A comparação é o ladrao da felicidade

Já ouvi, li e disse essa frase inúmeras vezes, acredito que seja um ditado popular. E como todo ditado, mesmo cabendo bem num parachoque de caminhão, tem lá sua sabedoria 🙂

As vezes eu sinto e vejo como se todas as outras mães, educadoras parentais ou não, fossem infinitamente “melhores”que eu no maternar.

Mais pacientes.

Mais gentis.

Mais doces.

Algumas tem até dois filhos. DOIS! Como conseguem? Tem gente que tem TRES e “dá conta!” tão melhor que eu, que só tenho um!

Parece que todo mundo é a Rainha das Fadas da CNV, Monja Zen Budista da Disciplina Positiva, Reencarnação de Maria Montessori com partículas de alma gêmea de Paulo Freire e vivem os ensinamentos de Rudolf Steiner com a mesma naturalidade com que respiram; e sabem perfeitamente como fazer aquela bendita equação da Comunicação Não Violenta e de forma simples e assertiva comunicam suas necessidades e sentimentos sem machucar o outro – conseguindo ser realmente ouvida, sem afetar o outro negativamente.

Eu não.

Eu to aqui, me esbofeteando internamente pra não gritar com o menino, numa luta interna sem fim pra não dizer que “vai catar tudo A-GO-RA porque eu não aguento mais essa bagunça”, chafurdando na lama da culpa porque, mais uma vez, eu disse pra ele que “já falei mais de 100 vezes que não é pra se pendurar na porta da geladeira”.

Cada fim de dia eu matei uns 3 leões internos. Cada fim de dia pelo menos uns 5 me devoraram.

E tudo bem.

Digo pra mim o que digo paras mães que me atendo: Só de querer mudar, você já é a melhor mãe do mundo.

Tem uns dias ruins, tem dias horríveis mas, você percebe que você está se percebendo?

Que essa consciência é um puta sinal de que você está no processo? Que saber-se errante é estar em um movimento de cura e transformação?

Já experimentou se comparar consigo mesma? Quem você era antes da gestação? Durante? Quantas cuspidas pra cima que caíram na cara? O quão diferente de 6 meses, 1 ano, 5 anos atrás você é hoje? Consegue ver o quanto você aprendeu e mudou?

Eu consigo, tanto ver o quão longe da perfeição estou…quanto o tanto que já consegui mudar. E o que é a maternidade se não processo, né?

Então, desejo pra mim e pra você, que possamos valorizar a nós mesmas e ao processo individual: a gente esquece mas é necessário. Vai la, se faça um chá. Abra uma cerveja. Tome uma taça de vinho. Se de um abraço.

Você merece!!!

A comparação é o ladrao da felicidade

A COMPARAÇÃO É O LADRÃO DA FELICIDADE

Pamela Henriques Moreira – Angra dos Reis /RJ

Das futilidades da internet, as que mais me alegram são as piadas sem graça, os vídeos de animais e os de crianças. Outro dia, vi um vídeo que me deixou embasbacada!

A comparação é o ladrao da felicidade

Duas gêmeas, provavelmente com menos de 2 anos, imitavam a cena de um desenho. As crianças são verdadeiras esponjas – absorvem facilmente as coisas – e mesmo considerando isso fiquei pasma, pois foi uma cena inteira, e as duas estavam bem fiéis ao desenho, cada uma fazendo uma personagem. Eu achei magnífico, de um lado, e preocupante, do outro, mas esse outro lado vai ficar para o texto da semana que vem.

Ainda não tenho filhos, então fico admirando os dos outros. Como criança aprende rápido as coisas, cresce e fica tão esperta! E é quando vêm as comparações... São dicas e comentários de todos os lados: “meu filho já andava nessa idade”, “talvez ele não faça isso ou aquilo porque você não estimula”, “por que você não dá isso para ele?”, “minha filha é muito esperta”. Talvez possa soar soberbo, mesmo quando representa apenas orgulho, pode parecer intromissão quando apenas era uma tentativa de ajuda.

Meu marido uma vez escreveu sobre a comparação ser “o ladrão da felicidade” - vale muito a leitura (clique AQUI) -, mas não vou falar aqui sob aquela mesma perspectiva, o fato de sermos “únicos”; quero atentar para o fato de cada coisa ter o seu tempo. Não só quando falamos do desenvolvimento infantil; falo de nós adultos, que achamos que as coisas devem acontecer no mesmo tempo que acontecem pro vizinho ou pro amigo. O namoro, o casamento, a compra da casa ou do carro, idade certa para se formar na faculdade ou aquela viagem que parece nunca acontecer.

“Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião. Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir. Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de afastar. Há tempo de procurar e tempo de perder; tempo de economizar e tempo de desperdiçar; tempo de rasgar e tempo de remendar; tempo de ficar calado e tempo de falar. Há tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.” Eclesiastes 3:1-8

A comparação é o ladrao da felicidade

A comparação é o ladrão da felicidade porque tentamos nos igualar aos demais, sem perceber que cada um tem seu tempo para conquistas. Deus tem preparado algo para nós, em momentos de vida que diferem do tempo das demais pessoas. Ele tem um plano na vida de cada um e um plano para toda a humanidade, cada um com seu tempo.  Que possamos confiar e esperar.

“Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.” Eclesiastes 3:11 NVI


“Eu sei, seu filho de quase 4 ainda não dorme a noite inteira enquanto o recém nascido da vizinha dorme 12 horas seguidas.
Eu sei, seu bebê não come mais que 3 colheradas da papinha enquanto o filho da cunhada do seu tio come 13 brócolis por dia.

Comparação é o ladrão da felicidade.

Eu sei, você não lava o cabelo direito há 3 dias enquanto a fulana que você segue no Instagram vai pra academia, salão, dentista, mercado, e ainda publica dicas sobre moda.
Eu sei, seu bebê ainda não engatinha mas o menino de 8 meses da prima do seu marido já anda, da piruetas e se duvidar já até nada de costas.

Comparação é o ladrão da felicidade.

Eu sei, você mal entra nos seus jeans antigos enquanto a mãe de trigêmeos na salinha do pediatra parece ter a bunda mais dura que o seu cotovelo.
Eu sei, você está sempre atrasada, esquecida, cansada. E sua sogra te lembra, mais uma vez, que fazia tudo o que você faz e ainda usava fralda de pano e algodãozinho com água e sabão.

Comparação é o ladrão da felicidade.

Eu sei, você ficou 39 horas em trabalho de parto enquanto a filha da dentista, que nem sabia que estava grávida, foi usar o banheiro e pariu.
Eu sei, seu marido não acorda de madrugada enquanto o marido da enteada do motorista do Uber faz questão de deixar a esposa descansar.

Comparação é o ladrão da felicidade.

Eu sei, você só lembra de descongelar o peito de frango 20 minutos antes do jantar, enquanto a mãe da coleguinha do ballet cozinha cenouras em formato do castelo da Elsa.
Eu sei, você não tem forças para sair de casa no Domingo de manhã enquanto a irmã da sua concunhada leva os filhos na feira, no parque, na praia, na chuva, na rua, na fazenda.

Comparação é o ladrão da felicidade.

Eu sei, você chora no banho com a certeza de que esta fazendo tudo errado, enquanto todas as outras mães citadas acima também choram no banho com a certeza de que estão fazendo tudo errado.

E ainda assim: Comparação é o ladrão da felicidade.”

Por Rafaela Carvalho

Alguns anos atrás, uma banda que gosto bastante, o Depeche Mode, tocou em São Paulo. Eu não pude ir ao show deles. Acontece que no dia do show, bem ao fim da tarde, choveu muito em São Paulo, daquelas chuvas dignas do verso do poeta sobre as águas de março que encerram o verão. Nesse momento, eu já estava em casa, confortável, e foi aí que me peguei pensando algo bem pequeno: eu senti certa felicidade “mórbida” por estar chovendo torrencialmente e por eu ter escapado de estar lá no estádio tomando chuva na pista.

Será mesmo que eu me sentia assim?

Eu estava dizendo a mim mesmo que deveria estar feliz por não estar lá “sofrendo” na chuva. Mas, no fundo, eu sabia a verdade: como não tinha conseguido ir ao show, fiquei comparando a minha situação com a de quem tinha ido tentando encontrar uma forma de me sentir melhor por estar em casa.

Na hora que me flagrei pensando nisso mandei um WhatsApp para um grupo de amigos confessando aquele meu pensamento: "eu pareço legal mas fiquei aliviado de ver a chuva desabando, porque eu queria ir no show e não fui e pensar que escapei dessa chuva me fez sentir bem, mesmo que isso signifique estragar a noite de 30 mil pessoas".

No final da história todo mundo ficou feliz: antes do show começar, a chuva deu uma trégua e, apesar de terem enfrentado trânsito e chuva, as pessoas aproveitaram o espetáculo, que foi ótimo; e eu, da minha parte, aproveitei a lição para vigiar meus pensamentos e sentimentos.

Eu não fiquei me autoflagelando sobre aquilo, até porque trata-se de uma história trivial.

Mas, o ponto aqui é reconhecer que a vida é feita de momentos assim, e se colocarmos atenção neles, de forma honesta e sincera, podemos aprender muita coisa sobre nós e tudo aquilo que pensamos e sentimos nas mais variadas situações. Inclusive, ou sobretudo, no mundo profissional.

O ponto é que observar a si mesmo com certo distanciamento dos sentimentos que afloram no calor da emoção (seja de regozijo ou dor) nos ajuda a entender sobre quem está no comando: o eu (o ego) ou o Eu (quem somos de verdade). Como li certa vez:

"O tédio, a raiva, a tristeza ou medo não lhe ‘pertencem’, não são exclusivos seus. São características da mente humana. Vão e vem. Você não é nada do que vai e vem." Eckhart Tolle

Fato é que estamos sempre roubando a nossa felicidade porque não estamos focados onde estamos, ainda que estejamos onde escolhemos estar, porque estamos sempre nos comparando com os outros e porque o apetite do ego é insaciável. Sabe a tal da história sobre a grama do vizinho ser sempre mais verde?

Pois bem. Quer ver como isso funciona na prática?

Imagine se lhe fosse dada a oportunidade de escolher entre dois empregos:

A) Um cargo que você recebe R$ 150.000,00 por ano;

B) Um cargo que você recebe R$ 300.000,00 por ano.

Parece que a escolha é óbvia, não?

Todo mundo em sã consciência escolheria a opção B… se não fosse por um pequeno detalhe que eles inseriram na pesquisa. Os outros. Quando fizeram essa mesma pergunta para estudantes da Universidade de Harvard com esse pequeno acréscimo (os outros) a coisa mudou de figura:

A) Um cargo que você recebe R$ 150.000,00 por ano (e todos os seus colegas recebem R$ 75.000,00, ou seja, você recebe o dobro que eles);

B)Um cargo que você recebe R$ 300.000,00 por ano (e todos os seus colegas recebem R$ 600.000,00, ou seja, você recebe metade do que eles).

Com esse adendo, o que você acha que a maioria das pessoas escolheu?

A maioria optou por receber menos, mas ganhar mais em relação ao colegas em detrimento de receber mais e ficar atrás dos colegas.

Parece difícil de acreditar, não? Mas, além da evidência desse estudo — que você pode acessar abaixo — , pare e pense honestamente, será que você já não fez escolha semelhante?

J. Solnick, Sara & Hemenway, David, 1998. “Is more always better?: A survey on positional concerns,” Journal of Economic Behavior & Organization, Elsevier, vol. 37(3), pages 373–383, November.

Parece difícil de acreditar, não? Mas, além da evidência desse estudo — que você pode acessar abaixo — , pare e pense honestamente, será que você já não fez escolha semelhante?

Quantas coisas já não deixamos de fazer porque estávamos nos comparando com os outros?

Quantas coisas não continuamos fazendo, mesmo não gostando, porque nos comparamos a todo tempo com os outros?

Some isso à tecnologia, e talvez encontremos aí parte da explicação porque os índices de depressão cresçam ano após ano; afinal, a sua presença nas redes sociais contribuem para que você acompanhe a maravilhosa vida das outras pessoas (ou a melhor parte que elas escolhem mostrar) e, ao mesmo tempo, compare com a sua e com todos os problemas nos quais você está imerso. Todos temos problemas, mas enquanto superestimamos a dimensão dos nossos problemas, valorizamos em demasia o lado bom da vida dos outros.

Essa hipótese está embasada por outro estudo, feito pela Universidade de Sheffield, com crianças na Inglaterra, que sugeriu que àquelas que passam mais tempo on line nas redes sociais (Facebook, Snapchat, WhatsApp and Instagram) são menos felizes em vários aspectos de suas vidas.

Ainda não havia Tik Tok na época do estudo, mas podemos imaginar que o resultado não seja muito diferente.

Segundo os pesquisadores, há evidências que a redução da felicidade esteja relacionada com o fato das crianças compararem suas vidas com as das outras crianças e também devido ao bullying virtual.

Para ser justo, a comparação nem sempre é prejudicial. Somos influenciados a parar de fumar se nossos amigos param de fumar. Somos incentivados a perder peso se nossos amigos perdem peso e somos mais propensos a nos tornarmos obesos se nossos amigos estão obesos. Todos esses achados estão fundamentados em evidências científicas compiladas no livro abaixo.

Mas o que motiva a comparação?

Um comportamento que tem em sua base, mesmo que inconscientemente, a noção de competição. Há 300 anos, temos sido ensinados que a vida é uma luta pela sobrevivência.

Existe, entretanto, um corpo de pensadores (biólogos, físicos, filósofos, entre outros) que defendem uma nova visão de mundo, na qual a vida deixa de ser uma competição pela sobrevivência para se tornar uma cooperação pela sobrevivência.

Essa mudança demanda uma coisa: autoconhecimento. Se você sabe quem É, você para de alimentar complexos de inferioridade ou superioridade.

Se a comparação é o ladrão da alegria, então a cooperação é a raiz da felicidade.

Você não é seu cargo, seu trabalho, seu salário ou o que você compartilha.

Em um mundo que mede o valor das pessoas por aquilo que têm, seja dinheiro, seguidores e curtidas, você não precisa morder a isca. Seja a sua melhor versão. A jornada é para dentro, entre você e você mesmo. Parece meio chavão, mas é a mais pura verdade: você é um ser único, parte integrante de um todo, mas sabidamente único, tal qual a sua história de vida, ela é inigualável.

Viva a sua jornada. Não gaste a sua energia se comparando. A forma mais comum de anular o que você tem de especial é se comparar com os outros.