O poema de Cláudio Manuel da Costa expoente do Arcadismo brasileiro tem como efeito de sentido

01. Arcadismo: (UFV-MG–2010) O carpe diem é um dos temas recorrentes na poesia do Arcadismo que também pode aparecer na poesia de outros estilos de época. entre as alternativas a seguir, assinale aquela que NÃO apresenta um exemplo desse tema:A) Tristes lembranças! e que em vão componhoA memória da vossa sombra!Que néscio em vós a ponderar me ponho!COSTA, Cláudio Manuel da. Poemas escolhidos.

Rio de Janeiro: ediouro, 1997. p. 49.

B) Ah! não, minha Marília,Aproveite-se o tempo, antes que façaO estrago de roubar ao corpo as forças,e ao semblante a graça!

GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. São Paulo: Martin Claret. 2009. p. 48.

C) Gozai, gozai da flor da formosura,Antes que o frio da madura idadeTronco deixe despido, o que é verdura.

MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1976. p. 320.

D) Amanhã! – o que val’, se hoje existes!Folga e ri de prazer e de amor;hoje o dia nos cabe e nos toca,De amanhã Deus somente é Senhor!

DIAS, Gonçalves. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. p. 444.

02. (UFV-MG) Sobre o Arcadismo, anotamos:

I. Desenvolvimento do gênero lírico, em que os poetas assumem postura de pastores e transformam a realidade num quadro idealizado.II. Composição do poema “Vila Rica” por Cláudio Manoel da Costa, o Glauceste Satúrnio.III. Predomínio da tendência mística e religiosa, expressiva da busca do transcendente.IV. Propagação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político, atribuídos a Tomás Antônio Gonzaga.

V. Presença de metáforas da mitologia grega na poesia lírica, divulgando as ideias dos inconfidentes.

Considerando as anotações anteriores, assinale a alternativa CORRETA.A) Apenas I e III são verdadeiras.B) Apenas II e IV são falsas.C) Apenas II e V são verdadeiras.

D) Apenas III e V são falsas.

03. (UNIFeSP-SP)Basta, senhor, que eu porque roubo em uma barca sou ladrão, e vós porque roubais em uma armada, sois Imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza […]O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera […]Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam Cidades e Reinos: os outros furtam debaixo de seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.

VIEIRA, Pe. Antonio “Sermão do bom ladrão”.

Que havemos de esperar, Marília bela?Que vão passando os florescentes dias?As glórias que vêm tarde já vêm frias;E pode enf m mudar-se a nossa estrela.Ah! Não, minha Marília,Aproveite-se o tempo, antes que façaO estrago de roubar ao corpo as forçasE ao semblante a graça.

GONZAGA, Tomás Antônio. “Lira xIV”. Marília de Dirceu.

Sobre a obra desses autores, analise as afirmativas a seguir.I. A obra de Gonzaga é exemplar do Arcadismo.O tema dos versos transcritos é o carpe diem (gozar a vida presente), escrito numa linguagem amena, sem arroubos, própria do Arcadismo.

II. Despojada de ousadias sintáticas e vocabulares, a linguagem arcádica, no poema de Gonzaga, diferencia-se da linguagem rebuscada, usada pelo Barroco.


III. O texto de Vieira, sendo Barroco, está pleno de metáforas, de linguagem figurada, de termos inusitados e eruditos, sendo de difícil compreensão.
IV. Vieira adota a tendência barroca conceptista, que leva para o texto o predomínio das ideias, do raciocínio, da lógica, procurando adequar os textos religiosos à realidade circundante.

Está(ão) CORRETA(s) apenasA) I, II e III.B) I.C) II.D) I, II e IV.

E) II, III e IV.

04. (PUC Minas)Texto IDiscreta e formosíssima Maria,enquanto estamos vendo claramenteNa vossa ardente vista o Sol ardente,e na rosada face a aurora fria;enquanto pois produz, enquanto criaessa esfera gentil, mina excelenteNo cabelo o metal mais reluzente,E na boca a mais f na pedraria.Gozai, gozai da flor da formosura,Antes que o frio da madura idadeTronco deixe despido o que é verdura.Que passado o zenith da mocidade,Sem a noite encontrar da sepultura,É cada dia ocaso da beldade.

MATOS, Gregório de.

Texto IIMinha bela Marília, tudo passa;A sorte deste mundo é mal segura;Se vem depois dos males a ventura,Vem depois dos prazeres a desgraça.estão os mesmos deusesSujeitos ao poder do ímpio Fado:Apolo já fugiu do Céu brilhante,Já foi pastor de gado.Ah! enquanto os Destinos impiedososNão voltam contra nós a face irada,Façamos, sim façamos, doce amada,Os nossos breves dias mais ditosos,Um coração, que frouxoA grata posse de seu bem difere,A si, Marília, a si próprio rouba,e a si próprio fere.Ornemos nossas testas com as flores;e façamos de feno um brando leito,Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,Gozemos do prazer de sãos Amores.Sobre as nossas cabeças,Sem que o possam deter, o tempo corre;e para nós o tempo, que se passa,Também, Marília, morre.

GONZAGA, Tomás Antônio.

O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, é correto afirmar, EXCETO:A) Os barrocos e árcades expressam sentimentos.B) As construções sintáticas barrocas revelam um interior conturbado.C) O desejo de viver o prazer é dirigido à amada nos dois textos.D) Os árcades têm uma visão de mundo mais angustiada que os barrocos.

E) A fugacidade do tempo é temática comum aos dois estilos.

05. Arcadismo: (UFRGS) Assinale a afirmativa INCORRETA em relação à obra O Uruguai, de Basílio da Gama.

A) O poema narra a expedição de Gomes Freire de Andrada, governador do Rio de Janeiro, às missões jesuíticas espanholas da banda oriental do Rio Uruguai.B) O Uraguai segue os padrões estéticos dos poemas épicos da tradição ocidental, como a Odisséia, a Eneida e Os Lusíadas.C) Basílio da Gama expressa uma visão europeia em relação aos indígenas, acentuando seu caráter bárbaro, incapaz de sentimentos nobres e humanitários.D) Nas figuras de Cacambo e Sepé Tiaraju, está representando o povo autóctone que defende o solo natal.

E) Lindóia, única figura feminina do poema, morre de amor após o desaparecimento de seu amado Cacambo.

06. Arcadismo: (Mackenzie-SP)Amigo Doroteu, prezado amigo,abre os olhos, boceja, estende os braçose limpa das pestanas carregadaso pegajoso humor que o sono ajunta.Critilo, o teu Critilo é quem te chama;ergue a cabeça da engomada fronha,

acorda, se ouvir queres coisas raras.

O trecho anterior faz parte:A) das Cartas Chilenas.B) das liras de Marília de Dirceu.C) de O Uraguai.D) de Caramuru.

E) de “Vila Rica”.

07. (UFPA–2010) Assinale a alternativa que se refere ao movimento literário conhecido como Arcadismo.A) “A reação anticlássica […] não foi privativa de Portugal e espanha. existiu na Itália com o marinismo, na França com o preciosismo, na Inglaterra com o eufuísmo”.

SODRÉ, Nelson Werneck. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. p. 106.

B) “[Movimento cuja] poética da novidade tanto no plano das idéias (conceptismo) como no das palavras (cultismo) deságua no efeito retórico-psicológico e na exploração do bizarro”.
BOSI, Alfredo. história concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994. p. 31.

C) “Do ponto de vista da forma, [o movimento] que vai suceder ao [Barroco] que representa uma reação a este e procura um retorno à simplicidade clássica, à ingenuidade campesina, à pureza de idéias e costumes”.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. p. 106-107.

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D) “A primeira época da História da Literatura Portuguesa inicia-se em 1198 (ou 1189), quando o trovador Paio Soares de Taveirós dedica uma cantiga de amor e escárnio a Maria Pais Ribeiro, cognominada A Ribeirinha […]”.
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, [s.d]. p. 15

E) “Constituindo-se na faceta estética da Renascença, o movimento [que] objetiva a imitação dos antigos gregos e latinos, deu margem ao cultivo da poesia, da historiografia, da literatura de viagens, da novelística, do teatro clássico e da prosa doutrinária”.
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, [s.d]. p. 72

08. (UFPA-2010) Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa:Para cantar de amor tenros cuidados,Tomo entre vós, ó montes, o instrumento;Ouvi pois o meu fúnebre lamento;Se é, que de compaixão sois animados:Já vós vistes, que aos ecos magoadosDo trácio Orfeu parava o mesmo vento;Da lira de Anfão ao doce acentoSe viram os rochedos abalados.Bem sei, que de outros gênios o Destino,Para cingir de Apolo a verde rama,Lhes influiu na lira estro divino:O canto, pois, que a minha voz derrama,porque ao menos o entoa um peregrino,Se faz digno entre vós também de fama.1

COSTA, Cláudio Manuel da. Poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 51.

Com base na leitura do poema, é CORRETO afirmar:A) Os deuses, invocados no poema, reúnem para inspirar o poeta peregrino que não se considera digno de seu ofício.B) Tendo os montes como confidentes, o poeta, ao evocar figuras da mitologia Grega, declara o valor de seus próprios versos.C) No poema todo, o pastor descreve nostalgicamente as paisagens que o rodeiam, relembrando os dias felizes da sua infância.D) Os instrumentos do canto do poeta, encontrados nos montes da Arcádia, acompanham os lamentos fúnebres de um amor que se fundou.

E) Por onde passa, o poeta lança seu canto aos quatro ventos, implorando a Apolo, deus da música, que tenha compaixão e vele pelo seu destino.

09. (Enem–2008) Leia o texto a seguir.Torno a ver-vos, ó montes; o destinoAqui me torna a pôr nestes outeiros,Onde um tempo os gabões deixei grosseirosPelo traje da Corte, rico e fino.Aqui estou entre Almendro, entre Corino,Os meus fiéis, meus doces companheiros,Vendo correr os míseros vaqueirosAtrás de seu cansado desatino.Se o bem desta choupana pode tanto,Que chega a ter mais preço, e mais valiaQue, da Cidade, o lisonjeiro encanto,Aqui descanse a louca fantasia,e o que até agora se tornava em prantoSe converta em afetos de alegria.

COSTA. Cláudio Manuel da. In: PROENÇA FILHO, Domício. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. p. 78-79.

Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a alternativa CORRETA acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.A) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.B) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.C) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.D) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.

E) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.

10. Arcadismo: (Enem)VIIIeste é o rio, a montanha é estaEstes os troncos, estes os rochedos;São estes inda os mesmos arvoredos;Esta é a mesma rústica floresta.Tudo cheio de horror se manifesta,Rio, montanha, troncos e penedos;Que de amor nos suavíssimos enredosFoi cena alegre, e urna é já funestaOh quão lembrado estou de haver subidoAquele monte, e as vezes que baixandoDeixei do pronto o vale umedecido!Tudo me está a memória retratando;Que da mesma saudade o infame ruídoVem das mortas espécies despertando.

Cláudio Manuel da Costa

Considerando que o poema foi escrito durante o Arcadismo ou Neoclassicismo, pode-se notar que há:A) a representação da natureza bucólica, tipicamente árcade.B) o locus horrendus em oposição ao locus amoenus árcade.C) a contenção do sentimento própria do racionalismo árcade.D) o uso exclusivo da natureza como metáfora do sentimento.

E) o ideal neoclássico do fugere urbem como tema central.

11. (UFSCar-SP)

Onde estou? este sítio desconheço:Quem fez diferente aquele prado?Tudo outra natureza tem tomado;e em contemplá-lo tímido esmoreço.Uma fonte aqui houve; eu não me esqueçoDe estar a ela um dia reclinado.Ali em vale um monte está mudado:Quanto pode dos anos o progresso!Árvores aqui vi tão florescentes,Que faziam perpétua a primavera:Nem troncos vejo agora decadentes.eu me engano: a região esta não era:Mas que venho a estranhar, se estão presentesMeus males, com que tudo degenera!

COSTA, Cláudio Manuel da. Sonetos (VII). In: RAMOS, Péricles Eugênio da Silva (Intr., sel. e notas). Poesia do outro – Antologia. São Paulo: Melhoramentos, 1964. p. 47.

A crítica literária brasileira tem ressaltado que o terceiro verso do poema é aquele que concentra o tema central. essa mesma crítica, por outro lado, anotou com propriedade a importância do décimo segundo verso: este verso exprime uma mudança de atitude, que se corrige nos versos finais graças à descoberta, feita pelo eu poemático, da verdadeira causa do fenômeno descrito em todo o poema. Responda:

A) Qual o tema que o terceiro verso concentra? TRANSCREVA outros dois versos que o repercutem.
B) A que causas o eu poemático atribui o fenômeno observado na natureza?

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Gabarito com as respostas dos exercícios de Língua Portuguesa sobre Arcadismo:

Resposta do exercício 01. A;

Resposta do exercício 02. D;

Resposta do exercício 03. D; 

Resposta do exercício 04. D;

Resposta do exercício 05. C;

Resposta do exercício 06. A;

Resposta do exercício 07. C;

Resposta do exercício 08. B;

Resposta do exercício 09. B;

Resposta do exercício 10. B;

Resposta do exercício 11. A) Os temas do terceiro verso são a transitoriedade e a mutabilidade da vida e das coisas, próprios da poesia neoclássica. Os versos que os repercutem são “Quem fez diferente aquele prado” “Ali em vale um monte está mudado:”

B) O “eu lírico” atribui ao progresso a causa da destruição da natureza. Além disso, o “eu poético” está turvado pela dor de seus próprios males e infortúnios.

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