Como a sociedade se relaciona com a diversidade cultural

Que língua fala? Qual é a sua religião? Que feriados celebra? Qual é a sua identificação racial? Qual é a sua identidade étnica? Qual é a sua cultura? Por que a diversidade cultural é tão importante?

A nossa cultura é o que nos molda; molda o nosso comportamento e a nossa identidade. A cultura é a nossa forma de viver, refere-se à linguagem partilhada, crenças, valores, normas, comportamentos e objetos materiais que são passados de uma geração para a outra.

O que significa “culturalmente diversificado”?

O termo “culturalmente diversificado” é frequentemente usado intercambiavelmente com o conceito de “multiculturalismo”.

O sociólogo Dr. Caleb Rosado, especialista em diversidade e multiculturalismo, descreveu sete ações importantes envolvidas na definição de multiculturalismo:

  • reconhecimento da abundante diversidade de culturas;
  • respeito pelas diferenças;
  • reconhecendo a validade de diferentes expressões e contribuições culturais;
  • valorizando o que outras culturas oferecem;
  • incentivar a contribuição de diversos grupos;
  • capacitar as pessoas para se fortalecerem e outros para atingirem o seu máximo potencial, sendo críticos dos seus próprios enviesamentos;
  • celebrando, em vez de apenas tolerar as diferenças, a fim de trazer unidade através da diversidade.

Como a sociedade se relaciona com a diversidade cultural

Por que a diversidade cultural é uma “coisa boa”?

A diversidade cultural é importante porque o nosso país, os locais de trabalho e as escolas são cada vez mais constituídos por vários grupos culturais, raciais e étnicos. Podemos aprender uns com os outros, mas primeiro, temos de ter um nível de entendimento um sobre o outro. Aprender sobre outras culturas ajuda-nos a compreender diferentes perspetivas dentro do mundo em que vivemos. Ajuda a dissipar estereótipos negativos e preconceitos pessoais sobre diferentes grupos.

Além disso, a diversidade cultural ajuda-nos a reconhecer e a respeitar “formas de ser” que não são necessariamente nossas. Para que, à medida que interagimos com os outros, possamos construir pontes para confiar, respeitar e compreender entre as culturas. Além disso, esta diversidade torna o nosso país um lugar mais interessante para se viver. Como pessoas de diferentes culturas contribuem com competências linguísticas, novas formas de pensar, novos conhecimentos e diferentes experiências.

Como a sociedade se relaciona com a diversidade cultural

Como apoiar a diversidade cultural?

  • Aumente o seu nível de compreensão sobre outras culturas interagindo com pessoas fora da sua própria cultura
  • Evite impor valores a outros que possam entrar em conflito ou ser inconsistentes com outras culturas
  • Ao interagir com outros que podem não ser proficientes em inglês, reconheça que as suas limitações na proficiência em inglês não refletem de forma alguma o seu nível de funcionamento intelectual
  • Reconhecer e compreender que conceitos dentro da profissão de ajuda, como a família, papéis de género, espiritualidade e bem-estar emocional, variam significativamente entre culturas e comportamentos de influência
  • No local de trabalho, no ambiente educativo e/ou no ambiente clínico, defendem a utilização de materiais representativos dos vários grupos culturais da comunidade local e da sociedade em geral
  • Intervenha de forma adequada quando observar outros que se envolvam em comportamentos que mostrem insensibilidade cultural, preconceito ou preconceito
  • Seja pró-ativo na escuta, aceitação e acolhimento de pessoas e ideias diferentes das suas

Quer viajar para outro país e conhecer diferentes culturas? Veja-nos aqui!

ALSO READ:

How to meet new people when living abroad

How to live with other people

The Top 10 Most Spoken Languages in the World

Categories:

Uncategorized

Ouça este artigo:

Cultura é um termo complexo e de grande importância para as ciências humanas em geral. Sua etimologia vem do latim culturae, que significa “ato de plantar e cultivar”. Aos poucos, acabou adquirindo também o sentido de cultivo de conhecimentos. A noção moderna de cultura foi sintetizada pela primeira vez pelo inglês Edward Tylor, conceituando-a como um complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos por uma pessoa como membro de uma sociedade.

Nesse sentido, podemos dizer que a cultura engloba os modos comuns e aprendidos de viver, transmitidos pelos indivíduos e grupos em sociedade. Para além de um conjunto de práticas artísticas, tradições ou crenças religiosas, devemos compreender a cultura como uma dimensão da vida cotidiana de determinada sociedade.

Uma característica da cultura é que ela é indissociável da realidade social. A cultura está presente sempre que os seres humanos se organizam em sociedade. A cultura é uma construção histórica e produto coletivo da vida humana. Isso quer dizer que falar em cultura implica necessariamente se referir a um processo social concreto. Costumes, tradições, manifestações culturais e folclóricas como festas, danças, cantigas, lendas, etc. só fazem sentido enquanto parte de uma cultura específica; ou seja, as manifestações culturais não podem ser compreendidas fora da realidade e história da sociedade a qual pertencem.

Outra característica da cultura é o seu aspecto dinâmico. Por isso é mais pertinente pensá-la como um processo e não como algo estagnado no tempo. Isso fica claro no mundo globalizado, marcado por rápidas transformações tecnológicas, pelo constante contato entre as culturas e disseminação de padrões culturais pelos meios de comunicação de massa. Porém, mesmo quando se fala de sociedades tradicionais, não quer dizer que elas não se modifiquem. Todo aspecto de determinada cultura tem a sua própria dinâmica, pois não existe nenhuma sociedade humana que esteja isenta de transformações com o tempo e contato com outras culturas.

A cultura de determinada sociedade é passada de uma geração a outra através da educação, manifestações artísticas e outras formas de transmissão de conhecimento. O comportamento dos indivíduos vai depender desse aprendizado cultural. Portanto, um menino e uma menina agem diferentemente não por causa de seus hormônios, mas devido à educação diferenciada que recebem. É por isso também que maneiras de falar, se vestir, se alimentar, se comportar, etc. de um povo específico pode ser tão estranho aos olhos de outros povos. O que é repugnante para indivíduos de uma sociedade, pode ser desejável em outra. Mais ainda: em uma mesma sociedade, o que era impensável no século passado pode se tornar comum hoje em dia e vice-versa.

As sociedades humanas historicamente desenvolveram formas diferentes de se organizar, de relacionar internamente, com outros grupos sociais e com o meio ambiente. Sociedades distintas vão necessariamente originar culturas diferentes, ou seja, diferentes formas de ver o mundo e orientar a atividade social.

É por isso que existem tantas diferenças culturais, mesmo sendo todos pertencentes à mesma espécie humana. As diferenças culturais não podem ser explicadas em termos de diferenças geográficas ou biológicas. No passado, explicações baseadas no determinismo geográfico ou genético contribuíram para reforçar o racismo e preconceitos, além de terem servido como justificativa para a dominação de uns povos sobre outros.

No século XIX, alguns autores estabeleciam hierarquias entre todas as culturas humanas, defendendo uma escala evolutiva de linha única entre elas. Nessa concepção, todas as culturas teriam que passar pelas mesmas etapas, desde um estágio primitivo até as civilizações mais evoluídas que seriam as nações da Europa ocidental. Essa visão etnocêntrica servia aos interesses dos países europeus em legitimar seu expansionismo e colonização a partir de uma suposta superioridade cultural.

Tais concepções evolucionistas foram atacadas com o argumento de que a classificação das sociedades em escalas hierarquizadas era impossível, já que cada cultura tem a sua própria verdade. Concluiu-se então que não existe relação necessária entre características físicas de grupos humanos e suas formas culturais. A diversidade das culturas existentes corresponde à variedade da história humana. Cada realidade cultural tem sua lógica interna, que faz sentido para os indivíduos que nela vivem, pois é resultado de sua história e se relaciona com as condições materiais de sua existência. A partir da compreensão da variedade de procedimentos culturais dentro dos contextos em que são produzidos, o estudo das culturas contribui para erradicar preconceitos e fomentar o respeito à diversidade cultural.

Vale ressaltar também, que as diferenças culturais não existem apenas entre as sociedades, mas também dentro de uma mesma sociedade. Basta pensarmos na sociedade brasileira, nos diferentes sotaques, classes sociais, etnias, gênero, religiões, gerações, escolarização, origens, etc. É importante levar em conta a diversidade cultural interna à nossa própria sociedade, para compreendermos melhor o país em que vivemos.

No atual mundo globalizado, o estudo da cultura assume características peculiares, devido ao desenvolvimento da indústria cultural e de novas tecnologias de informação e conhecimento. Por um lado, vivemos um aumento enorme do intercâmbio de conhecimento e de informação entre diferentes sociedades em todo o planeta; por outro, este é um processo desigual que pode modificar maneiras tradicionais de viver, produzir e se identificar culturalmente.

Bibliografia:

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997 [1986]. 11ª edição.

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zelia Maria Neves. Antropologia: uma introdução; São Paulo: Atlas, 2010. 7ª edição.

SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo : Brasiliense, 2006. 16ª edição.