A gengivite é uma inflamação nas gengivas provocada, na enorme maioria dos casos, por uma limpeza bucal inadequada. Entre outros sintomas, a doença causa vermelhidão, sangramento e mau hálito. Sem tratamento, ela evolui para a periodontite, uma inflamação que danifica as estruturas que sustentam o dente e que chega a comprometer a saúde cardiovascular. Show Como a gengivite surge?Tudo começa quando os restos de comida nos dentes atraem bactérias. Elas, então, começam a se alimentar, multiplicam-se e fixam residência na boca. Em grandes quantidades, passam a atacar a gengiva, originando uma inflamação. O próprio sistema imunológico intensifica o processo inflamatório na tentativa de matar os micro-organismos nocivos. Daí surgem os sintomas. Em situações específicas, outros fatores que não a higiene bucal são capazes de promover a gengivite. Alterações hormonais e doenças que abalam a imunidade estão entre eles. E um dado preocupante: oito em cada dez brasileiros sofrem com gengivite ou periodontite. Fatores de risco
Continua após a publicidade Sinais e sintomas
A prevençãoMesmo que a gengivite apareça por outros motivos, valorizar a higiene bucal é a regra número um para impedir seu desenvolvimento. Ou seja, use e abuse do fio dental e da escova ao fim de cada refeição. Aliás, manter a escova sempre seca e limpa e trocá-la a cada três meses (ou assim que apresentar desgaste) evita que ela vire uma mina de bactérias. Visitas regulares ao dentista também ajudam. No consultório, esse especialista faz uma limpeza meticulosa para expulsar a placa bacteriana, além de conseguir flagrar a doença logo no começo. Alimentos ricos em ômega-3, como peixes, nozes e linhaça, diminuem as substâncias inflamatórias ligadas ao transtorno. Mas de nada adianta comê-los se depois você não lavar a boca. O diagnósticoO dentista constata a gengivite simplesmente olhando para a boca do indivíduo. Contudo, caso a origem da doença não esteja clara, ele pede exames complementares. Da parte do paciente, o ideal é ficar mesmo atento aos sintomas que mencionamos antes. O tratamentoAlgumas vezes, é preciso tomar remédios para frear a ação das bactérias. Se a gengivite não for muito grave, o especialista remove o tártaro dos dentes e, acima de tudo, orienta mudanças no estilo de vida. Sim, será necessário escovar bem os dentes e até tomar cuidado com alimentos açucarados, especialmente atraentes às bactérias. Fazendo tudo direitinho, é possível reverter o quadro.
Os padeiros de plantão advertem: ao comer um pedaço de pão francês ou italiano, faça-o com muita calma. Caso contrário, uma mordida em falso e aquela fatia crocante pode ferir a sua gengiva. Resultado: ela fica inchada, dolorida e ainda pode dificultar a escovação dos dentes por algum tempo. O bom é que, como a região bucal se recupera logo, não deve demorar para a rotina voltar ao normal. Mas se, na ausência de acidentes como esse você perceber a gengiva inchada, é importante ficar atento. VEJA TAMBÉM: A gengiva é parte de uma estrutura que envolve e sustenta os dentes. Quando esse revestimento é saudável, geralmente tem cor rosada. Assim, ao sentir qualquer inchaço, a primeira coisa a observar deve ser a coloração da mucosa (o tecido úmido que reveste toda a boca): ela tende a mudar de tom e se tornar avermelhada, sinalizando inflamação. A gengiva inchada, também chamada de edema gengival, poderá, ainda, vir acompanhada dessas características:
Saiba que, dependendo do grau da inflamação, o inchaço pode até cobrir, quase por completo, a coroa do dente. As possíveis causasA cavidade oral, assim como o intestino, é habitada por bactérias de diferentes tipos, boas e más. Se, por algum motivo, ocorre um desequilíbrio nesse ambiente, abre-se a porta para infecções. A origem mais frequente da gengiva inchada é uma inflamação conhecida como gengivite, consequência de uma falha no processo de higienização bucal. Isso significa que a escovação está sendo feita de forma incorreta e o fio dental sendo usado de modo inadequado. Essa situação leva à formação da famosa placa bacteriana (seu dentista pode chamar também de biofilme). Confira outros fatores que podem estar relacionados à gengivite:
A consulta com um profissional deve ser a providência imediata toda vez que se perceba alguma alteração ou desconforto na boca, seja nos dentes, na gengiva ou na mucosa. Essa urgência se justifica. Caso você tenha histórico familiar da doença, pode acontecer de a infecção ser tão grave que as bactérias entrem na corrente sanguínea e afetem o funcionamento de outras partes do corpo, como o coração, ou até influenciem o bom andamento de uma gravidez, levando a complicações ou parto prematuro. O que acontece em uma consulta?O atendimento começa sempre com uma conversa para entender o motivo da visita ao dentista e as condições gerais de saúde do paciente, o que inclui saber se ele faz uso de alguma medicação. Portanto, esteja pronto para responder a essas questões. Na sequência vem o exame físico: palpação dos gânglios da região do pescoço, inspeção dos tecidos bucais, exploração de cada um dos dentes e da gengiva e radiografias. É por meio desses passos que se consegue chegar a um diagnóstico preciso. Como é feito o tratamento?Como a causa mais frequente do inchaço da gengiva é a falta de higiene bucal, a solução começa com orientações personalizadas de higiene, seguidas de limpeza profissional (raspagem, alisamento e polimento). De acordo com o nível do inchaço, essa prática será suficiente. Nos casos mais graves podem ser indicados enxaguatórios específicos para diminuir a quantidade de bactérias na boca ou bactericidas tópicos. Algumas vezes o tratamento pode ser complementado com cirurgia para remover o tecido gengival aumentado. O que pode acontecer se você desprezar esse sintoma?O maior risco é a evolução do quadro: a inflamação aumenta e se transforma em uma periodontite, considerada uma das doenças bucais mais comuns. Nessa fase, o processo inflamatório atinge, além da gengiva, as estruturas do periodonto de sustentação (conjunto de tecidos que sustentam o dente), incluindo o osso alveolar. Em entrevista concedida ao site Health Harvard, Thomas E. Van Dyke, professor de medicina bucal, infecção e imunidade da Escola de Medicina Dental de Harvard (EUA), declarou: "No passado, pensávamos que as bactérias destruíam os tecidos. Hoje os cientistas entendem que é a inflamação que os destrói". Ele se refere ao fato de que o sistema de defesa do organismo, ao ser acionado pela ação das bactérias, convoca um exército de células brancas (leucócitos) para combatê-las. As armas utilizadas para esse fim são substâncias que destroem as bactérias, mas também danificam o tecido das gengivas. O passo seguinte é a perda dos dentes. Por isso, a melhor saída é sempre buscar ajuda. O mais rápido possível. Dicas para evitar o problemaA regra número um é não descuidar da higiene bucal. Quanto mais limpa estiver a boca, menor a chance de desenvolver alguma inflamação ou infecção. Adote também as seguintes estratégias:
Fontes: Eliete Rodrigues de Almeida, mestre e doutora em saúde pública e professora dos cursos de graduação e pós-graduação em Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul (SP); Luciana Scaff Viana, membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP); Luciane Kraul, mestre em materiais dentários e especialista em ortodontia com pós-graduação em DTM pela Universidade de São Paulo (USP); Marcelo Cavenague, membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP); Paola Fernanda Leal Corazza, mestre em radiologia e imaginologia pela Universidade São Leopoldo Mandic (SLMANDIC), especialista em Periodontia pela Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO) e Estomatologia pela SLMANDIC. SIGA O UOL VIVABEM NAS REDES SOCIAIS |