A historia da musica popular no brasil qundo surgiu

A historia da musica popular no brasil qundo surgiu

A música do Brasil se formou a partir da mistura de elementos europeus, africanos e indígenas, trazidos pelos colonizadores portugueses, que se espantaram com a maneira de vestir dos nativos e a maneira como faziam música

A música brasileira mistura elementos de várias culturas, principalmente as culturas chamadas formadoras, que eram a dos colonizadores portugueses, dos nativos e dos escravos. Os primeiros professores de música no Brasil foram os padres jesuítas, responsáveis pela catequese dos indígenas, a partir de 1549. No sul do brasil os Jesuítas construíram as Missões, que era um projeto que além de levar cultura aos índios, também os ensinavam a religião católica.

Ao longo do tempo a ligação com outras culturas de outros países além da metrópole portuguesa, trouxeram vários elementos musicais, que se tornariam impotantes, como as óperas italiana e francesa, e as danças típicas.

Até o século 18 a maior parte da música erudita era praticada apenas na Bahia e Pernambuco, mas no final do século, essa grande fusão de diversos elementos metódicos e ritmos africanos que deram ínicio a música popular.

A partir do século 17, formaram as irmandades de músicos, algumas algumas integradas somente por negros e mulatos, e passaram a monopolizar a escrita e execução da música em boa parte do Brasil.

Os primeiros exemplos de música popular no Brasil datam do século 17, como o lundu, uma dança africana que chegou ao Brasil diretamente com os escravos vindos da Angola.
Mais tarde o lundu, que no início não era cantado, evoluiu assumindo um caráter de canção urbana e se tornando popular como dança de salão.

A modinha é uma canção de caráter sentimental de feição bastante simplificada, muitas vezes de estrutura estrófica e acompanhada apenas de uma viola ou guitarra, e sendo de apelo direto ás pessoas comuns.

Surgiu em torno de 1880 e logo adquiriu uma feição própria, onde o improviso tinha um papel principal, e estabilizando-se na formação para uma flauta, um cavaquinho e eum violão, e mais tarde ampliando seu instrumental.

Surgiu em 1838, com influência da modinha, do maxixe e do lundu. Em meados do séc. 20, a palavra samba definia diferentes tipos de música introduzidos pelos escravos africanos, e sempre conduzidos por diversos tipos de batuques, mas que assumiam características próprias em cada estado brasileiro. Em 1917 o samba saiu das rodas de improvisações dos morros cariocas, e foi considerado representante da música popular. Com o passar dos anos, surgiram outras vertentes do samba urbano carioca, que ganharam denominações próprias como a bossa nova, o samba-rock, pagode e outros.

Além de ser um dos gêneros musicais mais populares do Brasil, o samba é bastante conhecido no exterior a partir da música “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, depois se estendeu através de Carmen Miranda, que levou o samba para os EUA, e consagrou também a Bossa Nova.

A Música Popular Brasileira, ou MPB, é um estilo de várias vertentes. Ela surgiu a partir da incorporação de ritmos brasileiros à Bossa Nova. Desde então, vem passando por constante transformação. Confira a seguir os principais marcos que fizeram a história da MPB e sua importância para o Brasil.  

A história da MPB

A história da MPB que ouvimos hoje começa na segunda metade da década de 1960, quando um grupo de artistas buscava o resgate dos ritmos tradicionais do Brasil vindos de diferentes regiões. Nesse contexto, uma importante canção desse período marcou o que, para muitos, foi o início da MPB: a música Arrastão, escrita por Edu Lobo e Vinicius de Moraes e interpretada por Elis Regina. Então, o sucesso foi seguido pela música Pedro Pedreiro, de Chico Buarque, Disparada, interpretada por Jair Rodrigues, e A Banda, de Chico Buarque. Essas duas últimas são consideradas o marco definitivo de ruptura da MPB com a segunda geração da Bossa Nova.   

A MPB e sua importância no Brasil

Uma característica marcante do início da MPB eram as chamadas canções de protesto como “Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores”, de Geraldo Vandré. Num período marcado pela popularização da televisão, a música ganhou espaço nos festivais transmitidos pela TV Excelsior que fizeram da MPB um importante movimento cultural no Brasil.  

Por conta da censura imposta nos “anos de chumbo” pela ditadura militar, os artistas tiveram que usar analogias e trocadilhos. Ao mesmo tempo, o ritmo foi passando uma sonoridade mais popular do que o refinamento que havia na Bossa Nova. É a partir de então que começa a história da MPB e sua importância no Brasil. As canções passavam também a simbolizar o movimento de resistência à ditadura. Então, a composição musical do período ganhou mais relevância no contexto histórico,  as letras representavam os sentimentos de quem se opunha ao regime e queria a volta da Democracia. 

Características 

Com o passar dos anos os estilos de MPB foram se diversificando. Atualmente a MPB engloba diversos estilos que seguem características das regiões do Brasil e, ao mesmo tempo, do país como um todo.  É difícil elencar as principais características da MPB. Contudo, na época de seu surgimento, era muito mais comum ser executada de forma acústica,  com voz e violão ou voz e piano. Nessa época, o instrumento mais utilizado nos arranjos era o violão com cordas de nylon.

Apesar de cada música possuir acordes específicos, a parte rítmica era bastante similar na maioria das canções. Os músicos tocavam o violão sem palheta, apenas dedilhando e com algumas batidas no instrumento. Geralmente as músicas eram compostas por vários acordes, sendo tocados de forma mais rápida, dando a característica principal do estilo.  

Nas décadas de 1980 e 1990, foi surgindo uma variedade maior de estilos musicais e as letras passaram a abordar temas mais diversificados. A MPB passou a ter um conceito bem mais diversificado. Mesmo assim, a Música Popular Brasileira tem como sua principal característica, o nascimento a partir da resistência à censura e no resgate das raízes culturais do Brasil. Isso faz do estilo uma referência muito importante nossa história.   

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A MPB já passou por diversas transformações, deu origem a novos estilos e se apropriou de outros — há quem diga que hoje já estamos na terceira fase da Música Popular Brasileira, mas também tem quem ache melhor não classificar nada, só dizer que é MPB e pronto.

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Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil, grandes nomes da MPB / Créditos: Divulgação

O fato é que a MPB engloba uma extensa quantidade de artistas, desde Chico Buarque, Tom Jobim e Elis Regina, passando por Marisa Monte e os Tribalistas, até chegar aos nomes mais recentes, como Silva, Tiago Iorc e Anavitória. 

Quer saber mais sobre o estilo e conhecer a história da MPB? Preparamos um super resumo pra você com os principais marcos, desde as origens da Música Popular Brasileira. Não vai perder, né? Dá o play no nosso top hits da MPB para ouvir enquanto lê!

História da MPB

A expressão “música popular” é usada por aqui há séculos, mas sem se referir a nenhum movimento ou grupo artístico específico. A história da MPB só começa de verdade na segunda metade da década de 60. 

O contexto era o seguinte: a bossa nova, com influências do samba e do jazz americano, fazia sucesso com sua proposta de criar músicas mais sofisticadas, falando do cotidiano e das belezas do Brasil. Grandes nomes como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Nara Leão já faziam sucesso com esse movimento. 

Ao mesmo tempo, havia um outro grupo que queria resgatar as origens da música brasileira, buscando inspiração no folclore e nos ritmos tradicionais vindos de diferentes regiões do país. 

Logo depois do começo da ditadura, em 1964, os dois movimentos se uniram como uma frente cultural contra o regime e adotaram a sigla MPM (Música Popular Moderna). A mudança de MPM para MPB teria sido, entre outras coisas, por influência do grupo MPB4, que surgiu mais ou menos na mesma época.

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Grupo MPB4 / Créditos: Divulgação

Primeiras músicas da MPB

O marco inicial da MPB foi a música Arrastão, escrita por Edu Lobo e Vinicius de Moraes e interpretada por Elis Regina. Além de inaugurar o que viria a ser conhecido como Música Popular Brasileira, a canção ainda foi o pontapé inicial da brilhante carreira de Elis. 

No ano seguinte, a música Pedro Pedreiro, de Chico Buarque, também entrou para a lista da MPB, e a partir daí foram surgindo mais e mais sucessos. Em 1966, as músicas Disparada, interpretada por Jair Rodrigues, e A Banda, de Chico Buarque, foram consideradas o marco definitivo de ruptura da MPB com a segunda geração da Bossa Nova. 

Canções de protesto e a era dos festivais 

Por ter surgido como bandeira de luta, a Música Popular Brasileira nasceu com letras críticas, as chamadas canções de protesto músicas que tentam chamar a atenção dos ouvintes para problemas políticos e sociais. Podemos citar como exemplo a clássica Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, de Geraldo Vandré.

Nesse mesmo contexto, estava acontecendo outro fenômeno que mudou a história do Brasil: a popularização da televisão. A música, que até então só era ouvida no rádio, ganhou espaço nas telinhas e surgiram os famosos festivais musicais, responsáveis por consagrar de vez a MPB.

Apesar da censura do regime, muitos artistas conseguiram se apresentar nos festivais cantando músicas que eram verdadeiras canções de protesto contra a ditadura. Alguns, infelizmente, não conseguiram fugir da censura, como Chico Buarque e Gilberto Gil, que tiveram o áudio cortado ao apresentarem a música Cálice, no festival Phono 73.

Tropicália

A música Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, foi apresentada no 3º Festival de Música Popular Brasileira, em 1967, e marcou o início definitivo de um importante movimento dentro da MPB: o Tropicalismo. 

Ao contrário do que se fazia até o momento, as músicas perderam o tom sério de crítica direta e passaram a abusar dos trocadilhos, das ironias e das figuras de linguagem, adotando uma sonoridade mais pop e experimental. Entre os maiores representantes do movimento estão a banda Os Mutantes e o próprio Caetano, que também é autor da música Tropicália.

A Jovem Guarda 

Durante o mesmo período, surgiu uma outra vertente que consagrou nomes como Erasmo Carlos e Wanderléa: a Jovem Guarda. O movimento também teve seu espaço garantido na televisão e no coração dos brasileiros.

Acontece que a Jovem Guarda foi para um caminho bem diferente do que tomava a MPB: adotou um estilo mais voltado para o rock, com guitarra elétrica, ritmos dançantes e letras com temas mais superficiais. Justamente por isso, existe uma eterna discussão em torno dessa questão: Jovem Guarda é ou não é MPB?

Novos rumos pós ditadura: é MPB ou não é?

E não foi só a Jovem Guarda que foi questionada — nos anos 80 e 90, novos estilos musicais começaram a ganhar força no Brasil e as letras começaram a apresentar outros temas. Nomes como Cássia Eller se destacaram com a influência do rock (que já vinha antes com Raul Seixas e Rita Lee). O sertanejo se espalhou pelo Brasil, surgiram novas vertentes no samba e até estilos totalmente inéditos, como o funk. 

Com tantas mudanças, os conceitos da MPB precisaram ser alargados. Hoje, apesar de o conceito exato não ser definido, existe ao menos um consenso entre a maioria: nem tudo é MPB, mas a MPB tem, sim, várias influências diferentes e não é homogênea.

Importância da MPB para o Brasil

A Música Popular Brasileira teve importância em vários movimentos sociais. É por isso que ela costuma ser classificada como um conjunto de manifestações artísticas e culturais que vão além do gênero musical. Ela foi muito importante na luta contra a censura e na busca pelo resgate das raízes culturais brasileiras, tanto que a história da MPB chega a se misturar com a do Brasil.

Mas se engana quem pensa que a importância da MPB ficou no passado. Artistas como Tiago Iorc são um ótimo exemplo de que ela continua aqui para questionar e nos fazer refletir sobre os problemas sociais. Vários novos artistas têm se destacado e dado novos ares à MPB, seja buscando a fórmula “original” ou construindo novos conceitos.

Ouça mais MPB

Deu pra perceber o quanto a MPB é importante na nossa história, né? (Assim como vários outros estilos musicais que também contribuíram muito na cultura brasileira).

Agora que você já sabe a história da Música Popular Brasileira, que tal ouvir mais? Olha só essa seleção incrível de MPB!

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