Quanto dias são necessarios para conhecer viajar para chapada diamantina

A Chapada Diamantina é uma região de enorme extensão territorial. O Parque Nacional representa uma parte dela e o seu acesso é feito de forma livre através dos municípios que estão ao seu entorno. Devido, principalmente, às distâncias entre os principais atrativos e as cidades turísticas é indicado organizar sua viagem com antecedência.

Escolha da cidade

A porta de entrada da Chapada Diamantina é a cidade de Lençóis, com o maior número de leitos, restaurantes e agências de turismo. Outras localidades como Mucugê, Andaraí, Ibicoara, Palmeiras, Rio de Contas e nas vilas de Igatu e Vale do Capão, também possuem infraestrutura turística.

Por isso, a melhor opção é escolher uma dessas localidades para ficar hospedado e a partir daí se organizar para conhecer os principais atrativos no entorno de cada lugar.

Dica

Antes de reservar hospedagem em apenas uma cidade, pesquise o que mais deseja conhecer. Isso evitará que você perca tempo em estradas. Os atrativos turísticos estão espalhados de norte a sul do território.

O que fazer

As agências de turismo oferecem diversas opções de roteiros que reúnem e organizam o acesso aos atrativos. Os roteiros variam de um a oito dias e oferecem pontos turísticos localizados no entorno do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Alguns pacotes completos, com passeio e hospedagem, podem ser adquiridos pela internet ou quando o visitante chega ao destino.

Esforço físico

Os passeios também possuem diferentes níveis de esforço físico e ainda podem ser adequados ao perfil de cada pessoa. Procure escolher um roteiro de acordo com seu condicionamento físico e experiência.

Isso não significa que sua visita à região ficará limitada. Os guias garantem que quem decide o ritmo da caminhada é o turista e, para facilitar, nas trilhas mais longas são oferecidos serviços como a contratação de uma pessoa para levar as bagagens.

Melhor época para viajar

O clima semiárido – com sol durante todo o ano e poucos períodos de chuva – também contribui para o viajante eleger a época que mais é conveniente.

Tempo indicado

O tempo mínimo indicado para visitar a região é de quatro dias e o ideal é pelo menos sete, período necessário para conhecer os pontos turísticos mais famosos.

Para quem vem de ônibus ou avião

Para se deslocar de uma cidade para outra não é indicado contar com transportes intermunicipais, pois eles não possuem horário regular. A melhor opção é contratar um transfer, alugar um carro ou fechar um pacote com uma agência.

Para quem vem de carro

Neste caso é possível ter mais liberdade para organizar seu próprio roteiro. Antes de viajar, procure estudar o que mais gostaria de fazer para traçar melhor o seu itinerário.

Por que é tão importante contratar um guia de turismo?

A Chapada Diamantina possui uma enorme área silvestre. Por isso, é imprescindível que você esteja acompanhado por alguém que conheça bem cada lugar e que tenha treinamento em primeiros socorros. Além disso, esse profissional pode enriquecer sua viagem com informações sobre a fauna, flora, geologia e história da região. Procure um guia apenas nas agências e Associações de Condutores de Visitantes e não contrate menores de 18 anos. Essa prática é proibida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Com mais de 30 mil quilômetros de área e composta por 24 municípios,  a Chapada Diamantina tem atrações para entreter os visitantes por pelo menos um mês. Por isso, qualquer roteiro de apenas cinco dias vai ser incompleto e deixar muita coisa legal de fora. Mas como nem sempre temos tanto tempo para viajar como gostaríamos, às vezes é preciso dar um jeito de fazer o máximo possível no pouco tempo disponível. Foi o que fizemos quando vimos uma promoção de passagens aéreas e resolvemos aproveitar para conhecer pelo menos um pouco da Chapada Diamantina.

Teríamos 7 dias de viagem, sendo que dois deles gastos nos percursos de ida e volta, com os voos Rio-Salvador-Rio e cerca de 5 horas de carro de Salvador até Lençóis, nosso primeiro destino. Os outros 5 dias restantes foram decididos com muita pesquisa (e disciplina militar da Mari) para que visitássemos todas as atrações principais (mais famosas e bonitas). E assim surgiu nosso roteiro, que deu bem certo, apesar da correria. Aí vão as dicas:

1° Dia – Lençóis, Gruta da Pratinha, Gruta Azul e Morro do Pai Inácio

Chegamos em Lençóis após um longo dia de viagem desde o Rio, e foi ótimo ver o quanto a cidade é bonitinha. Ficamos na Estalagem do Alcino, famosa pelo café da manhã eleito “o melhor do Brasil” pelo Guia Quatro Rodas, o que fez com que as primeiras duas horas úteis do dia fossem dedicadas à função de comer até passar mal degustar essa refeição deliciosa.

Dirigimos por cerca de uma hora até a Lagoa da Pratinha, com águas de um verde-claro quase caribenho perfeitas para relaxar ou fazer tirolesa e flutuação na Gruta da Pratinha. Na mesma área também está a Gruta Azul, com um lago subterrâneo especialmente bonito em junho e julho, quando os raios de sol incidem em toda a superfície da água.

Almoçamos no restaurante da propriedade e seguimos para o Morro do Pai Inácio, de onde se tem a vista mais imponente da Chapada, com as montanhas que a tornaram tão famosa. De lá fomos para o Vale do Capão, após mais ou menos uma hora de carro, onde nos hospedamos na pousada Tatu Feliz.

As informações completas sobre esse dia, com fotos e custos, você encontra nos posts Estalagem do Alcino: experimentando o melhor café da manhã do Brasil e Roteiro pela Chapada Diamantina: Gruta da Pratinha, Gruta Azul e Morro do Pai Inácio.

2° dia – Vale do Capão e Cachoeira da Fumaça

Fomos cedo para a Associação de Condutores de Viajantes do Vale do Capão (ACV-VC), onde contratamos um guia para nos levar até a Cachoeira da Fumaça, uma queda d’água magnifica de 380 metros de altura. Foram quatro horas de caminhada (ida e volta), que valem a pena pela paisagem do alto da montanha.

Aproximadamente às 16h, seguimos o conselho do Chico, nosso guia, e fomos almoçar a galinha caipira do restaurante Boa Vista, no povoado de Conceição dos Gatos, lá perto. Foi apenas uma das melhores refeições que já fiz e recomendo para qualquer um que passar pela região. Uma coisa bem legal de lá é a possibilidade de fazer o pedido e aguardar numa cachoeira próxima enquanto a comida é preparada, um dos programas que mais gostamos na viagem. (Você pode ler mais sobre isso no post A melhor galinha caipira da Bahia)

De pança cheia e felizes, seguimos em estrada de chão por três horas até Mucugê, onde chegamos às 22h na Pousada Mucugê.

Informações completas sobre esse dia, com fotos e custos, no post Roteiro pela Chapada Diamantina: Cachoeira da Fumaça e Mucugê.

3° dia – Cachoeira do Buracão

Acordamos cedo e fomos para a cidade de Ibicoara, em uma viagem de duas horas para encontrar com o Luciano, o guia muito bem recomendado que nos hospedaria pelas próximas duas noites e nos levaria para conhecer as cachoeiras do Buracão e da Fumacinha. Na cidade, compramos água e comida para levar nas trilhas e depois seguimos direto para o Parque Municipal do Espalhado, para fazer a trilha da Cachoeira do Buracão.

Caminhada light, chegamos no Buracão em apenas uma hora. E que surpresa: a cachoeira e seus arredores, com cânions formando o “buraco” que abriga a queda d’água, são tão grandiosos e imponentes que a gente fica até emocionado quando chega lá. Foi a atração que mais gostei, e demos a sorte de não ter mais ninguém lá quando chegamos, então ficou aquilo tudo só pra gente, inesquecível. De lá fomos a outras cachoeiras do parque e a um ponto bem em cima da queda d’água do Buracão, para vermos tudo de outro ângulo.

Encerramos o dia com um jantar típico caprichado feito pela Tâmara, esposa do Luciano, e dormimos cedo porque a caminhada do dia seguinte seria longa.

Informações completas sobre a visita à cachoeira do Buracão, com fotos e custos, nos posts Roteiro pela Chapada Diamantina: Cachoeira do Buracão

4° dia – Cachoeira da Fumacinha

Saímos antes das oito para iniciar a trilha cedo, já que seriam cerca de nove horas de caminhada no total (ida e volta, totalizando 18km). Estávamos apreensivos em relação a essa trilha, que todo mundo falou ser puxadíííííssima, mas que bela surpresa foi ver que, na verdade, era um caminho muito agradável pelas pedras às margens do rio, sem subidas e com lindas paradas para descansar e apreciar a vista, nem de longe tão cansativo quanto imaginamos.

Caindo de uma altura de 100m em meio a uma caverna, a Fumacinha e seus arredores parecem um templo, com uma beleza e silêncio quase místicos, onde só se ouvia o barulho da queda d’água. Andaria mais cem horas para chegar se fosse preciso, lindo demais!

Chegamos em casa esfomeados e felizes para mais um jantar delicioso da Tâmara. Nossa convivência com o casal e a experiência na casa deles foi um dos pontos altos da viagem e está descrita com mais detalhes aqui no post Onde ficar na Chapada Diamantina: Abrigo do Mato.

Informações completas sobre a visita à cachoeira da Fumacinha, com fotos e custos, no post Roteiro pela Chapada Diamantina: Cachoeira da Fumacinha .

5° dia – Poço Encantado e Poço Azul

Da casa do Luciano, dirigimos cerca de uma hora até o Poço Encantado, um poço lindo em uma caverna. A incursão até lá é guiada e em grupo, e sai do restaurante na entrada da propriedade. Como não é possível entrar na água, dura só meia hora, por isso, logo depois dirigimos mais cinquenta minutos até o Poço Azul, esse sim sensacional, porque deixam fazer mergulho com snorkel em um ambiente que parece cenário de filme. Ambos os poços ficam em propriedades privadas e é preciso pagar entrada, mas vale a pena.

Almoçamos muito em um dos dois restaurantes da propriedade, o APA, e depois seguimos estrada por pouco mais de três horas até a cidade de Igatu, conhecida como a “Machu Pichu Brasileira” por suas formações de pedras e algumas ruínas. Nos hospedamos na pousada Flor de Açucena, muito boa, e no dia seguinte fomos cedo direto para Salvador, onde precisávamos chegar até as 16h para devolver o carro no aeroporto e pegar o voo de volta.

Informações completas sobre essas atrações, com fotos e custos, nos posts Roteiro pela Chapada Diamantina: Poço Encantado e Poço Azul e Onde ficar na Chapada Diamantina: Pousada Flor de Açucena em Xique-Xique de Igatu.

Impressões sobre a viagem e o roteiro Chapada Diamantina

O período foi meio cansativo pelo fato de quase todos os dias viajarmos para outra cidade à noite e sairmos cedo no dia seguinte para outro lugar. Senti falta de algo que adoro, que é conhecer melhor as cidades, aquela coisa simples de sentar num bar e ver a vida passar, andar pelas ruas, olhar as lojas… Mas como as principais atrações na Chapada Diamantina são as trilhas e cachoeiras, a correria valeu a pena. E embora eu defenda viagens espontâneas, sem reservas nem roteiros rígidos, este roteiro é uma exceção, já que a ideia era otimizar o tempo ao máximo.

Alugar um carro foi essencial: seria impossível fazer tudo tão rápido de transporte público. E valeu pagar um pouco mais por um modelo 1.6, já que as estradas ou são cheias de caminhões e é preciso ultrapassar constantemente, ou são de terra e esburacadas, então um carro mais potente é melhor, apesar de gastar mais combustível. Ah, e uma dica legal: como era o mês do aniversário do Daniel, responsável pelo aluguel, ganhamos uma diária de brinde na Movida (a locadora mais barata que achamos). Se esse for seu caso, vale pedir a cortesia! Nós fizemos a busca e fechamos o aluguel do carro através do site Rental Cars, que pesquisa entre todas as locadoras, o melhor preço, dentro da busca. Bem legal!

Em relação à melhor época, recomendo fortemente ir fora da alta temporada, se possível, já que a Chapada enche bastante em períodos como carnaval e réveillon, e imagino que isso deve atrapalhar bastante ir nas cachoeiras e trilhas. Fomos na primeira quinzena de fevereiro e, como o carnaval só seria no fim do mês, era baixa temporada lá, por isso não só tivemos sossego como, também, conseguimos descontos e ótimos preços. Acho que a experiência teria sido muito diferente (e inferior) se tudo estivesse lotado por lá. Demos sorte também com o clima, ensolarado todos os dias.

Gasto Total na Viagem

Os preços na Chapada Diamantina em geral são bem tranquilos e, por isso, é possível gastar bem pouco e fazer uma viagem incrível. Abaixo vai um resumo dos gastos totais da viagem por pessoa (éramos 4 no total). Os custos detalhados estão nos posts de cada dia de viagem.

  • Dia da chegada: R$ 60,00 (Almoço na estrada + jantar em Lençóis – Dia de viagem de avião e carro)
  • Dia 1: R$ 111,50
  • Dia 2: R$ 161,80
  • Dia 3: R$ 118,00
  • Dia 4: R$ 169,00 (pernoite na casa do Luciano e Guia para a Fumacinha)
  • Dia 5: R$ 112,00
  • Dia de ir embora: R$ 40,00 (Comida na estrada – Dia de viagem carro + avião)
  • + Aluguel de carro (7 dias): R$ 166,25
  • + Gasolina (7 dias): R$ 110,00
  • + Passagem de avião Rio-Salvador-Rio: R$ 200,00 (conseguimos uma super promoção da Gol)

Gasto total por pessoa: R$ 1.248,55

* valores gastos na viagem em fevereiro/2014

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-> Pra quem não quiser fazer tudo por conta própria, o pessoal do Desviantes oferece pacotes completos pela Chapada Diamantina, e também pode criar um roteiro personalizado pra você.

Outros posts sobre a Chapada Diamantina:

Estalagem do Alcino: experimentando o melhor café da manhã do Brasil

Roteiro pela Chapada Diamantina: Gruta da Pratinha, Gruta Azul e Morro do Pai Inácio

A galinha caipira mais gostosa da Bahia

Roteiro pela Chapada Diamantina: Cachoeira da Fumaça e Mucugê

Roteiro pela Chapada Diamantina: Cachoeira do Buracão

Roteiro pela Chapada Diamantina: Cachoeira da Fumacinha 

Onde ficar na Chapada Diamantina: Abrigo do Mato

Roteiro pela Chapada Diamantina: Poço Encantado e Poço Azul

Onde ficar na Chapada Diamantina: Pousada Flor de Açucena em Xique-Xique de Igatu