregulares e mal encaixadas.

5. Espírito de porco

A origem inicial de “espírito de porco” vem da associação do animal a sujeira e a falta de higiene. Mas essa má fama é oriunda de princípios religiosos. Durante o período escravocrata, os escravizados eram obrigados a matar porcos para que eles servissem de alimento, mas muitos se recusavam. O motivo? Acreditavam que o espírito do animal abatido permaneceria no corpo de quem o matasse pelo resto da vida. Além disso, o choro do porco é considerado semelhante ao lamento humano, o que tornava a prática ainda mais assustadora.

6. Para inglês ver

“Para inglês ver” tem origem tanto na escravidão quanto no mal hábito brasileiro de aprovar leis que as pessoas não cumprem e não são punidas por isso. Em 1830, a Inglaterra exigiu que o Brasil criasse um esforço para acabar com o tráfico de escravos, e impusesse enfim leis que coibissem tal prática. O país acatou a exigência inglesa, mas as autoridades daqui sabiam que a lei simplesmente não seria respeitada — eram leis existentes somente no papel, “para inglês ver”.

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Pintura retratando o fim do período escravocrata no Brasil.

7. Bucho cheio ou Encher o bucho

As expressões “bucho cheio” e “encher o bucho” eram mais comuns no estado de Minas Gerais e usadas tanto pelos escravos quanto por seus exploradores, mas com uma conotação diferente da que se usa hoje. Se atualmente elas significam estar bem alimentado ou de barriga cheia, na época, faziam referência a obrigação que os trabalhadores escravizados das minas de ouro tinham de preencher com o metal precioso um buraco na parede, conhecido como “bucho”, para só então receber uma tigela de comida.

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Homens escravizados trabalhando em Minas, em rara foto da época.

8. Meia tigela

A partir da expressão anterior, a história seguiu e deu origem a expressão “meia tigela”. Ela significa algo sem valor, medíocre, desimportante. Quando o escravizado não conseguia preencher o “bucho” da mina com ouro, ele só recebia metade de uma tigela de comida. Muitas vezes, aqueles que frequentemente não conseguia alcançar essa “meta” ganhava esse apelido. Esses hábitos não eram, porém, restritos às minas e a punição era bastante comum para a maioria das obrigações dos escravizados.

9. Lavei a égua

Por fim, a expressão “lavar a égua” quer dizer aproveitar, se dar bem, se redimir em algo. Ela também se origina da exploração do ouro, quando os escravizados mais corajosos tentavam esconder algumas pepitas debaixo da crina do animal, ou esfregavam ouro em pó em sua pele. Depois, pediam para lavar o animal para recuperar o ouro escondido e tentar comprar a própria liberdade. Os que eram descobertos, porém, poderiam ser açoitados até a morte.

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