Quem iniciou a dinastia carolíngia

Quem iniciou a dinastia carolíngia

Oficialmente inicia-se no ano 751, século VIII, com a promulgação, em ofício da Igreja Católica pelo Papa Zacarias, a Pepino, o Breve, como rei dos francos - de 7 (na história esta vem a ser a primeira investidura como soberano por determinação de um pontífice).

Quem deu origem a Dinastia Carolíngia?

Carlos Martel O Império Carolíngio foi formado a partir da coroação de Pepino, o Breve, em 751, embora se considere que seu pai, Carlos Martel, já era poderoso o suficiente, apesar de não ser rei. Os carolíngios eram uma dinastia que fazia parte do Reino dos Francos e substituiu a decadente dinastia merovíngia.

Como se deu o fim da Dinastia Carolíngia?

Em 987, morre o último soberano carolíngio da França Ocidental, Luís V, e os aristocratas escolheram Hugo Capeto, Conde de Paris, como rei. É o fim da dinastia carolíngia sobre a França, dando origem à dinastia capetíngia, que governou o país até o século XIV.

Qual é o nome do Império Carolíngio?

  • O Império Carolíngio (800-888) tem seu nome derivado de Carolus (do latim, Carlos) e designa o Reino Franco que ocupou a região da Europa central (coincidindo com o antigo Império Romano do Ocidente, um território de aproximadamente 1.112.000 km² e cerca de 20 milhões de pessoas). A formação deste império está na gênese dos ...

Como foi a desintegração do Império Romano?

  • Com a desintegração do Império Romano, surgem inúmeros reinos bárbaros, os quais, por sua vez, irão também sofrer com as contínuas invasões bárbaras e muçulmanas. Assim, a Europa fragilizada não consegue se reunificar, uma vez que não haviam de reis cristãos e a maioria dos povos eram pagãos ou convertidos às heresias cristãs, como o arianismo.

Quando foi a fundação do Império?

  • Com efeito, a data histórica para a fundação do império é 25 de dezembro de 800, quando o papa Leão III coroa Carlos Magno como imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

Em 768, a dinastia carolíngia foi entregue a Carlos Magno, monarca responsável pelo apogeu da dominação dos francos na Europa Medieval. Seguindo uma política de tom expansionista, o novo rei promoveu o domínio de territórios situados na Península Itálica e entrou em luta contra os muçulmanos, estabelecendo a Marca de Hispânia, na região sul dos Pirineus. Logo depois, conquistou a cidade de Barcelona, as ilhas Baleares e impôs sua dominação sob os povos saxões da Germânia. Formando um vasto território, Carlos Magno teve grande preocupação em organizar administrativamente as regiões conquistadas. Para tanto, realizou a doação de terras a todos os nobres que o auxiliavam durante as batalhas. Além disso, dividiu todos os domínios imperiais em duzentos condados que seriam geridos por um nobre e um bispo. O controle do poder exercido por esses líderes locais era fiscalizado por um funcionário público chamado missi dominici (“enviados do senhor”). O advento de formação do Império Carolíngio marcou profundamente o processo de expansão do cristianismo dentro da Europa. No dia 25 de dezembro de 800, Carlos Magno foi coroado como imperador do novo Império Romano do Ocidente pelo papa Leão III. A aproximação realizada pela Igreja se justificava pela possibilidade de conversão de todos os domínios agregados à autoridade de uma mesma liderança política. Para que as ações fossem cumpridas, Carlos Magno criou um conjunto de leis escritas conhecidas como capitulares. Indo na contramão do processo de descentralização política que marcou toda a Europa Medieval, tal advento marcou a criação do primeiro conjunto de leis escritas desse período histórico. A vigência dessas leis era somente válida nas regiões originais do território imperial, deixando que os costumes e tradições dos povos conquistados fossem preservadas. Sob o aspecto econômico, o império contou com um comércio bastante movimentado pelas várias feiras e mercados distribuídos nos centros urbanos europeus. Em razão do fechamento comercial do mar Mediterrâneo, naquele instante controlado pelos árabes, a grande maioria dessas riquezas circulava com destino ao Norte da Europa. Apesar do intenso comércio experimentado no interior de seus domínios, o Império Carolíngio tinha na agricultura o grande suporte de suas atividades econômicas. Aproveitando de todo esse cenário estável, o reinado de Carlos Magno foi também conhecido por um grande desenvolvimento das artes e do conhecimento. Ao longo do chamado “renascimento carolíngio”, várias escolas e igrejas foram construídas, a obra de escritores greco-romanos traduzida e a ourivesaria se fizeram presentes em vários manuscritos. Boa parte dessa movimentação do conhecimento se dava pela ação do próprio rei, que se aproximou de vários intelectuais da época. Chegada a morte do rei, em 814, o Império Carolíngio foi governado por Luís, O Piedoso, até o ano de 840. Com sua morte, três herdeiros disputaram os domínios daquele vasto império. Três anos mais tarde, o Tratado de Verdun oficializou a partilha do Império Carolíngio em três reinos menores. Tal ação foi início da desintegração territorial, tendo em vista o consequente enfraquecimento militar e as invasões provocadas pelos vikings e magiares do leste europeu.

Dessa maneira, os nobres proprietários de terra passaram a experimentar uma maior autonomia política. Uma das características fundamentais do feudalismo se viabilizava no momento em que as invasões estrangeiras e a fragmentação do território aconteciam. Na porção oriental do império, os duques da Saxônia fundaram o Reino Germânico, organizado por uma monarquia eletiva. Já na região ocidental, o reduzido império carolíngio foi administrado pela enfraquecida dinastia capetíngia.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Quem iniciou a dinastia carolíngia

A Dinastia Carolíngia (751-887), constituída por uma família de francos nobres, governou a Frância e seus reinos sucessores na Europa Ocidental e Central durante os primórdios da Idade Média. A dinastia se expandiu a partir da Frância para lugares tão longínquos quanto a Itália e Hungria modernas e governou o chamado Império Carolíngio (800-887), e até o século XIX não existiu nenhuma instituição política maior que ela.

O nome Carolíngio deriva-se de Carlos, em referência a Carlos Martel (688-741), lembrado hoje em dia por sua liderança em impedir a expansão dos mouros na Gália e a Carlos Magno, Rei dos Francos (r.768-814) e Imperador do Sacro Império Romano (r.800-814). A coroação de Carlos Magno em 800 como Imperador dos Romanos sinalizou a fundação do Sacro Império Romano, embora tal terminologia seja um tanto anacrônica, pois sua oficialização somente se deu a partir do século XII.

Os reis e imperadores carolíngios dominaram a política da Europa Central naquela época, porém enfrentaram constantes desafios a seus governos. Apesar de seu poderoso apogeu, a Dinastia Carolíngia sucumbiu às disputas sucessórias, guerra civil e divisões territoriais na metade do século IX. As divisões territoriais implantaram as bases políticas para o Sacro Império Romano, bem como para a França, a Alemanha e a Itália modernas. A expansão territorial, as políticas e o relacionamento com a Igreja medieval pela Dinastia Carolíngia, são frequentemente vistos como fundamentais na evolução da Europa moderna.

Ascensão dos Carolíngios

Já no final de 718, Carlos Martel uniu as várias regiões da Frância sob sua autoridade única de prefeito.

A Dinastia Carolíngia foi formada a partir da união das casas Pepinida e Arnulfing e cresceu para o poder durante o século VIII na Frância, à medida que sua predecessora política, a Dinastia Merovíngia (458-751), entrava em colapso. Descendente de Clovis I, Rei dos Francos (r.458-511/513), o Reino Merovíngio compreendia a Borgonha, Gália, Suábia e a Suíça ocidental, incluindo a região das rotas através dos Alpes para a Lombardia. O domínio merovíngio enfrentou a divisão pelas leis de herança, o que levou à descentralização dos reinos, tornando-os vulneráveis aos conflitos internos. As guerras territoriais resultantes entre os merovíngios tiveram como consequência a perda da influência dinástica para os prefeitos do palácio, funcionários semelhantes aos atuais primeiros-ministros. Os prefeitos, agindo como administradores políticos de facto, supervisionavam todos os negócios da corte e os acordos de divisão ou partilha. À medida que a influência merovíngia se atrofiava devido à agitação e guerra, os prefeitos passaram a comandar como intermediários do poder, enquanto os reis eram simplesmente figuras cerimoniais.

Quem iniciou a dinastia carolíngia

Os membros da linhagem carolíngia assumiram o título de prefeito na Austrásia, região nordeste da Frância, atualmente a interseção da Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Holanda, a partir do final do século VII, porém a notoriedade histórica da família somente foi conquistada com Carlos Martel. Carlos tornou-se o prefeito da Austrásia (r.714-741) após a morte de seu pai, Pepino II de Herstal e superou o período das guerras civis merovíngias. Já no final de 718, Carlos uniu as várias regiões da Frância sob sua autoridade única de prefeito. Após a morte do Rei Theuderic IV em 737, Carlos recusou-se a instalar um novo monarca e governou ele, realmente, sobre a Frância até sua morte.

Mais tarde, Carlos Martel ampliou sua influência ao subjugar os reinos rebelados da Frância, obrigou entidades políticas vizinhas a se tornarem estados tributários e apoiou as ações missionárias no leste pagão, particularmente as de São Bonifácio. Como líder militar cristão, Carlos acumulou fama na sua época e na história por seus sucessos contra a expansão muçulmana na Frância pelo Califado Umaída e especificamente por sua vitória na Batalha de Tours em 732. Em 739, o Papa Gregório III (r.731-741) solicitou a Carlos Martel sua intervenção na Península Italiana para defender as terras papais contra os lombardos. Carlos Martel morreu em 741, porém as relações carolíngio-papais seriam intensificadas com o correr do tempo.

Quem iniciou a dinastia carolíngia

Com a morte de Charles, o controle da Frância por prefeito passou a seus filhos, Pepino, o Breve, e Carloman, que abdicou em 747. Para iniciar seu governo com estabilidade, os irmãos restabeleceram a Monarquia Merovíngia e colocaram Childeric III (r.743-751) como rei marionete sob o comando deles. Em 751, Pepino, o Breve (também conhecido como Pepino III ou Pipin III) depôs Childeric e assumiu o trono para si mesmo. Pepino foi, subsequentemente, coroado pelo Papa Zacarias (r.741-752) como o primeiro Rei Carolíngio dos Francos (r.751-768), removendo, portanto, os merovíngios do poder e legitimando o governo da Dinastia Carolíngia.

Pepino usou sua nova posição para ampliar a influência do Reino Franco na Europa. Em 754, atuou na invasão lombarda do território papal a pedido do Papa Estevão II (r.752-757). Os francos derrotaram os lombardos e tomaram a província de Ravena, a qual foi entregue por Pepino ao Papa. A Doação de Pepino, como esta transação ficou conhecida, deu início à fundação dos Estados Papais e fortaleceram as futuras pretensões papais quanto ao poder secular.

Carlos Magno

Carlos Magno conduziu o reino franco na direção de um próspero Império na Europa Central e Ocidental, ampliando sua influência sobre todas as direções por conquistas territoriais.

Pepino, o Breve, foi o primeiro dos reis carolíngios, porém foi seu filho Carlos Magno quem conduziu a dinastia à imortalidade histórica. Conhecido por sua liderança militar, intolerância com o paganismo e um expansionismo agressivo, Carlos Magno reinou como Rei dos Francos (r.768-814) após a morte de seu pai e como Sacro Imperador Romano (r.800-814) após sua coroação pelo Papa Leão III (r.795-816). A partir de sua capital em Aachen na Austrásia, governou junto com seu irmão Carloman I como co-rei, porém as relação entre os irmãos era muito ruim, o que os manteve em desavenças até a morte de Carloman em 771. A partir de então, Carlos Magno tornou-se único rei com o apoio da aristocracia franca e da Igreja.

Durante seu reinado, Carlos Magno conduziu o reino franco na direção de um próspero Império na Europa Central e Ocidental, ampliando sua influência sobre todas as direções por conquistas territoriais. Em 772 ele deu início às Guerras Saxônicas, uma conquista violenta da Saxônia pagã e que iria persistir até que a região ficasse inteiramente sob jurisdição carolíngia em 804. Carlos Magno deu continuidade à aliança papal de Pepino e foi em defesa do papado em 773 contra os lombardos. Vitorioso, conquistou o reino lombardo em 774, absorveu-o em seu império e adotou o título de Rei dos Francos e Lombardos. Quando de sua morte em 814, Carlos Magno havia dobrado o tamanho do Reino Franco, expandindo sua extensão territorial através de conquistas na direção oeste para Barcelona, Catalunha e Bretanha, para o sul através da Itália até Roma e para leste na Bavária, Boêmia, Caríntia, Croácia e Hungria.

Carlos Magno com sucesso e concorrentemente conduziu um amplo programa de reforma moral e religiosa, conhecido como Renascença Carolíngia. Ao lado da cristianização das populações conquistadas, as reformas carolíngias incluíram a padronização das práticas e do cânon da Igreja, fomento da educação e das práticas literárias entre a nobreza e a produção de textos intelectuais e religiosos.

Quem iniciou a dinastia carolíngia

Carlos Magno acordou uma aliança com o Papa Leão III (r.795-816), que buscava proteção contra seus adversários locais e ameaças externas à sua autoridade dentro da Igreja. Em 25 de dezembro de 800, o Papa coroou Carlos Magno como Imperador Romano. Embora a coroação fosse a tentativa papal em reviver o Império Romano sob supervisão papal, apesar do título ser puramente honorífico, acabou por implantar as bases para um novo Império Carolíngio (800-887), bem como a seu sucessor, o Sacro Império Romano. As consequências imediatas, no entanto, foram mais concretas: o título Romano de Carlos Magno legitimou suas pretensões com relação aos Reinos Lombardo e Italiano.

Divisão & Declínio

O único filho sobrevivente de Carlos Magno, Luiz, o Piedoso (Luiz I, r.813-840), herdou o Império Carolíngio com a morte de Carlos Magno em 814, após ter governado pouco tempo como co-imperador. Embora não fosse um guerreiro como seu pai, Luiz envolveu-se em conflitos com os povos vizinhos, incluindo os bascos, dinamarqueses e vikings. Ele também prosseguiu com muitos programas de reformas de seu pai, Carlos Magno, e não media esforços para a unidade cristã dentro de seu reino, mas foi particularmente notável sua reorganização da estrutura política do Império. Nos seus primeiros anos como Imperador, Luiz distribuiu o controle dos reinos regionais dentro do Império para vários parentes, optando pela “liderança imperial dos reinos subordinados, ao invés de um estado unitário, centralizado” (Wilson,41).

Em 817, Luiz selecionou como herdeiro e co-imperador, Sacro Imperador Romano, seu filho mais velho, Lotário I (r.840-855) e concedeu aos seus outros filhos o controle sobre as regiões subordinadas. Estas divisões territoriais e os planos de sucessão, deram origem a rivalidades e o surgimento de facções entre os carolíngios e outros francos nobres. Esta descentralização do Império Carolíngio deu crescente autoridade aos governos e senhores locais, o que apoiou o desenvolvimento do feudalismo europeu e o enfraquecimento da influência do trono imperial. Semelhante aos governos merovíngios antecessores, os carolíngios gradualmente perderam poder devido à descentralização que promoveram.

Em 830, rivalidades familiares a respeito da distribuição de poder realizada por Luiz e seus planos para a sucessão imperial detonaram guerras civis intermitentes entre os carolíngios durante a próxima década. Após a morte de Luiz, o Piedoso, em 840, Lotário I reivindicou para si a autoridade sobre todo o Império Carolíngio, levando o conflito ao seu auge. Em 843, a guerra foi interrompida pelo Tratado de Verdun, o qual dividiu o Reino Carolíngio em três domínios - Francia Oriental, Frância Central ou do Meio e Frância Ocidental – alocados aos filhos de Luiz, o Piedoso. O título imperial foi mantido unicamente por Lotário I, que reivindicou a Frância Central ou do Meio, a porção central do Império que se alongava da Itália, ao sul, até a Frísia, ao norte. A Frância Oriental ou do Leste ficou para Luiz, o Germânico, enquanto que Carlos, o Calvo, o filho mais novo, tornou-se rei da Frância Ocidental ou do Oeste. A partir deste ponto, a Dinastia Carolíngia enfrentou um rápido declínio pois os três herdeiros e seus descendentes entraram em conflitos uns com os outros e com os nobres regionais com a pretensão de ganhar mais e mais poder.

Quem iniciou a dinastia carolíngia

Divisão do Império Carolíngio

O reino de Luiz, o Germânico, (r.843-876) na Frância Oriental entrou em conflitos na Saxônia e na fronteira oriental. Enquanto as regiões da Rhineland do reino encontravam-se bem implantadas e sede da corte real, as extensões leste encontravam-se amplamente descentralizadas e vulneráveis às influências externas. Na Saxônia, Luiz encontrou a revolta dos stellinga, uma revolta dos camponeses saxões que se aliaram a Lotário I durante as guerras civis anteriores, após Lotário ter prometido devolver os direitos que lhes foram tirados por Carlos Magno antes de se converterem ao cristianismo. Louis, o Germânico, suprimiu militarmente a revolta saxônica e os conflitos no leste com os boêmios e os morávios. Luiz, o Germânico, morreu em 876 e seus territórios foram herdados por seus três filhos, Carloman da Bavária (r.876-879), Luiz III, o Jovem da Saxônia (r.876-882) e Carlos, o Gordo (r. 876-887).

Após a morte de Lotário I em 855, a Frância Central ou Média foi dividida mais uma vez nos reinos da Lotaríngia, Itália e Provence pelo Tratado de Prüm. O filho de Lotário, Luiz II da Itália, Sacro Imperador Romano (r.855-875) e Rei da Itália (r.843-875, herdou o título imperial e governou a Itália com amplo apoio aristocrático, enquanto a Lotaríngia foi concedida a Lotário II (r.855-869) e a Provence ficou para o filho mais novo, Carlos da Provence (r.855-863). Da herança que Luiz II recebeu, a partir de 855 até 924, o Rei da Itália tipicamente assumia também o título Imperial.

Durante seu reinado como imperador, Louis II realizou uma prolongada investida sobre o Emirado de Bari, na região do Benevento no sul da Itália. A ação foi coroada de sucesso, porém os beneventianos rejeitaram se submeterem a ele em favor do Império Bizantino. Após o Tratado de Mersen (Meressen) em 870, a região norte da Frância Central ou Média ficou mais fragmentada e transferida para os vizinhos Reinos Francos, deixando somente os domínios borgonhês e italiano para os lotaríngios. Luiz II morreu em 875 sem deixar um herdeiro legítimo, resultando na extinção da linhagem lotaríngia e um surto de conflitos de sucessão a respeito da transferência da Itália.

Quem iniciou a dinastia carolíngia

Ilustração de Carlos, o Calvo, Sacro Imperador Imperador

Carlos, o Calvo, o mais novo dos filhos de Luiz, o Piedoso, governou como rei da Frância Oeste (r.843-877) e da Itália (r.875-877) e, após a morte de seu sobrinho, Luiz II, como Imperador (r.875-877). Dos três sucessores de Luiz, o Piedoso, Carlos foi o que enfrentou o maior número de conflitos. Durante todo o seu reinado, o Reino da Frância Oeste esteve sob constante ameaça dos vikings dinamarqueses e de seu outro sobrinho, Pepino II, Rei da Aquitânia (r.838-864), que recebeu esta última como herança em 838. Pepino II recusou submeter-se a Carlos, o Calvo, após o Tratado de Verdun ter concedido a Carlos todo o reino ocidental, levando junto duas décadas de guerra intermitente. Logo após a morte de Luiz II em 875, Carlos invadiu a Itália e tomou o controle de seu sobrinho, Carloman da Bavária. Carlos faleceu em 877, retornando a Itália ao controle de Carloman e, na Frância Oeste, foi sucedido pelos seus filhos, Luiz, o Gago (Luiz II da Frância Oeste, r.877-879) e, em seguida, Carloman II da Frância Oeste (r.879-884). O trono imperial, no entanto, permaneceu vago até 881.

Poder em Declínio

As mortes de reis carolíngios entre 875 e 880 fez a dinastia entrar em uma instabilidade à medida que os nobres regionais, em cada um dos reinos, procurava tomar o poder. Com a morte dos reis lotaríngio e do oeste, os reinos foram transferidos para o último filho vivo de Luiz, o Germânico, Carlos, o Gordo, Sacro Imperador Romano (r.881-8887), Rei da Frância Leste (r.876-887), Itália (r.879-887) e Frância Oeste (r.884-887). A partir de 876, Carlos reinou como co-rei da Frância Leste com seu irmão, Luiz III, o Moço, e como rei único quando da morte deste último em 882. Ele herdou a Itália em 879 após a abdicação de seu irmão mais velho Carloman da Bavária e, em 880, defendeu os Estados Papais contra uma invasão por Guy III de Spoleto (r.872-882), um parente distante dos carolíngios. Em troca por sua intervenção militar, Carlos o Gordo, foi coroado Imperador pelo Papa João VIII (r. 872-882). Após a morte de seu sobrinho Carloman II da Frância Oeste em 884, Carlos, o Gordo, foi convidado a assumir o comando da Frância Oeste pelos nobres do reino.

Carlos, o Gordo, reuniu brevemente os Império Carolíngio após se tornar o governante dos três principais reinos carolíngios em 894, porém sua autoridade foi desafiada por todas as regiões. O Império entrou em colapso final quando ele foi deposto em 887 pelos nobres regionais, após o governo da Frância Leste ter sido tomado em um golpe por seu sobrinho ilegítimo, Arnulf da Caríntia (r.887-899). Tipicamente, a Dinastia Carolíngia é considerada como terminada com a deposição de Carlos. Apesar da linhagem carolíngia ter sobrevivido com alguns indivíduos mantendo controle em ducados e condados locais, seu poder nunca mais atingiu a força e importância de seus antecessores.

Quem iniciou a dinastia carolíngia

Divisão do Império Carolíngio em 898

O Reino Carolíngio foi dividido uma vez mais em territórios separados: os Reinos da Frância Leste, Frância Oeste, Borgonha e Itália. Os nobres do reino ocidental elegeram Odo da Frância Oeste (r.888-898), um antecessor da Dinastia Capetiana da França, como rei, enquanto Rudolf I da Borgonha foi, igualmente, eleito rei da Borgonha. Arnulfo manteve a Frância Leste e procurou reviver o Império Carolíngio. Em 894, ele invadiu a Itália, o que foi contestado por Guy III de Spoleto. E Berengário I de Friuli (r.888-924), neto matrilineal de Luiz, o Piedoso. A força de Guy III fez dele o governante primário sobre Berengário e sua proximidade com o Papado influenciou o Papa Estevão V (r.885-891) a coroá-lo como o primeiro imperador não carolíngio em 891. Arnulfo derrotou Guy III em 896 e foi coroado imperador, porém falhou em consolidar seu poder e restabelecer o Império antes de sua morte em 899.

A Frância Leste foi herdade pelo filho de Arnulf, Luiz, a Criança, (r.899-911), porém o governo nas mãos de regentes e a ascensão dos nobres locais tornaram seu reinado inútil. Quando Luiz morreu sem herdeiro com a idade de 17 ou 18 anos, a linha carolíngia oriental também morreu. Uma eleição no reino oriental passou o controle para o não-carolíngio Conrado I da Alemanha (r.911-918), em seguida para Henrique, o Passarinheiro (r.919-936), o patriarca saxônico da Dinastia Otoniana (919-1024).

Após a morte de Arnulfo, a Itália foi invadida por Luiz III, Rei da Provence (r.887-928), neto matrilinear do Imperador Luiz II. Conseguindo sucesso na invasão em 900, Luiz III foi coroado Rei da Itália (r.900-905) e Sacro Imperador Romano (r.901-905). Berengário expulsou Luiz III da Itália em 905 e tirou-lhe a visão durante o processo (daí o nome Luiz, o Cego). Mais tarde, Berengário foi coroado Sacro Imperador Romano (r.915-924), porém sua morte em 924 deu início a um interregno imperial que somente terminou em 962 com a coroação de Otto I, filho de Henrique , o Passarinheiro, como Sacro Imperador Romano (r.962-973).

O Legado

As divisões territoriais de 843, 855 e 887 são todas elas vistas como a origem dos modernos estados europeus. Enquanto a primeira partição foi interpretada como o fim do grande império de Carlos Magno pela implantação de reinos separados. Já a última divisão separou, permanentemente, a Frância Oeste ou Ocidental, a Frância Leste ou Oriental e a Itália, todas elas no mesmo nível de desenvolvimento. Na Frância Oeste, os nobres francos continuaram a governar como reis após o colapso carolíngio, porém o reino leste voltou-se para a regra saxônica. Esta diferença é comumente considerada como a definitiva divisão do antigo império franco em corpos políticos únicos, como França e Alemanha. Igualmente, o restabelecimento do título imperial em 962 por Otto I, etnicamente saxônico ao invés de franco, também é interpretado como o nascimento da Alemanha. A Itália, no entanto, foi disputada por muitos séculos por duques, condes e reis, muito embora tenha permanecido dentro da esfera de influência do Sacro Império Romano.