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A História da Arte é marcada por grandes mudanças e tendências, que guiaram artistas de diferentes épocas por variados estilos. Do clássico ao contemporâneo, esses estilos são um retrato do contexto histórico no qual os artistas estavam inseridos. E, atualmente, é a Arte Contemporânea que está em vigor.

Você sabe quais são as principais características desse estilo artístico e como ele se dá ao redor do mundo? Continue lendo este post para descobrir mais sobre a Arte Contemporânea e seus grandes nomes!

O que é Arte Contemporânea?

A Arte Contemporânea, também conhecida como Arte Pós-moderna, é um estilo artístico que surgiu a partir da segunda metade do século XX, após o término da Segunda Guerra Mundial. Por conta disso, também é chamada de Arte do Pós-guerra, apesar de não ser possível definir um momento exato da sua origem.

Se estendendo até os dias de hoje, faz com que o período seja conhecido como Pós-modernismo, tendo como principal elemento a utilização de técnicas e equipamentos inovadores e tecnológicos para a criação de obras originais.

Em um contexto de pós-guerra, predominava na sociedade um senso de sua reconstrução total, arrasada pelo maior conflito da humanidade até então. Assim, os artistas passaram a buscar novos meios para se expressar, apoiando-se na crescente globalização e no avanço tecnológico e midiático.

Características da Arte Contemporânea

É possível observar algumas características bastante específicas da Arte Contemporânea, principalmente no que diz respeito aos meios de criação das obras. Assim, os principais atributos desse estilo artístico são:

  • abandono dos suportes tradicionais;
  • liberdade e subjetividade na produção artística;
  • influência de uma sociedade permeada pela troca de informações, pelo uso da tecnologia e pelas novas mídias;
  • efemeridade das obras;
  • mescla de diferentes estilos artísticos e criação de conceitos;
  • utilização de materiais diversos na mesma obra;
  • fusão entre as obras de arte e a vida cotidiana;
  • forte aproximação com a cultura pop;
  • questionamentos sobre os conceitos da própria arte;
  • criação de obras interativas, nas quais o espectador participa ativamente.

Arte Contemporânea brasileira

No Brasil, o estilo da Arte Contemporânea começou a ser fomentado também durante a década de 1950, principalmente por meio do movimento de vanguarda do Neoconcretismo.

A Pop Art americana, ao aparecer em todo o mundo, influenciou também a maneira como se fazia arte aqui no Brasil, principalmente nos anos 1960. Neste início, os artistas expressavam fortes críticas à sociedade e à Ditadura Militar, além de referenciar fortemente o Tropicalismo.

Na década seguinte, a arte se afasta dos momentos de contestação política, assumindo uma faceta de reflexão do pensamento, da razão e da tecnologia. A arte tecnológica surge, então, com a Exposição Internacional da Arte por Meios Eletrônicos.

O fim dos anos 1970 incorporou na arte brasileira os anseios do movimento das Diretas Já, retomando o caráter de crítica social e de opinião política, principalmente em exposições como “Tradição e Ruptura”, de 1984 e “A Trama do Gosto”, de 1987, trazidas pela Bienal de São Paulo, além da mostra “A Mão Afro-brasileira”, de 1988, organizada pelo MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo).

Apesar do grande alcance, principalmente pelo uso da tecnologia, a arte brasileira ainda permanece como um privilégio das camadas mais ricas da população e continua sendo veiculada nos grandes centros urbanos, excluindo do processo artístico o interior do país.

Movimentos da Arte Contemporânea

Com um forte caráter globalizado e incluindo diversas formas de se fazer arte, a Arte Contemporânea abarca várias escolas e movimentos artísticos, focados mais na ideia e com o objetivo de se comunicar, preterindo o consumo, como era comum no período anterior da Arte Moderna. Nesse sentido, podemos destacar diversos movimentos e vanguardas contemporâneas, como:

  • Arte Cinética;
  • Arte Conceitual;
  • Arte de Novas Mídias;
  • Arte Digital;
  • Arte povera (poor art);
  • Arte Urbana / Street Art;
  • Body Art;
  • Fotografia;
  • Fotorrealismo;
  • Hiper-realismo;
  • Instalação;
  • Op Art;
  • Pop Art.

Arte Contemporânea: artistas

A pluralidade trazida pela Arte Contemporânea, bem como as inúmeras mídias em que ela pode ser divulgada, fazem com que um grande número de artistas se destaquem. Assim, em um contexto mundial, podemos mencionar nomes como:

  • Andy Warhol (1928-1987): pintor e cineasta estadunidense;
  • Anselm Kiefer (1945-): pintor alemão;
  • Banksy (1974-): artista de rua britânico;
  • Bill Viola (1951-): videoartista estadunidense;
  • Damien Hirst (1965-): escultor, pintor e desenhista britânico;
  • Gerhard Richter (1932-): pintor e artista plástico alemão;
  • Jean-Michel Basquiat (1960-1988): grafiteiro e pintor estadunidense;
  • Jeff Koons (1955-): artista plástico e escultor estadunidense;
  • Keith Haring (1958-1990): artista gráfico estadunidense;
  • Lucian Freud (1922-2011): pintor alemão;
  • Marina Abramović (1946-): artista performática sérvia;
  • Richard Serra (1939-): escultor norte-americano;
  • Takashi Murakami (1962-): pintor e artista digital japonês.

Já no contexto nacional, existem outros vários nomes que podem ser citados, como:

  • Almicar Castro (1920-2002): escultor;
  • Aluísio Carvão (1920-2001): desenhista;
  • Cildo Meireles (1948-): artista plástico;
  • Ferreira Gullar (1930-2016): escritor e poeta;
  • Franz Weissmann (1911-2005): escultor;
  • Hélio Oiticica (1937-1980): pintor, escultor e artista plástico;
  • Hércules Barsotti (1914-2010): artista plástico;
  • Lygia Clark (1920-1988): pintora;
  • Lygia Pape (1927-2004): gravadora, escultora, pintora, cineasta e artista multimídia;
  • Romero Britto (1963-): pintor, escultor e serígrafo;
  • Willys de Castro (1926-1988): artista plástico.

Obras da Arte contemporânea

É impossível citar apenas algumas obras de Arte Contemporânea sem cometer várias injustiças. Entretanto, a título de exemplificação, listamos abaixo uma série de 10 obras famosas do período contemporâneo:

  • Profile, de Kumi Yamashita (1994);
  • Where They Live (Onde Eles Moram), de Guy Laramee;
  • Goldfish Salvation, de Riusuke Fukahori (2012);
  • Double disque évidé par les toits, de Felice Varini (2013);
  • Untitled, de Daniel Arsham;
  • CDSea, de Bruce Munro (2010);
  • Gary (Dennis Busenitz), de Haroshi (2012);
  • Untitled, de Yulia Brodskaya;
  • The Obliteration Room, de Yayoi Kusama (2011);
  • Untitled, de Ahmed Alsoudani (2007).

A Arte Contemporânea surge como uma revolução na maneira como se faz arte, desde meados do século XX. Entretanto, sua grande característica é a mutação, uma vez que, com o surgimento frequente de novas tecnologias e novas mídias, é praticamente impossível conter sua evolução. Dessa forma, os últimos 70 anos trazem uma infinidade de obras e artistas diferentes, que fazem da arte atual uma das mais complexas dos últimos séculos.

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A arte conceitual é, provavelmente, o movimento com a abordagem mais radical e controversa da arte contemporânea.

Ele baseia-se na noção de que a essência da arte é uma ideia ou conceito, e que podem existir distintas formas de representá-la, até mesmo na ausência de um objeto.

Questiona-se a noção de arte em si; tanto que alguns artistas acreditam que a arte é criada pelo espectador, e não pelo artista ou pela própria obra.

Como ideias são a principal característica, as preocupações estéticas e materiais passam a ter um papel secundário. Artistas conceituais reconhecem que toda arte é essencialmente conceitual.

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Maurizio Cattelan. Kaputt (2013) | Fundação Bayeler
Via artsy

Para enfatizar esses termos, eles reduzem a presença material da obra a um mínimo absoluto, uma tendência que alguns chamam de desmaterialização da arte — que é uma das principais características da arte conceitual. Como muitos exemplos mostram, o próprio movimento da arte conceitual emergiu como uma reação contra os princípios do formalismo.

O formalismo considera que as qualidades formais de uma obra — como linha, forma e cor — são autossuficientes para sua apreciação e todas as outras considerações como aspectos representacionais, éticos ou sociais são secundárias, ou redundantes.

Apesar do termo geralmente se referir à arte feita entre meados da década de 1960 e meados da década de 1970, ela continua sendo utilizada no século XXI.

História da arte conceitual

O surrealismo e o movimento dadaísta foram as principais fontes do conceitualismo inicial. Como a arte conceitual rejeita a representação materialista das obras de arte, muitos conectaram arte conceitual ao minimalismo.

No entanto, os artistas conceituais rejeitaram a comparação com o minimalismo. Para a arte conceitual, ela não precisa parecer uma obra de arte tradicional, nem mesmo assumir qualquer forma física.

Sol LeWitt e Joseph Kosuth foram os primeiros a insistir que a arte verdadeira não é um objeto físico único ou valioso criado pela habilidade física do artista, como desenho, pintura ou escultura, mas um conceito ou uma ideia.

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Sol LeWitt. Uma parede dividida verticalmente em quinze partes iguais, cada uma com uma direção e cor diferentes da linha e todas as combinações (1970) | Tate Modern

Em vez de realmente fazer desenhos de parede, Sol LeWitt produziu instruções, consistindo de texto e diagramas, descrevendo como seus desenhos de parede poderiam ser feitos.

Quando um artista usa uma forma conceitual de arte, significa que todo o planejamento e decisões são feitos antecipadamente e a execução é um assunto superficial. A ideia se torna uma máquina que faz a arte.

Além de outros ramos da arte, a Filosofia da linguagem de Wittgenstein, os filósofos pós-estruturalistas e pós-modernos, como Jacques Derrida, Michel Foucault e Gilles Deleuze foram fontes muito importantes para impulsionar o desenvolvimento da arte conceitual.

Considerando as características ditas anteriormente, talvez Joseph Beuys estivesse certo quando disse que “toda pessoa pode ser um artista”.

A arte conceitual, embora não tenha valor financeiro intrínseco, pode transmitir uma mensagem poderosa e, portanto, servir de veículo para questões sociopolíticas.

O “pai” do movimento da arte conceitual é Marcel Duchamp. Seu trabalho mais conhecido é A Fonte (1917), que radicalizou completamente a própria definição de obra de arte.

Essa nova “direção” da arte abandonou a beleza, a raridade e a habilidade como medidas. Com este trabalho, o artista rompeu o vínculo tradicional entre o talento dos artistas e o mérito do trabalho.

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Marcel Duchamp. A Fonte (1917)

https://arteref.com/arte-no-mundo/marcel-duchamp/

  • Rompimento com os valores tradicionais artísticos de valorização da forma (estética)
  • O conceito / ideia por trás da obra é mais importante que a obra em si
  • Desmaterialização da arte — redução do objeto artístico ao mínimo absoluto
  • Forte influência dos ready-mades de Marcel Duchamp
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Piero Manzoni. Merda de Artista (1961)

Esse trabalho consiste numa série de 90 latas, traduzidas em variadas línguas. Elas contêm as fezes do próprio artista. Fortemente influenciada pela ideia dos ready-mades de Marcel Duchamp, Manzoni vendia as latas com fezes ao preço elevado.

Manzoni é um dos pioneiros a questionar os valores e características de uma obra de arte.

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Joseph Kosuth. Uma e Três Cadeiras (1965) | MoMa

Uma cadeira fica ao lado de uma fotografia de uma cadeira e uma definição de dicionário da palavra cadeira. Talvez todos os três sejam cadeiras ou códigos para uma: um código visual, um código verbal e um código na linguagem dos objetos

As três diferentes representações sobre o mesmo conceito (cadeira), estimulam diferentes visões do espectador sobre o mesmo objeto artístico.

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Richard Long. Uma linha feita a pé (1967) | Tate Modern

Aqui, Richard Long caminhou para trás e para frente em um campo até que o mato pisoteado capturasse a luz do sol e se tornasse visível como uma linha. Ele fotografou o trabalho como um meio de registrar a intervenção física humana na paisagem natural.

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Ewa Partum. Poesia Ativa (1971) | Tate Modern

Ewa Partum usou a performance como um meio de criar sua poesia. Seus trabalhos poéticos foram feitos pegando letras individuais do alfabeto (recortadas em papel) e espalhando-as nas localidades da cidade e do campo. Ao desconstruir a linguagem, a artista buscou explorar suas estruturas.

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Joseph Beuys. Eu gosto da América e a América gosta de mim (1974)

Beuys pegou um cobertor e passou três dias em uma sala com um coiote. O trabalho era uma expressão de sua postura anti-Guerra do Vietnã e também refletia suas crenças sobre os danos causados pelo colonizador europeu ao continente americano e suas culturas nativas.

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John Baldessari. Sem Título (1986) | MoMA

Baldessari é mais conhecido por obras que misturam materiais fotográficos (como fotos de filmes), tiradas do contexto original e reorganizadas em outra forma, geralmente incluindo a adição de palavras ou frases.

Resumindo

Quando se trata de arte conceitual, é a ideia e o processo artístico por trás da criação da obra que realmente conta. Então, em vez de olhar para formas, cores e linhas para avaliar e decifrar trabalhos conceituais, tente pensar em quais reações eles te proporcionam.

Te faz pensar algo? O quê? Faz você rir? O que diz sobre diferentes categorias, como espaço e tempo? Ao responder a essas perguntas, você estará mais próximo de entender e apreciar a arte conceitual.

Veja também

Fontes

  • Widewalls.ch
  • Tate.org
  • Medium

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