Por que as gravidas enjoam

É natural sentir enjoo e náusea durante a gravidez. Tanto que um estudo realizado no Reino Unido mostrou que 94% das mulheres que responderam apresentaram esses sintomas durante gestação. O levantamento contou com 256 mulheres, e foi realizado pela Warnick Medical School entre os anos de 2014 e 2016.

Além de natural, um compilado de dez estudos científicos publicados na revista Reproductive Toxicology aponta que que enjoos representam maior estabilidade durante a gravidez. Da mesma maneira, os estudos afirmam que esses sintomas reduzem as chances de parto prematuro, ou até mesmo de um aborto.

Em geral, os enjoos acontecem especialmente nas primeiras semanas de gestação, e podem ser mais intensos durante a manhã.

Por isso, esse sintomas são um dos principais motivadores para a realização de testes de gravidez. Eles atingem o pico entre a oitava e décima semana, e então diminuem na sequência. Entretanto, os sintomas podem ocorrer até as semanas 16 e 18, com menor frequência e intensidade. 

O que causa o enjoo durante a gravidez?

Na verdade, não se sabe o motivo exato que ocasiona os enjoos durante a gravidez, mas existem muitas hipóteses sobre o assunto. A principal delas é de o que causa esses sintomas é o aumento do hormônio produzido durante a gravidez: o HCG.

Essa suposição se baseia no fato que os enjoos costumam ser mais intensos no início da gravidez, no mesmo momento que acontece um pico na produção do HCG. Quem identifica esse pico é a Postrema, uma parte muito sensível em nosso cérebro que controle a ânsia de vômito.

Além disso, nesse período a mulher passa a ter na sua corrente sanguínea algumas toxinas que podem atrapalhar a formação do sistema nervoso central do feto. O corpo elimina essas toxinas através do vômito, o que pode indicar que o enjoo é uma forma de proteger a gestação.

Já as mães que não sentem muito enjoo não precisam se preocupar. Afinal, isso não significa que o seu corpo não está trabalhando para proteger o feto, e sim, que seu corpo está reagindo de forma diferente.

Quando se preocupar? 

Apesar de ser natural e benéfico, existem alguns casos extremos em que mulheres que sentem náuseas fortes demais, e acabam precisando de internação. Esse quadro se chama hiperêmese gravídica, e atinge um número pequeno de gestantes. 

Nesses casos, a mãe provavelmente sentirá dificuldades para ingerir alimentos, e por isso terá que receber medicamentos e nutrientes via intravenosa.

Sendo assim, esse cenário é caracterizado por náuseas intensas, tontura e até desmaio. Outro sintoma são vômitos matinais frequentes, que podem levar à desidratação e perda de peso.  

Por outro lado, caso haja sintomas como diarreias, cólicas intensas ou febre, é importante consultar com uma especialista para verificar se está tudo bem

Além do enjoo durante a gravidez, a mulher também pode apresentar alterações ou diminuição no olfato e paladar. Isso pode levá-la a deixar de comer alimentos que eram comuns à sua dieta diária.  

Em contrapartida, também podem surgir necessidades e desejos por comidas diferentes, e até mesmo exóticas. Mas fique tranquila: isso é apenas consequência de todas as alterações hormonais e emocionais que a gestação proporciona.

7 dicas para diminuir o enjoo durante a gravidez 

  1. Tente analisar os principais alimentos e situações que influenciam o enjoo e procure evita-los; 
  1. Caso o enjoo esteja muito presente, procure comer porções pequenas a cada duas ou três horas, como uma fruta, por exemplo;  
  1. Estabeleça uma nova rotina. Lembre-se que todo o seu sistema está passando por modificações, e uma rotina irá ajudar a se adaptar à gravidez
  1. Muitas mulheres perdem a fome e sentem enjoo ao cozinhar. Por isso, se possível, peça para que outra pessoa prepare as refeições
  1. Após comer, evite deitar. Assim, você dá um tempo para o organismo realizar a digestão;  
  1. Realize exercícios físicos acessíveis e indicados por uma especialista. Afinal, movimentar o corpo é sempre positivo; 
  1. Ao acordar, não levante de imediato. Respire com calma e vá mexendo o corpo aos poucos. Além disso, manter água e bolacha de água e sal ao lado da cama para comer antes de levantar é sempre indicado. 

Como evitar enjoo durante a gravidez?

Infelizmente, não existe uma regra geral para evitar as náuseas e vômitos. Por outro lado, deve-se procurar uma alimentação saudável, de preferência com alimentos frescos e leves. Afinal, é importante se alimentar com nutrientes, vitaminas e proteínas necessárias tanto para a saúde da mãe, quanto para o desenvolvimento do feto. 

Mas é importante comer o que tiver vontade e disposição, pois o principal é não ficar sem se alimentar. Já no caso de vômitos frequentes, procure repor os líquidos perdidos através de sucos e chás.  

Bem-estar na gravidez 

Apesar das complicações que a gravidez pode trazer, é importante sempre procurar o bem-estar da gestante durante esse período.  

Sendo assim, ter atenção e cuidado é primordial nesse momento. Procure um acompanhamento com profissionais de confiança, e que estejam dispostos a auxiliar e dar suporte para as diferentes fases da gestação. Alguns especialistas indicados são ginecologistas obstetras e psicólogos.   

Além disso, é importante respeitar os limites que o corpo vai criar nesse tempo. Por isso, evite esforços físicos e insumos de cigarro, bebida alcóolica e alimentos muito gordurosos. 

Atualmente existem redes de apoio entre mães e gestantes, onde mulheres buscam liberdade de desabafar com quem não só a entendem, como também compartilham das suas experiências.  

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Por que as gravidas enjoam

Logo nos primeiros meses, em meio à ansiedade da notícia da gravidez, você sente aquele desconforto arrebatador logo pela manhã. Não consegue nem pensar em comer e qualquer cheiro piora ainda mais o enjoo. As náuseas são comuns na gestação. Elas acontecem por causa das mudanças hormonais do período. “A quantidade de Beta HCG, considerado o hormônio da gravidez, por exemplo, dobra a cada 48 horas”, explica a obstetra Karina Zulli, do Hospital e Maternidade São Luiz (SP). A progesterona e o estrógeno também atingem níveis máximos nos primeiros meses.

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Apesar do incômodo que os enjoos representam, os especialistas comemoram a sensação. “É praxe. Quando as gestantes se queixam de enjoos, nós ficamos felizes”, diz o obstetra Abner Lobão, da Universidade Federal de São Paulo. E uma revisão de dez estudos acaba de confirmar que esse clássico sintoma da gravidez é, de fato, benéfico para a saúde do bebê.

Para chegar a esse resultado, cientistas americanos analisaram o resultado de pesquisas que envolveram centenas de milhares de gestantes. O trabalho, publicado na revista científica Reproductive Toxicology, comprova que as grávidas que enjoam são menos propensas a sofrer aborto ou ter um parto prematuro e seus bebês correm menos riscos de ter problemas de desenvolvimento, além de apresentar, em geral, melhor desempenho nos testes de QI futuramente.

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No entanto, segundo os especialistas, isso não significa que as mulheres que escapam do sintoma devam se preocupar. Em contrapartida, quem vive indisposta, sem que a comida pare no estômago, acaba de ganhar um consolo.

A exceção vai para os casos de hiperêmese gravídica, um quadro de náusea muito mais intenso. Atinge cerca de 5% das gestantes e, muitas vezes, requer internação para que a mulher receba medicamentos e alimentos via intravenosa, já que nada via oral é aproveitado. Se por acaso você sentir essa forte indisposição, procure o seu médico. Só ele é capaz de diferenciar um simples enjoo da doença e indicar o tratamento adequado.

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O enjoo matinal é tão comum e tão típico do início da gestação, que perde apenas para o atraso menstrual como o sintoma que mais faz as mulheres irem a uma farmácia para comprar um teste de gravidez. Cerca de 70% a 80% das mulheres sofrem de enjoo matinais no primeiro trimestre. As náuseas podem vir com ou sem vômitos; ocorrem principalmente na parte da manhã, mas podem se manifestar a qualquer momento do dia.

Os enjoos da gravidez normalmente surgem na 5ª ou 6ª semanas, durando, geralmente, até a 12ª semana, data que marca o início do 2º trimestre de gestação.

Algumas mulheres com menos sorte permanecem com náuseas até a 18ª semana, época em que 90% das gestantes já não as tem mais. Destas, cerca de 10% mantêm os enjoos durante períodos mais avançados da gravidez, podendo durar até o 3º trimestre.

A gravidade dos enjoos na gravidez varia muito. Algumas mulheres quase nada sentem; outras queixam-se de náuseas leves em curtos períodos, muitas vezes sem vômitos; há também os casos onde os enjoos e os vômitos são frequentes, tornando o primeiro trimestre muito penoso.

No final do espectro, existe ainda os casos de hiperemese gravídica, um quadro de náuseas e vômitos tão frequentes que impedem a alimentação e levam a gestante à desidratação. Abordarei a hiperemese gravídica mais à frente neste texto.

Por que surgem enjoos na gravidez?

O mecanismo exato que leva mulheres grávidas a sentir enjoos durante todo o primeiro trimestre da gestação é desconhecido. Sabe-se, porém, que as rápidas alterações hormonais do início da gravidez (estrogênio, progesterona e hCG) desempenham um papel importante no quadro. Alguns trabalhos mostraram que quanto mais alto os níveis do hormônio hCG, maior a incidência de náuseas durante a gravidez.

Os hormônios da gravidez, principalmente a progesterona, agem também na motilidade do trato gastrointestinal. Mulheres grávidas apresentam um “estômago preguiçoso”, que demora a se esvaziar, o que além de favorecer o aparecimento das náuseas, provoca também uma sensação de saciedade precoce, impedindo a ingestão de grandes quantidades de alimento. A gestante sente-se “empanturrada” com muita facilidade.

Fatores de risco

Apesar das causas para os enjoos não estarem completamente elucidadas, alguns fatores são amplamente reconhecidos como de risco para o desenvolvimento das náuseas e vômitos:

  • Mulheres que antes da gravidez já apresentam náuseas com mais facilidade, como durante movimentos ou após estímulos a cheiros e sabores fortes, apresentam maior risco de enjoos fortes na gravidez.
  • Mulheres ansiosas ou gestantes muito jovens também apresentam maior incidência e intensidade de enjoos.
  • Gestantes com antecedentes de enxaqueca apresentam maior risco.
  • Alguns estudos sugerem a hipótese de que mulheres que possuem a bactéria Helicobacter pylori possam apresentar maior risco de náuseas durante a gravidez.
  • Mulheres grávidas de gêmeos apresentam maior incidência e maior intensidade de enjoos.

Sintomas

Na maioria das mulheres grávidas os enjoos são intermitentes. É comum haver uma alternância entre fome e enjoos ao longo do dia. O ideal é que a gestante procure fazer suas refeições sempre que os enjoos desparecem.

Apesar de incômodo, os enjoos da gravidez raramente causam algum problema ao feto. A maioria das gestantes conseguem se alimentar durante os períodos de alívio das náuseas, mantendo assim um adequado consumo de nutrientes.

Associado aos enjoos é possível que a gestante apresente alterações no seu olfato e paladar. Alimentos antes adorados podem perder todo o seu apelo. Por outro lado, é comum surgirem desejos de comer alimentos que outrora nunca eram escolhidos. Pode acontecer, por exemplo, de mulheres que não comam carne vermelha passem a ter desejos por hambúrgueres, ou de gestantes que eram aficcionadas por chocolate, simplesmente não conseguirem mais comer um único bombom.

Quando procurar um médico

Ao contrários dos outros tipos de náuseas e vômitos, no enjoo típico da gravidez não há outros sintomas gastrointestinais ou sistêmicos associados, como febre, diarreia e intensas cólicas. A presença destes sintomas deve ser informada ao médico.

Outro sinal de gravidade são vômitos incoercíveis, fazendo com que a grávida não consiga se alimentar ou beber líquidos. Os enjoos da gravidez podem ser tão intensos que causam perda de peso e desidratação da gestante. Se você está grávida, apresenta vômitos frequentes e já perdeu pelo menos dois quilos por conta destes, procure um médico, pois podemos estar diante do diagnóstico de hiperemese gravídica.

Hiperemese gravídica

A hiperemese gravídica é uma apresentação anormal dos enjoos matinais. É uma forma grave das náuseas e vômitos da gravidez. A hiperemese gravídica ocorre em 0,5% a 2% das gestações e se caracteriza por vômitos frequentes, não responsivos ao tratamento, associados à desidratação, alterações hidreletrolíticas e perda de peso. Como a grávida não consegue se alimentar nem ingerir líquidos, a internação hospitalar pode ser necessária para que se possa administrar fluidos e alguns nutrientes por via intravenosa.

Tratamento

O primeiro trimestre da gravidez é o mais importante, pois é quando o feto está se formando. Nesta fase é imperativo evitar tomar qualquer tipo de remédio ou substância sem a explicita autorização do seu obstetra.

Na maioria das gestantes os enjoos matinais não necessitam de medicamentos, apenas algumas alterações na dieta e de alguns hábitos de vida:

  • Evite grandes refeições. O estômago da grávida esvazia mais lentamente, por isso, pequenas porções são mais bem toleradas. Comer demais e ficar com a estômago cheio pode precipitar os enjoos.
  • Os enjoos da gravidez costumam ser intermitentes ao longo do dia. Procure se alimentar sempre que estiver se sentindo bem. A fome pode desencadear as náuseas. Não deixe de se alimentar por medo de vomitar.
  • Evite comer e deitar-se logo após. Evite comer perto da hora de dormir.
  • Coma o que tiver vontade. É melhor comer qualquer coisa do que nada.
  • Peça para alguém preparar a comida. Algumas grávidas perdem a fome e começam a ter enjoos quando precisam preparar a própria refeição.
  • Procure estar sempre bem hidratada. Se você tem vômitos, procure repor os líquidos perdidos quando o enjoo tiver desaparecido. Mais uma vez, ingira pequenos volumes de cada vez. Líquidos frios são mais bem tolerados.
  • Reconheça os gatilhos dos enjoos e evite-os. Cheiros fortes, por exemplo, costumam ser mal tolerados. Outros gatilhos comuns são o calor, umidade, barulho e estar em movimento, tipo andar de carro ou avião.
  • Evite a fadiga. É comum haver intolerância ao exercício no primeiro trimestre. Se você é uma pessoa ativa, não tente manter a mesma carga de exercícios que você executava antes de estar grávida. Não é preciso ficar completamente sedentária, mas o ideal é não se cansar nesta fase.
  • Gengibre, limão ou melancia costumam ser muito bem tolerados pelas grávidas. Evite comidas apimentadas e muito gordurosas.
  • Se o seu enjoo não surge quando você acorda, mas sim logo após o levantar da cama, mantenha um pacote de biscoito tipo crackers na cabeceira para comer um ou dois antes de se levantar. Isso “acalma” o estômago.

O mais importante é reconhecer o que te faz bem e o que te faz mal. As dicas acima funcionam para a maioria das mulheres, mas pode ser que você tenha que descobrir quais as dicas ideais para o seu caso.

Se suas náuseas não melhoram de jeito nenhum com as medidas habituais, talvez seja necessário usar alguns medicamentos para controlá-las. A lista de fármacos possíveis é vasta, porém, como alguns deles podem ser vendidos sem receita médica, não vou listá-los aqui para não estimular a automedicação, que é ainda mais grave quando feita por uma gestante no primeiro trimestre.

Perguntas e respostas

Mulher que não enjoa tem maior risco de abortamento?

Não necessariamente. Teoricamente uma gravidez com problemas não produziria os níveis adequados de hormônios e os sintomas de náuseas e vômitos seriam menos intensos. Porém, é comum ter uma gravidez normal sem ter que passar pelo sofrimento dos enjoos. Portanto, não é correto criar expectativas quanto ao sucesso da gravidez apenas pela presença ou não de enjoos.

Os enjoos da gravidez podem prejudicar o feto?

Não. Exceto nos casos mais graves, com necessidade de internação hospitalar, o feto nada sofre com suas náuseas e vômitos ocasionais.

O enjoo não desaparecer após o fim do primeiro trimestre significa algo de errado na gravidez?

Não. Algumas gestantes têm enjoos por toda a gravidez, apesar deste fato não ser o mais comum. Qualquer enjoo que se prolongue além da 20ª semana deve ser avaliado pelo obstetra, o que não necessariamente significa que haja algum problema com a gestante.

Chupar gelo com frequência melhora os enjoos?

Sim e não. Como já dito, essas pequenas dicas podem ser a solução para algumas gestantes e um completo fracasso para outras. A vantagem do gelo é que, em última análise, ele é água em pequenas quantidades, o que favorece a hidratação da grávida sem causar distensão do estômago.

Referências

Por que as gravidas enjoam